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TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

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: MIN. DIAS TOFFOLI SERGIPE

Transcrição:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 980.461 SÃO PAULO RELATORA RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :LUIZ GONZAGA PEREIRA :MARCIO ANTONIO VERNASCHI :MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL PENAL. INEXISTÊNCIA DE PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL. DESATENDIMENTO À LEI N. 11.418/2006 E AO ART. 327 DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, al. a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da Terceira Região: APELAÇÃO CRIMINAL. ARTIGO 55 DA LEI 9.605/1998 E ARTIGO 2º DA LEI 8.176/1991. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RECONHECIDA PARA O ARTIGO 55. CONFLITO DE NORMAS. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. DOSIMETRIA REFORMADA PARCIALMENTE. 1 - Réu acusar de extrair argila vermelha, em sua propriedade, própria para cerâmica, sem autorização legal. 2 - Preliminarmente, considerando que para o crime do artigo 55, caput, da Lei 9.605/98 transcorreu lapso temporal superior a 02 anos entre os fatos e o recebimento da denúncia, deve ser reconhecida a

prescrição da pretensão punitiva estatal, na modalidade retroativa, relativamente a esse crime, estando extinta sua punibilidade para tanto, nos termos do artigo 107, inciso IV, c/c 109, inciso VI (em sua redação anterior), e artigo 119 todos do Código Penal. 3 - Assim, a análise do recurso restringe-se ao crime previsto no artigo 2º da Lei 8.176/1991. 4 - Não há que se falar em conflito de leis entre os tipos do artigo 2º da Lei 8.176/1996 e artigo 55 da Lei 9.605/1998, uma vez que, enquanto a primeira figura protege o patrimônio da União, que só permite a produção de bens ou a exploração de matéria-prima, com a devida autorização ou concessão do órgão competente que, in casu, seria o Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM, autarquia federal instituída pela Lei nº 8.876/94; a segunda visa proteger o meio ambiente como um todo, ou seja, como direito difuso, inerente a todos os brasileiros. Verifica-se, pois, que diversos são os bens jurídicos tutelados pelas normas em questão. 5 - Ao tipificar as condutas de execução de pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais em razão da potencial degradação que possam causar ao meio ambiente, o artigo 55 da Lei nº 9.605/98 criminalizou o perigo ao meio ambiente sem a preocupação em tutelar o patrimônio da União, sendo que, tais condutas referem-se à retirada dos recursos e não à sua utilização econômica. Sob outro ângulo, a Lei nº 8.176 /91, que define os Crimes Contra a Ordem Econômica, em seu artigo 2º previu a produção de bens e a própria exploração de matéria-prima com sentido mais amplo do que o de simples pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais. Volta-se a punir desvios do patrimônio minerário da União. Destarte, uma norma não derroga a outra, podendo os agentes, se for o caso, cometer ambas as infrações concomitantemente. Precedentes. 6 - O conjunto probatório não deixa dúvidas de que houve extração irregular de argila no subsolo da área periciada, e que tal fato ocorreu posteriormente ao mês de setembro de 2004 e, pelo menos, até 09/12/2005, visto que pelas fotografias do local, datadas de 09/2004, não havia ainda vestígios de extração mineral, ao passo que, da perícia de constatação de dano contra o meio ambiente, a extração de argila já era evidente. 2

7 - O fato de não ter sido quantificado o material extraído não desqualifica a perícia ou desconstitui o tipo penal, que assim não exige, mesmo porque tal mensuração restou impossibilitada por ter sido a área periciada convertida em açude. 8 - Insta salientar, que a perícia oficial pode ser entendida, até se prove ao contrário, como prova imparcial e de confiança do juízo, sendo os peritos criminais federais, como bem salientou o douto julgador, integrantes do Departamento de Polícia Federal, capazes tecnicamente e legitimados para o exercício do seu mister, consistindo a investidura no cargo e a aprovação no curso de formação profissional ministrado pela capacidade e a habilidade obtidas através do cumprimento de cada etapa de sua formação profissional, sendo, portanto, peritos. 9 - Diante das evidências da presença de matéria-prima (argila ou argilito) extraída sem autorização legal, a alegação de que a perícia foi feita sem embasamento laboratorial resta prejudicada. Considerando que a efetiva constatação de extração de argila (matéria prima), no local, se deu em 30/11/2005, conforme constou do Boletim de Ocorrência Ambiental de fls. 10, restou absolutamente comprovada a materialidade delitiva prevista no artigo 2º da Lei 8.176/1991 (explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal). 10 - A autoria também restou confirmada. Não há dúvidas de que o réu extraiu argila ou argilito sem a devida autorização, gerando usurpação do patrimônio da União, devendo a r. sentença ser mantida. 11 - Com relação à dosimetria da pena, nada há que reformar, tendo em vista que a pena base do artigo 2º da Lei 8.176/1991 foi estipulada no mínimo legal, e nesse patamar foi fixado definitivamente, tendo em vista a ausência de circunstâncias agravantes, atenuantes e causas de aumento ou diminuição de pena. 12 - Com a extinção de punibilidade do réu pela prática do crime previsto no artigo 55 da Lei 9.605/1998, o aumento da pena pelo concurso formal de crimes resta prejudicado, restando, assim, a pena definitivamente fixada em 01 ano de detenção, em regime inicial aberto, e 10 dias multa, no valor unitário mínimo. 13 - Considerando a pena doravante consignada, a pena substitutiva da pena privativa de liberdade deve ser alterada, uma vez 3

que o quantum autoriza apenas a substituição por uma pena alternativa, nos termos do artigo 44, 2º, primeira parte, do Código Penal. 14 - A par disso, tendo em vista que o réu conta, atualmente, com 67 anos de idade, deve ser fixada a pena de prestação pecuniária, 15 - No entanto, considerando que a prestação de natureza pecuniária, substitutiva da pena restritiva de direito, deve ser imposta de acordo com a capacidade econômica do agente, de forma que seja o suficiente para a reprovação e prevenção do crime; que o réu declarou ter uma renda de R$ 2.000,00; e que não há quantificação do prejuízo causado (quantidade de argila extraída); penso que a prestação pecuniária deve ser reduzida para o mínimo legal (01 salário mínimo legal), que deve ser revertida em favor da União, nos termos do artigo 45, 1º, do Código Penal. 16 - Apelação parcialmente provida. Valor da prestação pecuniária reduzida de ofício. 2. No recurso extraordinário, o Agravante alega contrariado o art. 5º, inc. LV, da Constituição da República. 3. Inadmitiu-se o recurso extraordinário ao fundamento de ausência de preliminar de repercussão geral. Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO. 4. Razão jurídica não assiste ao Agravante. 5. O julgado recorrido foi publicado em 13.2.2015 (fl. 442), mas não há, na petição de recurso extraordinário (fls. 453-458), preliminar de repercussão geral de questão constitucional. O Agravante descumpriu a Lei n. 11.418/2006 e o art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL PENAL. REPERCUSSÃO 4

GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. INTIMAÇÃO DO RECORRENTE APÓS 3.5.2007. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO FORMAL. REQUISITO NÃO OBSERVADO. INADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO PRIMEIRO DE ADMISSIBILIDADE, REALIZADO NO TRIBUNAL A QUO, PARA APRECIAR, COMO OCORREU NO CASO, A EXISTÊNCIA DA PRELIMINAR FORMAL E FUNDAMENTADA DA REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO (AI n. 718.993-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 6.2.2009). Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Apresentação expressa de preliminar formal e fundamentada sobre repercussão geral no recurso extraordinário. Necessidade. Art. 543-A, 2º, do CPC. 3. Preliminar formal. Hipótese de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, 1º, do RISTF. Necessidade. Precedente. 4. Ausência da preliminar formal. Negativa liminar pela Presidência no recurso extraordinário e no agravo de instrumento. Possibilidade. Art. 13, V, c, e 327, caput e 1º, do RISTF. 5. Agravo regimental a que se nega provimento (AI n. 744.686-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 26.6.2009). AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRELIMINAR FORMAL E FUNDAMENTADA. INEXISTÊNCIA. PETIÇÃO EM APARTADO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. PRECEDENTES. 1. A recorrente não ofereceu preliminar formal e adequadamente fundamentada, no que tange a eventual repercussão geral das questões constitucionais debatidas no caso, não tendo sido observado o disposto no artigo 543-A, 2º, do Código de Processo Civil, introduzido pela Lei n. 11.418/06. 2. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido da exigência da demonstração formal e fundamentada, no recurso extraordinário, da repercussão geral das questões constitucionais discutidas quando a intimação do acórdão recorrido 5

tenha ocorrido a partir de 3 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental n. 21, de 30 de abril de 2007. Precedente. Agravo regimental a que se nega provimento (AI n. 746.303-AgR, Relator o Ministro Eros Grau, Segunda Turma, DJe 9.6.2009). Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 21, 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-se. Brasília, 28 de junho de 2016. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora 6