O castelo dos destinos cruzados: diálogos entre a literatura e o hipertexto

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Transcrição:

O castelo dos destinos cruzados: diálogos entre a literatura e o hipertexto Profª. Msc. Maria Elisa Rodrigues Moreira (elisarmoreira@gmail.com) http://lattes.cnpq.br/8503000442103169 As reflexões acerca das possíveis relações entre arte, linguagem e tecnologia e sobre suas formas de interação e diálogo têm na teoria das redes um rico instrumento de análise, que propicia um deslocamento nas formas tradicionais de produção de sentido e abre caminhos para um mundo de novas possibilidades de construção coletiva da subjetividade. No âmbito literário, o modelo hipertextual conforme tratado por Pierre Lévy (1996) parece apresentar a mais interessante perspectiva reticular de reflexão, ligando a linguagem à ampliação das novas tecnologias e à informatização da sociedade. Conforme o autor qualquer texto pode, por suas próprias características, ser considerado uma entidade virtual: independentemente do suporte em que se apresenta, o texto é uma problemática atualizada a cada forma de apresentação e a cada leitura que dele se faz. O texto é, assim, retalhado e depois costurado pelo leitor numa tessitura única que pode tanto criar quanto desconsiderar elos e conexões da trama textual. O processo de leitura, sob esse prisma, aparece como uma forma de hipertextualização independente do suporte informático; este, como as outras tecnologias intelectuais (LÉVY, 1993), virtualiza e exterioriza um processo mental. Mas o processo de virtualização ultrapassa o aspecto puramente tecnológico, só realizando-se a partir do momento em que há interação entre a técnica e a subjetividade humana, num processo reticular de produção de sentidos e saberes. Assim, mais que um instrumento para agilizar a produção de textos clássicos, o hipertexto e outros suportes informatizados são um novo universo de criação e de leitura dos signos (LÉVY, 1996, p. 41). São deslocados, assim, os papéis do leitor e do autor, que passam a se intercambiar; o leitor passa a escrever/inscrever sua leitura; cada leitura, ao atualizar o hipertexto original, é também uma forma de virtualizá-lo, introduzindo elementos novos e criativos. O hipertexto propicia uma relação diferente entre texto e leitor, possibilitando a formação de um novo sujeito, estabelecendo uma forma de comunicação e produção de 33

sentido na qual a técnica é um dos elementos de uma rede na qual o sujeito está imerso. Esse processo de virtualização textual vem sendo buscado, há algum tempo, pela própria literatura. Em O Sonho de Mallarmé, Arlindo Machado (1993) nos apresenta uma série de experimentações literárias realizadas por autores que, perseguindo o Livre de Mallarmé, buscavam alcançar um texto diferente da obra literária tradicional, um texto que permitisse ao leitor participar mais diretamente da condução dos rumos da obra. Muitas dessas experiências, inclusive as que utilizam algum suporte tecnológico, se resumem no entanto a transcrever para o novo meio algo que já existia no papel. Pensar a literatura e a leitura a partir do modelo do hipertexto não é simplesmente pensar neste como uma técnica, e sim nas novas possibilidades de produção de sentido e conhecimento que ele pode permitir. Trata-se de explorar a tecnologia como alteridade, como meio de produção distinto, de interagir com ela em busca de um novo resultado, isto é, buscando novas possibilidades literárias e estéticas, num outro parâmetro de interação entre autor, texto e leitor, em que o suporte computacional é utilizado como elemento de criação. Tomando como referencial os princípios do hipertexto apontados por Pierre Lévy quais sejam os princípios de metamorfose, heterogeneidade, multiplicidade, exterioridade, topologia e mobilidade dos centros é possível estabelecermos algumas aproximações entre o mesmo e a literatura, tomando por base o livro O castelo dos destinos cruzados, de Italo Calvino (1994). A idéia de uma narrativa construída em nós, em ligações fragmentárias que podem conter em si uma nova rede textual é, segundo Calvino, o princípio narrativo de As mil e uma noites, e de algumas de suas obras, como O castelo dos destinos cruzados. O que Calvino solicita é uma literatura que se adéqüe à rapidez e à velocidade informacional que dominam o espaço contemporâneo, que seja dona de uma textualidade ágil, móvel, desenvolta uma literatura dinâmica tanto no aspecto referente à produção da obra quanto no tocante à experiência da leitura e ao mesmo tempo marcada pela exatidão e pela multiplicidade: A obra literária é uma dessas mínimas porções nas quais o existente se cristaliza numa forma, adquire um sentido, que não é nem fixo, nem definido, nem enrijecido numa imobilidade mineral, mas tão vivo quanto um organismo. (CALVINO, 1990, p. 84) É esse o formato apresentado por Calvino em O castelo dos destinos cruzados, 34

no qual somos apresentados a diversas histórias que se entrecruzam pelo fato de seus protagonistas estarem dividindo o mesmo espaço: em volta da mesa de um castelo (ou taverna) várias personagens que se encontram mudas narram, através de um baralho de tarô, a história de suas vidas. Para o desenvolvimento desta história, Calvino dispôs de dois campos narrativos: a narrativa do tarô e a narrativa literária, articuladas pelo movimento dos personagens e do narrador. A partir da distribuição espacial das cartas na mesa, tempo, ação e personagens vão sendo delimitados, e a história do castelo só se completa com a participação de todos os personagens, com a junção de todas as pequenas histórias que, se não se cruzam no campo da diegese, se encontram no campo discursivo. A mesa do castelo vai sendo preenchida com os elementos escolhidos pelo personagem que apresenta sua história, mas sua narrativa só se efetiva com a participação do leitor-intérprete no caso, o narrador. A interação se faz necessária para que a história do castelo possa ser construída, e os personagens que circundam a mesa montam uma rede cuja centralidade se desloca a cada momento. Se acompanharmos a narrativa do tarô a lógica da escolha e colocação das cartas sobre a mesa nos aproximamos das narrativas literárias baseadas na combinatória (MACHADO, 1993): a partir de uma série de elementos pré-determinados (as cartas do tarô) o personagem faz suas escolhas e monta sua narrativa. Se tal trabalho fosse levado ao extremo estaríamos diante de uma máquina poética baseada na permutabilidade; entretanto, Calvino complexifica a narrativa com a introdução de outros elementos nessa lógica combinatória, dentre os quais destacamos o narrador e a forma de ligação entre as diversas histórias do livro. O narrador é, simultaneamente, personagem da trama e um leitor que nos apresenta sua interpretação das narrativas do tarô, ou seja, enquanto a narrativa do tarô baseia-se na combinatória, a narrativa literária apresenta-se como o percurso de leitura do narrador que, como leitor, não faz as combinações, e sim as resignifica a partir das problemáticas que lhe são colocadas no decorrer da narrativa. Assim nós, leitores do livro de Calvino, não nos colocamos como o leitor que brinca com a combinatória e constrói narrativas previamente estipuladas: são os personagens de Calvino que cumprem este papel, ao qual responde o narrador com a reescrita literária, a partir dos elementos simbólicos do baralho, da narrativa imagética do personagem. Essa reescritura já 35

apresenta uma linha de fuga à lógica combinatória. O outro aspecto a ser destacado nesse movimento de fuga é a forma de ligação entre as diversas histórias do livro que, apesar de poderem ser consideradas pequenos contos independentes, unem-se, pela estrutura narrativa, num movimento semelhante ao que Lévy chamou princípio de multiplicidade : uma carta, funcionando como um nó, pode originar uma nova rede, e assim por diante. Nesse movimento narrativo vemos esboçado também o princípio de metamorfose, que permite a todos os envolvidos garantir a constante reconstrução da rede hipertextual, como acontece na mesa do Castelo: a cada história narrada pelos personagens a rede é reconfigurada; a cada nova narrativa, a mesa tem sua configuração alterada. Desse modo, a narrativa de Calvino, seguindo a lógica do tarô, acaba por funcionar segundo o princípio de topologia, transformando-se, como a rede, no próprio espaço. Nela, não há um ponto fixo, mas um constante deslocamento de centralidade a cada movimento realizado pelos personagens e pelo narrador. Mas talvez seja principalmente no movimento de leitura de O castelo dos destinos cruzados que encontremos uma maior aproximação entre a literatura e os princípios hipertextuais: o narrador nos coloca, leitores do livro de Calvino, diante de uma rede em constante movimento, uma estrutura espacial que deve ser percorrida na busca do sentido. O narrador encontra uma forma de escapar à sua história, de não mais ser narrado por ela: ao percorrer cada caminho aberto pelas histórias extraídas do tarô, ele estabelece uma abertura que lhe permite o afastamento de sua própria narrativa, passando de sujeito totalmente envolvido pelo sentido de sua história a uma situação em que precisa traçar seus caminhos e responder a questões e situações que lhe são colocadas, escolhendo a forma mais adequada de atribuir sentido às suas atitudes. Esta breve análise da obra de Calvino sob o viés do hipertexto pretendeu apresentar algumas das variantes de olhares sobre a questão dos possíveis intercâmbios, diálogos e cruzamentos que podem ser estabelecidos entre arte, linguagem e tecnologia. Ao lançar sobre a literatura e sobre o hipertexto e, de maneira mais ampla, sobre a produção de conhecimento e subjetividade propiciadas pela produção artística e científica, um olhar pautado no modelo reticular, parece possível vislumbrar novas opções de ação efetiva sobre o mundo, ação esta pautada em noções de produção coletiva de subjetividade, democracia e solidariedade. REFERÊNCIAS 36

CALVINO, Italo. O castelo dos destinos cruzados. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. LEVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Ed. 34, 1996. MACHADO, Arlindo. O sonho de Mallarmé. In: Máquina e Imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: Ed. USP, 1993. p. 165-191. SOBRE A AUTORA É graduada em Comunicação Social/Radialismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998), Mestre em Estudos Literários/Teoria da Literatura também pela UFMG (2007) e doutoranda em Estudos Literários/Literatura Comparada. Atua principalmente com os seguintes temas: teoria da literatura, produção de conhecimento, hipertexto, arquivos, Italo Calvino, Jorge Luis Borges. 37