RELATÓRIO GERAL DO ORÇAMENTO DO ESTADO



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Transcrição:

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS RELATÓRIO GERAL DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2000 Janeiro de 2000

Índice I. ECONOMIA PORTUGUESA: EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVAS PARA 2000... 1 I.1 Enquadramento Internacional... 1 I.2 Economia Portuguesa... 8 I.2.1 Procura... 10 I.2.2 Oferta... 13 I.2.3 Mercado de Trabalho... 17 I.2.4 Preços... 24 I.2.5 Situação Monetária e Cambial... 25 I.2.6 Mercado de Capitais... 31 I.2.7 Balança de Pagamentos... 35 I.3 Perspectivas para 2000: Cenário Macroeconómico... 38 I.4 Portugal e a União Europeia... 40 I.4.1 Principais acontecimentos ao nível da UE em 1999... 40 I.4.2 Perspectivas para 2000... 50 I.5 Fiscalidade Comparada... 51 II. ACTIVIDADE FINANCEIRA DO SECTOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO (SPA)... 57 II.1 Execução Orçamental... 59 II.1.1 Estado... 59 II.1.1.1 Execução Global... 59 II.1.1.2 Despesa do Estado... 60 II.1.1.2.1 Classificação Económica... 60 II.1.1.3 Classificação Funcional... 67 I

II.1.1.4 Classificação Orgânica...70 II.1.2 Receita...74 II.1.2.1 Receitas Fiscais: Execução de 1999...74 II.1.2.2 Receitas não Fiscais...80 II.1.3 Serviços e Fundos Autónomos...82 II.1.4 Administração Regional e Local...86 II.1.5 Segurança Social...88 II.1.6 Sector Público Administrativo...91 II.2 Financiamento do Estado em 1999...93 II.3 Transferências Financeiras...102 II.4 Dívida Pública...104 III. PRINCIPAIS MEDIDAS DE POLÍTICA PARA 2000...105 III.1 Portugal na Europa e no Mundo...105 III.2 Potenciar o Desenvolvimento Sustentado...113 III.3 Política Fiscal...126 III.4 Política Agrícola e de Pescas...140 III.5 Política de Educação, Formação e Qualificação...142 III.6 Ciência e Tecnologia...148 III.7 Política Social...151 III.8 Política de Equipamento Social...157 III.9 Desporto, Juventude, Defesa do Consumidor, Toxicodependência e Comunicação Social...173 III.10 Justiça e Administração Interna...184 III.11 Política do Ambiente e do Ordenamento do Território...191 III.12 Política de Cultura...197 III.13 Administração Pública...199 II

III.14 Administração Local... 201 IV. ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2000... 203 IV.1 Saldos Orçamentais do Sector Público Administrativo... 205 IV.2 Despesa do Sector Público Administrativo... 206 IV.3 Receita do Sector Público Administrativo... 206 IV.4 Estado... 207 IV.4.1 Previsão Global... 207 IV.4.2 Despesa do Estado... 208 IV.4.2.1 Classificação Económica... 209 IV.4.2.2 Classificação Funcional... 213 IV.4.2.3 Classificação Orgânica... 217 IV.4.3 Despesa por Ministérios (Estado e Serviços e Fundos Autónomos)... 218 IV.4.3.1 Encargos Gerais da Nação... 219 IV.4.3.2 Ministério dos Negócios Estrangeiros... 223 IV.4.3.3 Ministério do Equipamento Social... 226 IV.4.3.4 Ministério da Defesa Nacional... 229 IV.4.3.5 Ministério da Administração Interna... 232 IV.4.3.6 Ministério das Finanças... 235 IV.4.3.7 Ministério da Economia... 241 IV.4.3.8 Ministério do Trabalho e da Solidariedade... 244 IV.4.3.9 Ministério da Justiça... 247 IV.4.3.10 Ministério Planeamento... 249 IV.4.3.11 Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas... 251 IV.4.3.12 Ministério da Educação... 254 III

IV.4.3.13 Ministério da Saúde...257 IV.4.3.14 Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território...261 IV.4.3.15 Ministério da Cultura...263 IV.4.3.16 Ministério da Ciência e Tecnologia...268 IV.4.3.17 Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública...271 IV.4.4 Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC)...274 IV.5 Receita e Despesa Fiscais...278 IV.5.1 Previsão das Receitas Fiscais para 2000...278 IV.5.2 Impostos Directos...279 IV.5.3 Impostos Indirectos...281 IV.5.4 Receitas não Fiscais...284 IV.5.5 Despesa Fiscal...284 IV.6 Financiamento do Estado...291 IV.7 Serviços e Fundos Autónomos...295 IV.8 Administração Regional e Local...299 IV.9 Segurança Social...300 IV.10 Sector Público Administrativo...303 IV.11 Transferências Financeiras...305 IV

Índice de Quadros Quadro I-1 Principais Indicadores da Economia Internacional... 1 Quadro I-2 Despesa Nacional... 10 Quadro I-3 Salários e custos do trabalho em Portugal... 21 Quadro I-4 Taxas de Conversão na Área Euro... 30 Quadro I-5 Fundos de Investimento Mobiliário... 32 Quadro I-6 Índices Bolsistas... 33 Quadro I-7 Balança de Pagamentos... 36 Quadro I-8 Cenário Macroeconómico... 39 Quadro I-9 Evolução do nível de fiscalidade... 51 Quadro I-10 Nível de fiscalidade nos países da União Europeia... 53 Quadro I-11 Importância relativa dos principais impostos... 54 Quadro I-12 Estrutura fiscal - Comparação internacional... 56 Quadro I-13 Portugal - Estrutura da tributação... 56 Quadro II-1 Estado Execução Global... 59 Quadro II-2 Despesa do Estado - Classificação Económica... 61 Quadro II-3 Despesa do Estado - Grandes Agregados... 62 Quadro II-4 Despesa do Estado - Classificação Funcional... 68 Quadro II-5 Despesa do Estado - Classificação Orgânica... 71 Quadro II-6 Despesa de Investimentos do Plano - Classificação Orgânica... 72 Quadro II-7 Receitas Fiscais em 1999 - Capítulos I e II do OE... 75 Quadro II-8 Estimativa de Execução Orçamental dos Serviços e Fundos Autónomos... 82 Quadro II-9 Composição do saldo global do subsector dos Serviços e Fundos Autónomos... 83 Quadro II-10 Receitas e Despesas da Administração Regional e Local... 86 V

Quadro II-11 Principais Receitas e Despesas da Segurança Social...88 Quadro II-12 Conta do Sector Público Administrativo...92 Quadro II-13 Necessidades de Financiamento do Estado...98 Quadro II-14 Composição do Financiamento em 1999 (1)...99 Quadro II-15 Estrutura da Dívida Directa do Estado...100 Quadro II-16 Fluxos Financeiros entre Portugal e a União Europeia...103 Quadro II-17 Dívida Pública Portuguesa...104 Quadro IV-1 Estado - Previsão Global...207 Quadro IV-2 Despesa do Estado - Classificação Económica...209 Quadro IV-3 Despesa do Estado - Classificação Funcional...214 Quadro IV-4 Despesa do Estado - Classificação Orgânica...217 Quadro IV-5 Despesa Total Consolidada Despesa por Ministérios...218 Quadro IV-6 Despesa Total Consolidada - EGN...220 Quadro IV-7 Serviços e Fundos Autónomos - EGN...221 Quadro IV-8 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - EGN..222 Quadro IV-9 Despesa Total Consolidada - MNE...223 Quadro IV-10 Serviços e Fundos Autónomos - MNE...224 Quadro IV-11 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MNE224 Quadro IV-12 Despesa Total Consolidada - MES...226 Quadro IV-13 Serviços e Fundos Autónomos MES...227 Quadro IV-14 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MES 228 Quadro IV-15 Despesa Total Consolidada - MDN...229 Quadro IV-16 Serviços e Fundos Autónomos - MDN...230 Quadro IV-17 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MDN231 Quadro IV-18 Despesa Total Consolidada - MAI...232 Quadro IV-19 Serviços e Fundos Autónomos - MAI...233 VI

Quadro IV-20 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MAI 233 Quadro IV-21 Despesa Total Consolidada - MF... 236 Quadro IV-22 Serviços e Fundos Autónomos - MF... 237 Quadro IV-23 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MF.. 238 Quadro IV-24 Despesas Excepcionais - MF... 239 Quadro IV-25 Despesa Total Consolidada - MEC... 241 Quadro IV-26 Serviços e Fundos Autónomos - MEC... 242 Quadro IV-27 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MEC243 Quadro IV-28 Despesa Total Consolidada - MTS... 244 Quadro IV-29 Serviços e Fundos Autónomos - MTS... 245 Quadro IV-30 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MTS 246 Quadro IV-31 Despesa Total Consolidada - MJ... 247 Quadro IV-32 Serviços e Fundos Autónomos - MJ... 248 Quadro IV-33 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MJ.. 248 Quadro IV-34 Despesa Total Consolidada - MP... 249 Quadro IV-35 Serviços e Fundos Autónomos - MP... 250 Quadro IV-36 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MP.. 250 Quadro IV-37 Despesa Total Consolidada - MADRP... 251 Quadro IV-38 Serviços e Fundos Autónomos - MADRP... 252 Quadro IV-39 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MADRP... 253 Quadro IV-40 Despesa Total Consolidada - ME... 255 Quadro IV-41 Serviços e Fundos Autónomos - ME... 255 Quadro IV-42 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - ME.. 256 Quadro IV-43 Despesa Total Consolidada - MS... 257 Quadro IV-44 Serviços e Fundos Autónomos - MS... 258 VII

Quadro IV-45 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MS..259 Quadro IV-46 Despesa Total Consolidada - MAOT...261 Quadro IV-47 Serviços e Fundos Autónomos - MAOT...262 Quadro IV-48 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MAOT...262 Quadro IV-49 Despesa Total Consolidada - MC...263 Quadro IV-50 Serviços e Fundos Autónomos - MC...265 Quadro IV-51 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MC..266 Quadro IV-52 Despesa Total Consolidada - MCT...268 Quadro IV-53 Serviços e Fundos Autónomos - MCT...269 Quadro IV-54 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MCT269 Quadro IV-55 Despesa Total Consolidada - MREAP...271 Quadro IV-56 Serviços e Fundos Autónomos - MREAP...273 Quadro IV-57 Despesa Consolidada segundo a Classif. Económica - MREAP...273 Quadro IV-58 PIDDAC - 2000...275 Quadro IV-59 Capítulo 50 do Orçamento do Estado Investimentos do Plano...276 Quadro IV-60 Receitas Fiscais do Estado...279 Quadro IV-61 Receita do IRS...280 Quadro IV-62 Receita do IRC...281 Quadro IV-63 Receita do IVA...282 Quadro IV-64 Receita do Imposto de Selo...284 Quadro IV-65 Despesa Fiscal com Benefícios Fiscais...285 Quadro IV-66 Evolução da Despesa Fiscal em IRS...286 Quadro IV-67 Evolução da Despesa Fiscal em IRC...287 VIII

Quadro IV-68 Evolução da Despesa Fiscal em IVA... 288 Quadro IV-69 Evolução da Despesa Fiscal em IA... 289 Quadro IV-70 Evolução da Despesa Fiscal em ISP... 290 Quadro IV-71 Necessidades de Financiamento do Estado... 291 Quadro IV-72 Composição do Financiamento em 2000 (1)... 294 Quadro IV-73 Composição do Saldo Global do subsector dos Serviços e Fundos Autónomos... 295 Quadro IV-74 Estimativa de Execução Orçamental dos Serviços e Fundos Autónomos... 297 Quadro IV-75 Receitas e Despesas da Administração Regional e Local... 299 Quadro IV-76 Principais Receitas e Despesas da Segurança Social... 300 Quadro IV-77 Conta do Sector Público Administrativo (Óptica da Contabilidade Pública)... 304 Quadro IV-78 Fluxos Financeiros entre Portugal e a UE em 2000... 305 IX

Índice de Gráficos Gráfico I-1 Indicadores de Confiança da UE...4 Gráfico I-2 Taxas de Câmbio do Euro...5 Gráfico I-3 O PIB dos EUA e principais componentes...6 Gráfico I-4 Indicador Coincidente da Actividade...9 Gráfico I-5 Indicadores de Consumo...11 Gráfico I-6 Indicadores de Investimento...12 Gráfico I-7 Índice de Produção Industrial...13 Gráfico I-8 VAB a pm...15 Gráfico I-9 Pessoal ao serviço por sector (indústria)...15 Gráfico I-10 Contribuições para a variação do Emprego,...18 Gráfico I-11 Fluxos de mão-de-obra em 1995...20 Gráfico I-12 Fluxos de mão-de-obra em 1998...20 Gráfico I-13 Índice Preços no Consumidor...24 Gráfico I-14 Índice Harmonizado de Preços no Consumidor...25 Gráfico I-15 EURIBOR...26 Gráfico I-16 Taxa de Rendibilidade...27 Gráfico I-17 Diferencial de Rendibilidade entre Portugal e Área Euro...29 Gráfico I-18 Índices de Cotações Bolsistas...31 Gráfico I-19 Índice BVL30...34 Gráfico II-1 Composição da despesa corrente - 1998...65 Gráfico II-2 Composição da despesa corrente - 1999...65 Gráfico II-3 Composição da despesa de capital - 1998...67 Gráfico II-4 Composição da despesa de capital - 1999...67 Gráfico II-5 Composição da despesa (classificação funcional) - 1998...70 Gráfico II-6 Composição da despesa (classificação funcional) - 1999...70 X

Gráfico IV-1 Peso relativo do Défice no PIB... 205 Gráfico IV-2 Despesas Correntes 1999... 211 Gráfico IV-3 Despesas Correntes 2000... 212 Gráfico IV-4 Despesas de Capital 1999... 213 Gráfico IV-5 Despesas de Capital 2000... 213 Gráfico IV-6 Classificação Funcional 1999... 216 Gráfico IV-7 Classificação Funcional 2000... 216 XI

I. ECONOMIA PORTUGUESA: EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVAS PARA 2000 I.1 Enquadramento Internacional Introdução A actividade da economia internacional evidenciou, em 1999, sinais de maior estabilidade e de melhoria, após o período conturbado da crise financeira internacional de 1997-98, consolidando, desta forma, as expectativas optimistas acerca de um crescimento mais robusto no ano 2000. De facto, dadas a recuperação das economias asiáticas, a contenção dos efeitos da crise financeira no Brasil, a manutenção do forte crescimento da economia norte-americana, e a recuperação das economias europeias e, em menor expressão, da economia japonesa, os principais riscos para o bom desempenho da actividade económica internacional parecem ter sido atenuados. Quadro I-1 Principais Indicadores da Economia Internacional PIB real Taxa de Desemprego Inflação (t.v.a) (%) (t.v.a) 1998 1999 2000 1998 1999 2000 1998 1999 2000 UE 2,6 2,1 3,0 9,9 9,2 8,6 1,7 1,3 1,8 UE-11 2,7 2,2 2,9 10,8 10,0 9,4 1,3 1,2 1,5 Alemanha 2,2 1,5 2,6 9,4 9,0 8,6 0,9 0,6 1,2 Espanha 4,0 3,6 3,6 18,7 15,7 13,9 1,9 2,3 2,2 França 3,2 2,5 2,9 11,7 11,1 10,5 0,7 0,5 1,1 Itália 1,3 1,1 2,2 11,9 11,7 11,3 1,9 1,7 1,8 Reino Unido 2,1 1,8 3,4 6,3 6,0 5,5 3,4 1,6 2,7 EUA 4,3 3,8 2,8 4,5 4,2 4,4 1,6 2,2 2,4 Japão -2,8 1,3 1,6 4,1 4,9 4,6 0,6-0,3 0,3 t.v.a: taxa de variação anual (em %) Fonte: Comissão Europeia, Previsões Económicas - Outono 1999. A Comissão Europeia estima que o PIB mundial tenha crescido a uma taxa de 3 por cento em 1999, superando a performance de 1998 (2,4 por cento), destacando-se as economias asiáticas industrializadas que terão registado um crescimento de 2,7 por cento, em face de uma quebra de 9,1 por cento no ano anterior. Para 2000, o crescimento da economia mundial previsto é 3,6 por cento. Esta aceleração da actividade deverá ocorrer na Europa, no Japão e no conjunto das economias em vias de desenvolvimento. As 1

economias da América do Norte deverão manter um crescimento significativo, mas inferior ao de 1999. Em relação ao comércio mundial, a estimativa da taxa de crescimento do volume de importações de bens e serviços mundial, em 1999, é 4,8 por cento (6 por cento em 1998), prevendo-se um crescimento de 6,3 por cento em 2000. A taxa de desemprego diminuiu em 1999 na UE e nos EUA, neste último para níveis considerados de pleno emprego, e aumentou ligeiramente no Japão; as previsões para 2000 são favoráveis, com nova redução na UE e ligeiro aumento nos EUA. A inflação baixou na UE para 1,3 por cento em 1999 e subiu nos EUA para 2,2 por cento. No Japão, o índice de preços no consumidor registou uma variação negativa de 0,3 por cento. As projecções da inflação para 2000, na UE, EUA e Japão são compatíveis com a estabilidade nominal. A UE manteve na primeira metade de 1999 a tendência de abrandamento verificada no final de 1998, principalmente devido à desaceleração das exportações. No entanto, a partir do terceiro trimestre tornaram-se evidentes os sinais da retoma do ritmo de crescimento, em sintonia com a melhoria das expectativas dos agentes económicos e das condições externas. O começo do ano de 1999 ficou marcado pela introdução do euro e a política monetária única do Eurosistema. O euro, para além de constituir uma importante mudança do regime monetário e económico para os países participantes, passou a desempenhar um papel importante no seio dos mercados cambiais e financeiros, integrando-se no grupo das principais divisas internacionais. Os EUA conheceram o nono ano consecutivo de expansão, mantendo um crescimento económico sólido e com inflação baixa. A forte dinâmica da procura interna, o significativo aumento na produtividade e a performance dos mercados bolsistas continuam a impulsionar e sustentar a actividade económica americana. As novas economias industrializadas asiáticas registaram sinais de forte recuperação. Os investidores estrangeiros recuperam gradualmente a confiança nos mercados asiáticos, constatando-se uma retoma dos fluxos de capitais e o aumento dos índices bolsistas locais. No entanto, a procura interna continua frágil; o investimento público e, em alguns países, a forte expansão das exportações, continuam a ser o principal suporte da retoma. No Brasil, as pressões sobre o real conduziram, em meados de Janeiro de 1999, ao abandono da política de desvalorização deslizante em face do 2

dólar americano, originando uma forte depreciação do real. Contudo, a crise financeira brasileira teve efeitos limitados. Após um forte aumento das taxas de juro, os mercados financeiros estabilizaram-se rapidamente e o real recuperou parcialmente o seu valor. A evolução favorável da inflação permitiu ao Banco Central do Brasil suavizar a política restritiva adoptada após a crise e evitar, desse modo, os inerentes efeitos recessivos. As últimas previsões para o crescimento económico brasileiro apontam para uma quebra de apenas 1 por cento, contra uma quebra de 3,8 por cento apontada nas projecções anteriores. Em 1999, os preços das matérias-primas não energéticas apresentaram-se, em média, 9,5 por cento abaixo dos registados em 1998, principalmente devido à forte descida dos preços dos produtos alimentares (-18 por cento). Contudo, no segundo semestre, registou-se uma recuperação do nível de preços, o qual no final do ano encontrava-se 0,7 por cento acima do verificado em Dezembro de 1998. O anúncio, em 1999, da redução das quotas de produção de petróleo pelos países membros da OPEP provocou um aumento do preço do petróleo, invertendo a tendência descendente que se vinha a observar desde o início de 1997. Em termos médios anuais, o preço spot do petróleo Brent aumentou 41,4 por cento durante o ano de 1999, estando cotado, no final de Dezembro, em 25,6 dólares por barril. Área Euro Em 1999, o ritmo de crescimento da actividade económica terá abrandado, cifrando-se as previsões da Comissão num crescimento de 2,2 por cento, comparado com um aumento de 2,7 por cento em 1998. Nos primeiros três trimestres do ano, o PIB aumentou, em média, 1,9 por cento, em termos homólogos, face ao incremento de 3 por cento verificado no mesmo período de 1998. No entanto, a partir da segunda metade do ano tornaram-se evidentes os indícios de retoma que deverá prolongar-se no ano 2000. A melhoria do indicador avançado da OCDE para a UE, o aumento do indicador de confiança dos industriais europeus e a melhoria do enquadramento externo são alguns desses indícios positivos sobre a evolução futura da economia europeia. O consumo privado e o investimento mantêm-se dinâmicos, tendo-se verificado nos primeiros três trimestres, crescimentos homólogos médios de 2,6 e 4,1 por cento, respectivamente. A procura externa, embora tenha 3

constituído o maior obstáculo à retoma da actividade europeia nos dois primeiros trimestres, registou no terceiro um forte impulso, tendo aumentado 4,2 por cento em face do período homólogo, deixando transparecer as melhorias das condições externas. 5 0-5 -10 Gráfico I-1 Indicadores de Confiança da UE (sre, vcs, %) -15-20 -25 Construção Consumidores Indústria -30 Dez-97 Fev-98 Abr-98 Jun-98 Ago-98 Out-98 Dez-98 Fev-99 Abr-99 Jun-99 Ago-99 Out-99 Dez-99 sre - saldo das respostas extremas; vcs - valores corrigidos da sazonalidade; Fonte: Comissão Europeia A produção industrial, cuja tendência no primeiro trimestre tinha sido de baixa, registou uma retoma significativa nos dois trimestres seguintes, tendo aumentado até Outubro 1,1 por cento em relação ao mesmo período de 1998. Apesar do arrefecimento da actividade na primeira metade do ano, o desemprego registou, ao longo de 1999, uma ligeira e gradual redução, atingindo no final do ano uma taxa abaixo de 10 por cento. A Comissão Europeia estima um aumento do emprego de 1,2 por cento em 1999, apenas 0,1 pontos percentuais abaixo da taxa de 1998. O défice público da área euro em 1999 é estimado em 1,6 por cento do PIB, 0,4 pontos percentuais abaixo do verificado em 1998. No entanto, o enquadramento económico menos favorável em face dos cenários que serviram de base à elaboração dos Programas de Estabilidade dos Estadosmembros poderá ter condicionado uma redução mais acentuada do défice global. Em 1999, a inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, manteve-se bastante estável, registando uma taxa média anual 4

de cerca de 1 por cento. O aumento do preço do petróleo influenciou a subida dos preços na área euro; contudo, graças à evolução mais favorável dos preços internacionais dos outros bens, nomeadamente das matérias-primas não energéticas e dos serviços, aquele efeito acabou por não ser muito pronunciado em 1999. O euro, desde o seu lançamento, em Janeiro, registou uma depreciação de 14,8 por cento em relação ao dólar, situando-se em 1,007 USD no final de Dezembro. As diferenças entre os desempenhos das economias europeia e americana justificam, em grande parte, a apreciação do dólar. A deflagração do conflito na região do Kosovo também terá contribuído para a deterioração das expectativas dos investidores acerca do euro no primeiro semestre. Em face do iene, a evolução do euro tem sido mais volátil; a partir dos finais de Julho registou-se uma depreciação mais forte que atingiu os 22 por cento no final de Dezembro. 1,19 1,16 1,13 1,1 1,07 1,04 1,01 0,98 0,95 Gráfico I-2 Taxas de Câmbio do Euro 04-01 24-01 13-02 05-03 25-03 14-04 04-05 24-05 13-06 03-07 23-07 12-08 01-09 21-09 11-10 31-10 20-11 10-12 30-12 135 130 125 120 115 110 105 100 euro/dólar (escala da esquerda) euro/iene (escala da direita) Fonte: Reuters EUA A economia americana manteve um crescimento elevado em 1999. As estimativas da Comissão para o crescimento do PIB foram revistas em alta em 1,7 pontos percentuais em face das últimas previsões de 1998, situandose em 3,8 por cento. Apesar de uma ligeira deterioração no segundo trimestre, o PIB registou um crescimento forte nos terceiro e quarto trimestres, impulsionado pelo comportamento do consumo e investimento privados. Destaca-se, em 5

particular, o dinamismo do consumo privado que, crescendo a um ritmo superior ao do rendimento disponível, dá origem a taxas de poupança historicamente baixas. As exportações, cujo crescimento tinha abrandado muito significativamente desde os finais de 1997, voltaram a registar aumentos nos últimos dois trimestres de 1999 (2,9 e 6,3 por cento). Gráfico I-3 O PIB dos EUA e principais componentes (tvh, %) 7 5 3 1-1 -3 III98 IV98 I99 II99 III99 PIB real Exportações tvh taxa de variação homóloga Fonte: Bureau of Economic Analysis (escala da direita) Consumo Privado FBCF 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 A estabilidade da taxa de desemprego, em redor dos 4,3 por cento, a elevada confiança dos consumidores e a boa performance dos mercados bolsistas proporcionam um clima favorável ao crescimento do consumo privado. Contudo, espera-se algum abrandamento, dados os três consecutivos aumentos da taxa de juro directora pelo Federal Reserve Board, com o intuito de prevenir potenciais tensões inflacionistas. Com efeito, após três aumentos de 0,25 pontos percentuais, a taxa de juro directora passou para 5,5 por cento em meados de Novembro. A inflação média anual tem-se mantido bastante estável, embora, em termos homólogos, se tenha vindo a verificar uma tendência ascendente. Em Dezembro, a taxa de inflação homóloga foi de 2,7 por cento (1,6 em Dezembro de 1998). A estabilidade dos preços deriva principalmente da evolução favorável dos preços das matérias-primas não energéticas, da apreciação do dólar face às moedas estrangeiras, e do significativo aumento da produtividade na indústria (6,2 por cento, em termos homólogos, nos três 6

primeiros trimestres) que se traduziu numa redução dos custos unitários de trabalho. As taxas de juro de longo prazo apresentaram uma tendência ascendente, tendo a yield das Obrigações do Tesouro a 10 anos aumentado 1,8 pontos percentuais em 1999, passando para 6,442 por cento no final de Dezembro último. Japão A Comissão Europeia reviu em alta as suas projecções para o crescimento do PIB nipónico, estimando um aumento de 1,3 por cento para o ano de 1999, face à anterior previsão de uma redução do PIB em 1,3 por cento. Com efeito, vários indícios parecem anunciar que o Japão terá ultrapassado o ponto mais baixo da crise: o incremento do indicador avançado do Japão publicado pela OCDE, a desaceleração na queda da produção industrial, o aumento de confiança dos consumidores, as opiniões menos pessimistas dos industriais e o aumento dos índices bolsistas. No segundo e terceiro trimestres deste ano, pela primeira vez desde o último trimestre de 1997, o Japão registou um crescimento homólogo do PIB positivo (0,7 e 1,1 por cento). A principal contribuição proveio do incremento do consumo e investimento públicos. O investimento privado continuou a diminuir face ao período homólogo, embora a ritmo inferior. A fim de estimular a economia e sustentar o processo de recuperação, foi anunciado no final do ano, um novo pacote orçamental de investimento público no valor de 175 mil milhões de dólares. 7

I.2 Economia Portuguesa O sucesso da introdução do euro, em 1 de Janeiro de 1999, constitui um marco histórico na construção europeia, criando novas oportunidades de crescimento sustentado na União Europeia. O novo regime económico em que Portugal, como membro fundador, está inserido, é caracterizado por níveis crescentes de competitividade em termos de custos, inovação, qualidade, adaptabilidade, gestão, etc. O sucesso da participação portuguesa no euro depende do processo de modernização do tecido empresarial e das instituições, permitindo respostas céleres em face das mutações dos padrões da procura e dos novos desafios. Assim, a consolidação e o desenvolvimento das empresas nacionais, fundamentais para a convergência real, exigem ajustamentos, modernização e simplificação das estruturas ou instituições existentes, que regem os mercados de bens, serviços e capitais. A prossecução das reformas económicas potenciará a eficácia das políticas de estabilidade macro-económica. As transformações estruturais em curso permitirão um novo dinamismo da actividade económica, criador de empregos sustentáveis e de qualidade e gerador de recursos necessários para o reforço da coesão social. O aprofundamento da coesão social, sustentado pelo processo de concertação, contribuirá para a reestruturação e modernização da economia portuguesa, acelerando a implementação das reformas nos mercados de bens, serviços, capitais e do trabalho. Desta forma será possível gerir a transição para o século XXI e tirar melhor partido das oportunidades da sociedade de informação e do conhecimento. Portugal integra o grupo fundador do euro, culminando com sucesso a política de convergência, traduzida no pleno cumprimento dos critérios estabelecidos no Tratado de Maastricht para a qualificação dos Estadosmembros da UE na terceira fase da União Económica e Monetária. A credibilidade do euro reforçou a eficácia das políticas na área euro, contribuindo assim para a estabilização das economias europeias face às recentes crises financeiras internacionais, e constituindo-se, portanto, um factor positivo na estabilização da economia internacional. A economia portuguesa registou em 1999 um crescimento significativo, não obstante o abrandamento da actividade após a forte expansão em 1998, associada à conclusão da Expo98 e das obras públicas de grande envergadura e à menor performance da economia mundial. No entanto, o crescimento continua elevado, de cerca de 3,1 por cento, 1 ponto percentual 8

acima da média da zona euro, garantindo assim a continuação do processo de convergência real face à economia europeia. 1,0 Gráfico I-4 Indicador Coincidente da Actividade (série alisada e normalizada) 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0-0,2-0,4-0,6-0,8 95 II III IV 96 II III IV 97 II III IV 98 II III IV 99 II III IV Fonte: Ministério das Finanças A conjuntura actual da economia portuguesa caracteriza-se pela aceleração da actividade iniciada no segundo semestre de 1999 (ver Gráfico I-4), impulsionada pela boa performance da indústria transformadora. Os indicadores prospectivos disponíveis sugerem um ritmo de crescimento mais forte nos próximos meses. A inflação, medida pelo Índice de Preços no Consumidor, registou no conjunto do ano, um valor de 2,3 por cento, 0,5 pontos percentuais abaixo do verificado em 1998. De referir o comportamento fortemente irregular de alguns preços, designadamente de produtos alimentares não transformados e energéticos. A diminuição da inflação observou-se em paralelo com uma desaceleração da procura interna. O emprego, por sua vez, continua a aumentar, sendo o segmento dos trabalhadores por conta de outrém sem contrato permanente o que registou mais forte crescimento. A taxa de desemprego manteve a tendência descendente, sendo de 4,2 por cento no terceiro trimestre. A redução mais elevada verificou-se nos desempregados à procura do primeiro emprego. O aumento dos salários nominais implícitos na contratação colectiva de trabalho foi de cerca de 3,4 por cento (3,2 por cento em 1998), o que permitiu sustentar novos ganhos reais dos salários. 9

Relativamente às finanças públicas, registo para um forte crescimento das receitas fiscais e das contribuições para a Segurança Social. As medidas de consolidação entretanto adoptadas permitirão assegurar uma trajectória do défice global e da dívida pública, em percentagem do PIB, compatível com os compromissos assumidos no quadro do Pacto de Estabilidade e Crescimento. I.2.1 Procura No ano de 1999 registou-se uma desaceleração da procura interna, mantendo-se, no entanto, acima do crescimento do PIB, com uma taxa de 4,5 por cento. Este desenvolvimento decorre da desaceleração conjunta dos diversos componentes. A nível externo, observou-se uma desaceleração generalizada das trocas, influenciada pelos efeitos das recentes crises internacionais e da acres +cida concorrência internacional nos mercados terceiros. Quadro I-2 Despesa Nacional (taxas de crescimento em volume, em %) 1998 e 1999 e Consumo Privado 5,2 4,6 Consumo Público 3,2 3,0 Investimento (FBCF) 9,8 6,3 Procura Interna 6,1 4,5 Exportações 8,7 3,3 Procura Global 6,7 4,2 Importações 13,8 7,2 PIB 4,0 3,1 e - estimativa Fonte: Ministério das Finanças O consumo privado apresentou, no passado recente, uma dinâmica menos acentuada, apesar do significativo aumento do rendimento real, associado ao crescimento do emprego e de salários reais (cerca de 2,5 por cento) e taxas de juro relativamente baixas. O endividamento das famílias continua a aumentar, associado à aceleração do consumo de certos bens no passado recente, que poderá no quadro de estabilização desse endividamento contribuir para uma menor expansão do consumo privado no corrente ano. 10

Gráfico I-5 Indicadores de Consumo 15 10 5 0-5 -10-15 -20 Jan/96 Jul/96 Jan/97 Jul/97 Jan/98 Jul/98 Jan/99 Jul/99 0-5 -10-15 -20 Volume de Vendas no Comércio a Retalho (sre-vcs, MM3M, em %) [escala da esquerda] Indicador de Confiança (sre-vcs, MM3M, em %) [escala da direita] Indicador de Confiança (nível médio anual dos sre) [escala da direita] sre - saldo das respostas extremas; vcs - valores corrigidos da sazonalidade; mm3m - média móvel dos últimos 3 meses. Fonte: INE Não obstante a confiança dos consumidores apresentar níveis médios bastante semelhantes aos verificados no ano anterior, e elevados em termos de ciclo económico, alguns indicadores evidenciam sinais de abrandamento, com especial ênfase no segundo semestre de 1999. Contudo, o consumo apresenta ainda uma taxa de crescimento elevada, associada ao elevado aumento do crédito bancário a particulares para consumo, bem como o crescimento registado pelas importações de bens de consumo. Por sua vez, o investimento, apesar de evidenciar alguma desaceleração devido à inversão dos efeitos positivos derivados de factores temporários, como a Expo98, mantém um elevado dinamismo na componente da construção habitacional, impulsionada pela continuação da forte expansão do crédito à aquisição de habitação. O investimento em máquinas registou um abrandamento, nomeadamente, nas importações de bens de equipamento e nas vendas de veículos comerciais ligeiros. 11

40 Gráfico I-6 Indicadores de Investimento 40 30 30 20 20 10 10 0 0-10 Jan/97 Jul/97 Jan/98 Jul/98 Jan/99 Jul/99-10 Importações de Bens de Equipamento excluindo Material de Transporte (val.acumul., tvh, em %) Vendas de Cimento (tvh, MM3M, em %) Vendas de Veículos Comerciais Ligeiros (tvh, MM3M, em %) sre - saldo das respostas extremas; vcs - valores corrigidos da sazonalidade; mm3m - média móvel dos últimos 3 meses. Fonte: INE, SECIL, CIMPOR e ACAP O investimento em máquinas registou um abrandamento, facto observável, nomeadamente, na evolução das importações de bens de equipamento, que não material de transporte, e das vendas de veículos comerciais ligeiros. O investimento em construção abrandou em 1999, em linha com a evolução do segmento das obras públicas, onde se registou um continuado decréscimo do valor dos trabalhos realizados, bem como da adjudicação de novas empreitadas. O segmento da construção habitacional, por seu lado, manteve a dinâmica que o tem vindo a caracterizar nos dois últimos anos, o que continua a estar associado à forte expansão do crédito à habitação. O comércio externo, reflectindo a conjuntura, tanto interna como externa, abrandou em 1999. As importações de bens e serviços, reflectindo a desaceleração da procura interna, cresceram cerca de 7,2 por cento (13,8 por cento em 1998). Nos primeiros nove meses, as importações de bens de equipamento, sobretudo o material de transporte, mantiveram taxas de crescimento elevadas, tendo-se verificado uma forte desaceleração das importações de bens de consumo em face do período homólogo. Por seu turno, em 1999, as exportações de bens e serviços cresceram cerca de 3,3 por cento (8,7 por cento em 1998), reflectindo o abrandamento 12

da actividade económica nos principais mercados internacionais. No sector do turismo, a actividade manteve um dinamismo semelhante ao verificado em 1998. Considerando o ritmo mais acelerado estimado para as exportações, em relação às importações, o contributo da procura externa líquida para o crescimento do produto em 1999 (-1,8 por cento) é menos negativo que no ano precedente (-2,6 por cento). I.2.2 Oferta A actividade económica apresentou em 1999 alguns sinais de abrandamento na maioria dos sectores, principalmente no da construção e obras públicas. A actividade na Indústria abrandou em 1999, resultante do menor ritmo de crescimento da procura, tanto interna como externa. No terceiro trimestre, a produção industrial registou uma inversão desta tendência, consolidando o crescimento, embora ainda a um ritmo menos dinâmico que o do ano anterior. Contudo, as perspectivas relativamente à actividade no futuro mantêm-se optimistas. A taxa de utilização da capacidade produtiva na indústria transformadora não se alterou relativamente a 1998, situando-se nos 81 por cento. 120 Gráfico I-7 Índice de Produção Industrial Indústria Transformadora (1995=100) 110 Tendência 100 Série ajustada* 90 Jan/90 Jul Jan/91 Jul Jan/92 Jul Jan/93 Jul Jan/94 Jul Jan/95 Jul Jan/96 Jul Jan/97 Jul Jan/98 Jul Jan/99 Jul * Dessazonalisada e alisada. Fonte: INE, DGEP 13

A indústria transformadora registou, no final do terceiro trimestre, um acréscimo do índice de produção (0,4 por cento). Por tipo de bens, neste mesmo período, registaram-se decréscimos de 1,8 por cento e de 3,8 por cento nas indústrias produtoras, respectivamente, de bens de consumo e de bens de investimento, e um aumento de 6,7 por cento na indústria produtora de bens intermédios. Contudo, mantêm-se optimistas as perspectivas relativamente a um aumento de produção. Na Construção e Obras Públicas, manteve-se o abrandamento do ritmo de crescimento, principalmente devido à evolução das obras públicas e da construção de edifícios não residenciais, já que a actividade no subsector da construção residencial permaneceu forte. Relativamente ao Comércio, este sector apresentou algum dinamismo, tendo, no caso do comércio por grosso, sido registado uma apreciação muito positiva, por parte dos comerciantes, do volume de vendas, e uma apreciação mais moderada, e ligeiramente negativa, relativamente à actividade; as perspectivas de actividade futura são igualmente positivas e superiores às do período homólogo. Por seu lado, no caso do comércio a retalho, o volume de vendas, de acordo com as opiniões expressas pelos comerciantes, aumentou; as perspectivas de aumento de volume de vendas são optimistas, ainda que inferiores às do período homólogo de 1998. Os resultados relativos à actividade do sector dos Serviços Prestados às Empresas são bastante favoráveis, ainda que provavelmente inferiores aos verificados em 1998. A Estrutura Industrial Portuguesa Entre 1979 e 1999 (estimativa), assistiu-se a uma perda de importância dos sectores Têxtil e couro e Metalurgia de base... no VAB industrial em oposição a uma maior importância do sector Produtos petrolíferos.... Em 1999, o sector Produtos petrolíferos... era o de maior peso no VAB industrial, seguido da Metalurgia de base..., do Têxtil e couro e da Alimentação, bebidas e tabaco. Em 1995, cerca de 95 por cento das empresas industriais estavam classificadas como PME s, grande parte das quais pertencia aos sectores Têxtil e couro e Metalurgia de base... ; a maioria das grandes empresas pertencia aos sectores Alimentação, bebidas e tabaco e Metalurgia de base... ; têm ainda alguma importância entre as grandes empresas os sectores Têxtil e couro e Produtos petrolíferos.... Em ambos os tipos de empresas predominava a indústria tradicional, sendo relativamente maior o peso da indústria tradicional no grupo das grandes empresas. 14

Gráfico I-8 VAB a pm Em percentagem 1999e 1995 1990 1979 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Extractiva Alimentação, bebidas e tabaco Texteis e couro Madeira e cortiça Papel, pasta e edições Produtos petrolíferos, Combústíveis nucleares, Químicos, Fibras sintéticas e artificiais, Borracha, Plásticos Produtos não metálicos Metalurgia de base, Produtos metálicos, Máquinas e equipamento, Material de transporte Outros Fonte: INE Relativamente ao emprego, em 1997 a maior parte do pessoal ao serviço encontra-se afecto ao sector Têxtil e couro. Este sector perdeu importância relativa desde 1990, ganha pelos sectores Metalurgia de base... e Alimentação, bebidas e tabaco. Gráfico I-9 Pessoal ao serviço por sector (indústria) Em percentagem 1997 1990 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% E xtractiva Alimentação, bebidas e tabaco T êxteis e couro M adeira e cortiça Papel, pasta e edições C oque, P rodutos petrolíferos refinados, C om bus tíveis nucleares, Q uím ic os, F ibras s intétic as e artificiais, B orrac ha, P lás ticos Produtos não metálicos M etalurgia de base, P rodutos m etálic os, M áquinas e equipam ento, M aterial de transporte Outros Fonte: INE 15

Entre 1989 e 1996, para o total da economia, registou-se um decréscimo para metade da proporção de pessoas com habilitações inferiores ao 4º ano de escolaridade, as quais, no entanto, ainda representam cerca de 40 por cento do total, e um acréscimo em 25 por cento da proporção de pessoas com habilitações superiores ao 9º ano. Aumentaram igualmente as proporções de pessoas com o 6º ano e com o 9º ano. Em relação à antiguidade, entre 89 e 96, verificou-se uma clara redução de pessoal com 10 ou mais anos de permanência dentro da empresa para o total da economia; a proporção de pessoal com menos de cinco anos de permanência na empresa manteve-se praticamente inalterada, tendo aumentado, ainda que ligeiramente, dentro deste estrato, a proporção de pessoal com permanência inferior a um ano. Existe, assim, alguma evidência de maior rotatividade do pessoal ao serviço das empresas. REFORMAS ECONÓMICAS O Relatório de Cardiff 1999 No Conselho Europeu de Cardiff, realizado em Junho de 1998, ficou acordado que, no final de cada ano, a Comissão e os Estados Membros deveriam elaborar breves relatórios sobre as reformas nos mercados de bens e serviços e de capitais. Estes documentos fazem parte do processo de acompanhamento multilateral das economias dos Estados Membros e são usados na preparação das Grandes Linhas de Orientação da Política Económica. O relatório síntese deste processo é apresentado ao Conselho. No final de Novembro, Portugal enviou à Comissão o 2º Relatório, correspondente ao ano de 1999. Portugal está fortemente empenhado na construção europeia e os sucessos até agora alcançados com a integração na União constituem um estímulo para prosseguir com a convergência estrutural da economia portuguesa para os melhores padrões da Europa. Para tal é necessário continuar a construir uma economia moderna e competitiva ao serviço do desenvolvimento e do emprego. A melhoria da qualificação dos recursos humanos em preparação para a globalização da economia é, neste contexto, um objectivo fundamental, sendo necessário realizar um conjunto de transformações estruturais, nomeadamente na educação e formação profissional. A promoção da qualificação dos recursos humanos será implusionada através da garantia de uma educação de base para todos, da expansão da educação pré-escolar, do combate à exclusão da vida escolar, da revisão curricular e organizativa, da expansão do programa de computadores nas escolas e da criação de uma rede de oferta de educação e formação para os jovens. Por outro lado a globalização exige medidas que promovam a competitividade das empresas, a modernização da organização do trabalho e do emprego e difundam o comércio electrónico e os novos segmentos da economia digital. Para atingir estes objectivos é necessário incentivar e promover a utilização da transferência de dados entre os serviços públicos, lançar um processo nacional de formação e certificação de competências básicas em tecnologias da informação, promover a disponibilização, através da Internet, de toda a informação emitida por entidades públicas, incentivar a utilização do correio electrónico, implementar o primeiro Plano Nacional das Auto- Estradas da Informação e consolidar e reorientar as infra-estruturas de apoio à actividade empresarial. 16

No âmbito do apoio às PMEs (Pequenas e Médias Empresas) serão adoptadas medidas para melhorar as condições de acesso ao financiamento e aos concursos públicos que serão difundidas por meios electrónicos, o que facilitará a disseminação da informação e promoverá a participação das PMEs nestes concursos. Portugal continuará a desenvolver, de forma intensiva, as suas infra-estruturas, de acordo com as normas ambientais comunitárias, melhorando, assim, as condições para que os operadores económicos e os agentes em geral possam exercer as suas actividades mais eficientemente. Neste âmbito, têm estado a ser desenvolvidos acordos de parceria entre o Estado e o sector privado, que já possibilitaram o desenvolvimento de projectos ferroviários e rodoviários, nomeadamente a concessão em regime SCUT (sem cobrança ao utilizador) de auto-estradas. A eficiência da Administração Pública é um factor muito importante para promover a competitividade da economia. Nesta área é prioritário continuar o processo de simplificação administrativa, proceder à reavaliação das missões do Estado e redefinir as suas fronteiras institucionais. Na área da Justiça pretende-se melhorar os procedimentos relativos à dissolução de empresas, completar os programas de infra-estruturas judiciais e adoptar novas formas de gestão dos tribunais. Na Saúde os objectivos passam por criar um novo instituto público de financiamento com a função específica de gestão financeira global, autonomizar a gestão dos hospitais, dos centros de Saúde e dos sistemas locais de saúde e fazer a clarificação entre actividades públicas e privadas. A política de privatizações prosseguirá, através da definição de um programa plurianual que estabelecerá um quadro de referência e respectivo calendário. I.2.3 Mercado de Trabalho A informação disponível para 1999 sugere a continuação do dinamismo do mercado de trabalho observado no ano anterior. O emprego deverá ter crescido cerca de 2 por cento e o desemprego continuou a diminuir significativamente. A evolução do mercado de trabalho foi bastante positiva em 1999 com o emprego a aumentar pelo quarto ano consecutivo. O aumento da taxa de participação da população activa, da taxa de emprego e dos salários reais bem como a redução do desemprego são indicadores que atestam bem os progressos obtidos nesta área. De acordo com os dados do Inquérito ao Emprego, nos três primeiros trimestres de 1999, a taxa de actividade aumentou 0,6 pontos percentuais relativamente ao período homólogo do ano anterior, situando-se em 50,6 por cento. Este aumento da taxa de actividade foi acompanhado por um aumento no emprego e por uma diminuição no desemprego. O emprego total, nos três primeiros trimestres de 1999, registou um crescimento de 1,9 por cento em face de idêntico período do ano anterior. 17

Para a variação positiva verificada no emprego total contribuiu o crescimento de 3,5 por cento do emprego por conta de outrém, dado que o emprego por conta própria registou uma variação negativa de 2,1 por cento. O aumento do emprego por conta de outrém foi patente quer no número de trabalhadores com contratos não permanentes (12,6 por cento), quer no número de trabalhadores com contratos permanentes (1,6 por cento). Gráfico I-10 Contribuições para a variação do Emprego, segundo a Situação na Profissão Três primeiros trimestres de 1999 2,0 1,5 Pontos Percentuais 1,0 0,5 0,0-0,5-1,0 Total Conta de outrém (não permanente) Conta de outrém (permanente) Fonte: INE; Inquérito Trimestral ao Emprego Conta própria Outros A decomposição da variação do emprego por sectores, nos três primeiros trimestres de 1999, permite verificar que os sectores dos serviços e da construção contribuíram positivamente para o crescimento do emprego total, com aumentos de, respectivamente, 4,8 e 5,4 por cento, enquanto que na agricultura e pescas e na indústria se registaram decréscimos de 5,0 e 2,1 por cento, respectivamente. O desemprego total, nos três primeiros trimestres de 1999, registou uma redução de 9,7 por cento face a idêntico período do ano anterior. A diminuição do desemprego resultou dos decréscimos de 7,2 e 21,6 por cento, verificados, respectivamente, no número de desempregados que procuram novo emprego e no número de desempregados à procura de primeiro emprego. Esta evolução permitiu a continuação da descida da taxa de desemprego, que no terceiro trimestre de 1999 se fixou em 4,2 por cento, que compara com 4,7 por cento no trimestre homólogo. No terceiro trimestre de 1999 a taxa de desemprego das mulheres desceu para 4,8 por cento, 0,2 pontos percentuais abaixo da registada no trimestre anterior (6 por cento no trimestre 18

homólogo). A taxa de desemprego dos homens situa-se em 3,8 por cento, inferior em 0,3 pontos percentuais à registada no trimestre anterior (3,6 por cento no trimestre homólogo). A taxa de desemprego dos jovens (15 a 24 anos) desceu para 8,2 por cento, no terceiro trimestre de 1999, o que compara com 9,0 por cento no trimestre anterior e com 9,9 por cento no trimestre homólogo. O maior dinamismo do mercado de trabalho tem-se reflectido, também, na redução da proporção do desemprego de longa duração relativamente ao total. No terceiro trimestre de 1999, o peso do desemprego de longa duração no desemprego total foi de 33,1 por cento, inferior em 9 pontos percentuais ao verificado no trimestre homólogo de 1998. Fluxos de Mão-de-Obra O comportamento do mercado de trabalho português no passado recente tem reflectido uma forte sensibilidade à evolução cíclica da economia. Na literatura económica a relação entre desemprego e produto é apresentada como uma interpretação da lei de Okun. De acordo com esta última, a taxa de desemprego tenderá a aumentar (diminuir) quando o produto se encontra abaixo (acima) da sua tendência de longo prazo. Vários estudos empíricos sugerem que em Portugal se tem verificado uma relação de Okun estável desde meados da década de 80. O actual ciclo de crescimento tem evidenciado, mais uma vez, o carácter contracíclico da taxa de desemprego. A par de uma forte expansão da actividade económica verificada nos últimos anos, tem-se observado, com o desfasamento temporal com que geralmente o crescimento se transmite ao mercado de trabalho, um elevado crescimento do emprego e uma redução substancial da taxa de desemprego. No entanto, a taxa de desemprego é um indicador sintético do mercado de trabalho, que pode ter por base várias relações possíveis de comportamento da respectiva procura e oferta. Tal como é característico das fases iniciais de recuperação da actividade económica, também no início do presente ciclo económico se assistiu a um aumento das expectativas de encontrar emprego, o que se traduziu no encorajamento da população inactiva em procurar activamente uma ocupação. Deste modo, verificou-se um forte movimento de entrada de mão-de-obra na população activa, quando o ritmo de crescimento económico ainda não permitia que no mercado de trabalho a procura se expandisse tão fortemente quanto a oferta, o que provocou um aumento do desemprego e da respectiva taxa. O fluxograma seguinte, que representa os movimentos de mão-de-obra entre emprego, desemprego e inactividade registados em 1995, tendo por referência a situação perante o trabalho um ano antes, evidencia bem esta fase do ciclo. De facto, nesse ano apesar de se ter verificado um saldo líquido positivo do emprego de 23,8 mil pessoas, registou-se um saldo líquido positivo no desemprego de 53,6 mil pessoas, provenientes na sua maioria da inactividade, onde se verificou um saldo negativo de 77,4 mil pessoas. 19

Gráfico I-11 Fluxos de mão-de-obra em 1995 (milhares) Inactividade -77,4 28,5 48,9 Emprego +23,8 4,7 Desemprego +53,6 Fonte: Ministério das Finanças, com base no Inquérito ao Emprego 1995 do INE (quadro 29-Continente). Na fase actual do ciclo, o forte ritmo de crescimento económico imprime um maior dinamismo ao mercado de trabalho, com a procura de trabalho a expandir-se de forma suficientemente forte para absorver grande parte do aumento de oferta verificado, proveniente quer do desemprego, quer da inactividade, permitindo uma diminuição da taxa de desemprego. A análise dos fluxos em 1998 relativamente à situação verificada um ano antes, corrobora o comportamento acima descrito. Nesse ano registaram-se saldos líquidos negativos na inactividade e no desemprego, de 34,9 e 72,7 mil pessoas, respectivamente, enquanto que no emprego se verificou um saldo líquido positivo de 107,6 mil pessoas. Gráfico I-12 Fluxos de mão-de-obra em 1998 (milhares) Inactividade -34,9 45,5 10,6 Emprego +107,6 62,1 Desemprego -72,7 Fonte: Ministério das Finanças, com base no Inquérito ao Emprego 1998 do INE (quadro 4-Portugal). Nos três primeiros trimestres de 1999, e em consonância com algum abrandamento do crescimento económico, os movimentos de mão-de-obra foram menos dinâmicos, continuando no entanto a evidenciar um comportamento bastante favorável. Concretamente, verificaram-se saldos líquidos negativos para o desemprego e para a inactividade de 47 e 32,3 mil pessoas, respectivamente, enquanto que o emprego apresentou um saldo líquido positivo de 79,3 mil pessoas. 20