CAPITULO 3 O DESENVOLVIMENTO INRANTIL NA PERSPECTIVA SOCIOINERACIONISTA: PIAGET, VYGOTSKY, WALLON



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Transcrição:

CAPITULO 3 O DESENVOLVIMENTO INRANTIL NA PERSPECTIVA SOCIOINERACIONISTA: PIAGET, VYGOTSKY, WALLON Piaget, Vygotsky e Wallon tentaram mostrar que a capacidade de conhecer e aprender se constrói a partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio. As teorias sociointeracionistas concebem, portanto, o desenvolvimento infantil como um processo dinâmico, pois as crianças não são passivas, meras receptoras das informações que estão à sua volta. Através do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente, bem como através da interação com outras crianças e adultos, as crianças vão desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade e a auto-estima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem. A articulação entre os diferentes níveis de desenvolvimento (motor, afetivo e cognitivo) não se dá de forma isolada, mas sim de forma simultânea e integrada. Embora nem sempre concordantes em todos os aspectos, os estudos desses teóricos têm possibilitado uma nova compreensão do desenvolvimento infantil, influenciando de forma importante as ações em muitas das escolas infantis brasileiras. 1 No entanto, é preciso ter claro que a compreensão de infância, criança e desenvolvimento tem passado por inúmeras transformações, principalmente a partir do final do século passado. O avanço de determinadas áreas do conhecimento como a medicina, a biologia e a psicologia, bem como a vasta produção das ciências sociais nas últimas décadas (sociologia, antropologia, pedagogia, etc.) produziram importantes modificações na forma de pensar e agir em relação à criança pequena. Devemos considerar que as teorias científicas são produzidas a partir de certas condições de possibilidade (políticas, económicas, culturais) que vão favorecer sua difusão. Tais teorias também podem sofrer alterações com o passar do tempo. O importante é não entendê-las como verdades definitivas, pois teorias que se pretendem científicas devem ser passíveis de questiona-mentos, sujeitas, portanto, a transformações. Passarei agora a apontar, ainda que brevemente, alguns dos principais pontos do pensamento de Wallon, Vygotsky e Piaget. Henri Wallon (1879-1962), médico francês, desenvolveu vários estudos na área da neurologia, enfatizando a plasticidade do cérebro. Wallon propôs o estudo integrado do desenvolvimento infantil, contemplando os aspectos da afetividade, da motricidade e da inteligência. Para ele, o desenvolvimento da inteligência depende das experiências oferecidas pelo meio e do grau de apropriação que o sujeito faz delas. Neste sentido, os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem, bem como os conhecimentos presentes na cultura contribuem efetivamente para formar o contexto de desenvolvimento. Wallon assinala que o desenvolvimento se dá de forma descontínua, sendo marcado por rupturas e retrocessos. A cada estágio de desenvolvimento infantil há uma reformulação e não simplesmente uma adição ou reorganização dos estágios anteriores, ocorrendo também um tipo particular de interação entre o sujeito e o ambiente: Estágio impulsivo-emocional (1 a ano de vida): nesta fase predominam nas crianças as relações emocionais com o ambiente. Trata-se de uma fase de construção do sujeito, em que a atividade cognitiva se acha indiferenciada da atividade afetiva. Nesta fase vão sendo desenvolvidas as condições sensório-motoras (olhar, pegar, andar) que permitirão, ao longo do segundo ano de vida, intensificar a exploração sistemática do ambiente. Estágio sensório-motor (um a três anos, aproximadamente): ocorre neste período uma intensa exploração do mundo físico, em que predominam as relações cognitivas com o meio. A criança desenvolve a inteligência prática e a capacidade de simbolizar. No final do segundo ano, a fala e a conduta representativa (função simbólica) confirmam uma nova relação com o real, que emancipará a inteligência do quadro perceptivo mais imediato. Ou seja, ao falarmos a palavra "bola", a criança reconhecerá imediatamente do que se trata, sem que precisemos mostrar o objeto a ela. Dizemos então que ela já adquiriu a capacidade de simbolizar, sem a necessidade de visualizar o objeto ou a situação a qual estamos nos referindo. Personalismo (três aos seis anos, aproximadamente): nesta fase ocorre a construção da consciência de si, através das interações sociais, dirigindo o interesse da criança para as pessoas, predominando assim as relações afetivas. Há uma mistura afetiva e pessoal, que refaz, no plano do pensamento, a indiferenciação inicial entre inteligência e afetividade. Estágio categorial (seis anos): a criança dirige seu interesse para o conhecimento e a conquista do mundo exterior, em função do progresso intelectual que conseguiu conquistar até então. Desta forma, ela imprime às suas relações com o meio uma maior visibilidade do aspecto cognitivo. Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), estudioso russo na área de história, literatura, filosofia e psicologia, teve uma intensa produção teórica, apesar de ter morrido ainda muito jovem. Para este autor, o funcionamento psicológico estrutura-se a partir das relações sociais estabelecidas entre o indivíduo e o mundo exterior. Tais relações ocorrem dentro de um contexto histórico e social, no qual a cultura desempenha um papel fundamental, fornecendo ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade. Isto permite construir uma certa ordem e uma interpretação do mundo real. Desta forma, o desenvolvimento psicológico não pode ser visto como um processo abstrato, descontextualizado ou universal. Vygotsky afirma que a relação dos indivíduos com o mundo não é direta, mas mediada por sistemas simbólicos, em que a linguagem ocupa um papel central, pois além de possibilitar o intercâmbio entre os

indivíduos, é através dela que o sujeito consegue abstrair e generalizar o pensamento. Ou seja, "a linguagem simplifica e generaliza a experiência, ordenando as instâncias do mundo real, agrupando todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, eventos, situações, sob uma mesma categoria conceituai cujo significado é compartilhado pêlos usuários dessa linguagem" (Oliveira, 1993, p. 27). O uso da linguagem como instrumento de pensamento supõe um processo de internalização da linguagem, que ocorre de forma gradual, completando-se em fases mais avançadas da aquisição da linguagem. Para Vygotsky, primeiro a criança utiliza a fala socializada, para se comunicar. Só mais tarde é que ela passará a usá-la como instrumento de pensamento, com a função de adaptação social. Entre o discurso socializado e o discurso interior há a fala egocêntrica, que é utilizada como apoio ao planejamento de sequências a serem seguidas, auxiliando assim na solução de problemas. Esta é a principal divergência entre Piaget e Vygotsky. Em Piaget é exatamente ao contrário, isto é, a fala egocêntrica seria uma transição entre estados mentais individuais não-verbais, de um lado, e o discurso socializado e o pensamento lógico, de outro. Tanto para Piaget quanto para Vygotsky, o discurso egocêntrico é entendido como um transição, no entanto, entre processos diferentes. Vygotsky observa que a criança apresenta em seu processo de desenvolvimento um nível que ele chamou de real e outro potencial. O nível de desenvolvimento real refere-se a etapas já alcançadas pela criança, isto é, a coisas que ela já consegue fazer sozinha, sem a ajuda de outras pessoas. Já o nível de desenvolvimento potencial diz respeito à capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de outros. Há atividades que a criança não é capaz de realizar sozinha, mas poderá conseguir caso alguém lhe dê explicações, demonstrando como fazer. Essa possibilidade de alteração no desempenho de uma pessoa pela interferência da outra é fundamental em Vygotsky. Para este autor, a zona de desenvolvimento proximal ou potencial consiste na distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. Cabe à escola fazer a criança avançar na sua compreensão do mundo a partir do desenvolvimento já consolidado, tendo como meta etapas posteriores, ainda não alcançadas. O papel do/a professor/a consiste em intervir na zona de desenvolvimento proximal ou potencial dos/as alunos/as, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. Vygotsky enfatiza a importância do brinquedo e da brincadeira dofaz-de-conta para o desenvolvimento infantil. Por exemplo, quando a criança coloca várias cadeiras uma atrás da outra dizendo tratar-se de um trem, percebe-se que ela já é capaz de simbolizar, pois as cadeiras enfileiradas representam uma realidade ausente, ajudando a criança a separar objeto de significado. Tal capacidade representa um passo importante para o desenvolvimento do pensamento, pois faz com que a criança se desvincule das situações concretas e imediatas sendo capaz de abstrair. Para Vygotsky a imitação é uma situação muito utilizada pelas crianças, porém não deve ser entendida como mera cópia de um modelo, mas uma reconstrução individual daquilo que é observado nos outros. Desta forma, é importante salientar que crianças também aprendem com crianças, em situações informais de aprendizado, por exemplo. É comum vermos o quanto as crianças aprendem a montar e desmontar brinquedos, ou mesmo a andar de bicicleta ou de patins, a partir da observação de outros/as colegas. Jean Piaget (1896-1980), biólogo e epistemólogo suíço, construiu sua teoria ao longo de mais de 50 anos de pesquisa. A preocupação central de Piaget era descobrir como se estruturava o conhecimento. A teoria piagetiana afirma que conhecer significa inserir o objeto do conhecimento em um determinado sistema de relações, partindo de uma ação executada sobre o referido objeto. Tal processo envolve, portanto, a capacidade de organizar, estruturar, entender e posteriormente, com a aquisição da fala, explicar pensamentos e ações. Desta forma, a inteligência vai-se aprimorando na medida em que a criança estabelece contato com o mundo, experimentando-o ativamente. Por exemplo: ao pegar um objeto, o bebé tem oportunidade de explorar e observar de forma atenta, percebendo suas propriedades (tamanho, cor, textura, cheiro, etc) e, aos poucos, vai estabelecendo relações com outros objetos. Tal experiência é fundamental para seu processo de desenvolvimento. Piaget observa que o desenvolvimento pode ser compreendido a partir dos seguintes estágios: Estágio sensório-motor (zero a dois anos aproximadamente): esta etapa é caracterizada por atividades físicas que são dirigidas a objetos e situações externas. Quando a criança adquire a marcha e a linguagem, as atividades externas desenvolvem uma dimensão interna importante, pois toda a sua experiência vai sendo representada mentalmente. A partir da aquisição da linguagem, inicia-se uma socialização efetiva da inteligência. A criança pequena tem extrema dificuldade em se colocar no ponto de vista do outro, fato que a impede de estabelecer relações de reciprocidade. Estágio pré-operacional (por volta dos dois aos seis-sete anos): nesta fase a criança vai construindo a capacidade de efetuar operações lógico-matemáti-cas (seriação, classificação). Ela aprende, por exemplo, a colocar objetos do menor para o maior, a separá-los por tamanho, cor, forma, etc. Embora a inteligência já seja capaz de empregar símbolos e signos, ainda lhe falta a reversibilidade, ou seja, a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de alguma transformação efetuada sobre os objetos (por exemplo, a ausência de conservação da quantidade quando se passa o líquido de um copo mais largo para um outro recipiente mais estreito). Tal reversibilidade será construída nos períodos operatório concreto e formal. A criança torna-se capaz de desenvolver operações concretas de caráter infra-lógico, tais como as conservações físicas (conservação de quantidade de matéria, de peso, de volume) e a constituição do espaço (conservações de comprimento, superfície, perímetro, horzontais e verticais). Nos estágios seguintes - operacional concreto (dos sete aos 11 anos aproximadamente) e operacional abstraio (12 anos em diante) - a criança adquire a capacidade de pensar abstratamente, criando teorias e concepções a respeito do mundo que a cerca.

QUAL O PAPEL DO/A PROFISSIONAL DA ESCOLA INFANTIL? A perspectiva teórica do sociointeracionismo destaca o papel do adulto frente ao desenvolvimento infantil, cabendo-lhe proporcionar experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças possam fortalecer sua auto-estima e desenvolver suas capacidades. A auto-estima refere-se à capacidade que o indivíduo tem de gostar de si mesmo, condição básica para se sentir confiante, amado, respeitado. Tal capacidade, porém, não se instala no indivíduo como num passe de mágica, mas faz parte de um longo processo, que tem sua origem ainda na infância. Cabe ao adulto ajudar na construção da auto-estima infantil, fornecendo à criança uma imagem positiva de si mesma, aceitando-a e apoiando-a sempre que for preciso. No entanto, algumas práticas podem ser prejudiciais ao bom andamento deste processo, como por exemplo, a colocação de apelidos pejorativos nas crianças ("manhosa", "maluco", "burro", etc.). Os/as profissionais das escolas infantis precisam manter um comportamento ético para com as crianças, não permitindo que estas sejam expostas ao ridículo ou que passem por situações constrangedoras. Alguns adultos, na tentativa de fazer com que as crianças lhes sejam obedientes, deflagram nelas sentimentos de insegurança e desamparo, fazendo-as se sentirem temerosas de perder o afeto, a proteção e a confiança dos adultos. Outro aspecto a ser considerado diz respeito às simpatias que os adultos desenvolvem em relação a algumas crianças. Estas, por sua vez, também têm suas preferências, identificando-se mais com algumas pessoas do que com outras. No entanto, o/a profissional da educação infantil deve tratar a todas com igual distinção. Isto implica não elogiar apenas uma criança (a mais simpática, a mais cheirosa, por exemplo), em detrimento das outras, que podem se sentir rejeitadas, caso não recebam o mesmo tratamento. As atenções e os elogios devem ser dados a todas, não importando a cor da pele, a condição social, se são meninas ou meninos, se têm este ou aquele credo religioso ou ainda se pertencem a determinada família. Os adultos também devem evitar qualquer fala ou ação que possa dar margem a atitudes preconceituosas ou discriminatórias em relação a pessoas ou grupos. PROBLEMATIZANDO ALGUMAS PRATICAS NO COTIDIANO DA ESCOLA INFANTIL 2 Determinados aspectos que fazem parte do cotidiano da escola infantil podem influenciar de maneira importante o desenvolvimento das crianças. Muitas vezes estes aspectos, tais como a adaptação à escola, a alimentação, a troca de fraldas, os momentos de sono, entre outros, passam desapercebidos ou se constituem em práticas pouco discutidas no dia-a-dia das pessoas que lidam diretamente com a educação de crianças pequenas. No entanto, muitas dessas práticas constituem-se em pequenas violências que podem afetar negativamente o desenvolvimento infantil. Vejamos algumas delas: a) Adaptação: ao entrar na creche ou pré-escola a criança se depara com um novo ambiente, composto de adultos e crianças com os quais ela nunca interagiu. O distanciamento da família por longas horas do dia e a inserção em um novo ambiente, com rotinas específicas, exigirão da criança uma grande capacidade de adaptação. No entanto, este aspecto não diz respeito apenas à criança, mas exige de sua família e também dos/as profissionais que atuam na escola infantil um processo de adaptação. Compete à educadora perceber quais são as características daquela criança, seu jeito de ser e de se relacionar com o novo ambiente que agora passará a frequentar, bem como a maneira como interage com os/as colegas e com as pessoas que dela cuidam/educam. E preciso respeitar o ritmo de cada criança, bem como suas manifestações de medo e ansiedade. Os pais e as mães devem ter o direito de circular nas dependências da escola, recebendo todas as informações necessárias sobre a rotina desenvolvida naquela instituição. Cabe à creche ou pré-escola estabelecer, se possível, um sistema gradativo de adaptação para cada criança, em que nos primeiros dias ela possa ficar apenas algumas horas e aos poucos vá se acostumando àquele novo ambiente, até que permaneça em tempo integral, se for o caso. Deve-se fazer um planejamento de ingresso na instituição, através de um calendário a ser combinado com as educadoras e a família, de forma que não haja numa mesma turma muitas crianças ao mesmo tempo (no mesmo período) em fase de adaptação. Suponhamos que numa determinada turma ingressem oito novas crianças: então pode-se fazer um planejamento para que a cada dia a professora receba apenas uma ou duas no turno da manhã, e outras duas crianças no turno da tarde. No dia seguinte pode-se receber mais duas e assim por diante. Desta forma, é possível para a professora dar uma maior atenção àquelas crianças que estão ingressando na instituição. No período de adaptação os pais podem ficar alguns momentos na sala, até que a criança adquira um pouco de confiança naquele novo ambiente e nas pessoas que ali estão. Aos poucos não será mais necessário que a mãe ou o pai fiquem todo o tempo na sala do/a filho/a, podendo esperar na sala ao lado, por exemplo. No entanto, não se deve mentir para a criança, dizendo que ficará lá fora, se a intenção for realmente ir embora. A escola infantil não deve incentivar as "fugas" dos pais, pois a criança deve ser informada de que eles precisam sair para trabalhar, mas que voltarão mais tarde para apanhá-la. Sair sem que a criança perceba não é o comportamento mais apropriado, pois ela precisa se sentir segura em relação aos adultos, tendo confiança de que não será enganada. O que for estabelecido entre educadora e pais com relação à adaptação da criança deverá ser mantido. Por exemplo, se ficar combinado que o horário de entrada no período de adaptação daquela criança é às 9 horas e a saída às 13 horas isto precisará ser respeitado, a menos que haja alguma necessidade de mudança. Neste caso, novas combinações

poderão ser feitas, mas sempre em comum acordo entre educadoras e pais. De um modo geral, as escolas infantis têm permitido que a criança traga de casa algum objeto seu de estimação, para que ela possa se sentir segura e confiante frente a este novo ambiente. Outra estratégia interessante pode ser estar com o irmão mais velho ou com alguma outra pessoa na qual a criança confie (tia, avó, avô), pois nem sempre os pais podem estar disponíveis ou podem ser liberados do trabalho em função da adaptação da criança. É importante salientar que as dificuldades de adaptação não se manifestam apenas através do choro, mas podem aparecer em forma de apatia, falta de apetite ou mesmo através de algumas manifestações de doença. O ambiente da creche ou pré-escola deve ser prazeroso e agradável, despertando a confiança da criança neste tipo de instituição. b) Relacionamento entre escola e pais/mães: os responsáveis pela criança devem ser sempre informados sobre tudo o que ocorrer com ela durante o período em que estiver na instituição, bem como a forma de trabalho e a proposta pedagógica que é ali desenvolvida. Algumas creches e pré-escolas procuram manter esse diálogo através de agendas ou cadernetas onde são anotadas as informações referentes àquele dia na instituição (se a criança comeu ou dormiu bem, se caiu ou foi mordida por algum colega, etc). Tudo o que acontece com a criança no espaço da escola infantil deve ser comunicado aos responsáveis. Estes devem ser chamados a uma maior participação, sempre que necessário. Porém é preciso estabelecer limites quanto à intervenção dos pais no espaço escolar, pois alguns deles pensam poder mandar em tudo na escola, desrespeitando muitas vezes o trabalho que é ali desenvolvido. Cabe à escola infantil conquistar a confiança e o respeito dos pais, através de um trabalho competente e bem fundamentado pedagogicamente. c) O sono: não deve ser entendido sempre da mesma maneira para cada faixa etária, pois cada criança possui um ritmo próprio em relação às horas de sono de que necessita para seu descanso. Desta forma, quanto menor a criança, mais tempo ela dormirá. Bebés precisam de um ambiente calmo, aconchegante, para que seus momentos de sono não sejam perturbados. À medida que vai crescendo, a criança não necessitará mais de tantas horas de sono à tarde. Algumas escolas infantis, no entanto, costumam obrigar as crianças a dormirem após o almoço, não respeitando assim as necessidades individuais de cada uma delas. Chegam mesmo a usar inúmeras estratégias para que as crianças durmam. Num primeiro momento, as estratégias utilizadas para fazer as crianças dormirem, podem parecer até muito naturais, mas são na verdade uma violência ao direito delas. É preciso proporcionar atividades alternativas para aquelas crianças que não quiserem ou não conseguirem dormir. Alguns espaços poderão ser adaptados para este propósito: o canto de leitura, atividades de pintura, desenho, etc. O importante é proporcionar às crianças outras opções, além do vídeo ou da música clássica, muitas vezes usados como estratégia para fazer as crianças dormirem. Não se pode ignorar, porém, que muitas creches e pré-escolas têm sérios problemas de falta de pessoal, o que as obriga a tirar como única hora de descanso das atendentes, os momentos de sono das crianças. Cabe à escola (e às instâncias superiores, se for o caso) tentar alternativas adequadas para sanar este problema. O ideal é a contratação de mais profissionais, a fim de que se possa fazer um escalonamento, para que todos os que trabalham na instituição possam ter seus merecidos momentos de descanso, sem, no entanto, prejudicar as crianças. Mesmo durante o período de sono das crianças é indispensável a presença do adulto, no caso de alguma eventualidade (a criança passar mal, ou simplesmente acordar, ou ainda ficar assustada por algum motivo). E preciso lembrar que no horário de trabalho o profissional tem que estar realmente trabalhando (e não descansando). d) A alimentação: assim como as horas de sono, os momentos da alimentação são, para muitas crianças e professoras, momentos de stress e tortura. Na tentativa de proporcionar à criança uma alimentação variada, rica em proteínas, etc., muitos adultos acabam obrigando a criança a comer, mesmo que ela não goste ou não esteja com vontade. Outra questão polémica refere-se à introdução do copo ou caneca em substituição à mamadeira, pois no Brasil muitas famílias costumam prolongar em demasia o hábito da mamadeira, assim como o da chupeta ou bico. Sua retirada depende de longas negociações com a criança. Estes problemas de ordem cultural acabam provocando um processo de infantilização da criança. Qual deve ser a atitude da escola infantil frente a estas questões? Por volta dos dois anos já é possível introduzir a caneca ou copo na hora das refeições. Caso a criança se recuse, querendo apenas a mamadeira, não se deve obrigá-la a utilizar o copo, pois o importante é que esteja alimentada. A introdução do copo nas refeições deve ser feita gradativamente, sem exigir da criança sua adesão imediata a essa nova forma de se alimentar. e) Uso de chupetas: as teorias psicológicas têm enfatizado a importância da fase oral para o desenvolvimento infantil. Desta forma, a boca desempenha um papel fundamental, pois é através dela que o bebé conseguirá não só o alimento, mas momentos de satisfação ao sugar o seio materno. Na cultura brasileira o uso da chupeta ou bico tem sido um importante aliado, na opinião de muitas mães e professoras, no sentido de acalmar as crianças, ou ainda como uma espécie de substituto do seio materno. A utilização ou não da chupeta no espaço da escola infantil tem-se tornado uma questão difícil, pois em muitas famílias há o costume de prolongar o seu uso até idades mais avançadas. O que fazer com as crianças que nunca chuparam chupeta, mas que ao chegar na creche ou pré-escola, se sentem atraídas por tão "fascinante" obje-to, utilizado pelas demais crianças? No desejo de imitar seus pares, tais crianças acabam por compartilhar com as outras a chupeta. Ora, sabemos que apesar do conforto que a chupeta pode trazer, principalmente para os adultos, que se vêem livres do choro e da solicitação infantil, este objeto representa um foco importante de transmissão de doenças, principalmente se sua higiene não é feita corretamente. É comum também presenciarmos cenas em que a criança sai engatinhando pelo chão arrastando a chupeta, que geralmente

está presa à sua roupa por uma longa fita ou cordão. Os dentistas também alertam para os prejuízos que a chupeta pode causar para a dentição. Como então administrar tal situação? Deve a escola impor a retirada da chupeta? Em que momentos esta pode ser usada no espaço da escola? Quais os prejuízos pedagógicos que o uso constante da chupeta pode trazer? O principal prejuízo que o uso da chupeta pode trazer refere-se à dificuldade que a criança terá em articular corretamente as palavras, caso esteja com a chupeta na boca. Além disso, certamente apresentará um comportamento mais regressivo, que a impedirá de vivenciar novas conquistas, principalmente no campo da linguagem. Algumas combinações previamente estabelecidas com a família e com o próprio grupo de crianças talvez seja a forma mais adequada de lidar com essa questão. Crianças entre dois e três anos já conseguem entender algumas regras que podem ser introduzidas no grupo. Combina-se, por exemplo, que ao chegar na escola infantil, as crianças devem guardar a chupeta na mochila, ou que a mesma só será devolvida na hora do descanso. f) O choro: Há uma ansiedade muito grande dos adultos em torno das manifestações de choro da criança. No entanto, seria interessante aprendermos a escutar melhor este choro, para melhor interpretá-lo, pois existem sutis diferenças entre um choro de angústia, fome, raiva, dor ou desconforto. Cabe ao adulto: não manifestar irritação diante do choro infantil, rotulando a criança de "chorona", "mimada", etc; dar colo e aconchego não deve ser considerado como um precedente para tornar a criança "manhosa"; tentar perceber o motivo do choro é fundamental para uma intervenção adequada, sanando assim a necessidade daquela criança; no caso de crianças um pouco maiores que já saibam falar, pedir a elas que digam o motivo de sua insatisfação, pois é importante fazer com que percebam a importância e eficácia de expressar suas necessidades, seus problemas e seus desejos através da fala e da argumentação. g) Tirando as fraldas, controlando os esfíncteres: o controle das fezes e da urina talvez seja uma das primeiras cobranças externas de socialização, constituindo-se em momentos de muita ansiedade para os adultos, que, por vezes, obrigam as crianças a permanecerem longos períodos no penico até que façam suas necessidades fisiológicas. E preciso lembrar mais uma vez que não devemos estabelecer uma idade rígida para que isto se dê. Geralmente a capacidade de controlar o coco e o xixi começa por volta dos dois anos, ou mesmo antes, para algumas crianças. Cabe à escola infantil estabelecer algumas combinações com a família para a tirada da fralda e a introdução do uso do penico, pois o ideal é que isto se dê de forma conjugada - tanto na escola quanto na família. No entanto, colocar as crianças por muito tempo no penico, ou brigar com elas, expondo-as até mesmo ao ridículo pelo fato de não terem conseguido se controlar, pode ser considerado como maus-tratos. Esta atitude de incompreensão e intolerância por parte do adulto pode trazer sérias consequências de ordem psicológica para a criança. Em alguns casos há uma inibição que se expressa não só pela recusa em ir ao banheiro, mas pode chegar ao extremo da criança desenvolver verdadeiro pânico ao ter que ir para a creche ou pré-escola, não querendo passar de novo por alguma situação constrangedora diante dos companheiros ou da professora. Outro problema refere-se à prática de colocar todas as crianças ao mesmo tempo e à mesma hora para fazer coco ou xixi, como se todas as pessoas fizessem suas necessidades sempre no mesmo horário. Tal atitude também se constitui numa violência aos direitos da criança. Essa questão do que deve ser coletivo e do que deve ou pode ser individual precisa ser melhor debatida no contexto escolar, especialmente na escola infantil. NOTAS 1 Nomear as diferenças e até mesmo as divergências entre estes autores ocuparia muitas páginas, fugindo assim ao espírito deste livro, de modo que ao final expus uma bibliografia que considero básica para um melhor aprofundamento dessas questões. 2 Escola infantil refere-se a qualquer instituição que tem a responsabilidade de cuidar/ educar crianças de zero a seis anos de idade, independente do nome que tenham (creche, pré-escola, escolinha, etc.), ou ainda do tipo de instituição (pública, privada ou assistencial). REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMPOS, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças. Brasília: MEC/SEF/COEDI, 1995. COELHO, Maria Teresa; PEDROSA, Maria Isabel. Faz-de-conta: construção e compartilhamento de significados. In: OLIVEIRA, Zilma (org.). A criança e seu desenvolvimento: perspectivas para se discutir a Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 1995. DE LA TAILLE, Yves et alii. 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