Orientação Sexual na Escola. Resumo

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Transcrição:

Orientação Sexual na Escola Felipe Augusto Mazzarotto Luciane do Prado Augusto Roseli Nunes 1 Reginaldo Rodrigues da Costa 2 Resumo Este trabalho tem como tema a Orientação Sexual na Escola. Aborda também as ações de pesquisa estruturadas por acadêmicos de um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas ao que se refere a postura adotada pelo professor de Ciências e Biologia quando aborda o tema sobre sexualidade. Inicialmente o texto da forma que se apresenta traz algumas considerações teóricas sobre a Orientação Sexual e Educação Sexual,tornando possível diferenciá-las uma da outra. Ainda, apresenta fundamentos teóricos metodológicos sobre a Orientação Sexual na escola. E finalmente, apresenta ação e procedimento de pesquisa para investigação sobre a abordagem da Orientação Sexual na escola. Palavras-chave: Orientação Sexual, professor de Ciências e Biologia, Educação Sexual. 1 Acadêmicos da turma de Licenciatura em Ciências Biológicas da PUCPR 2 Professor da PUCPR e Orientador do projeto

1424 Introdução Esta pesquisa tem como tema a Orientação Sexual na escola, objetiva e caracteriza a postura tomada pelo professor de Biologia/Ciências ao abordar o tema em sala de aula. Existem diversas contradições em torno de como abordar o tema, de forma interacional e sistemática, destinado a crianças, jovens e adolescentes; desde as primeiras proposições nesse sentido, sempre esteve presente diversas formas de argumentação tanto para o apoio, quanto a oposição ao tema, por esse motivo se faz necessário verificar como o professor atinge de forma eficaz os alunos em sala de aula, em relação ao tema proposto. A maioria dos professores aplicam o tema Sexualidade de maneira superficial e sem constrangimento, devido a falta de conhecimento, e/ou ausência de interesse por parte dos alunos, sendo assim, nos acadêmicos temos o propósito de verificar e mostrar nesse processo de pesquisa como os professores abordariam o presente tema em ambiente escolar.

1425 Abordar Sexualidade na Escola A ajuda da escola se dá as crianças e jovens ao esclarecer a forma adequada de como exercitar sua sexualidade examinando os diferentes aspectos, como pensamentos críticos e respeitando os valores sociais que são pontos básicos da orientação sexual. A orientação sexual é dar esclarecimentos intencionais, intervir, ajudar formar opiniões e valores, é passar noções sistemáticas e formais que serão bem planejadas e dar uma direção aos conhecimentos existentes. Disponibiliza informações de maneira ordenada eliminando os preconceitos, fazendo com que haja reflexão e compreensão, desvinculando o medo e a culpa. O objetivo da Orientação Sexual é que a criança e jovem tenham um bom desenvolvimento biopsicossocial e sexual, tratando sempre o sexo com naturalidade. Já a Educação Sexual é o aprendizado informal, os conhecimentos sobre sexualidade vêm ao decorrer da vida, educar é o processo do qual se deve estar em constante atualização no meio em que se vive. Educar sexualmente é também ensinar à analisar, avaliar, perceber e escolher uma forma de viver sua sexualidade, canalizando energias sem reprimir instintos ou ignorar curiosidades. A educação Sexual se dá a aprendizagem, sendo desvendado ao decorrer de um processo de informações, com diálogos sempre adequados ao nível etário de quem os questionam. A educação sexual é um tema que na atualidade esta invadindo todas as camadas sociais que estão passando por rápidas e intensas

1426 transformações, essas mudanças se refletem no interior da escola alterando sua postura, devido a isso pode dizer que as escolas assumiram diferentes papeis em diferentes momentos. A educação sexual na escola, principalmente nos níveis da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, tem sido bastante polêmica. Muitos consideram ainda hoje, a abordagem de questões sexuais na escola como algo não-sadio... Para outros proporcionaria aos jovens o conhecimento da importância da vida sexual. (Camargo, 1999, p. 39). O trabalho em orientar sobre o tema sexualidade implica discussões em relação às questões sociais, éticas e morais, ou seja, o respeito à intimidade devem estar presentes em todo trabalho educativo, tornando assim, o individuo capacitado para desfrutar valores humanos. Meira (2002) nos coloca que muitas vezes os pais não falam sobre sexo para os filhos, com receio de ser isso um incentivo à pratica sexual precoce. Porém, os pais esqueceram que o perigo reside na dúvida ou na informação distorcida. O mais correto é os adolescentes obterem explicações sexuais adequadas vindas de seus pais de maneira fácil para melhor atendimento, do que aprenderem com os amigos de modo incorreto, inseguro e inadequado. Pinto (1999) nos coloca que a educação sexual transcorre no contato cotidiano do adolescente com os pais e é influenciada e transformada por outras experiências de vida. As atitudes conscientes ou não dos pais diante da

1427 sexualidade são as influencias mais importantes que o adolescente tem para elaborar sua vida sexual. De acordo com os PCN s (1998) a escola deve informar, problematizar e debater os diferentes tabus, preconceitos, crenças e atitudes existentes na sociedade, buscando não a isenção total, o que é impossível, mas um maior distanciamento das opiniões e aspectos pessoais dos professores para empreender essa tarefa. Os professores, mesmo sem perceber, transmitem valores com relação à sexualidade no seu trabalho cotidiano, inclusive na forma de responder ou não as questões mais simples trazidas pelo aluno. Isso porque na relação professor-aluno o professor ocupa lugar de maior poder, constituindo-se em referência muito importante para o aluno. Segundo os PCN s (1998) não cabe a escola em nenhuma situação, julgar como certa ou errada a educação sexual que cada família oferece. O papel da escola é abrir espaço para que a pluralidade de concepções, valores e crenças sobre a sexualidade possam se expressar. Caberá à escola trabalhar o respeito às diferenças a partir da sua própria atitude de respeitar as diferenças expressas pela família, pois as famílias constroem suas histórias e desenvolvem crenças e valores, certamente muito diversos, embora possam receber influências sociais semelhantes respeitando essa diversidade. A escola favorece o desenvolvimento de uma visão crítica por parte do aluno.

1428 Muitos, pois, acham difícil falar sobre sexo com os filhos. Educados em outra época, eles sentem dificuldade em agir de forma diferente, apesar de acharem que a educação que receberam não foi boa para eles e desejarem que tivesse acontecido de outra forma. Na educação sexual, a ignorância e a mentiras provocam resultados desastrosos. A ignorância e as mentiras provocam medo e culpa. (Suplicy, 1995, p. 33). As pessoas que possuem maiores capacitações para acompanhar o desenvolvimento das crianças são os pais. A educação sexual começa em casa, sempre sabendo o momento mais oportuno para transmitir as informações, quando isso não ocorrendo a escola teria condição de fazer, disponibilizando professores adequados. Durante muito tempo, os professores agiam como se seus alunos fossem seres assexuados, toda a sociedade escondia o sexo entre quatro paredes. O método era não tocar no assunto e deixar que a natureza se encarregasse de ensinar. E como a ordem era reprimir a sexualidade melhor seria não tocar no assunto para não desperta lo. No Brasil, o ensino sempre foi fortemente influenciado pela igreja católica. A religião tinha um papel importante nesses mecanismos de repressão e sonegação de informações sexuais. Nos anos 50 e 60, com a eclosão de movimento jovem, já não era possível conter a sexualidade. Surgiu então a educação sexual. As primeiras tentativas foram tímidas, o assunto era tratado pelo professor de Biologia/Ciências. Hoje a educação sexual é indiscutivelmente importante e nenhuma escola para adolescentes deixa de aborda lo. A questão, agora, não é decidir se trata ou não do assunto, mais sim como lidar com ele.

1429 Falar sobre o sexo na escola ainda é motivo de tensão, tanto para os alunos quanto para o professor. Estes se protegem da ansiedade com dados científicos. As intervenções para os pais visam informá-los sobre trabalho realizado com os filhos. Muitos pais temem que a educação sexual contestará os valores morais, religiosos da família e que serão indicados caminhos contrários a estes valores, de uma suposta liberdade sexual, ou seja, libertinagem dos costumes. O conteúdo da educação Sexual ainda esta nas mãos dos professores. Isso faz com que a linha pedagógica dependa muito da própria formação pessoal do professor, que pode transmitir seus próprios conceitos ou preconceitos aos alunos. Por isso os professores devem uniformizar suas informações para poder lidar com as necessidades de cada faixa etária e mesmo estratégias para abordar o assunto de forma que as crianças e adolescentes entendam o que se fala. Falar sobre sexo na escola ainda é motivo de tensão, tanto para alunos quanto para professores. A melhor atitude do professor é tentar esvaziar o conteúdo pornográfico. Em primeiro lugar é preciso ter acesso aos alunos, saber exatamente como eles tratam a questão. Um bom método é pedir para os alunos escreverem com total liberdade palavras, frases relacionadas à sexualidade, sem a necessidade de se identificar. O objetivo é uniformizar a linguagem em comum com os alunos. Mesmo assim a maioria das escolas temem que se falar da vida sexual saudável possa estimular uma sexualidade precoce. É preciso encarar o assunto de frente, e com a sabedoria para não causar o efeito contrario.

1430 Universo de Pesquisa O projeto será realizado em um colégio de rede Pública Estadual da Cidade de Curitiba, visando o desenvolvimento do processo de coleta de dados, como entrevistas e questionários, que serão direcionados aos professore de Ciência/Biologia e aos alunos. Tendo por fim a verificação da metodologia e os temas relacionados a sexualidade, sendo feito um roteiro estabelecido sempre com o objetivo de coletar informações sobre suas dúvidas, ansiedades e expectativas frente as aulas de Ciências/Biologia destinadas a Orientação Sexual.

1431 Referência CAMARGO, Ana Maria Fracioli de. Sexualidade (s) e Infância (s): A Sexualidade Como Tema Transversal. São Paulo: Moderna, Campinas, S. P. Editora da Universidade de Campinas, 1999. MEIRA, Luiz B. Sexos, Aquilo que os pais não falaram para os filhos. 5ª ed. João Pessoa: Editora Universitária. UFPB, 2002. PINTO, Ênio Brito. Orientação Sexual na Escola: a importância da psicopedagogia Nessa Nova Realidade. São Paulo: Editora Gente, 1999. SUPLICY, Marta. Sexo para adolescentes: amor, sexualidade, masturbação, Virgindade, anticoncepção, AIDS. 3ª ed. São Paulo: Editora FTD, 1995. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Pluralidade Cultural, orientação sexual /Secretaria de Educação Fundamental Brasília: MEC/SEF, 1997,