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Transcrição:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 731.143 RIO DE JANEIRO RELATOR RECTE.(S) PROC.(A/S)(ES) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. LUIZ FUX :ESTADO DO RIO DE JANEIRO :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO :MARCUS VINICIUS ALVES DA CUNHA : MARIANA HALLAK E OUTRO(A/S) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA. INDENIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONSONÂNCIA COM ENTENDIMENTO DESTA CORTE. 1. O acórdão impugnado está em conformidade com o entendimento deste Tribunal que enfrenta a matéria e vem decidindo com base no princípio geral de Direito que veda locupletamento sem causa. Precedentes. 2. E, no que diz respeito ao preenchimento dos requisitos de aquisição do direito de usufruir do benefício, a orientação é a de que a questão cinge-se ao âmbito da legislação infraconstitucional. Precedentes. 3. In casu, o acórdão da Turma Recursal da Fazenda Pública do Rio de Janeiro manteve sentença para condenar o Estado carioca a pagar ao autor, ex-servidor público estadual (Inspetor de Polícia, demitido em 1.11.2009), indenização relativa a licença-prêmio não gozadas durante a atividade.

4. Conheço do agravo, mas nego-lhe provimento. DECISÃO: Trata-se de agravo interposto com base no art. 544 do Código de Processo Civil, contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário, sob o duplo fundamento de que a violação à Constituição Federal, se houvesse, seria indireta e reflexa. Nas razões recursais, a parte agravante alega desacerto da decisão agravada, contrapondo-se, em síntese, aos argumentos do julgado. Pede, ao fim, o conhecimento do agravo e o provimento do recurso. Na origem, o recurso extraordinário foi manejado com esteio no art. 102, III, a, da Constituição Federal em face de acórdão da Turma Recursal da Fazenda Pública do Rio de Janeiro que manteve sentença para condenar o Estado carioca a pagar ao autor, ex-servidor público estadual (Inspetor de Polícia, demitido em 1.11.2009), indenização relativa a licença-prêmio não gozadas durante a atividade. Não foram opostos embargos de declaração. Nas razões do recurso extraordinário, o recorrente apresenta preliminar de repercussão geral fundamentada e, no mérito, sustenta ofensa ao art. 37, caput, e X, da Constituição da República. Aduz, nesse sentido, que a Administração Pública submete-se ao princípio da legalidade e, uma vez que não há previsão em lei deste benefício não haveria direito a amparar a pretendida conversão de licenças-prêmio não usufruídas em indenização pecuniária. É o relatório. Decido. As razões do agravante não prosperam. Com efeito, esta Corte fixou entendimento no sentido de ser possível a conversão de licença-prêmio não gozadas em indenização pecuniária diante da responsabilidade objetiva do Poder Público e da vedação ao enriquecimento ilícito. E, no que diz respeito ao preenchimento dos requisitos de aquisição do direito de usufruir do benefício, a orientação é a de que a questão cinge-se ao âmbito da legislação infraconstitucional. A propósito, trago à 2

colação os seguintes julgados, que demonstram à reiterada jurisprudência da Corte sobre o tema: (...) A questão em debate foi decidida com base na aplicação e na interpretação da legislação infraconstitucional (Lei n. 9.527/1997). Assim, a alegada ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Nesse sentido: EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Servidor público. Prequestionamento. Ausência. Lei Complementar nº 857/99/SP. Licençaprêmio. Conversão em pecúnia. ADI nº 2.887/SP-STF. Direito adquirido. Requisitos. Concessão. Legislação infraconstitucional. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. Os dispositivos constitucionais tidos como violados não foram examinados pelo Tribunal de origem. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356 desta Corte. 2. Esta Corte, no julgamento da ADI nº 2.887/SP, declarou parcialmente procedente a ação proposta em face da LC nº 857/99/SP para assegurar a conversão das licenças-prêmio não gozadas em pecúnia aos servidores que já houvessem implementado as condições legais para aquisição desse benefício. 3. Para dissentir do entendimento firmado pelo Tribunal de origem de que o agravado já havia implementado os requisitos necessários ao gozo do direito, quando do advento da LC nº 857/99, seria necessário analisar a legislação infraconstitucional e o conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF. 4. Agravo regimental não provido (AI 768.653-AgR/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJ 29.11.2011). ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM 3

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. LICENÇA-PRÊMIO. CONVERSÃO EM PECÚNIA. LEI 9.527/97. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. SÚMULA STF 636. 1. O Tribunal de origem aferiu a aplicabilidade do conteúdo da Lei Federal 9.527/97, que alterou o art. 87 da Lei 8.112/90, recepcionada pela Lei Distrital 197/91 e que previa a possibilidade da conversão da "licença-prêmio" em pecúnia. 2. É inadmissível o recurso extraordinário no qual, a pretexto de ofensa ao princípio da legalidade, pretende-se a exegese de legislação infraconstitucional. Ofensa à Constituição Federal meramente reflexa ou indireta, de exame inviável nesta sede recursal. Súmula STF 636. 3. Agravo regimental improvido (RE 478.700- AgR/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 17.4.2009) EMENTA: Trabalhista. Conversão da licença-prêmio em pecúnia. Ofensa indireta à CF. Regimental não provido (AI 381.658-AgR/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 18.10.2002) (ARE nº 721.127, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 27.11.2012). (...) Não merece prosperar a irresignação, uma vez que o acórdão recorrido adotou entendimento consonante à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer o direito à conversão em pecúnia de licença-prêmio não gozada anteriormente à edição de lei revogadora deste benefício. Nesse sentido: 1. A jurisprudência consolidada desta Corte já assentou que os servidores públicos têm direito à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, desde que cumpridos os requisitos necessários à sua concessão, mesmo que tal direito 4

seja suprimido por lei revogadora superveniente. 2. O recurso extraordinário possui como pressuposto necessário à sua admissão o pronunciamento explícito sobre as questões objeto do recurso, sob pena de supressão de instância inferior. 3. Agravo regimental improvido (AI nº. 460.152, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ de 10/2/2006) (ARE nº 666.110, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 1.10.2012). (...) Bem andou o Colegiado ao afastar a pretensão do Estado de dar como perdidas as licenças aludidas, evitando, com isso, enriquecimento sem causa, de resto incompatível com a Constituição Federal. Despicienda seria lei específica versando sobre o tema, porquanto a solução encontrada decorre do próprio sistema jurídico constitucional, valendo notar o que se continha, de forma pedagógica, no artigo 159 do Código Civil, então vigente: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. A conversão do gozo das férias e licenças em indenização resultou não da aposentadoria da servidora, mas do fato de o Estado, no momento próprio, não as haver concedido. Descabe entender infringidos, na espécie, os preceitos da Carta da República mencionados no recurso (ARE nº 690.836, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 1.8.2012). Verifico que a decisão recorrida fundou-se na existência de direito adquirido do servidor à conversão das licençasprêmio em pecúnia e, ainda, no princípio infraconstitucional que veda o enriquecimento sem causa, para determinar o pagamento ao servidor de indenização referente às licençasprêmio não gozadas. Com o trânsito em julgado da decisão do Superior Tribunal de Justiça que negou seguimento ao 5

recurso especial (REsp 969.971), permanece suficiente o fundamento infraconstitucional adotado pelo acórdão recorrido e não impugnado pela ora agravante. Essa situação inviabiliza o apelo extremo, nos termos da Súmula 283/STF (AI nº 844.928, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Dje de 15.3.2012). Ex positis, conheço do agravo, mas nego-lhe provimento (arts. 544, 4º, II, a, do CPC, c/c 21, 1º, do RISTF). Publique-se. Brasília, 10 de abril de 2013. Ministro LUIZ FUX Relator Documento assinado digitalmente 6