TÍTULO: INFLUÊNCIA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA NA REOLOGIA DE SOLUÇÕES DE CARBOXIMETILCELULOSE CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA

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Transcrição:

16 TÍTULO: INFLUÊNCIA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA NA REOLOGIA DE SOLUÇÕES DE CARBOXIMETILCELULOSE CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES): ALLANA NASCIMENTO SILVA, ADAM NICACIO DE LIMA DE LUCENA, ANA LETÍCIA OLIVEIRA SOUZA, BRUNO FRANCO RAMOS, FERNANDA MARTINS ANSELMO, ISABELA DE OLIVEIRA PAIXÃO, LUCIANA GONÇALVES RODRIGUES, MARIANE BUENO TEIXEIRA, MATHEUS DA SILVA THOMAZ ORIENTADOR(ES): DEOVALDO DE MORAES JÚNIOR, VITOR DA SILVA ROSA

1. RESUMO O transporte de fluidos é uma das principais operações unitárias nas indústrias químicas, petroquímicas e alimentícias. O projeto de unidades de bombeamento e tubulações requer o valor da viscosidade dos fluidos para os cálculos de perda de carga. É relevante estudar a reologia do fluido, verificando se o mesmo é newtoniano ou não-newtoniano, como as soluções aquosas de polímeros como a carboximetilcelulose e o carbopol 940. Nesses fluidos, a viscosidade apresenta uma variação conforme a mudança de vazões e, por serem polímeros, podem apresentar uma absorção de água conforme o passar do tempo. Logo, o presente estudo teve por objetivo analisar a interferência da absorção de água em soluções poliméricas de carboximetilcelulose (CMC) com concentrações variando de 0,4% a 2,0% e classificála quanto a sua reologia. No experimento, as soluções foram submetidas a diferentes tensões utilizando o viscosímetro de Stormer. Estes ensaios possibilitaram obter dados para a elaboração de gráficos para o índice de consistência (k) em função do tempo e índice de comportamento (n) em função do tempo. As curvas obtidas demonstraram uma tendência de crescimento linear para o n e um decaimento exponencial para os valores de k. Os resultados permitiram concluir que a solução de CMC tem um comportamento pseudoplástico e sua viscosidade altera-se com o tempo por conta da influência da absorção de água.

2. INTRODUÇÃO Nos processos industriais, o conhecimento das propriedades físicas dos fluidos é determinante para realizar o dimensionamento de equipamentos e tubulações. A energia dispendida é um fator crucial e está relacionada como um dos maiores investimentos na indústria. Os modelos ideais da literatura concernentes as propriedades físicas, são aplicados para fluidos newtonianos, tendo uma escassez de dados para os não newtonianos. Soluções poliméricas com este comportamento são predominantes nas indústrias farmacêuticas, de alimentos, de tintas e de cosméticos. Segundo Tadini et.al.(2016), tais fluidos têm como característica a relação entre tensão de cisalhamento e a taxa de cisalhamento não linear. Eles são classificados em dois grupos, os independentes e os dependentes do tempo. Os independentes do tempo são: a) Pseudoplásticos: a viscosidade aparente decresce com o aumento da taxa de cisalhamento; b) Dilatantes: ao contrário dos pseudoplásticos, a medida que o gradiente de velocidade aumenta há o aumento da viscosidade; c) Bingham: necessita de uma tensão de cisalhamento inicial mínima para que ocorra o escoamento. Segundo Chhabra e Richardson (2008) os dependentes do tempo são subdivididos em: a) Reopéticos: a viscosidade aumenta com o tempo, mantendo taxa de deformação constante; b) Tixotrópicos: ao contrário dos reopéticos, a viscosidade diminui com o tempo. Um fluido não newtoniano com muitas aplicações na indústria, como agente espessante, emulsificante e estabilizante, é a solução polimérica de carboximetilcelulose, obtida a partir da celulose e do hidróxido de sódio. Tem como características a não toxicidade, alta viscosidade e a capacidade de absorver água (NÓBREGA E AMORIM, 2015). Mesmo com inúmeras utilidades industriais, existe uma escassez de dados na literatura, portanto se faz necessário estudos para a obtenção de modelos matemáticos que estimem seu comportamento reológico (MACHADO, 2002).

3. OBJETIVOS O presente estudo visou analisar a influência da absorção de água nas propriedades reológicas de soluções aquosas de carboximetilcelulose com concentrações de 0,4% a 2,0% ao longo do tempo, através do viscosímetro de Stormer, e verificar sua classificação reológica. 4. METODOLOGIA O experimento foi realizado no laboratório de Operações Unitárias na Universidade Santa Cecilia utilizando um viscosímetro de Stormer (Figura 1). Foram preparadas soluções de Carboximetilcelulose com as seguintes concentrações: 0,4%; 0,6%; 0,8%; 1,0%; 1,5% e 2,0%. Cada ensaio constituiu no preenchimento do cilindro com a solução até que esta se alinhasse com a altura da chicana, sendo este cilindro imerso num recipiente no qual circulava água mantida a 20ºC pelo banho termostatizado. Figura 1 Viscosímetro de Stormer O cilindro (externo) foi alinhado com outro cilindro móvel, interno, do viscosímetro. O cilindro móvel tinha seu eixo acoplado a um sistema de engrenagens, que está submetido a uma tensão na extremidade oposta, por meio de massas conhecidas, que eram variadas entre 50 e 900 gramas. A cada ensaio, uma mesma concentração era submetida a dez diferentes massas, sendo cronometrado o tempo necessário para que o cilindro móvel completasse 100 voltas em torno do eixo. Foram realizadas as

técnicas de repetibilidade e reprodutibilidade. A temperatura foi verificada regularmente através de um termômetro durante os intervalos dos ensaios. A constante de padronização do equipamento foi obtida através de ensaios com glicerina PA, na temperatura de 20ºC. 5. DESENVOLVIMENTO A constante de padronização do viscosímetro (J), dada em cp(gs) -1 foi obtida através da Equação 1: J = η.ω M Sendo η o valor da viscosidade da glicerina em cp, constante na temperatura de 20ºC e igual a 1372,69 cp (PERRY GREEN, 2008); Ω a velocidade angular, obtida pela razão das 100 voltas do cilindro móvel pelo tempo cronometrado para estas voltas em 1/s; M a massa que exerce tensão sobre o eixo do cilindro móvel, em gramas. Utilizando a Equação 1 foram obtidos valores de J para massas variadas de 100 a 550g e, em seguida, um valor de J médio. Para a padronização fez-se necessário o cálculo do erro experimental por meio da Equação 2: e 0 = t(α 2;G.L).s Em que n é o número de amostras obtidas experimentalmente; t é um valor adimensional encontrado na tabela de Student com os parâmetros (nível de significância, adotado como 5%) e G.L. (graus de liberdade, obtido pela igualdade G.L= n-1); s é o desvio padrão amostral calculado pela Equação 3: n (1) (2) s = (x x ) 2 N 1 (3) Na qual x é a média dos resultados obtidos; N é o número de amostras obtidas; x é o resultado de uma amostra com relação à média dos resultados. Após a padronização, foram iniciados os ensaios com a carboximetilcelulose, variando os intervalos de cada ensaio por um período de 76 dias. Os dados obtidos experimentalmente foram o tempo cronometrado e o intervalo de tempo entre o preparo da solução e realização do teste. Posteriormente, estes valores foram transferidos para uma planilha eletrônica na qual foi calculada a variável η (viscosidade aparente), isolando a mesma na Equação 1. Na sequência foram plotados gráficos de η em função de Ω de cada ensaio com linha de tendência

potencial, gerando equações das curvas, possibilitando assim, a obtenção das constantes K e n. Com essas constantes, foram gerados dois gráficos K(t) e n(t) para cada concentração, que forneceram modelos matemáticos, possibilitando a previsão dos parâmetros K e n. Dessa forma, foi possível estimar o valor da viscosidade (η) após um intervalo de tempo (t), a partir da Equação 4: η = K Ω n 1 (4) Figura 2 Solução de carboximetilcelulose 1,0% 6. RESULTADOS As amostras foram submetidas a diversos ensaios em longos períodos de tempo, como exemplo, a mostra de CMC com concentração de 0,8% foi trabalhada durante 68 dias. A Tabela 1 apresenta o ensaio reológico realizado no 1º dia de preparo da amostra e a tabela 2 no 68º dia, sendo que as duas tabelas apresentam as variáveis velocidade angular e viscosidade aparente.

Tabela 1-1º dia - CMC 0,8%. Ώ (1/s) ɳ (cp) 0,71294 638,711 1,41343 483,251 2,43191 374,488 3,69140 308,393 5,24659 260,375 7,17360 222,170 9,25926 196,716 11,01928 185,958 13,44086 169,394 16,12903 155,278 Tabela 2-68º dia - CMC 0,8% Ώ (1/s) ɳ (cp) 1,59033 286,330 2,93600 232,643 4,62321 196,989 6,63130 171,671 8,78735 155,460 11,14827 142,960 13,38688 136,062 16,26016 126,021 18,69159 121,809 20,83333 120,215 A Figura 3 e a Figura 4 apresentam os gráficos das relações entre Ω e η para o CMC 0,8%, com análise no 1º dia e 68º dia respectivamente. 700 600 500 η (cp) 400 300 200 100 0 0 5 10 15 20 Ω (1/s) Figura 3 Solução de carboximetilcelulose 0,8% 1º dia

350 300 250 η (cp) 200 150 100 50 0 0 5 10 15 20 25 Ω (1/s) Figura 4 Solução de carboximetilcelulose 0,8% 68º dia Com os gráficos apresentados nas Figuras 3 e 4, obteve-se as equações que explicam o comportamento reológico da solução de CMC 0,8%, como apresentado na Equação 5 (1º dia) e Equação 6 (68 dia). η = 557,22. Ω -0,46 (5) η = 334,39. Ω -0,346 (6) Foram feitas análises similares nos dias intermediários em relação aos dias 1 e 68 para a solução de CMC de 0,8%. A Tabela 3 apresenta os valores de k e n para a CMC 0,8% em função do tempo. Tabela 3 k e n em função do tempo para CMC 0,8% t (dias) K n 0 557,22 0,540 5 482,15 0,555 12 477,37 0,560 14 456,84 0,575 20 430,25 0,588 27 420,75 0,608 34 420,15 0,596 53 351,05 0,645 68 334,39 0,654 As Figuras 5 e 6 apresentam as regressões geradas para prever as constantes k e n em função do tempo, respectivamente.

n 600 500 400 k 300 200 100 0 0 20 40 60 80 t(dias) Figura 5 Gráfico de k = f(t), CMC 0,8% 0,700 0,600 0,500 0,400 0,300 0,200 0,100 0,000 0 20 40 60 80 t(dias) Figura 6 Gráfico de n = f(t), CMC 0,8% As equações 7 e 8 apresentam as regressões obtidas para as constantes k e n, respectivamente. K = 515,16 e -0,007t (7) n = 0,0017t + 0,5472 (8) De forma análoga, o mesmo procedimento foi realizado com as demais soluções de CMC, sendo que na Tabela 4 estão apresentadas as equações de previsão das constantes k e n.

Tabela 4 Equação de previsão de k e n para cada concentração Concentração Equação k Equação n 0,4% K = 153,06e -0,004t n = 0,0017t + 0,7233 0,6% K = 329,93e -0,009t n = 0,0025t + 0,6138 0,8% K = 515,16e -0,007t n = 0,0017t + 0,5472 1,0% K = 870,37e -0,003t n = 0,0008t + 0,4992 1,5% K = 2353,3e -0,003t n =0,0005t + 0,39 2,0% K = 4346,1e -0,006t n = 0,0007t + 0,3442 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do experimento foi possível observar que em todas as concentrações de carboximetilcelulose, a viscosidade decresceu ao longo do tempo. Tendo em vista que o viscosímetro de Stormer não é capaz de identificar propriedades tixotrópicas ou reopéticas, concluiu-se que a diminuição da viscosidade foi devida a absorção de água e a solução foi caracterizada como pseudoplástica. Esse resultado pôde ser comprovado pelas análises gráficas, nas quais o fator de consistência (K) diminuiu exponencialmente e o índice de consistência (n) aumentou linearmente. Foram obtidos modelos matemáticos que possibilitam prever o valor da viscosidade da CMC 0,4%, 0,6%, 0,8%, 1,0%, 1,5%, 2,0% a 20ºC em um intervalo de tempo.

8. FONTES CONSULTADAS CHHABRA, R.P., RICHARDSON, J.F. Non-NewtonianFlowandAppliedRheology, 2º Ed., Oxford, Butterworth-Heinemann, 2008, 518p. MACHADO, José Carlos V. Reologia e escoamento de fluidos: ênfase na indústria de petróleo, 1º Ed., Rio de Janeiro, Interciência, 2002. NÓBREGA, K. C., AMORIM, L. V. Influência da massa molar de CMC no comportamento reológico e de filtração de suspensões argilosas. Cerâmica, São Paulo, v. 61, n. 360, out./dez. 2015. PERRY, R.H.; GREEN, D. Perry s chemical engineer s handbook. 8 ed. New York: McGraw-Hill, 2008. TADINI, C. C., TELIS. V.R.N., MEIRELLES, A. J. A., FILHO, P. A. P. Operações Unitárias na Indústria de Alimentos, 1º Ed., Rio de Janeiro, LTC, 2016.