LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NOS MUNICÍPIOS DE CAMPINÁPOLIS, GENERAL CARNEIRO, NOVA XAVANTINA E NOVO SÃO JOAQUIM EM MATO GROSSO
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1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NOS MUNICÍPIOS DE CAMPINÁPOLIS, GENERAL CARNEIRO, NOVA XAVANTINA E NOVO SÃO JOAQUIM EM MATO GROSSO Jordana Belos dos SANTOS 1, André Luiz Fernandes da SILVA 1, Patrícia Gelli Feres de MARCHI 1, Mauro Afonso da Silva BORGES 1 Danilo Willian da SILVA 2, Jackeline Ribeiro de Souza FONSECA 2 1 Docentes e colaboradores das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia-UNIVAR- jordanabelo@hotmail.com 2 Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia-UNIVAR Resumo A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma zoonose que acomete o homem, em regiões de pele e mucosas, causadas por protozoários do gênero Leishmania. O objetivo foi avaliar as frequências de LTA em Campinápolis, General Carneiro, Nova Xavantina e Novo São Joaquim, com intuito de conhecer a situação local frente à doença. Para isso foi realizado um estudo epidemiológico, retrospectivo, com abordagem quantitativa, com investigação da frequência de indivíduos com LTA no Sinan NET, entre 2008 a A frequência de casos notificados durante o período estudado em Campinápolis foi de 404 casos, em seguida General Carneiro com 268 casos, Nova Xavantina com 162 casos e Novo São Joaquim com 77 casos. A maior prevalência de casos ocorreu no sexo masculino na faixa etária dos 15 aos 34 anos. Palavras-chave: Leishmaniose; Tegumentar; Zoonose. Keywords: Leishmaniasis ; Cutaneous ; Zoonosis Introdução A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma antropozoonose considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma das doenças infectoparasitárias endêmicas de maior relevância em saúde pública no Brasil (BRASIL, 2010). Além de acometer o homem, também afeta várias espécies de animais silvestres e domésticos (FILHO, 1981). Esta doença é frequente em 88 países, porém apenas 30 deles tem notificação compulsória. Na década de 80, a LTA foi registrada em 19 unidades da ANAIS 37ºANCLIVEPA p.1184
2 federação, verificando sua expansão geográfica quando, em 2003, foi confirmada a autoctonia em todos os estados brasileiros. (BRASIL, 2007). Este agravo acompanha o homem desde tempos remotos e ao longo dos anos demostrou um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica (LAISON, 2010). Estima-se que a prevalência mundial de leishmaniose é de 12 milhões de infectados, acometendo cerca de 80 países e com uma estimativa de novos casos da doença por ano (NEGRÃO e FERREIRA, 2009). Esta antropozoonose é uma patologia que afeta pele e mucosa provocando feridas (GONTIJO e CARVALHO, 2003). Esta patologia é transmitida através da picada de insetos (flebótomíneos) conhecidos como mosquito palha e que possuem o agente causador (leishmania) no seu organismo (CONSOLI e OLIVEIRA, 1998). Os sinais clínicos iniciais da LTA cutânea apresentam-se por uma pápula eritematosa, podendo ser única ou múltipla, na maioria das vezes localizada em região exposta do tegumento, que progride para úlcera com bordas elevadas, com contornos regulares e um fundo com granulações grosseiras, podendo ser recobertas ou não por exsudato sero-purulento (ALMEIDA e SANTOS, 2011). A forma da LTA cutaneomucosa caracteriza-se por lesões mucosas agressivas que atingem as regiões nasofaríngeas e resulta de extensão direta ou de metástase hematogênica de lesão cutânea primária, tendo como principal agente etiológico a L. (Viannia) braziliensis (BRASIL, 2007). Os mais frequentes gêneros de Leishmania no Brasil são Leishmania (Viannia) guyanensis, L. (Viannia) braziliensis, e L. (Leishmania) amazonensis (MURBACK et al., 2011). Os vetores do gênero Lutzomyia são os responsáveis pela transmissão das leishmanioses nas Américas, onde 350 espécies catalogadas são distribuídas desde o sul do Canadá até o norte da Argentina e pelo menos 200 ocorrem na bacia amazônica (FRANÇA et al., 2009). O diagnóstico de LTA abrange aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais (GONTIJO e CARVALHO, 2003). Mato Grosso possui uma área de ,908 Km 2 (IBGE, 2010), com três ecossistemas Amazônia, Cerrado e Pantanal, que adicionados à homogeneidade climática, relevo pouco acidentado e disponibilidade de água potável, viabilizou um quadro de condições favoráveis ao processo de ocupação, especialmente pela agropecuária o que gerou crescimento do número de habitantes do estado, porém ANAIS 37ºANCLIVEPA p.1185
3 este fato sugere que tenha sido o motivo da migração do vetor para áreas urbanas (BARBANT, 2010). Devido à importância da LTA é inquestionável à necessidade de grande esforço para o conhecimento da sua situação em Campinápolis, General Carneiro, Nova Xavantina e Novo São Joaquim, todas cidades situadas em Mato Grosso, tendo em vista que as cidades possuem as condições climáticas, topográficas e sanitárias para o desenvolvimento do vetor. Desta forma o estudo visa descrever a prevalência da LTA em humanos, verificando dados referente ao sexo e faixa etária de humanos positivos para LTA nos municípios mencionados. Metodologia A pesquisa foi realizada através um estudo epidemiológico, descritivo documental, retrospectivo, não probabilístico com abordagem quantitativa. A amostra caracterizou-se pela investigação da frequência de indivíduos com leishmaniose tegumentar americana de acordo com os dados do Sistema Informação de Agravos de Notificação (Sinan NET), no período de 2008 à 2014 nos municípios de Campinápolis, General Carneiro, Nova Xavantina e Novo São Joaquim, todas cidades situadas em Mato Grosso. A coleta de dados foi realizada através de consulta na base de dados do Sinan NET, referentes à frequência de leishmaniose tegumentar americana analisando também a faixa etária e sexo. Os dados foram coletados no mês de fevereiro de 2015 no Escritório Regional de Saúde na cidade de Barra do Garças MT. Resultados e Discussão Os dados obtidos permitiram analisar a frequência da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) humana nos municípios de Campinápolis, General Carneiro, Nova Xavantina e Novo São Joaquim. A frequência de casos notificados durante o período estudado em Campinápolis foi de 404 casos, em seguida General Carneiro com 268 casos, Nova Xavantina com 162 casos e Novo São Joaquim com 77 casos. Os anos com maior prevalência de casos nas cidades mencionadas forram nos anos de 2009, 2013 e Em Juína MT, possui clima e relevo favoráveis ao vetor, assim as cidades estudadas relataram-se de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, 448 casos de LTA (FRANÇA et al., 2009). ANAIS 37ºANCLIVEPA p.1186
4 De acordo os dados colhidos em relação à faixa etária observou-se que faixa etária com maior notificação de casos em Campinápolis foi dos 15 aos 34 anos representando 40,34% dos casos notificados na cidade, em General Carneiro a faixa etária também dos 15 aos 34 anos representando 50,74% dos casos notificados na cidade. Em Nova Xavante a faixa etária mais predominante foi dos 34 aos 54 anos representando 40,84 % dos casos na cidade e em Novo São Joaquim a faixa etária foi dos 15 aos 34 anos com 22,07% dos casos. Em relação ao sexo dos indivíduos, os dados evidenciaram que a maior prevalência de casos foi no gênero masculino, sendo que em Campinápolis 63,86% dos casos, em General Carneiro em 69,77% dos casos, em Nova Xavantina em 77,46% dos casos e em Novo São Joaquim em 68,33% dos casos. França et al (2009) encontraram 458 casos de LTA e a maior frequência ocorreu em indivíduos do sexo masculino (89,10% dos casos) na faixa etária entre 20 a 39 anos, tais índices se assemelham aos encontrados no presente estudo. Conclusão O presente trabalho permite concluir que há casos de leishmaniose tegumentar americana nas cidades de Campinápolis, General Carneiro, Nova Xavantina e Novo São Joaquim. A maior prevalência de casos foi notificada no sexo masculino e os maiores índices de LTA ocorreram na faixa etária de 15 a 34 anos. A análise atual revela a necessidade de uma reflexão sobre as implicações do quadro epidemiológico evolutivo da LTA e da necessidade de se obter recursos metodológicos mais eficientes para controlar esta doença. Referências Bibliográficas ALMEIDA, O. L. S.; SANTOS, J.B. Avanços no tratamento da leishmaniose tegumentar do novo mundo nos últimos dez anos: uma revisão sistemática da literatura. An. Bras. Dermatol, v.86, n.3, p , BARBANT, M. Sema avança na gestão das UC s e fórum conclui minuta da Política de Mudanças Climáticas. Governo de Mato Grosso, dezembro, Disponível em:< Acesso em 26 de outubro de ANAIS 37ºANCLIVEPA p.1187
5 BRASIL. Ministério da saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2. Ed. Editora do Ministério da Saúde, Brasília, 2007 BRASIL. Ministério da saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2. Ed. atualizada, 1ª impressão Brasília, Editora do Ministério da Saúde, Brasília, CONSOLI, R. A. G. B.; OLIVEIRA, R. L. Principais Mosquitos de Importância Sanitária no Brasil. Fiocruz, 1ª Reimpressão, Rio de janeiro, Disponível em:< Acesso em 19 de novembro de FILHO, N. A. A.; COURA, J. R.; REIS, V. L. L. Leishmaniose tegumentar alviericana na Ilha Grande, Rio de Janeiro. III. Reservatórios silvestres e comensais. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. v.14, n.2, July/Dec, Uberaba, FRANÇA, E. L. et al. Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Tegumentar Americana no município de Juína, Mato Grosso, Brasil. Scientia Medica, v.19, n.3, p , jul./set. Porto Alegre, GONTIJO, B.; CARVALHO, M. L. R. Leishmaniose tegumentar americana. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. jan/fev, IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Censo 2010, Mato Grosso e Barra do Garças MT. Acesso em 20 de outubro de LAINSON, R. The Neotropical Leishmania species: a brief historical review of their discovery, ecology and taxonomy. Traduzido por: DINIZ, A.M. Rev Pan-Amaz Saude, v.1 n.2, Ananindeua, June, NEGRÃO, G. N.; FERREIRA, M. E. M. C. Considerações sobre a dispersão da leishmaniose Tegumentar Americana nas Américas. Revista Percurso, v.1, n.1, p , Maringá, ANAIS 37ºANCLIVEPA p.1188
do Vale do Araguaia UNIVAR - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO MATO GROSSO
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