Leishmanioses. Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

Transcrição

1 Leishmanioses Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

2 Porque estudar a leishmaniose? Leishmaniose visceral Doença negligenciada associada ao aspecto social (OMS, 2014). Doença com apresentação crônica e sistêmica, cuja letalidade, em caso de não tratamento, pode chegar a 90% (BRITO et al., 2014) LV: Incidência de 200 a 400 mil casos, associados a mil mortes anualmente (Alvar et al., 2012). Brasil ( ): novos casos de LV, com TI=2,0 casos / (Brasil, 2012) Rio Grande do Sul: primeiro caso de LVC 2008 e LVH 2009 (São Borja) LVC: Leishmaniose tegumentar São Borja: 22,5% (sorologia) Uruguaiana: 14% (sorologia) RS ( ): 20,8% (sorologia) 88 países, em 4 continentes: 1 1,5 milhões de casos Brasil: disseminação nas últimas décadas. Entre 1988 e 2007, 17,3 casos/ 100 mil habitantes Dificuldade e alto custo no controle LM ocorre a taxas inferiores a 5% dos casos, variando entre regiões; geralmente sua ocorrência está associadas a regiões de introdução recente da LT e a epidemias Forma epidêmica (derrubada de matas animais silvestres); forma endêmica (cães, equinos e roedores como reservatórios) Rio Grande do Sul: primeiro caso ano 2001; ,01 caso / 100 mil habitantes Rocha (2012) /10183/69816/ pdf?sequence=1

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4 Formas de apresentação Cutânea Maior morbidade; úlceras pelo corpo Mucocutânea Lesões graves nas mucosas nasais e orais Visceral Maior letalidade; perda de peso, anemia, febre, esplenomegalia

5 Leishmaniose tegumentar Leishmaniose visceral

6 Etiologia ORDEM Kinetoplastida FAMÍLIA Trypanosomatidae GENERO Leishmania SUB-GÊNERO Leishmania (LT) e Viannia (LT) LEISHMANIOSE CUTÂNEA E MUCOSA (LT) L.V. brasiliensis; L.L. amazonensis; L.V. guyanensis LEISHMANIOSE VISCERAL (LV) L. infantum chagasi

7 Ciclo biológico Leishmaniose visceral

8 Hospedeiros e reservatórios da Leishmaniose visceral Lutzomyia sp. Didelphis spp Cerdocyon thous Cães (reservatório primário) Rattus rattus Animais silvestres (reservatório geralmente secundário) Gravidade dos sinais clínicos (OR=3.09, IC. 95%= , P<0.0001) Ser humano (reservatório acidental) Baseado em Quinnell e Courtenay (2009)

9 Aedes Aegypti Vetor Lutzomyia sp. X Lutzomyia sp. 0,5 cm de comprimento Vôo silencioso e mais longo Hematofagia predominantemente diurna Ovoposição em água parada, limpa ou suja Ovo, larva, pupa e adulto : até 10 dias O período de incubação varia de 3 a 15 dias, geralmente cinco a seis dias Ovos resistentes por 450 dias, 10 hrs após a ovoposição Capaz de infectar muitos indivíduos 2 a 3 milímetros Vôo silencioso e curto Hematofagia crepuscular e noturna Ovoposição em matéria orgânica Ovo, larva, pupa e adulto : dias Longevidade das fêmeas de 20 dias Ciclo do parasito no inseto: 72 horas Período de incubação (LV):» Humanos: 10 dias a 2anos (2 a 6 meses)» Cães: 3 meses a vários anos (3 a 7 meses)

10 90% dos casos se concentram em... Índia (TL=2,4%) Sudão Bangladesh (TL=1,5%) Brasil (TL=7,2%) Iraque Etiópia Sudão do Sul (TL=20%) OMS (2012)

11 90% dos casos de leishmaniose mucocutânea se concentram no Brasil (maior morbidade da América), Bolívia e Peru

12 Fonte: apresentacao-leishmaniose-visceralhumana.pdf

13 Diagnóstico Leishmaniose visceral canina Exames parasitológicos (punção de linfonodos, medula óssea, hepática, esplênica; escarificação da pele) 100% específico; 80% sensível (Brasil, 2014) Exames sorológicos (testes múltiplos: triagem por DPP + Elisa como confirmatório) Leishmaniose tegumentar (animais) Exames parasitológicas da pele e sorologia

14 Controle Brasil (2014)

15 Brasil (2014)

16 Notificação compulsória Instrução Normativa n o 50, de 24/09/2013 Leishmanioses de notificação mensal de casos confirmados ao Serviço Veterinário Oficial Portaria MS n o 204 de 17/02/2016 Leishmaniose visceral ou tegumentar de notificação compulsória semanal ao serviço de saúde CEVS fone: ou LACEN fone:

17 Portaria n o 1426 de 11/07/2011

18 Fonte:

19 Fonte:

20 Tratamento da LVC com produto registrado no MAPA Fonte:

21 Leishtec: eficiência aproximada de 71% (Silva et al., 2016)

22 Referencias consultadas Informações OMS Brasil (inglês): MAPAS (doenças negligenciadas OMS, 2013): Informações gerais Leishmaniose: BRASIL. Ministério da Saúde - Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Brasília: 1ª ed, 5ª reimpressão Disponível em: sceral.pdf. Acesso em 25/05/2014 COURTENAY, O., QUINNELL, R. J., GARCEZ, L. M., SHAW, J. J., DYE, C. Infectiousness in a cohort of Brazilian dogs: Why culling fails to control visceral leishmaniasis in areas of high transmission. Journal of Infectious Diseases, V. 186, P , QUINNELL, R.J., COURTENAY, O. Transmission, reservoir hosts and control of zoonotic visceral leishmaniasis. Parasitology, v. 136, p , doi: /s Silva, S.R. et al. Field randomized trial to evaluate the efficacy of theleish-tec vaccine against canine visceral leishmaniasis in anendemic area of Brazil. Vaccine, v. 34, p , 2016.