Cultivo de banana em Modo de Produção Biológico na Região Autónoma da Madeira. Alcino da Silva e José Guerreiro

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Transcrição:

Cultivo de banana em Modo de Produção Biológico na Região Autónoma da Madeira Alcino da Silva e José Guerreiro Primeras PrimerasJornadas de de transferencia transferenciade de I+D+i I+D+i para para una una producción producción sostenible sostenible del del plátano plátano en en las las RUPs RUPs 18 18 a 20 20 Octubre Octubre 2010. 2010. Tenerife. Tenerife. Islas Islas Canarias Canarias

ILHA DA MADEIRA Área: 750 Km 2 N.º habitantes: 250.000 N.º turistas: 800.000/ano

Floresta Laurissilva: 15.000 ha (16%) Ecossistema em perfeito equilíbrio

Área agrícola: 5.646 ha Área cultura da bananeira: 640 ha Área com bananicultura bio: 7 ha

Conversão de um bananal ao modo de produção biológico Período de conversão de 3 anos 2.º ano os frutos podem ser comercializados com a designação Produto em conversão para a agricultura biológica Plano de conversão - desde há alguns anos, a DRADR elabora o Plano e presta assistência técnica Principais alterações Adopção de uma estratégia mais preventiva a nível fitossanitário Instalação de um sistema de rega localizada Controlo de infestantes Fertilização Promoção de maior biodiversidade na plantação Meios de luta e a forma como são utilizados

Operações culturais Densidade de plantação Sistema tradicional 2.500 a 3.000 plantas/ha Novas plantações 1.600 plantas/ha Redução do número de plantas Promover o arejamento da plantação Entrada de luz

Sistema de rega localizada Operações culturais Permite Redução da mão de obra Colocação dos resíduos da cultura na linha de plantação Instalação de um coberto vegetal permanente na entre linha Mais fácil fraccionamento dos fertilizantes Evitar o arrastamento do composto no bananal

Controlo de infestantes Operações culturais Colocação dos resíduos da cultura ao longo da linha Controlo das infestantes na entre linha Sachas Mondas manuais Moto-roçador

Controlo de infestantes com resíduos da cultura

Operações culturais Cobertura total do solo (resíduos de cana-de-açucar) A cobertura ao ser instalada deve ter uma espessura superior a 15 cm Atenção à sua elevada relação C/N

Operações culturais

Operações culturais Controlo de infestantes Instalação de um coberto vegetal permanente na entrelinha com trevo violeta (Trifolium pratense) Corte após a 1ª floração A 2ª floração deve formar semente para a ressementeira natural Vantagens Compete com as infestantes Fertiliza o solo através da fixação do azoto

Outras operações culturais Práticas a manter Prática desaconselhável Limpeza do cacho Toturamento Sachas Regas Limpeza da planta Colocação de mangas de polietileno a cobrir o cacho Limpeza da planta Promove o arejamento e cria condições desfavoráveis ao desenvolvimento do trips Manga de polietileno Pode dificultar a observação frequente dos cachos, indispensável na estratégia de controlo de preventivo

Incorporação de composto Fertilização Fundamental para obter um bom nível de matéria orgânica no solo Aplicação de 20 a 30 tons/ha nos 2 primeiros anos Teor em Centro MO (%) de Bananicultu Ano ra 1999 2,9 2009 5,6

Recurso a outros fertilizantes Fertilização Fertirrigação Matéria Orgânica Liquida 57% de MO, 5% de K, 2,5% de N Microelementos (Fe, Mn, Cu e Zn)

Fertilização Distribuição e incorporação no solo Phenix 60% de MO; 6% de N; 8% P; 15% de K Dix 10 42% de MO 10% de N; 3% de P; 3% de K

Modo de produção biológico Meios de luta Densidade de plantação - entrada de luz e arejamento da plantação Limpeza das plantas arejamento do cacho Aumento do teor de matéria orgânica equilíbrio do solo Plantação de outras espécies promove a biodiversidade

Alguns produtos: Modo de produção biológico Piretrinas Rotenona Óleo de pinho Extracto de alho Savanet (ácido cítrico) Spintor Enxofre em pó

Meios de luta Trips - mistura de Piretrinas, Rotenona e Óleo de Pinho Aplicar ao fim da tarde com motoatomizador de dorso Repetir 48 horas depois Não aplicar excesso de calda sobre o cacho

Meios de luta Aranhiço vermelho enxofre em pó Evitar aplicar nas horas de maior calor Não aplicar em excesso

Pós-colheita Processamento da banana no Centro de Bananicultura de 2002 a 2004 Pesagem Despenca Classificação Lavagem Desinfecção Savanet (ác. cítrico) (25 ml/l água 5 Kg 2 minutos) Colocação de selo Embalamento

Meia maturação Temperatura: 19 a 21ºC Humidade: 95% Gás de maturação: Azetil Volume de gás: 36 litros Tempo de permanência: 24 horas Maturação Volume da câmara: 59 m 3

Pós-colheita Processamento da banana na OP (2005)

Evolução da comercialização (kg/ano) 128.960 103.804 98.625 61.276 22.776 40.642 34.285 42.356 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 30-09-2010 Ano Custo de produção 0,25 0,55 Euros/Kg Fontes: SRA e GESBA

Preço pago à produção Banana Convencional Período de Inverno Período de Verão Extra ----------- 0,67 Extra ----------- 0,65 Primeira ----------- 0,58 Primeira ----------- 0,56 Segunda ----------- 0,476 Segunda ----------- 0,456 Banana Biológica Período de Inverno Período de Verão Extra ----------- 1,03 Extra ----------- 1,01 Primeira ----------- 0,93 Primeira ----------- 0,91 Segunda ----------- 0,630 Segunda ----------- 0,610 Fonte: GESBA

Produção de plantas

Produção de plantas Substrato Turfa certificada em MPB (50 %) e Composto orgânico (50%) Fertilização Solalg MOL Dueto Meios de luta Bacillus thuringiensis Savanet Spintor

Obrigado pela atenção dispensada!