Relatório de Crédito 01 de setembro de 2015 Deterioração da confiança deverá levar a crescimento da carteira mais modesto em 2016

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Maior desaceleração e alerta para inadimplência

Aceleração relativizada

a.a. 19% 3,4% 14% -1% 4,3% -2,2% -9,0% -8% -20% ago/14 ago/15 ago/16 ago/17 ago/18

Nota para Imprensa do Banco Central Setembro/08. Everton P.S. Gonçalves 22/10/08

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a.a. 15,0% 20% 15% 10,0% 10% 5,0% 1,3% 0,0% -5% -10% -5,0% a.a. Pessoa Física 9% 7% Pessoa Jurídica 3% 1% -1% -3% 4,6% -5% -3,5% -7% -9% -11,7%

a.a. 19% 14% Crédito/PIB -1% a.a. 12% Pessoa Jurídica Pessoa Física Total 5,3% -1,8% -4% -9,6% -8%

Recursos Livres (R$ bilhões) Recursos Direcionados (R$ bilhões) Var.% 12 meses (Total)

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a.a. 30% 25% 20% 15% 4,9% mar/11

Selic e Cartão Rotativo reduzem taxa de juros

a.a. Pessoa Física Pessoa Jurídica 20% 15% 10% 5% 0% 15,0% 10,0% 5,0% -5% 0,0% a.a. 10% 5,4% -5% -3,1% -10% -11,3%

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a.a. 24% 14% a.a. 12% 5,7% -0,6% -4% -7,7% -12%

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a.a. 30% 20% 14,7% 9,6% 5,2% fev/11 ago/15 fev/11 ago/15 mai/15

a.a. 18% 15% 5,0% 12% 9% 6% 3% Pessoa Jurídica Pessoa Física Total 16% 5,3% -1,0% -4% -8,3% -8%

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Crédito Total no SFN (% PIB)

a.a. 19% 3,9% 14% -1% a.a. 12% Pessoa Física Total -2,0% -4% -9,2% -8%

a.a. Pessoa Física Pessoa Jurídica 18% 13% 8% 3% 10% -2% -5% -10% -15% a.a. 10% 5,3% -5% -3,3% -10%

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a.a. 30% 20% 15,3% 10% 9,9% 5,2% abr/11 abr/15 jul/15 jan/15

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Massa Salarial Real Média móvel trimestral (R$ milhões) jul/14. jul/15. jan/15. set/15. jan/16. set/14. nov/14. nov/15. mai/15. mar/15.

a.a. 14% -6% a.a. Pessoa Jurídica Pessoa Física Total 12% 5,5% -0,9% -4% -8% -8,5% -14% abr/15 abr/16 abr/17 abr/18 abr/19 -12%

43,85 43,67 43,50 43,26 43,03 42,76 42,45 42,35 42,11 41,96 41,93 41,91

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Transcrição:

211 212 213 214 215 216 Relatório de Crédito 1 de setembro de 215 Deterioração da confiança deverá levar a crescimento da carteira mais modesto em 216 Everton Gomes everton.gomes@santander.com.br A taxa de crescimento do saldo total de crédito apresentou ligeira aceleração em julho. Mas esse movimento veio basicamente da depreciação do real observada naquele mês, decorrente da piora da percepção em relação às contas públicas (que ampliou o nervosismo do mercado). Tendo em vista que o câmbio apresentou nova rodada de alta nas últimas semanas, acreditamos que a carteira PJ deverá, por mais alguns meses, apresentar taxa de crescimento acima do que prevíamos anteriormente. Por isso, revisamos para cima nossa projeção de crescimento da carteira para 215 (de 7,1% a/a para 7,9% a/a). Por outro lado, esse aumento da percepção de risco do mercado deve manter a confiança deteriorada por mais tempo do que esperávamos, o que nos levou a revisar para baixo o crescimento do PIB para 215 e 216, e consequentemente a taxa de crescimento da carteira de crédito para 216 (de 8,5% para 5,7%). Taxa de crescimento da carteira total 2% 18,8% 18% 16,4% Projeção 16% 14,5% 14% 12% 11,3% 1% 7,9% 8% 5,7% 6% 4% 2% %. Projeções:Santander 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1,, Projeção de inadimplência PF e PJ 6,7 6,9 5,7 5,3 4,6 3,6 3,3 3,4 3,1 Projeções 6,1 5,8 5,1 211 212 213 214 215 216 Pj PF A taxa de crescimento da carteira total de crédito registrou ligeira alta, avançando de 9,8% a/a em junho para 9,9% a/a em julho. Essa leve aceleração da carteira está basicamente associada ao salto da taxa de câmbio, de R$/US$ 3,1 no fechamento de junho para R$/US$ 3,4 ao final de julho - na esteira do anúncio da redução da meta fiscal para 215, 216 e 217, que foi mal digerido, uma vez que na leitura do mercado aumentou substancialmente a probabilidade do Brasil perder o grau de investimento. Essa depreciação do real impactou os empréstimos em moeda estrangeira para as empresas, fazendo com que a taxa de crescimento da carteira PJ aumentasse de 8,9% a/a em junho para 9,4% a/a em julho. Tendo em vista que o real apresentou nova rodada de depreciação no mês de agosto, acreditamos que a carteira PJ deverá continuar acelerando nesse mês. Adicionalmente, mesmo excluindo o efeito da desvalorização cambial, o ritmo de desaceleração da carteira de crédito tem sido mais moderado do que projetávamos. Sendo assim, aumentamos nossa projeção de crescimento da carteira de crédito para 215 de 7,1% para 7,9%. Por outro lado, avaliamos que o maior nervosismo do mercado, observado desde julho, contribuirá para que o nível de confiança do consumidor e dos empresários se mantenha deprimido por mais tempo do que imaginávamos, fazendo com que a queda do PIB seja mais acentuada (alteramos nossa projeção de - 1,9% para - 2,3% em 215; e de +,1% para,5% em 216) e que a carteira de crédito permaneça em trajetória consistente de desaceleração ao longo de 216. Portanto, revisamos nossa projeção de carteira para 216 de +8,5% a/a para +5,7% a/a. A composição desse crescimento, no que diz respeito aos diferentes produtos, será discutida ao longo desse relatório.

Crédito PF A taxa de crescimento da carteira de crédito PF caiu de 1,7% a/a em junho para 1,5% a/a em julho, continuando sua trajetória de desaceleração. Visando inferir com maior precisão a tendência para os próximos meses, serão destacados os comportamentos dos principais produtos, que são: i) crédito pessoal (consignado e não consignado); ii) aquisição de veículos; iii) cartão de crédito; iv) crédito rural e v) financiamento imobiliário (os três primeiros representando os livres e os dois últimos os direcionados). Em conjunto, esses produtos representam 85% da carteira total PF. Produto Saldo PF - R$ mi () % total PF Total pessoa física 1.469.148 1% Total pessoa física livre 794.76 54% Crédito Pessoal Não consignado 15.767 7% Crédito Pessoal Consignado 268.4 18% Servidores públicos 164.413 11% Trabalhadores do setor privado 19.393 1% Beneficiários do INSS 84.594 6% Aquisição de veículos 171.63 12% Total cartão de crédito 159.456 11% Rotativo 31.979 2% Parcelado 12.895 1% À vista 114.582 8% Outros produtos 89.39 6% Total pessoa física direcionado 675.72 46% Total crédito rural 145.594 1% Total financ. Imobiliários 476.694 32% outros direcionados 52.783 4% Crédito pessoal (25% do saldo da carteira PF): a carteira de crédito pessoal vem desacelerando de forma consistente desde o início de 211, atingindo 9,6% a/a em julho, ante 9,8% a/a em junho e 11,2% a/a ao final de 214. Essa tendência deverá persistir ao longo desse ano e do próximo, tendo em vista que as novas concessões dessa modalidade acentuaram a desaceleração desde o ano passado, e o movimento das concessões costuma antecipar o movimento da carteira (pois reagem mais rapidamente a alterações de cenário). Adicionalmente, dado o maior nervosismo do mercado observado nas últimas semanas, que tende a manter a confiança do consumidor deteriorada por um período mais longo de tempo, e o forte movimento de alta da taxa de desemprego, avaliamos que as concessões deverão cair ainda mais nos próximos meses. Assim sendo, não parece razoável supor que essa desaceleração da carteira será revertida antes do final do próximo ano, por isso projetamos crescimento de 8,7% para 215 e 6,3% para 216. Em termos de inadimplência, essa modalidade não parece ser o problema, uma vez que a maior parte do crédito consignado está em mãos de funcionários públicos e beneficiários do INSS, que são consumidores com relativa estabilidade nos rendimentos. Adicionalmente, a política conservadora dos bancos parece estar sendo eficaz, uma vez que mesmo o crédito pessoal não consignado tem apresentado inadimplência estável. Contudo, manter o alerta acionado é importante dado que parte dessa calmaria está relacionada à prudência dos bancos, de forma que baixar a guarda poderia desencadear um movimento de alta. 2

fev/9 jun/9 out/9 fev/1 jun/1 out/1 fev/11 out/11 fev/12 out/12 fev/13 out/13 fev/14 out/14 fev/15 mar/7 ago/7 jan/8 jun/8 nov/8 abr/9 set/9 fev/1 jul/1 dez/1 mai/11 out/11 ago/12 abr/14 fev/15 fev/9 mai/9 ago/9 nov/9 fev/1 mai/1 ago/1 nov/1 fev/11 mai/11 ago/11 nov/11 fev/12 mai/12 ago/12 fev/13 ago/13 fev/14 ago/14 fev/15 4, 3, 2, 1,, -1, -2, Crédito pessoal: concessões X saldo Concessões (crescimento acumulado em 12 meses) Concessões (% semestre / semestre ano anterior) 1, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1,, Inadimplência crédito pessoal Consignado Não consignado Veículos: a carteira de veículos está caindo na comparação interanual desde o final de 213, seguindo o movimento das concessões que estão em queda desde o final de 211. Boa parte desse recuo está associada à resposta dos bancos ao aumento acentuado da inadimplência ao longo de 211 a partir daquele momento, os bancos apertaram significativamente as condições de crédito para essa modalidade, principalmente o prazo máximo das operações. Adicionalmente, o ciclo de alta da taxa de juros (que se iniciou em 213), a deterioração do mercado de trabalho e o baixo patamar de confiança do consumidor têm contribuído para que o setor automobilístico seja um dos destaques negativos da crise (com retração das vendas da ordem de 2%). Assim, como avaliamos que o desemprego deve continuar em tendência de alta no ano que vem, e a confiança deve permanecer reprimida, acreditamos que as concessões não deverão apresentar recuperação consistente. Por outro lado, o início do ciclo de redução da taxa básica de juros, que nas nossas estimativas ocorrerá em abril de 216, deve fazer com que as concessões e consequentemente a carteira apresentem uma queda menor em 216 do que nesse ano (esperamos queda de 1% a/a em 215; e de 3,6% a/a em 216 para a carteira desse produto). 2 15 1 Veículos: saldo X concessões concessões (crescimento acumulado em 12 meses) concessões (trimestre / trimestre do ano anterior) 5, 45, veículos: prazo x inadimplência 8, 7, 6, 5 4, 5, 4, 3, -5-1 35, 3, prazo (eixo esquerdo) inadimplência (eixo direito) 2, 1,, Em relação à inadimplência, aparentemente a postura mais conservadora dos bancos está funcionando até o momento, tendo em vista que a taxa de inadimplência do setor está em queda desde 213 e permanece estável há sete meses em 3,9%. Contudo, desenvolvemos um modelo para projetar a trajetória futura dessa variável, com base em três fatores explicativos: i) concessões (para tentar capturar o impacto das ações dos bancos); ii) taxa de juros; e iii) demissões/estoque de mão de obra formal. Segundo as previsões do modelo, o impacto da queda das concessões (que contribui para conter a inadimplência) deve começar a ser superado pela deterioração do mercado de trabalho a partir de meados do 2º semestre de 215, de forma que em 216 o segmento deverá apresentar alta relevante da inadimplência (projetamos 4,1% ao final de 215 e 4,7% ao final de 216). 3

mai/12 jul/2 abr/3 jan/4 out/4 jul/5 abr/6 jan/7 out/7 jul/8 abr/9 jan/1 out/1 jul/11 abr/12 out/13 abr/15 jan/16 out/16 12 1 8 6 4 2-2 -4-6 Inadimplência veículos (variação interanual ) Projetado Observado ; Projeções: Santander Cartão de crédito: Diferente da maioria dos produtos, parte da utilização do cartão está atrelada a gastos essenciais, como por exemplo alimentação e artigos farmacêuticos, o que limita a desaceleração da carteira e a queda das concessões na modalidade, especialmente em momentos de inflação elevada (que tende a elevar os gastos em termos nominais). Além disso, em produtos rotativos, os bancos tem uma margem menor de manobra para conter riscos, tendo em vista que boa parte do risco está em crédito já concedido, dado que a possibilidade de redução de limites esbarra na utilização do cartão (não é possível reduzir o limite para baixo do saldo utilizado). Ainda assim, com o enfraquecimento adicional da economia, e a desaceleração da inflação que projetamos para 216, esperamos uma ligeira desaceleração adicional da carteira de cartões, que deve encerrar o ano atual com alta de 8,7% a/a e 216 com 6,3% a/a. Vale notar que a margem relativamente reduzida de manobra dos bancos para conter o risco no segmento faz com que o mesmo seja exposto a um maior risco de alta de inadimplência, que já pode ser percebido na sua trajetória recente. Esperamos que esse movimento continue ao longo do ano, de forma que a inadimplência de cartões atinja 8,4% ao final de 215 e 8,7% ao final de 216. 3 25 2 15 1 5 Cartão de crédito: saldo X concessões Concessões (trimestre / trimestre ano anterior) 9,5 9, 8,5 8, 7,5 7, 6,5 6, Inadimplência Cartão de crédito Imobiliário: o setor mais impactado pela deterioração da confiança e das condições de crédito é a construção civil. Adicionalmente, o esgotamento dos recursos da poupança, que tem se agravado com os resgates da caderneta decorrentes do aumento do desemprego e da taxa de juros (que torna a poupança menos atrativa) tem trazido problemas de funding para o setor, pressionando ainda mais as taxas. Essa combinação perversa levou as concessões para uma queda abrupta (da ordem de 3% na comparação com o ano anterior). Entretanto, como o prazo dessas operações é elevado, a concessão representa um percentual pequeno do estoque (1,8%), de forma que a queda das concessões demora a se refletir em forte desaceleração do estoque. De toda forma, acreditamos que a desaceleração do segmento deverá ser consistente ao longo desse ano e do próximo. Com isso, projetamos alta de 15% a/a para 215 e 9% a/a para 216 (ante 22% a/a em ). 4

mai/12 mai/12 mai/12 12 11 1 9 8 7 6 Taxa de juros do crédito imobiliário 7,6 1,7 6 5 4 3 2 1-1 -2-3 -4 Crédito imobiliário: saldo X concessões concessões (trimestre / trimestre ano anterior) Rural: assim como no mercado imobiliário, o crédito rural está pressionado pela escassez de recursos da poupança, que são utilizados para subsidiar as taxas do setor. Com isso, a taxa de juros do segmento saltou 5% desde o final do ano passado, passando de 5,5% a.a. em dezembro para 8,1% a.a. em julho. Na esteira desse movimento, as novas concessões estão em queda (de 17% no acumulado no ano), e o saldo está desacelerando (1,9% a/a em julho ante 11,7% a/a em junho e 22,2% a/a em dezembro). Vale notar que o prazo médio do crédito rural é curto (25 meses) quando comparado ao imobiliário (35 meses), sendo assim, a carteira desse produto responde mais rapidamente à elevação de taxas e consequentes quedas de concessões. Por esse motivo, projetamos crescimento de apenas 4% para essa carteira em 215. 8,5 8, 7,5 7, 6,5 6, 5,5 5, 4,5 4, Crédito rural: taxa de juros 7 6 5 4 3 2 1-1 -2-3 -4 Crédito rural: saldo X concessões concessões (trimestre / trimestre ano anterior) Crédito PJ Para avaliarmos a trajetória da carteira PJ serão destacados o capital de giro (25% da carteira), as operações com moeda estrangeira (1%) e o financiamento de investimentos do BNDES (35% da carteira), que juntos respondem por aproximadamente 7% da carteira. Capital de giro: a carteira de capital de giro está estável na comparação interanual, e tendo em vista que as concessões estão apresentando queda da ordem de 1% (na esteira do desaquecimento da economia e das elevadas taxas de juros), a tendência é que essa carteira comece a apresentar queda na comparação com o ano anterior. Com isso, projetamos que o saldo do produto encerre o ano em queda de 1,%. 5

fev/9 jun/9 out/9 fev/1 jun/1 out/1 fev/11 out/11 fev/12 out/12 fev/13 out/13 fev/14 out/14 fev/15 mai/8 jul/8 set/8 nov/8 jan/9 mar/9 mai/9 jul/9 set/9 nov/9 jan/1 mar/1 mai/1 jul/1 set/1 nov/1 jan/11 mai/11 jul/11 mar/4 nov/4 jul/5 mar/6 nov/6 jul/7 mar/8 nov/8 jul/9 mar/1 nov/1 jul/11 25 2 15 1 5-5 -1-15 -2-25 Capital de giro: saldo X concessões Saldo Concessões 8 6 4 2-2 -4 Concessões capital giro (% a/a real) X IBC-BR concessões de giro IBC-BR 14 12 1 8 6 4 2-2 -4-6 A alta da inadimplência PJ é generalizada entre os diversos produtos, contudo, as operações de giro com prazo inferior a um ano apresentam alta mais acentuada. No período de cinco meses iniciado em fev/15, a taxa de inadimplência do produto saltou de 2,5% para 6,3%. Tendo em vista o comportamento do atraso entre 15 e 9 dias, que é um bom antecedente da inadimplência, essa alta deve perder um pouco de força nos próximos meses. 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, Inadimplência capital de giro Prazo menor de 365 dias Prazo maior que 365 dias 4,3 4,1 3,9 3,7 3,5 3,3 3,1 2,9 2,7 6, 5, 4, 3, 2, 1, Atraso entre 15 e 9 dias capital de giro de prazo menor de 1 ano, 2,5, Produtos em moeda estrangeira: com a forte depreciação do real, a carteira PJ denominada em moeda estrangeira tem sido a única responsável pelo crescimento da carteira de recursos livres para empresas o saldo total de recursos livres PJ registrou alta interanual de 5,8% em julho, crescimento composto por alta de 23,3% dos produtos em dólares e de apenas 1,8% dos demais. A evolução dessa carteira depende basicamente do volume de transações com o exterior e da taxa de cambio. Sendo assim, como o real se depreciou ainda mais ao longo das últimas semanas, e as exportações já tem apresentado trajetória de recuperação, avaliamos que essa linha de produtos deverá fechar o ano com alta de 25%. 8 Produtos moeda externa X Corrente de comércio 6 4 2-2 -4 carteira moeda estrangeira (%a/a) corrente de comércio em R$ (% a/a) -6 Fontes: BCB e MDIC ; elaboração: Santander Financiamento de investimentos (BNDES): A linha de financiamento para investimentos do BNDES ainda está apresentando crescimento interanual robusto (de 15,2% no mês de julho). Contudo, a expressiva alta da taxa de juros dessa modalidade, que atingiu 1,1% a.a. em julho, vindo de 7% a.a. ao final do ano passado, já está impactando de 6

mai/12 forma significativa as novas concessões, que estão registrando queda na comparação interanual. Com isso, avaliamos que essa carteira deverá desacelerar ao longo dos próximos meses, fechando o ano em alta de 12%. 12 11 1 9 8 7 Financiamento de investimentos (BNDES) - Taxa juros a.a. 7,1 1,1 25 2 15 1 5 Financiamento investimentos (% a/a) Saldo Concessões 1 8 6 4 2-2 -4 6-6 7

Principais indicadores de crédito - Projeções Santander Crescimento da carteira dez/15 dez/16 211 212 213 214 215 216 Crédito Livre 15,8% 14,2% 7,7% 4,6% 4,8% 3,3% PF 12,5% 1,8% 7,3% 5,5% 4,1% 3,9% Cheque especial 26,7% 5,2% 7,7% 5,% 3,% 5,% Credito pessoal 17,6% 16,9% 14,7% 11,2% 8,7% 6,3% Veículos 51,4% -,7% -4,9% -6,6% -1,% -3,6% Cartão de Crédito 13,9% 11,1% 14,2% 11,2% 8,8% 5,9% PJ 19,5% 17,7% 8,1% 3,8% 5,4% 2,6% externo 42,% 23,4% 2,2% 18,6% 24,7% 15,4% domestico 16,5% 16,8% 6,1% 1,% 1,1% -,9% Crédito Direcionado 23,5% 19,9% 24,3% 19,6% 11,4% 8,3% BNDES 17,6% 13,8% 15,9% 15,7% 11,9% 8,4% Habitação 48,6% 3,6% 31,1% 27,3% 15,3% 9,6% Bancos Privados 15,2% 7,6% 7,% 5,6% 2,8% 6,% Bancos Públicos 24,3% 27,9% 22,6% 16,7% 12,3% 5,53% Crédito Total 18,8% 16,4% 14,5% 11,3% 7,9% 5,7% Inadimplência PF 6,7% 6,9% 5,7% 5,3% 5,8% 6,1% Cheque especial 13,7% 15,7% 13,5% 13,8% 15,% 16,% Credito pessoal 4,8% 4,8% 4,% 3,8% 3,8% 4,1% Veículos (CDC) 6,% 6,4% 5,2% 3,9% 4,1% 4,7% Cartão de Crédito 8,5% 7,8% 6,4% 6,6% 8,4% 8,7% PJ 3,3% 3,6% 3,1% 3,4% 4,6% 5,1% Bancos Privados 5,% 5,3% 3,9% 3,6% 4,3% 4,7% Bancos Públicos 1,8% 1,8% 1,8% 2,1% 2,5% 2,6% EQUIPE Maurício Molan Tatiana Pinheiro Adriana Dupita Matheus Rosignoli Everton Gomes Rodolfo Margato CONTATOS economiabrasil@santander.com.br Fone: +55 (11) 312-5724 Este material foi preparado pelo Banco Santander (Brasil) S.A. e não constitui uma oferta ou solicitação de oferta para aquisição de valores mobiliários. Ele pode conter informações sobre eventos futuros e estas projeções/estimativas estão sujeitas a riscos e incertezas relacionados a fatores fora de nossa capacidade de controlar ou estimar precisamente, tais como condições de mercado, ambiente competitivo, flutuações de moeda e da inflação, mudanças em órgãos reguladores e governamentais e outros fatores que poderão diferir materialmente daqueles projetados. A informação nele contida baseia-se na melhor informação disponível, recolhida a partir de fontes oficiais ou críveis. Não nos responsabilizamos por eventuais omissões ou erros. As opiniões expressas são as nossas opiniões no momento. Reservamo-nos o direito de, a qualquer momento, comprar ou vender valores mobiliários mencionados. Estas projeções e estimativas não devem ser interpretadas como garantia de performance futura. O Banco Santander (Brasil) S.A. não se obriga em publicar qualquer revisão ou atualizar essas projeções e estimativas frente a eventos ou circunstâncias que venham a ocorrer após a data deste documento. Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído, publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem expressa autorização do Banco Santander (Brasil) S.A.. 214 Banco Santander (Brasil) S.A.. Direitos reservados. 8