Agências Reguladoras Estaduais: Análise de Impactos Setoriais e de Experiências de Sucesso

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Transcrição:

Agências Reguladoras Estaduais: Análise de Impactos Setoriais e de Experiências de Sucesso VI Congresso Brasileiro de Regulação Enrique Saravia Alketa Peci Juliana Figale Rio de Janeiro, 20 de maio de 2009

Introdução Núcleo de Estudos de Regulação (NER) da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) da Fundação Getulio Vargas (FGV); Conclusões provisórias do projeto de pesquisa (em andamento) sobre os aspectos institucionais das Agências Reguladoras Estaduais; Objetivo: Analisar o impacto das Agências em seus setores de atuação, destacando experiências de sucesso que podem servir de estímulo.

Estado e Atividade Regulatória As mudanças do contexto político, social, econômico, tecnológico e internacional exigem instituições públicas adequadas às novas circunstâncias; As autoridades independentes de regulação fazem parte desse novo tipo de instituição. Elas se colocam na intercessão dos interesses do Estado, da sociedade civil e dos agentes econômicos, procurando a sintonia entre política pública e atividade regulatória. A regulação ainda está em fase de implementação, o que leva a processos contínuos de concepção e reconcepção das estruturas e formas de atuação das Agências Reguladoras

Metodologia da pesquisa Foram utilizadas categorias escolhidas a partir das características desejáveis das agências, especificadas no documento da ABAR (2003); O processo foi baseado em informações obtidas por meio de questionários enviados aos presidentes dessas entidades. Das 24 Agências Estaduais existentes, 13 (de 11 Estados) responderam ao questionário. ARCE, ADASA, ASPE, AGR, ARPB, ARPE, AGENERSA, AGETRANSP ARSEP, AGERGS, AGESC ARSESP, ARTESP

Metodologia da pesquisa As categorias escolhidas para esta análise foram: Capacidade Técnica; Permeabilidade à Sociedade; Processualidade; Independência.

Discussão dos Resultados: Capacidade Técnica Quanto aos Diretores/Conselheiros: Formação universitária e experiência dos diretores/conselheiros das agências. Atividades de capacitação destinadas aos diretores conselheiros tais como cursos de treinamento, participação regular em congressos no Brasil e no exterior, atividades de benchmarking, divulgação de relatórios de informações, estudos, consultorias e pesquisas. Licenças para cursos de mestrado/doutorado não foram citadas.

Discussão dos Resultados: Capacidade Técnica Quanto aos Servidores: Servidores com doutorado, mestrado e formação superior Estratégias de capacitação dos servidores Licencia para cursos de mestrado e doutorado.

Discussão dos Resultados: Permeabilidade à Sociedade As Agências divulgam informações em site próprio e outros meios de comunicação, além de seus relatórios de atividades; AGR, ARPE e AGERGS: Audiências e Consultas Públicas AGERGS: seminários com os usuários voluntários; A maioria das Agências afirmou serem os usuários/ consumidores os grupos mais participativos no controle social AGERBA: Projeto Crescendo Associações e entidades de classe também foram ressaltadas pela ASPE, AGERGS, ARPE, AGENERSA, AGR e ARSESP.

Discussão dos Resultados: Processualidade Apenas a ARSESP ressaltou indícios de conflito de competência com órgãos de proteção do consumidor. As demais Agências não demonstraram problemas quanto ao vácuo da legislação setorial no que toca à articulação com órgãos de proteção do consumidor e defesa da concorrência. A AGERGS informou ainda que um dos membros do Conselho Superior é indicado pelos órgãos de proteção e defesa do consumidor, não havendo conflito entre as partes A AGESC mantém um constante relacionamento com o PROCON de Santa Catarina. A AGR observou que tem uma sólida parceria com órgãos de defesa do consumidor, inclusive como o estabelecimento de convênio.

Discussão dos Resultados: Independência ADASA criticou a liberação das receitas pelo Tesouro. ARPB repreendeu o contingenciamento de verbas orçamentárias. AGERGS afirmou serem o contingenciamento de despesas e os critérios de liberação de recursos, ainda que próprios, definidos pela política financeira do Estado. A AGR alegou existirem casos pontuais que não comprometem as decisões regulatórias.

Considerações Finais O interesse em responder ao questionário comprova o envolvimento de 13 agências com a prestação de contas à sociedade. Essa disposição denota abertura para cooperação entre entes reguladores e a academia. Os resultados da pesquisa revelam categorias fundamentais para avaliar o desempenho dessas entidades, tais como capacidade específica, experiência no setor regulado, treinamento e incentivo das agências à capacitação técnica de Diretores/Conselheiros e Servidores. É importante o envolvimento de distintos atores sociais no processo regulatório, além de iniciativas para garantir transparência, bem como a cooperação com órgãos de proteção ao consumidor e defesa da concorrência.

Considerações Finais A pesquisa mostra que mudanças estão em curso, mas precisam ser incrementadas no sentido de aprimorar a atividade regulatória e aprofundar e melhorar as relações das Agências Estaduais com o público. O compartilhamento de experiências pode ser uma O compartilhamento de experiências pode ser uma ferramenta eficaz para o progresso conjunto da atividade regulatória nos estados brasileiros..

Obrigado! Enrique Saravia (enrique.saravia@fgv.br) Alketa Peci (alketa.peci@fgv.br) Juliana Figale (juliana.figale@fgv.br) Núcleo de Estudos de Regulação: www.fgv.br/ebape/regulacao