DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES

Documentos relacionados
Toxoplasmose. Zoonoses e Administração em Saúde Pública. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

Universidade Federal de Pelotas Departamento de Veterinária Preventiva Toxoplasmose Zoonoses e Administração em Saúde Pública

INTRODUÇÃO AO LINFOMA EM GATOS

Toxoplasmose. Zoonose causada por protozoário Toxoplasma gondii. Único agente causal da toxoplasmose. Distribuição geográfica: Mundial

DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES

Profa. Carolina G. P. Beyrodt

Toxoplasmose. Filo: Apicomplexa (porque possui complexo apical)

LEUCOGRAMA O que realmente precisamos saber?

ANEMIA EM CÃES E GATOS

INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM GATOS

Toxoplasma gondii. Ciclo de vida e patogênese com foco para imunodeprimidos

Toxoplasmose Roteiro da Aula

SAIBA COMO SE PREVENIR CONTRA A TOXOPLASMOSE

Aziplus UM NOVO CONCEITO EM ANTIBIOTICOTERAPIA. 1 única administração diária. 3 dias de tratamento. 10 dias de proteção antibiótica

Avaliação do conhecimento sobre a toxoplasmose em mulheres na região metropolitana de Goiânia, Goiás

Peculiaridades do Hemograma. Melissa Kayser

IMPORTÂNCIA DOS ANIMAIS DE PRODUÇÃO NA INFECÇÃO POR TOXOPLASMA GONDII

Filo Apicomplexa, continuação da aula anterior...

Salmonella spp. Prof. Bernadette D G M Franco 2018

Vigilância Sanitária de Alimentos. Bactérias causadoras de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs)

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. MÓDULO I - Doenças infecciosas muito comuns de cães na Região Central do RS

Parasitologia VET05596 REINO PROTOZOA

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Doenças de origem alimentar. alimentar

DTA. Profª. Natália Pessoa 24/03/2014

LEISHMANIOSE CANINA (continuação...)

DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS

Zoonoses SALMONELOSE ETIOLOGIA ETIOLOGIA ETIOLOGIA 17/06/2011. Salmonelose Leptospirose Tuberculose

Anemia Infecciosa das Galinhas

31/10/2013 HEMOGRAMA. Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle. Introdução. Simplicidade. Baixo custo. Automático ou manual.

Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora!

Morfologia Forma taquizoíta

Campylobacter jejuni

INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM CÃES

A Salmonella em avicultura. Ana Martins Funchal, 15 de Março 2010

Toxoplasma gondii e Toxoplasmose. Nicolle e Manceaux, 1909

SOROLOGIA PARA CITOMEGALOVÍRUS - ANTICORPO CLASSE IgG. SOROLOGIA PARA CITOMEGALOVÍRUS - ANTICORPO CLASSE IgM

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA)

Doenças Transmitidas por Alimentos. Prof.: Alessandra Miranda

DISCIPLINA PARASITOLOGIA 2019

20/08/2015 TOXOPLASMOSE CLASSIFICAÇÃO. Doença de aspectos clínicos variados que ocorre em pessoas e animais infectadas pelo

protozoonoses AMEBÍASE MALÁRIA DOENÇA DE CHAGAS Saúde, higiene & saneamento básico 003 Doenças adquiridas transmissíveis Transmissão & profilaxia

Carbúnculo ou antraz Bacillus anthracis

Disciplina de Parasitologia

EFEITO DA CONDIÇÃO CORPORAL SOBRE A DINÂMICA DE HEMOGRAMA NO PERIPARTO DE VACAS DA RAÇA HOLANDÊS

[ERLICHIOSE CANINA]

Atualização sobre salmonelas fatores de risco e disseminação

EXAMES LABORATORIAIS: IMUNOLOGIA

NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE A TOXOPLASMOSE NO AMBIENTE ACADÊMICO DO IFC-CAMPUS ARAQUARI.

Toxocara canis Toxocara cati

PARASITOSES EMERGENTES e OPORTUNISTAS

PROTOZOOLOGIA. Filo CILIOPHORA

Parasitologia VET05596 REINO PROTOZOA. Jankerle Neves Boeloni

Trypanosoma cruzi Doença de Chagas

Parasitologia - 2/ Relatório de Avaliação

PROTOZOOLOGIA. Filo APICOMPLEXA(Sporozoa)

Contagem eletrônica automatizada realizada em equipamento Sysmex XE-D 2100 Roche.

Elementos do hemograma

Doenças veiculadas por água contaminada

Bacteriologia Médica Veterinária

GRUPO SANGUÍNEO e FATOR Rh VDRL. ANTÍGENO p24 e ANTICORPOS ANTI HIV1 + HIV2. Grupo Sanguíneo: "O" Fator Rh: Positivo. Resultado: Não Reagente

Doenças Infecciosas e Transmissão de Doenças: Conceitos Básicos

Heterologous antibodies to evaluate the kinetics of the humoral immune response in dogs experimentally infected with Toxoplasma gondii RH strain

Resumo teórico: Saiba mais sobre as verminoses

Síntese do Documento. The European Union summary report on trends and sources of zoonoses, zoonotic agents and food-borne outbreaks in 2015

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis

05/03/2017. Zoonose. Cocobacilos gram (-) Colônias Lisas B. suis (A e M) B. abortus (A) B. melitensis (M)

Imunodeficiência primária

INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA

Avaliação do conhecimento das medidas profiláticas sobre toxoplasmose em proprietários de gatos da região de Goiânia, Goiás

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS HEPATITES VIRAIS. Adriéli Wendlant

Vigilância Sanitária de Alimentos. Bactérias causadoras de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs)- II

Sibele Borsuk /

Prevalência de Toxoplasma gondii em aves e suínos: um problema para a saúde pública

HEMOGRAMA JEANI LANA FERNANDO ALVES SCHLUP

EXAME HEMATOLÓGICO Hemograma

Protistas. Thiago Lins do Nascimento

Leishmanioses. Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

SORODIAGNÓSTICO DE ANTICORPOS ANTI-Neospora caninum EM CÃES DA ÁREA URBANA E RURAL DO SUL DO RIO GRANDE DO SUL

Medico Vet..: HAYANNE K. N. MAGALHÃES Idade...: 11 Ano(s) CRMV...: 2588 Data da conclusão do laudo.:05/08/2019

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO GABARITO

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Estrutura celular PROTOZOÁRIOS PROTOZOÁRIOS - CARACTERÍSTICAS

PSA - ANTÍGENO ESPECÍFICO Coleta: 20/11/ :05 PROSTÁTICO LIVRE. PSA - ANTIGENO ESPECÍFICO Coleta: 20/11/ :05 PROSTÁTICO TOTAL

Sumário ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

Hemograma. Exame laboratorial que expressa a quantidade e a qualidade dos elementos figurados do sangue periférico em 1 microlitro

BIOLOGIA. Identidade dos Seres Vivos Protistas e Algas Parte I. Prof. Daniele Duó

TOXOPLASMOSE EM ASPECTOS GERAIS: UMA REVISÃO. Toxoplasmosis in general aspects: a review

Protozoários. Paramecium. Plasmódio. Trichomonas vaginalis. Tripanossomo

Enfermidades Infecciosas em Bubalinos. Prof. Raul Franzolin Neto FZEA/USP Bubalinocultura 1

Aulas e discussão dos casos.

Enfermidades Micóticas

TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii. Profª Ma. Anny C. G. Granzoto

14/03/2017. Eucariontes; Unicelulares; Heterótrofos; Digestão: Vacúolos digestivos; Reprodução: Assexuada; Sexuada; PROTOZOÁRIOS E ALGAS

Análise Clínica No Data de Coleta: 22/03/2019 1/5 Prop...: RAIMUNDO JURACY CAMPOS FERRO Especie...: CANINA Fone...: 0

Relações Parasitas e Hospedeiros. Aula 01 Profº Ricardo Dalla Zanna

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ÁGUA E ALIMENTOS 1

Transcrição:

DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria

COMPLICAÇÕES DE CINOMOSE

Tecido linfoide normal

Necrose linfoide

Atrofia linfoide

DOENÇAS OPORTUNISTAS ASSOCIADAS À CINOMOSE

Doenças oportunistas associadas à cinomose Doenças oportunistas muito comuns Rinossinusite e conjuntivite bacterianas Impetigo Broncopneumonia bacteriana Doenças oportunistas comuns Toxoplasmose Doenças oportunistas incomuns Candidíase Pneumocistose Criptococose Zigomicose Feoifomicose Nocardiose Salmonelose Adenovirose pulmonar Papilomatose oral Doenças oportunistas exóticas Amebíase sistêmica

DOENÇAS OPORTUNISTAS MUITO COMUNS

RINUSSINUSITE E CONJUNTIVITE BACTERIANAS

Rinossinusite bacteriana

Rinossinusite bacteriana

Rinossinusite bacteriana

Conjuntivite bacteriana

Conjuntivite bacteriana

IMPETIGO

O que é impetigo?

O que é impetigo? Impetigo é uma infecção bacteriana muito superficial da pele causada por Staphylococcus intermedius* e suas toxinas e que se caracteriza pela ocorrência de pústulas não foliculares que afetam, principalmente, áreas glabras ou com pouco pelo. Mas, raramente, também por outras bactérias, que incluem: Pseudomonas spp., Enterobacter spp. e Escherichia coli.

Impetigo

Impetigo

BRONCOPNEUMONIA BACTERIANA

Principais bactérias associadas à broncopneumonia em cães com cinomose Bordetella bronchiseptica Pasteurella multocida Escherichia coli Streptococcus spp. Staphylococcus spp.

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana Pulmão tipo tabuleiro de xadrez

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Broncopneumonia bacteriana

Achados hematológicos Linfopenia Linfopenia + desvio à esquerda regenerativo Linfopenia + desvio à esquerda regenerativo + monocitose Linfopenia + desvio à esquerda degenerativo Anemia normocítica normocrômica Trombocitopenia

Achados hematológicos Leucócitos totais (/mm 3 ) 19.200 (6.000-17.000) Neutrófilos seg. (60%-77%) 88% (3.000-11.500) 16.896 Bastonetes (0%-3%) 6% (0-300) 1.152 Linfócitos (12%-30%) 5% (1.000-4.800) 960 Monócitos (3%-10%) 1% (150-1.350) 192 Eosinófilos (2%-10%) - (100-1.250) - Basófilos (raros) - (raros) - Hemograma Eritrócitos (x10 6 /mm 3 ) (5,50-8,50) 5,5 Hemoglobina (g/dl) (12,0-18,0) 12,6 Hematócrito (%) (37-55) 38 VCM (fl) (60,0-77,0) 69,1 CHCM (%) (32,0-36,0) 33,2

Achados hematológicos Leucócitos totais (/mm 3 ) 19.200 (6.000-17.000) Neutrófilos seg. (60%-77%) 88% (3.000-11.500) 16.896 Bastonetes (0%-3%) 6% (0-300) 1.152 Linfócitos (12%-30%) 5% (1.000-4.800) 960 Monócitos (3%-10%) 1% (150-1.350) 192 Eosinófilos (2%-10%) - (100-1.250) - Basófilos (raros) - (raros) - Hemograma Eritrócitos (x10 6 /mm 3 ) (5,50-8,50) 5,5 Hemoglobina (g/dl) (12,0-18,0) 12,6 Hematócrito (%) (37-55) 38 VCM (fl) (60,0-77,0) 69,1 CHCM (%) (32,0-36,0) 33,2

Achados hematológicos Linfopenia Linfopenia + desvio à esquerda regenerativo Linfopenia + desvio à esquerda regenerativo + monocitose Linfopenia + desvio à esquerda degenerativo Anemia normocítica normocrômica Trombocitopenia

Achados hematológicos Leucócitos totais (/mm 3 ) 45.200 (6.000-17.000) Neutrófilos seg. (60%-77%) 78% (3.000-11.500) 35.256 Bastonetes (0%-3%) 14% (0-300) 6.328 Linfócitos (12%-30%) 2% (1.000-4.800) 904 Monócitos (3%-10%) 6% (150-1.350) 2.712 Eosinófilos (2%-10%) - (100-1.250) - Basófilos (raros) - (raros) - Hemograma Eritrócitos (x10 6 /mm 3 ) (5,50-8,50) 4,0 Hemoglobina (g/dl) (12,0-18,0) 9,4 Hematócrito (%) (37-55) 27 VCM (fl) (60,0-77,0) 67,5 CHCM (%) (32,0-36,0) 34,8 Plaquetas (10 3 /mm 3 ) (200-500) 185

Achados hematológicos Leucócitos totais (/mm 3 ) 45.200 (6.000-17.000) Neutrófilos seg. (60%-77%) 78% (3.000-11.500) 35.256 Bastonetes (0%-3%) 14% (0-300) 6.328 Linfócitos (12%-30%) 2% (1.000-4.800) 904 Monócitos (3%-10%) 6% (150-1.350) 2.712 Eosinófilos (2%-10%) - (100-1.250) - Basófilos (raros) - (raros) - Hemograma Eritrócitos (x10 6 /mm 3 ) (5,50-8,50) 4,0 Hemoglobina (g/dl) (12,0-18,0) 9,4 Hematócrito (%) (37-55) 27 VCM (fl) (60,0-77,0) 67,5 CHCM (%) (32,0-36,0) 34,8 Plaquetas (10 3 /mm 3 ) (200-500) 185

Achados hematológicos Linfopenia Linfopenia + desvio à esquerda regenerativo Linfopenia + desvio à esquerda regenerativo + monocitose Linfopenia + desvio à esquerda degenerativo Anemia normocítica normocrômica Trombocitopenia

Achados hematológicos Leucócitos totais (/mm 3 ) 5.200 (6.000-17.000) Neutrófilos seg. (60%-77%) 53% (3.000-11.500) 2.756 Bastonetes (0%-3%) 34% (0-300) 1.768 Linfócitos (12%-30%) 4% (1.000-4.800) 208 Monócitos (3%-10%) 9% (150-1.350) 468 Eosinófilos (2%-10%) - (100-1.250) - Basófilos (raros) - (raros) - Hemograma Eritrócitos (x10 6 /mm 3 ) (5,50-8,50) 4,1 Hemoglobina (g/dl) (12,0-18,0) 9,0 Hematócrito (%) (37-55) 28 VCM (fl) (60,0-77,0) 68,3 CHCM (%) (32,0-36,0) 32,1

Achados hematológicos Leucócitos totais (/mm 3 ) 5.200 (6.000-17.000) Neutrófilos seg. (60%-77%) 53% (3.000-11.500) 2.756 Bastonetes (0%-3%) 34% (0-300) 1.768 Linfócitos (12%-30%) 4% (1.000-4.800) 208 Monócitos (3%-10%) 9% (150-1.350) 468 Eosinófilos (2%-10%) - (100-1.250) - Basófilos (raros) - (raros) - Hemograma Eritrócitos (x10 6 /mm 3 ) (5,50-8,50) 4,1 Hemoglobina (g/dl) (12,0-18,0) 9,0 Hematócrito (%) (37-55) 28 VCM (fl) (60,0-77,0) 68,3 CHCM (%) (32,0-36,0) 32,1

DOENÇAS OPORTUNISTAS COMUNS

TOXOPLASMOSE

O que é toxoplasmose?

O que é toxoplasmose? Toxoplasmose é uma doença parasitária, causada pelo protozoário Apicomplexa Toxoplasma gondii, que acomete mamíferos domésticos e selvagens imunossuprimidos e que cursa com lesões vasculares multicêntricas e, consequentemente, com sinais clínicos variados.

Qual a causa de toxoplasmose?

Qual a causa de toxoplasmose? Toxoplasma gondii* (Reino Eukaryota, Filo Apicomplexa, Classe Coccidia, Ordem Eucoccidiorida, Subordem Eimeriorina, Família Sarcocystidae) *Descrito em 1908 em um gundi (Ctenodactylus gundi)

Qual a causa de toxoplasmose? Toxoplasma gondii (Reino Eukaryota, Filo Apicomplexa, Classe Coccidia, Ordem Eucoccidiorida, Subordem Eimeriorina, Família Sarcocystidae)

Qual a diferença entre infecção por Toxoplasma gondii em cães e em gatos?

Qual a diferença entre infecção por Toxoplasma gondii em cães e em gatos? Gato: hospedeiro definitivo (amplifica o parasito) Roedores e aves: hospedeiros intermediários Cão e humano: hospedeiro acidental (não amplifica o parasito)

Ciclo de Toxoplasma gondii no gato ingestão de oocistos esporulados a partir das fezes de gatos ou de cistos nos tecidos de hospedeiros acidentais liberação dos esporozoítos/bradizoítos no intestino delgado penetração dos esporozoítos/bradizoítos nos enterócitos reprodução assexuada (multiplicação por esquizogonia) formação dos esquizontes liberação de merozoítos penetração nos enterócitos reprodução sexuada (gametogênese) multiplicação por esquizogonia segue o ciclo assexuado *Viabilidade de 5 anos. formação de gametócitos fecundação eliminação de oocistos nas fezes oocistos esporulados no ambiente* 3-10 dias ou 19-48 dias e por 1-2 semanas >1-3 dias

Ciclo de Toxoplasma gondii no cão e no homem ingestão de oocistos esporulados a partir das fezes de gatos ou de cistos nos tecidos de hospedeiros acidentais liberação dos esporozoítos/bradizoítos no intestino delgado penetração dos esporozoítos/bradizoítos no intestino delgado transformação em taquizoítos (endodiogenia) disseminação pelo corpo* (inicialmente linfonodos) resposta imune eficiente reposta imune ineficiente formação de cistos com bradizoítos proliferação de taquizoítos ausência de doença toxoplasmose *Ocorre aborto ou transmissão congênita se a infecção for durante a gestação.

Quando suspeitar de toxoplasmose?

Quando suspeitar de toxoplasmose? Cães imunossuprimidos Cinomose Quimioterapia anti-neoplásica Linfoma Imunossupressão congênita Aplasia tímica Agamaglobulinemia primária Imunodeficiência combinada severa

Quais as manifestações clínicas na toxoplasmose?

Quais as manifestações clínicas na toxoplasmose? Sinais clínicos respiratórios Sinais clínicos hepáticos Sinais clínicos neurológicos

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Toxoplasmose

Como os cães se infectam com Toxoplasma gondii?

Como os cães se infectam com Toxoplasma gondii? Fezes de gatos Ambiente contaminado por fezes de gatos Carnes cruas (caça) Carnes mal cozidas

Como os cães se infectam com Toxoplasma gondii? Fezes de gatos Ambiente contaminado por fezes de gatos Carnes cruas (caça) Carnes mal cozidas

Epidemiologia da toxoplasmose 1% dos gatos elimina oocistos.

Epidemiologia da toxoplasmose 500 milhões de oocistos/defecação.

Epidemiologia da toxoplasmose

Como os cães se infectam com Toxoplasma gondii? Fezes de gatos Ambiente contaminado por fezes de gatos Carnes cruas (caça) Carnes mal cozidas

Como os cães se infectam com Toxoplasma gondii? Fezes de gatos Ambiente contaminado por fezes de gatos Carnes cruas (caça) Carnes mal cozidas

Epidemiologia da toxoplasmose

Como os cães se infectam com Toxoplasma gondii? Fezes de gatos Ambiente contaminado por fezes de gatos Carnes cruas (caça) Carnes mal cozidas

Epidemiologia da toxoplasmose Carnes* mais frequentemente associadas à infecção por Toxoplasma gondii nos Estados Unidos Carne de porco Carne de ovelha Carne de animais de caça Carne de cervo Carne de urso Carne de alce Carne de galinha *Para inviabilizar os cistos é necessário congelamento abaixo de -30 graus ou cozimento acima de 65 graus de temperatura por 4-5 minutos.

Epidemiologia da toxoplasmose

Epidemiologia da toxoplasmose Carnes mais frequentemente associadas à infecção por Toxoplasma gondii nos Estados Unidos Carne de porco Carne de ovelha Carne de animais de caça Carne de cervo Carne de urso Carne de alce Carne de galinha

Epidemiologia da toxoplasmose

Epidemiologia da toxoplasmose Carnes mais frequentemente associadas à infecção por Toxoplasma gondii nos Estados Unidos Carne de porco Carne de ovelha Carne de animais de caça Carne de cervo Carne de urso Carne de alce Carne de galinha

Como os humanos se infectam com Toxoplasma gondii?

Como os humanos se infectam com Toxoplasma gondii? Carnes mal cozidas Alimentação Carnes e produtos cárneos crus Alimentação Manuseio Mãos-boca Utensílios de cozinha Vegetais contaminado por fezes de gatos Não devidamente higienizados Contato com fezes de animais Cão Gatos

Então cães podem transmitir Toxoplasma gondii para humanos?

Transmissão da toxoplasmose para humanos O homem vive em um mar de infecção toxoplásmica. *Fortes E. 1997. Parasitologia veterinária. 3.ed. Icone.

Transmissão da toxoplasmose por cães para humanos Cães que ingerem fezes de gatos (coprofagia) servem como vetores na transmissão da toxoplasmose, pois carregam oocistos já esporulados nas suas fezes. *Dubey J.P. & Lappin M.R. 2006. Toxoplasmosis and Neosporosis In: Greene C.E. Infectious disease of the dogs and cats. 3.ed. Saunders, Elsevier.

Como os humanos se infectam com Toxoplasma gondii? Carnes mal cozidas Alimentação Carnes e produtos cárneos crus Alimentação Manuseio Mãos-boca Utensílios de cozinha Vegetais contaminado por fezes de gatos Não devidamente higienizados Contato com fezes de animais Cão Gatos

Gatos podem transmitir diretamente Toxoplasma gondii para humanos?

Transmissão da toxoplasmose por gatos para humanos Humanos podem se infectar diretamente através das fezes de gatos desde que medidas básicas de higiene não sejam respeitadas.

Transmissão da toxoplasmose por gatos para humanos Medidas básicas de higiene relacionadas diretamente com fezes de gatos 1) Limpeza diária da caixa de areia (remoção das fezes) 2) Higienização das mãos pós-limpeza 3) Bons hábitos (por exemplo, não colocar a mão na boca) 4) Não limpeza de caixas de areia por gestantes* 5) Se necessário a limpeza pela gestante, usar luvas 6) Exercer jardinagem de luvas 7) Tapar caixa de areia em pracinhas *Mais vale pecar por excesso de zelo do que por omissão.

Como se faz o diagnóstico ante-morte da toxoplasmose em cães?

Diagnóstico ante-morte de toxoplasmose em cães Evidência sorológica de infecção recente ou infecção ativa Altos níveis de IgM (>1:64) Evidência sorológica de infecção crônica Aumento da IgG em pelo menos quatro vezes* Diminuição da IgG em pelo menos quatro vezes pós-tratamento Presença de taquizoítos na citologia Exclusão de outras causas dos sinais clínicos Resposta ao tratamento anti-protozoário *Sorologia pareada (semanal).

Qual a percentagem de cães infectados por Toxoplasma gondii?

Soroprevalência de Toxoplasma gondii Soroprevalência de Toxoplasma gondii (cães): 20% Soroprevalência de Toxoplasma gondii (gatos): 30% (16,1%-43,5%) Soroprevalência de Toxoplasma gondii (humanos): 40%

Diagnóstico ante-morte de toxoplasmose em cães Evidência sorológica de infecção recente ou infecção ativa Altos níveis de IgM (>1:64) Evidência sorológica de infecção crônica Aumento da IgG em pelo menos quatro vezes* Diminuição da IgG em pelo menos quatro vezes pós-tratamento Presença de taquizoítos na citologia Exclusão de outras causas dos sinais clínicos Resposta ao tratamento anti-protozoário *Sorologia pareada (semanal).

Diagnóstico ante-morte de toxoplasmose em gatos Como anticorpos circulantes ocorrem tanto em gatos saudáveis como em gatos doentes, o resultado de testes sorológicos não comprovam toxoplasmose como doença clínica em gatos. *Dubey J.P. & Lappin M.R. 2006. Toxoplasmosis and Neosporosis In: Greene C.E. Infectious disease of the dogs and cats. 3.ed. Saunders, Elsevier.

Mensagem final Não há dúvida que Toxoplasma gondii e gatos possuem uma estreita relação, a ponto de não poderem ser desvinculados um do outro, entretanto, transmissão direta do protozoário a partir de fezes de gatos não tem importância epidemiológica, ou seja, tocar e acariciar um gato ou até mesmo retirar suas fezes de uma caixa de areia não trará riscos, desde que medidas corretas de higiene sejam tomadas. O profissional de saúde que desconhecer tais informações fomenta o preconceito em relação à espécie, e a ignorância acerca desses fatos certamente acaba por aumentar o índice de abandono de gatos em nosso meio.

DOENÇAS OPORTUNISTAS INCOMUNS

CANDIDÍASE

Epidemiologia da candidíase Candida spp. como comensais em humanos Sistema alimentar: 80% Vagina: 20%-30%

Candidíase mucosa

Candidíase mucosa

Candidíase cutâneo-mucosa

Candidíase cutânea

PNEUMOCISTOSE

Qual a causa de pneumocistose?

Qual a causa de pneumocistose? Pneumocystis carinii* (Reino Fungi**, Filo Ascomicota, Subfilo Taphrinomycotina, Classe Pneumocystidomycetes, Ordem Pneumocystidales, Família Pneumocystidaceae) *Atualmente P. jirovecii. **Previamente (até 1980) considerado protozoário.

Pneumocistose

CRIPTOCOCOSE

Qual a causa de criptococose?

Qual a causa de criptococose? Cryptococcus neoformans* (Reino Fungi, Filo Basidiomycota, Classe Tremellomycetes, Ordem Tremellales, Família Tremellaceae) *Presente em fezes de aves, principalmente pombos.

Criptococose

Criptococose

Criptococose

ZIGOMICOSE

O que é zigomicose?

O que é zigomicose? Zigomicose é uma forma de doença micótica cutânea ou sistêmica causada por fungos da extinta classe dos zigomicetos (Zygomycetes), ordem Mucorales (mucormicose*) e Entomophthorales**. *Inclui principalmente os gêneros Mucor, Rhizopus e Absidia. **Fungos que parasitam principalmente insetos, incluem Basidiobolus e Conidiobolus.

Zigomicose

Zigomicose *Isolado Cunninghamella sp.

FEOIFOMICOSE

O que é feoifomicose?

O que é feoifomicose? Feoifomicose phaios (grego) = castanho, pardo ou fusco. mykes (grego) = fungo. osis (grego) = doença. phaios feoifo mykes mic osis ose feoifomicose

O que é feoifomicose? Feoifomicose é uma forma de doença micótica cutânea ou sistêmica causada por fungos que produzem seu próprio pigmento (fungos dematiáceos).

Gêneros de fungos dematiáceos causadores de feoifomicose Alternaria Exophiala Phialophora Phialemonium Cladosporium Drechslera Moniliella Pseudomicrodochium Stemphylium Scolecobasisium

Feoifomicose

Feoifomicose

SALMONELOSE

O que é salmonelose?

O que é salmonelose? Salmonelose é uma doença infecciosa que, em humanos*, ocorre mais frequentemente com uma infecção de origem alimentar devido à ingestão de ovos ou carne de aves mal cozida, mas também de alimentos contaminados por fezes, incluindo aqueles de origem vegetal, e que se manifesta como gastrenterite. *Em cães, atualmente, está mais associada à água contaminada, porém, no passado, foi muito relacionada à alimentação com produtos derivados de carne de equinos.

Sorotipos de Salmonella enterica subsp. enterica Salmonella typhi (bacilo de Elberth): febre tifoide em humanos Febres paratifoides Salmonella enteritidis (humanos) Salmonella pullorum (pinto e peruzinhos) Salmonella gallinarum (frangos e perus) Salmonella choleraesuis (suínos) Salmonella dublin (bovinos) Salmonella abortus equi (equino) Salmonella abortus ovis (ovinos) Salmonella typhimurium (várias espécies)

Sorotipos de Salmonella enterica subsp. enterica Salmonella typhi (bacilo de Elberth): febre tifoide em humanos Febres paratifoides Salmonella enteritidis (humanos) Salmonella pullorum (pinto e peruzinhos) Salmonella gallinarum (frangos e perus) Salmonella choleraesuis (suínos) Salmonella dublin (bovinos) Salmonella abortus equi (equino) Salmonella abortus ovis (ovinos) Salmonella typhimurium (várias espécies)

Sorotipos de Salmonella enterica subsp. enterica que infectam cães Salmonella typhimurium Salmonelose aguda, subaguda ou crônica em cães Salmonella dublin Salmonelose septicêmica em filhotes de cães (endotoxemia)

Salmonelose

ADENOVIROSE PULMONAR

PAPILOMATOSE ORAL

Papilomatose oral Etiologia: papilomavírus oral canino Lambdapapillomavirus (Papillomaviridae) Transmissão: contato Fontes de transmissão: descamação Período de incubação: 4-8 semanas Persistência das lesões: 3-5 meses

Papilomatose oral Cortesia Dra. Fabrícia Filgueira UFCG Patos-PB

AMEBÍASE SISTÊMICA

Amebíase sistêmica

Amebíase sistêmica

Amebíase sistêmica

Amebíase sistêmica