Relatório Técnico de Vistoria Nº 235/ NAT / AMBIENTAL

Documentos relacionados
OUTRAS MEDIDAS DE IMPORTÂNCIA SANITÁRIA

SANEAMENTO BÁSICO DRENAGEM URBANA. Prof. Silvana Ferreira Bicalho

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO NA SEDE DISTRITAL DO MUNICÍPIO DE CAMOCIM/CE

Sustentabilidade econômica da gestão dos Resíduos Sólidos. Carlos Roberto de Oliveira ARES-PCJ

Capítulo 5 Drenagem Introdução Importância sanitária

MEMÓRIA DE EVENTO TRANCOSO Leitura Social do Diagnóstico em Oficina do PMSBP

URBANIZAÇÃO E DRENAGEM URNANA EM PORTO ALEGRE. Joel Avruch Goldenfum - IPH/UFRGS

Dois temas, muitas pautas. Saneamento e meio ambiente

APRESENTAR UMA SÍNTESE DOS RESULTADOS DO PMSB; INFORMAR OS PRÓXIMOS PASSOS DO PMSB.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE. Servidores municipais: Resp. SASB:

MINISTÉRIO DAS CIDADES Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental

SISTEMAS PÚBLICOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Município de Visconde do Rio Branco 1. Aspectos Gerais

A PNSB e o Saneamento Rural

Situação e Arcabouço Conceitual da Disposição de RSU

AUDIÊNCIA PÚBLICA. Prospectiva, Planejamento Estratégico e Prognóstico do PMSB e PMGIRS

Planejamento Territorial e Saneamento Integrado

A INTERFACE ENTRE OS PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO E OS RECURSOS HÍDRICOS

SANEAMENTO BÁSICO PESQUISA NACIONAL DE GESTÃO MUNICIPAL DO SANEAMENTO BÁSICO GMSB BLOCO 02 IDENTIFICAÇÃO DA PREFEITURA

3.6 LEOPOLDINA Sistema Existente de Abastecimento de Água

Universidade Federal de Pelotas Centro de Engenharias. Disciplina de Drenagem Urbana. Professora: Andréa Souza Castro.

Desafios do Engenheiro frente ao Saneamento Ambiental. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES PR

BREVE HISTÓRICO SANEAMENTO BÁSICO

LEI Nº 4.127, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2011

Saneamento básico e uma habitação adequada são condições fundamentais para a cidadania.

SANEAMENTO NA ÁREA RURAL

I CONGRESSO BAIANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Política de Combate a Inundações de Belo Horizonte. Prefeitura de Belo Horizonte

Esgoto Doméstico: Coleta e Transporte

Aspectos da drenagem urbana na Av. Principal do bairro Dirceu Arcoverde, Teresina Piauí.

Proteção e recuperação de mananciais para abastecimento público de água

Qualidade da Água em Rios e Lagos Urbanos

PLANEJAMENTOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO: UMA METODOLOGIA DE APOIO À GESTÃO PÚBLICA LOCAL E UM ESTUDO DE CASO

CAPÍTULO 12 SANEAMENTO AMBIENTAL

DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE COLETORA DE ESGOTO PLUVIAL NA CIDADE SANTA MARIA - RS 1

FERRAMENTA DE GESTÃO AMBIENTAL - MUNICÍPIO

Relatório Técnico de Vistoria Nº 778/ NAT / AMBIENTAL

TEMA 7. A Qualidade da Água e o Uso do Solo em Áreas Urbanas: problemas e soluções. Grupo: Dina, Jaqueline Raquel e Walter

MICRODRENAGEM NAS GRANDES CIDADES: PROBLEMAS E SOLUÇÕES. Douglas Toshinobu Kamura Fabio Hideo Mori Renato Akyra Oshiro Rodrigo Nakazato

IMPACTOS AMBIENTAIS AOS -CANALIZAÇÕES E RETIFICAÇÕES-

IT 1819 R.4 - INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE PARCELAMENTO DO SOLO

Mananciais de Abastecimento. João Karlos Locastro contato:

Observar a carta topográfica da área sob estudo na Figura 01.

Manejo de Águas Pluviais Urbanas em Porto Alegre - RS

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO

DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DO SANEAMENTO BÁSICO DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) DF E ENTORNO

AGÊNCIA REGULADORA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO DAS BACIAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ (ARES-PCJ)

Programa de Melhoria da Qualidade de Vida e da Governança Municipal de Teresina. Teresina (PI), Fevereiro de 2016

MEMÓRIA DE EVENTO Leitura Social do Diagnóstico em Oficina do PMSBP

HSA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

IDENTIFICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO. NÚMERO DE CADASTRO DA ENTIDADE NO MUNICÍPIO (Preenchido de acordo com o Relatório de Números Cadastrais / IBGE)

MEMÓRIA DE EVENTO BAIANÃO Leitura Social do Diagnóstico em Oficina do PMSBP

POLÍTICAS PÚBLICAS NA ENGENHARIA

Proprietário Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Sul de Mato Grosso do Sul Plano Municipal de Saneamento Básico

Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos e dos Rios São João e Una. Tema Dados Atributo

MEMÓRIA DE EVENTO ARRAIAL D AJUDA Leitura Social do Diagnóstico em Oficina do PMSBP

1ª Conferência Pública

ANEXO C Exemplo de Protocolo de Auditoria Ambiental para Identificação de Aspectos Ambientais

MEMÓRIA DE EVENTO - CARAÍVA Leitura Social do Diagnóstico em Oficina do PMSBP

AVALIAÇÃO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA 21 NO BRASIL: O CASO DO TEMA AMPLIAÇÃO DO ALCANCE DOS SERVIÇOS QUE SE OCUPAM DE RESÍDUOS

O SANEAMENTO AMBIENTAL E O MEIO URBANO. Aula 1: Aspectos Gerais e Controle Operacional das Águas Urbanas. Dante Ragazzi Pauli

IPEÚNA PRESTADOR: SECRETARIA MUNICIPAL DE PROJETOS E OBRAS, SERVIÇOS PÚBLICOS E SANEAMENTO BÁSICO.

ENUNCIADO: Conceber o sistema de abastecimento de água para o Município Vale Verde, seguindo as etapas conforme segue.

Produto 05: Programas, Projetos e Ações

Recursos Hídricos. A interação do saneamento com as bacias hidrográficas e os impactos nos rios urbanos

twitter.com/funasa

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO RURAL NO MUNICÍPIO DE PORTO DO MANGUE/RN, SEMIÁRIDO BRASILEIRO

SISTEMA DE ÁGUA E ESGOTOS SAE

Gestão de Inundações urbanas. Dr. Carlos E M Tucci Rhama Consultoria e IPH - UFRGS

Histórico das ações implementadas pelo Estado. Fortaleza e o lixão do Jangurussu. Histórico das ações implementadas pelo Estado.

1) Conceitos e definições:

Principais problemas enfrentados

MANUAL DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS DO DISTRITO FEDERAL Eng. Marcos Helano F. Montenegro Eng. Jeferson da Costa

7º FORUM DE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE Penápolis olhando para o futuro. Penápolis - março de 2006

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. Nº. 016/ 2012 CREA/MG E FUNASA Setembro/2013

SANEAMENTO BÁSICO - LEI /07 - ÁGUA

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico Lei n de 2007 Parte 2

Municípios integrantes do Diagnóstico

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE TRATAMENTO DE ESGOTO NOS ESTADOS DO NORDESTE NOS ANOS DE 2010 A 2014

SITUAÇÃO DO SANEAMENTO DOS DOMICILIOS QUE POSSUEM BANHEIROS DAS ÁREAS RURAIS E URBANAS DAS MESORREGIÕES DO ESTADO DO CEARÁ

Decreto que regulamenta o artigo 115 do Código de Obras de Guarulhos

Qualidade e Conservação Ambiental TH041

O MODELO FPSEEA/OMS NA CONSTRUÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE AMBIENTAL

SEMINÁRIO: SANEAMENTO E TRATAMENTO DA ÁGUA NOS PROCESSOS DE ABASTECIMENTO PÚBLICO E PRODUTIVOS NO BRASIL

SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO CIDADE DE LAGOA FORMOSA DADOS RELATIVOS AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA ATUAL

MEMÓRIA DE EVENTO VERA CRUZ Leitura Social do Diagnóstico em Oficina do PMSBP

Relatório Técnico de Vistoria Nº 253/ NAT / AMBIENTAL

010/16 SAAEB ETE Distrito de Turvínia , , ,00 FP Sim Mudança da concepção de projeto. Não atendimento ao 011/16 SAAEB

II Seminário Internacional sobre Revitalização de Rios. Recuperação Ambiental de Bacias Hidrográficas: A Experiência de Belo Horizonte

ANÁLISE DOS POLUTOGRAMAS PARA UM EVENTO CHUVOSO NUMA GALERIA DE DRENAGEM PLUVIAL

Projetos de engenharia de águas urbanas Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

Controle da Poluição POLUIÇÃO DIFUSA. Fontes de poluição das águas

Conceitos básicos de um sistema de esgotamento sanitário

ESCOLA ESTADUAL EDGAR BARBOSA OFICINA: QUÍMICA AMBIENTAL E RECICLAGEM NATAL/RN 2013

Transcrição:

Relatório Técnico de Vistoria Nº 235/ 2014 - NAT / AMBIENTAL INTERESSADO: CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CAOMACE OBJETO DA VISTORIA: SANEAMENTO BÁSICO MUNICÍPIO: CAMOCIM DATA DA VISTORIA: 28/05/2014 DATA DO RELATÓRIO: XX/07/2014 1 DA SOLICITAÇÃO Em atendimento à solicitação do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente CAOMACE, face às deliberações oriundas do encontro de Coordenadores Regionais de Promotorias de Justiça das Bacias Hidrográficas, bem como dos encaminhamentos da Reunião de Coordenadoria Regional da Bacia do Coreaú, este Núcleo de Apoio Técnico - NAT realizou vistoria técnica no município de CAMOCIM, para fins de verificar - com base em dados secundários, entrevistas qualificadas, e inspeção local - o atendimento dos aspectos que abrangem o SANEAMENTO BÁSICO municipal: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. 2 DA BACIA HIDROGRÁFICA DO COREAÚ A bacia do Coreaú está localizada na porção norte-ocidental do Estado. Possuindo os seguintes limites: ao sul as bacias do Poti-Longá e Acaraú, a oeste o Estado do Piauí, a leste a bacia do rio Acaraú e ao norte o Oceano Atlântico. A linha de costa possui uma extensão de aproximadamente 130 km. Essa bacia é composta da área drenada pelo rio Coreaú e seus tributários, além de microbacias que se abrem diretamente para o Oceano Atlântico, tais como os que são formados pelos rios 1

Timonha, Tapuio, Jaguarapi, Pesqueiro e da Prata perfazendo um total de 10.633,66 km2 de área correspondendo a 7% do território cearense (Figura 1). Figura 1. Percentual da área da bacia do Coreaú em relação o estado do Ceará Fonte: Pacto das Águas A Bacia hidrográfica do rio Coreaú drena os municípios de Barroquinha, Camocim, Chaval, Coreaú, Frecheirinha, Jijoca de Jericoacoara, Martinópole, Moraújo, Senador Sá e Uruoca, e parcialmente, Acaraú (13,32%), Alcântaras (80,21%), Bela Cruz (76,16%), Cruz (86,90%), Granja (94,20%), Ibiapina (11,91%), Marco (44,39%), Meruoca (11,82%), Morrinhos (4,26%), Mucambo (28,62%), Sobral (5,60%), Tianguá, (56,37%), Ubajara (28,87%) e Viçosa do Ceará (54,42%), conforme Figura 2. 2

Figura 3. Municípios da Bacia do Coreaú e principais afluentes Fonte: Pacto das Águas 3 DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO 3

Em 2007 é publicada a Lei Federal Nº 11.445/071, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico - como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas - e institui a política nacional para o saneamento. Com a publicação da Lei todas as prefeituras têm obrigação de elaborar seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). O PMSB é um dos instrumentos da Política de Saneamento Básico do município. Essa Política deve ordenar os serviços públicos de saneamento considerando as funções de gestão para a prestação dos serviços, a regulação e fiscalização, o controle social, o sistema de informações, conforme o Decreto 7.217/2010. Sem o PMSB, a partir de 2014, a Prefeitura não poderá receber recursos federais para projetos de saneamento básico. O documento, após aprovado, torna-se instrumento estratégico de planejamento e de gestão participativa, passando a ser a referência de desenvolvimento de cada município, estabelecidas as diretrizes para o saneamento básico e fixadas as metas de cobertura e atendimento com os serviços de água; coleta e tratamento do esgoto doméstico, limpeza urbana, coleta e destinação adequada do lixo urbano e drenagem e destino adequado das águas de chuva. A lei 11.445/07 restabelece o papel do poder público local na participação do planejamento do setor, na tentativa de reduzir o distanciamento dos municípios em relação aos problemas de saneamento, delegados em sua maioria às empresas estaduais. Ao mesmo tempo, a Lei oferece alternativas de regionalização ou formação de consórcios públicos. Dos quatro eixos do saneamento básico: (a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; (b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; (c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; (d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou 1 Decreto de Regulamentação nº 7.217, de 21 de junho de 2010 4

retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. 3.1 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL A água constitui-se em elemento essencial à vida. O acesso à água de boa qualidade e em quantidade adequada está diretamente ligado à saúde da população, contribuindo para reduzir a ocorrência de diversas doenças. O serviço de abastecimento de água através de rede geral caracteriza-se pela retirada da água bruta da natureza, adequação de sua qualidade, transporte e fornecimento à população através de rede geral de distribuição. Há de se considerar, ainda, formas alternativas de abastecimento das populações (água proveniente de chafarizes, bicas, minas, poços particulares, carros-pipas, cisternas, etc.). MUNICÍPIO DE CAMOCIM- ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição Órgão gestor: SAAE Serviço Autônomo de água e Esgoto ETA: a área da ETA é composta de casa de cloração, reservatório apoiado, casa de bombas e fluoretação. A cloração e aplicação de flúor é feita no próprio reservatório apoiada. Etapas de Tratamento: cloração e aplicação de flúor. Licença Ambiental: não possui licença ambiental. Testes Físico-químicos: são realizados teste de cor, turbidez, ph, cloro residual livre, flúor, alcalinidade, dureza total, cloretos e testes microbiológicos de Escherichia coli e coliformes totais. Número de ligações e percentual: De acordo com informações do escritório local do SAAE o número de ligações reais é de 16.192 e o índice de cobertura é cerca de 94,19%. Manancial de Captação: poços tubulares Informações Complementares: São doze (12) o número de poços que abastece a sede do município. O distrito de Guriu é abastecido pelo SISAR. 5

Ilustração 1: Vista da Estação de Tratamento de Água de Camocim. Ilustração 2: Vista do reservatório apoiado onde é feita a aplicação de cloro e flúor. Ilustração 3: Cilindros de cloro gasoso. Ilustração 4: Vista da parte superior do reservatório apoiado. 6

Ilustração 5: Casa de recalque. Ilustração 6: Vista de um dos poços de abastecimento. Figura 13. 3.2 - ESGOTAMENTO SANITÁRIO Da água distribuída pelo sistema de abastecimento público e efetivamente utilizada nas atividades humanas, 80%, em média, é transformada em esgoto, o qual deve ser coletado e tratado antes de ser lançado no solo ou em corpos d água. As características físicas e químicas do esgoto sanitário variam em função dos usos da água e podem apresentar em sua composição, além de grande quantidade de matéria orgânica, microrganismos patogênicos e substâncias químicas tóxicas. Estes componentes precisam, portanto, ser coletados e tratados adequadamente, de forma que seja evitada a transmissão de doenças ao homem e minimizados os seus impactos sobre o meio ambiente. O tratamento de esgoto adotado pode ser individual ou coletivo. Nas aglomerações urbanas é recomendável que exista um sistema coletivo de esgotamento, composto de rede de coleta e estação de tratamento para as águas residuárias. As soluções individuais são indicadas para o meio rural ou para áreas de baixa densidade habitacional. Em ambas as situações, a adoção do esgotamento sanitário poderá causar novos danos ao homem e ao meio ambiente, caso não seja planejado e implantado de acordo com as recomendações técnicas pertinentes. Os projetos de esgotamento sanitário, quando corretamente executados, têm a finalidade de minimizar os efeitos do lançamento do esgoto in natura sobre o ambiente, caracterizando-se, assim, como um impacto positivo, possibilitando a redução dos índices de doenças e de perigo à saúde da população, a melhoria de qualidade das águas e o aumento dos benefícios dessas águas para os diversos usos. Toda construção permanente urbana com condições de habitabilidade situada em via pública, beneficiada com redes públicas de abastecimento de água e/ou de esgotamento 7

sanitário deverá, obrigatoriamente, conectar-se a rede pública, de acordo com o disposto no art. 45 da Lei Federal no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, respeitadas as exigências técnicas do prestador de serviços. MUNICÍPIO DE CAMOCIM - ESGOTAMENTO SANITÁRIO Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente Órgão gestor: SAAE - Serviço Autônomo de água e Esgoto. Licença Ambiental: segundo informações do escritório do SAAE a licença ambiental da ETE está em processo de renovação para ampliação e readequação do sistema. ETE, EEE: Possui uma Estação de Tratamento de Esgoto ETE composta por duas lagoas e quatro elevatórias. Tipos de ETE: lagoas de estabilização (duas lagoas facultativas). Tipos de Esgotos Recebidos e Tratados: Domésticos Número de Ligações Prediais: possui 16.956 ligações de esgoto, com cobertura de 28,18% na área urbana. Monitoramento de Efluentes tratados: não Corpo Receptor: o oceano Informações Complementares: existe projeto de ampliação do sistema que preve cobertura de de 100% para abastecimento de água e esgotamento sanitário. Estando ainda na fase de desapropriação da área. O Projeto será financiado pela Secretaria das Cidades. 8

Ilustração 7: Entrada das lagoas de estabilização. Ilustração 8: Entrada das lagoas de estabilização. Ilustração 9: Vista das lagoas de estabilização. Ilustração 10: Vista das lagoas de estabilização. 9

Ilustração 11: Vista das lagoas de estabilização. Ilustração 12: Área das lagoas é caminho para moradores do entorno. Ilustração 13: Vista de uma das elevatórias do sistema de esgotamento sanitário. Ilustração 14: Vista de uma das elevatórias do sistema de esgotamento sanitário. Ilustração 15: Esgoto transbordando na via pública. 10

3.3 - LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS No estado do Ceará as desigualdades ficam por demais visíveis quando se analisam os serviços básicos de saneamento, sendo o tratamento dos resíduos sólidos um dos mais importantes, não só pela coleta, mas também, pelo destino dos mesmos. No interior do Estado, principalmente, o lixo quando coletado não passa por nenhum processo seletivo, à exceção de oito municípios 2. Parte desses detritos é depositada a pouca distância de locais com atividades agropecuárias, fora do perímetro urbano, ou próximo a rios, lagoas, poços ou nas proximidades de áreas de proteção ambiental. Em alguns municípios o lixo é queimado, o que também contribui para a degradação dos corpos hídricos e para a poluição ambiental. Esta grave situação, não ocorre somente no Ceará ou no Nordeste, mas em todo o território nacional, possuindo uma magnitude alarmante. Mais de 80% dos municípios brasileiros vazam seus resíduos em locais a céu aberto, em cursos d água ou em áreas ambientalmente protegidas, a maioria com a presença de catadores, entre eles crianças, explicitando os problemas sociais que a má gestão do lixo acarreta. A degradação resultante da utilização dos lixões nesses municípios, a escassez de recursos financeiros e a necessidade premente de investimentos no setor, sugere a implantação de infraestrutura e um Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos capaz de atender a demanda, de forma permanente e sustentável. O grande desafio é a estruturação da Política de Saneamento Básico, no seu integral conceito, buscando a universalização do acesso com qualidade. O desafio a ser enfrentado para atender às demandas deste programa, é a implantação do aterro sanitário para todos os municípios do Ceará, visando dar destinação adequada aos resíduos sólidos das cidades e da população difusa no meio rural. A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos considerados na Lei 11.445/07 são compostos pelas atividades de: coleta, transbordo e transporte dos resíduos; triagem para fins de reuso ou reciclagem; tratamento, incluindo compostagem, e disposição final dos resíduos. Refere-se também ao lixo originário da varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros serviços de limpeza pública urbana, relacionados no art. 3o da Lei. 2 Caucaia,Maracanaú,Pacatuba, Horizonte,Sobral, Nova Jaguaribara, Aquiraz e Camocim 11

MUNICÍPIO DE CAMOCIM - LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas Destino final: O município dispõe seus resíduos em "lixão" a céu aberto, sem o devido manejo e controle ambiental da área. Segundo informações locais antes o local era um aterro controlado. Tipos de resíduos: doméstico, comercial, industrial e hospitalar. Tratamento do Lixo Hospitalar: vai para o lixão. Coleta Seletiva: Não há coleta seletiva. A Secretaria do Meio Ambiente realiza trabalho nas escolas. Reciclagem: o trabalho de reciclagem é realizado pelos catadores no lixão e na sede do minicípiocidade. Informações Complementares: Segundo informações da Prefeiitura o PMSB será elaborado por uma empresa contratada. A coleta de lixo é realizada na sede do município e nos distritos de: Amarelas, Maceio, Guriú e Tatajuba; Camocim está inserido no consórcio para construção de um aterro sanitário juntamente com os municípios de Granja, Chaval, Barroquinha e Martinópole. Ilustração 16: Vista da área do lixão de Camocim. Ilustração 17: Vista da área do lixão de Camocim. Observa-se barracos improvisados e material Observa-se acúmulo de material reciclado reciclado. (papelão). 12

Ilustração 18: Vista da área do lixão de Camocim. Ilustração 19: Vista da área do lixão de Camocim. Presença suínos. Ilustração 20: Vista da área do lixão de Camocim. Ilustração 21: Vista da área do lixão de Camocim Presença de animais. 13

Ilustração 22: Vista da área do lixão de Camocim. Observa-se barracos improvisados. Ilustração 23: Vista da área do lixão de Camocim. Ilustração 25: Vista da área do lixão de Camocim. Ilustração 24: Vista da área do lixão de Camocim. Observa-se grande quantitade de urubus. 3.4 - DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS No processo de assentamento dos agrupamentos populacionais, o sistema de drenagem se sobressai como um dos mais sensíveis dos problemas causados pela urbanização, tanto em razão das dificuldades de esgotamento das águas pluviais quanto em razão da interferência com os demais sistemas de infraestrutura, além de que, com retenção da água na qualidade de vida desta população. 14

O sistema de drenagem de um núcleo habitacional é o mais destacado no processo de expansão urbana, ou seja, o que mais facilmente comprova a sua ineficiência, imediatamente após as precipitações significativas, trazendo transtornos à população quando causa inundações e alagamentos. Além desses problemas gerados, também propicia o aparecimento de doenças como a leptospirose, diarreias, febre tifóide e a proliferação dos mosquitos anofelinos, que podem disseminar a malária. E, para isso tudo, essas águas deverão ser drenadas e como medida preventiva adotar-se um sistema de escoamento eficaz que possa sofrer adaptações, para atender a evolução urbanística, que aparece no decorrer do tempo. Sob o ponto de vista sanitário, a drenagem visa principalmente: desobstruir os cursos d água dos igarapés e riachos, para eliminação dos criadouros (formação de lagoas) combatendo, por exemplo, a malária; e a não propagação de algumas doenças de veiculação hídrica. A microdrenagem urbana é definida pelo sistema de condutos pluviais a nível de loteamento ou de rede primária urbana, que propicia a ocupação do espaço urbano ou periurbano por uma forma artificial de assentamento, adaptando-se ao sistema de circulação viária. É formada de: boca de lobo: dispositivos para captação de águas pluviais, localizados nas sarjetas; sarjetas: elemento de drenagem das vias públicas. A calha formada é a receptora das águas pluviais que incidem sobre as vias públicas e que para elas escoam; poço de visita: dispositivos localizados em pontos convenientes do sistema de galerias para permitirem mudança de direção, mudança de declividade, mudança de diâmetro e limpeza das canalizações; tubo de ligações: são ligações destinadas a conduzir as águas pluviais captadas nas bocas de lobo para a galeria ou para os poços de visita; e condutos: obras destinadas à condução das águas superficiais coletadas. A macrodrenagem é um conjunto de obras que visam melhorar as condições de escoamento de forma a atenuar os problemas de erosões, assoreamento e inundações ao longo dos principais talvegues (fundo do vale). Ela é responsável pelo escoamento final das águas, a qual pode ser formada por canais naturais ou artificiais, galerias de grandes dimensões e estruturas auxiliares. A macrodrenagem de uma zona urbana corresponde à rede de drenagem natural preexistente nos terrenos antes da ocupação, sendo constituída pelos igarapés, córregos, riachos e rios localizados nos talvegues e valas. As obras de macrodrenagem consistem em: retificação e/ou ampliação das seções de cursos naturais; construção de canais artificiais ou galerias de grandes dimensões; estruturas auxiliares para proteção contra erosões e assoreamento, travessias (obras de arte) e estações de bombeamento. 15

MUNICÍPIO DE CAMOCIM - DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS Conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas Disposição final: Mar e Lago Seco Pavimentação / Pontos de Alagamento e/ou Inundações: segundo informações locais há pontos de alagamento na Rua Antônio Zeferino Veras com Sebastião Lopes; Rua Três de Outubro, próximo ao colégio Alba Maria; Rua 24 de Maio, próximo a Igreja São Pedro Informações Complementares: nos bairros Centro, Brasíllia e Da Praia há drenagem urbana. Ilustração 26: Ponto de alagamento na Rua Antônio Zeferino Veras com Rua Sebastião Lopes. Ilustração 27: Ponto de alagamento na Rua Três de Outubro, próximo ao colégio Alba Maria. 16

Ilustração 28: Ponto de alagamento na Rua 24 de Maio, próximo a Igreja São Pedro. Ilustração 29: Lago Seco, para onde são drenadas parte das águas pluviais urbanas. Ilustração 30: Ponto onde se observou problemas de drenagem após chuva. Ilustração 31: Ponto onde se observou problemas de drenagem após chuva. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Município de Jaguaretama dispõe dos serviços de abastecimento de água com taxa de cobertura na área urbana de 97,85%, no entanto os serviços de esgotamento sanitário possuem 132 ligações ativas com uma taxa de cobertura de apenas 7,14%. Os resíduos sólidos são dispostos de forma inadequada em lixão a céu aberto sem nenhuma medida de controle ambiental. 17

Constata-se que a universalização das atividades de saneamento básico, seja esgotamento sanitário ou manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana, permanecem em níveis aquém das demandas do município. Vale ressaltar que as águas de drenagem pluviais urbana, e os efluentes não tratados da sede do município tem como destino final o Açude Castanhão. Segundo informações obtidas na Secretaria do Meio Ambiente o município já iniciou a elaboração do seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) abrangendo os serviços de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, de manejo de resíduos sólidos, de limpeza urbana e de manejo de águas pluviais. 5 - ANEXOS 01 02 03 Fortaleza, 11 de julho de 2014. Maria Ivanilde de Sena Lima Técnica Ministerial Eng.ª Agrônoma CREA/CE Nº 13.870 Núcleo de Apoio Técnico NAT Maria Aurelice Matos Borges Técnica Ministerial Eng.ª Química CRQ X/CE Nº 60.241 Núcleo de Apoio Técnico NAT 18