Qualidade da Água em Rios e Lagos Urbanos
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- Aline Antunes Borja
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1 Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária PHD 2537 Água em Ambientes Urbanos Qualidade da Água em Rios e Lagos Urbanos Novembro 2008 Felipe Carvalho Fernanda Ferrari Milena Daniel
2 Introdução A ocupação urbana e a intensificação do uso do solo agravaram os problemas da gestão das águas na cidade: - Rede de esgotamento superficial sem tratamento; - Deposição de dejetos diretamente nos corpos d água; - Deposição de resíduos sólidos em locais impróprios; - Efluentes industriais não tratados.
3 Qualidade das Águas - Qualidade da água é um termo relativo depende diretamente do uso ao qual ela está destinada. - Para abastecimento humano a água deve ser isenta de partículas em suspensão, microorganismos patogênicos e substâncias orgânicas dissolvidas. - Para o uso agrícola, dependendo da cultura a água não necessita da mesma qualidade daquela para ingestão humana, não sendo necessário o processo de tratamento em ETAs. - Para uso industrial, exceto indústria alimentícia, a água captada diretamente da superfície pode ser utilizada sem nenhum tipo de tratamento.
4 Qualidade das Águas - Poluição das águas: alteração em suas características químicas, físicas e biológicas, provocadas por ações ou interferências naturais ou humanas. - Fontes básicas: - Fontes pontuais são aquelas onde se é possível identificar perfeitamente o local, o volume e a freqüência de descarga do esgoto - Fontes difusas são aquelas onde a identificação da origem das fontes poluidoras não é possível por estarem dispersas no ambiente.
5 Qualidade das Águas - O grande volume de esgotos proveniente das áreas urbanas lançados in natura, ou seja, sem tratamento algum, é o principal responsável pela poluição dos cursos d águas superficiais. - Essas substâncias orgânicas biodegradáveis promovem um desequilíbrio das comunidades aquáticas promovendo um crescimento demasiado de organismos compositores: - Estes degradam a matéria orgânica, diminuem a quantidade de oxigênio dissolvido na água, altera a turbidez, a cor, o ph, a condutibilidade elétrica, e etc.
6 Qualidade das Águas
7 Qualidade das Águas - Apenas uma pequena fração dos esgotos é tratada antes de ser lançada em rios, lagos e represas. - Atualmente, há uma grande preocupação com a poluição da água, e verifica-se um aumento na alocação de recursos destinados à ampliação de redes coletoras e construção de estações de tratamento de esgotos (ETE). - As ETEs removem grande parte das impurezas contidas no esgoto, especialmente matéria orgânica e elementos químicos, fazendo com que a água retorne com um nível de qualidade maior aos cursos d água.
8 Qualidade das Águas - Os ambientes aquáticos possuem uma capacidade intrínseca de recuperação da degradação causada pelo lançamento de esgotos chamada autodepuração. - Ela consiste em uma sucessão espaço-temporal de processos ecológicos dividas em zonas: - Zona de degradação; - Zona de decomposição; - Zona de restauração; - Zona de águas limpas. - Visto que a capacidade de autodepuração dos rios é restrita, houve um aumento da extensão dos trechos poluídos e redução de extensões de rio com boa qualidade para captação.
9 Qualidade das Águas
10 Enquadramento -A Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento: -Estabelece o nível de qualidade (classe) a ser alcançada e/ou mantida num corpo d água ao longo do tempo. -Ficam determinados os seus usos possíveis, com segurança adequada. -Nenhum tipo de efluente poderá ser lançado em águas classificadas na Classe Especial.
11 Enquadramento - Estabelece alguns valores básicos dos indicadores de qualidade de água a serem obedecidos pelos lançamentos de efluentes em corpos d'água das demais quatro classes para águas doces. -O controle do lançamento de efluentes deve ser feito de tal maneira que os cursos d'água mantenham-se dentro das condições estabelecidas pelas respectivas classes. - Este é um instrumento de planejamento bastante interessante por permitir estabelecer a qualidade que cada curso d'água deverá manter, de forma a atender seus usos específicos.
12 Enquadramento Resolução CONAMA 357-Capítulo II As águas de melhor qualidade podem ser aproveitadas em uso menos exigente, desde que este não prejudique a qualidade da água, atendidos outros requisitos pertinentes. Águas Doces: I Classe Especial: - Consumo humano, com desinfecção; - Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; -Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.
13 Enquadramento II Classe 1: - Consumo humano, após tratamento simplificado; - Proteção das comunidades aquáticas; - Recreação de contato primário; - Irrigação de hortaliças e frutas; -Proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas; III- Classe 2: - Consumo humano, após tratamento convencional; - Proteção das comunidades aquáticas; - Recreação de contato primário; - Irrigação de hortaliças e frutas; -Aqüicultura e atividade de pesca;
14 Enquadramento IV Classe 3: - Consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; - Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; -Pesca amadora, recreação de contato secundário; -Dessedentação de animais. V- Classe 4: - Navegação; - Harmonia paisagística.
15 Caso Real Rio Piracicaba - Um exemplo de escassez de água devido à poluição gerada pelo lançamento de esgotos provenientes das áreas urbanas e excesso de demanda: - Alta densidade populacional; - Intensa atividade industrial; - Transposição de águas para abastecimento da RMSP; - Pequeno volume de esgoto tratado; - Recebe o montante de esgotos de Campinas, Paulínea, Americana, entre outras; - Solução: trasferir a captação para o Rio Corumbateí.
16 Caso Real Programa Guarapiranga -Situação: Bacia do Guarapiranga ocupada por loteamentos irregulares e favelas, e carreamento de esgoto e lixo para os córregos; -Objetivos do programa: execução de obras de recuperação urbana da região, obras para ampliação da rede de esgoto local e manutenção da rede já existente, recuperação das margens da represa, assim como a coleta de lixo sistemática, a adequação do sistema viário local, a criação de parques e áreas protegidas e a gestão integrada da bacia também estão previstas, juntamente com um programa de educação ambiental da população.
17 Conclusão - O aumento populacional e a concentração dessa população nas áreas urbanas têm gerado grandes impactos no ambiente em geral, principalmente no aquático; - A água se tornou um recurso escasso, mesmo em áreas com grande disponibilidade de recursos hídricos, devido a grande demanda e aos elevados níveis de poluição dos cursos d água; - A qualidade dos recursos hídricos deve ser conservada não somente para o abastecimento urbano, mas também para o uso agrícola, atividades de lazer, manutenção da vida aquática e da biodiversidade;
18 Conclusão - Torna-se cada vez mais importante o tratamento dos efluentes lançados em rios, lagos e represas, juntamente com um programa de educação da população voltado ao uso racional da água, visando à conservação dos recursos hídricos. - Faz-se necessária a implantação de uma política mais agressiva, maior investimento no planejamento e maior disponibilidade financeira para o tratamento de esgotos.
QUALIDADE DA ÁGUA EM RIOS E LAGOS URBANOS
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