ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA NO CÓRREGO ANDRÉ, MIRASSOL D OESTE MT 1
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- Anna Carreira Guterres
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1 ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA NO CÓRREGO ANDRÉ, MIRASSOL D OESTE MT 1 2 Anderson Peretto andersonperetto@hotmail.com ²Ione Cristina de Souza Sodré 3 Célia Alves de Souza Celiaalvesgeo@globo.com 3 Juberto Babilônia de Sousa 3 Evaldo Ferreira 1 Projeto Financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato 2 Bolsistas Iniciação cientifica do CNPq/FAPEMAT 3 Professores do Departamento de Geografia da Universidade do Estado de Mato Grosso RESUMO O estudo foi desenvolvido no córrego André, o mesmo encontra-se inserido no perímetro urbano da cidade de Mirassol D Oeste. O trabalho teve como objetivo analisar os elementos químicos e físicos da água do córrego André. Os procedimentos metodológicos utilizados foram: revisão bibliográfica sobre a temática; trabalho de campo para reconhecimento geral da área e coleta de água, utilizando planta da cidade e GPS para georeferenciamento dos pontos de coleta e; analise química e física da água em laboratório. O córrego André apresenta-se canalizado no perímetro urbano, com concreto aberta, em aproximadamente 1.500m de extensão, no período de estiagem possui vazão de 0,68 m³/s, com presença de esgoto in natura no canal e resíduos sólidos. Nas analises de laboratório constatou-se alteração dos elementos químicos e físicos da água, podendo inferir que para este padrão de enquadramento da classe 2 de acordo com a resolução do CONAMA de 2005 esse córrego encontra-se com elevado índice de contaminação. Os elementos que se encontraram-se alterados foram DBO-20º C mg/l (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), os índices de Nitrogênio Total, sendo que Oxigênio Dissolvido na água somente no ponto três encontra-se dentro dos padrões estabelecidos. Palavras- chave: Qualidade da água, Córrego André, canal urbano INTRODUÇÃO A qualidade requerida depende do uso pretendido: a água de beber, por exemplo, necessita de padrões diferentes de qualidade daquela utilizada para usos industriais ou para irrigação. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu padrões de qualidade para a água de beber e também para aquela destinada ao suprimento domestico. Os padrões da OMS não possuem um significado legal, mas são usados na maioria dos países como um guia para a qualidade do suprimento público de água (CRÓSTA, 2000). O termo qualidade da água descreve basicamente as características físicas, químicas e biológicas, considerando a adequação do recurso hídrico para um determinado fim. Em função de seus usos e considerando suas características, vários organismos estabeleceram normas e padrões específicos de qualidade da água. No Brasil, as normas de qualidade de água para consumo humano são regidas pelo Ministério da Saúde, que as delibera para
2 instituições competentes, por meio da Portaria nº. 518, de 25 de março de 2004 (Brasil, 2004). Tendo em vista a crescente urbanização na cidade de Mirassol D Oeste sem preservação dos córregos urbanos, cria-se a necessidade de estudos relacionados a essa área de qualidade das águas. O estudo objetivou analisar os elementos químicos e físicos da água do córrego André. Os parâmetros de qualidade da água avaliados foram quanto à concentração de ph, Turbidez, Cor, Dureza Total, Alcalinidade total, Fósforo Total, DBO, 20º C, (DQO) Demanda Química de Oxigênio, Nitrogênio Total, Oxigênio dissolvido (OD). De acordo com as disposições finais e transitórias inclusas no capítulo VI Art. 42. da Resolução CONAMA nº 357/2005. As águas doces serão consideradas classe 2, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente. Portanto, as águas do córrego André enquadram-se nas águas de classe 2, sendo assim os índices apresentados nas análises sobre a qualidade da água foram comparadas com o valor máximo permitido para rios de classe 2 da resolução CONAMA nº 357/2005. MATERIAIS E METODOS O córrego André é afluente do córrego São Francisco percorre apenas o município de Mirassol D'Oeste sendo principal afluente do córrego Ribeirão Caeté, desaguando na sua margem direita. O córrego do André possui 5,400km de extensão, com 1,433 km canalizado, na cidade de Mirassol D Oeste. Procedimentos metodológicos Para execução deste trabalho foi realizado trabalho de campo para reconhecimento da área de estudo, e para coleta de amostras de água para ser realizada as análises, sendo que estas foram coletadas com os seguintes procedimentos. Os pontos foram georeferenciados utilizando-se de GPS, Para realizar coletas de amostras de água no canal urbano, utilizou-se recipientes próprios devidamente identificado, conservaram-se as amostras no gelo para que não sofressem nenhuma alteração. As amostras foram enviadas para laboratório, onde foram analisados os seguintes parâmetros: Físicos e Químicos
3 Fatores Físicos: turbidez, coliformes fecais. Fatores Químicos: ph, fósforo total, nitrogênio total, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio. RESULTADOS E DISCUSSÃO O primeiro ponto localiza-se nas coordenadas geográficas de 15º40 30 sul, e oeste 58º04 45 altitude 250m. Neste local foi construído barramento, dando origem a uma represa, conforme os resultados o ph apresentou o valor de (7,84), A Turbidez é de (39,5) - UT, Cor (50,3) uharzen, referente a Colorimetria, Dureza Total (218,7), alcalinidade total, (221,0), o valor referente ao Fósforo Total é de (0,67mg/L). Segundo as análises todos os pontos encontram-se fora dos parâmetros estabelecidos pela resolução CONAMA, DBO- 20cº (Demanda Bioquímica da Água), (16,0), a DQO (Demanda Química de Oxigênio) apresentou um índice de (31,0) mg/l. Enquanto o índice de Nitrogênio Total equivalente (7,8 mg/l). O valor do O.D. (Oxigênio Dissolvido) é de 3,2 mg/l. O segundo ponto localiza-se nas coordenadas geográficas de 15º40 37 sul, e 58º04 48 oeste, altitude 241m. O local encontra-se a montante da canalização, sendo classificada como nascente difusa, pois existem vários pontos de afloramento de água, foram construídos tanques para a prática da piscicultura as analises apresentou o valor de ph de (7,86). A Turbidez é de (37,3) - ut, Cor (45,0), Dureza Total (225,0), a alcalinidade total ( 227,0), o Fósforo Total é de (0,40mg/L). DBO- 20cº (Demanda Bioquímica da Água,( 12,0), a DQO (Demanda Química de Oxigênio) apresentou um índice de 19,0 mg/l. Enquanto o índice de Nitrogênio Total equivale a (6,2 mg/l). O valor do O.D. (Oxigênio Dissolvido) é de 3,2 mg/l. O Terceiro ponto trata-se de uma nascente, localiza-se nas coordenadas geográficas de 15º40 59 sul 58º05 28 oeste, com altitude de 220m, Situa-se ao lado direito do córrego André. O valor do ph é de (6,16). A Turbidez é de 4,23 - UT, cor 5,8, Dureza Total 24,9 mg/l, Enquanto a alcalinidade total, 76,3 O valor referente ao Fósforo Total é de (0,80mg/L). DBO- 20cº. (Demanda Bioquímica da Água, 3,5), a quantidade de DQO (Demanda Química de Oxigênio) apresentou um índice de (5,0 mg/l), o índice de Nitrogênio Total equivale a (0,9 mg/l), o valor do O.D. (Oxigênio Dissolvido) é de (5,6 mg/l. Realizando uma comparação das análises o DBO encontra-se fora dos padrões,
4 enquanto que o oxigênio dissolvido é o único ponto dentro dos parâmetros estabelecidos pala resolução CONAMA. O quarto ponto localiza-se cerca de 500 metros a direita da rodovia MT 174, no sentido Mirassol D Oeste á Cáceres. Os resultados obtidos foram os seguintes valores: apresentou o ph com valor de 7,40, a Turbidez é de 75,5, Cor de 224,0, segundo os resultados a cor encontra-se fora dos parâmetros estabelecidos pelo CONAMA. Dureza Total 117,7 a alcalinidade total, 106,1 O valor referente ao Fósforo Total é de 0,55mg/L. o DBO é 15,0, o DQO apresentou valor de 24,0 mg/l, sendo que o valor de Nitrogênio Total equivale a 4,4 mg/l e O valor do O.D. é de 4,9 mg/l. O quinto ponto encontra-se no término da canalização abaixo da ponte de madeira. Os resultados da analise foram os seguintes; o ph apresentou o valor de 7,39. A Turbidez é de 23,9 - UT, cor 95,0 cor encontra-se fora dos parâmetros estabelecidos pelo CONAMA. Dureza Total é de 94,1, quanto a alcalinidade total é de 125,6, o valor referente ao Fósforo Total é de 0,88 mg/l. DBO cerca de 14,0, o DQO apresentou valor de 21,0 mg/l, o índice de Nitrogênio Total equivale a 9,0 mg/l, o valor do O.D. é de 3,7 mg/l. Com os resultados das análises constatou-se que os valores relativos ao Nitrogênio Total os valores obtidos encontra-se fora dos padrões permitido de acordo com os padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005, para rios de classe 2. Realizando comparação da Cor da água, nos pontos, quatro e cinco apresenta-se em desacordo com valor máximo estabelecido pela resolução CONAMA de 2005, que é de 75,0 UTP. A analise do Fósforo em todos não apresenta os padrões estabelecidos pelo que é 0,050 mg/l, em todos os pontos analisados pelo CONAMA. A analise do DBO-20º C mg /L(Demanda Bioquímica de Oxigênio), somente o ponto três encontra-se dentro dos parâmetros estabelecido pelo CONAMA. Realizando a comparação do DQO (Demanda Química de Oxigênio) somente o ponto três esta dentro dos parâmetros do CONAMA, sendo que todos os outros estão com alto índice de poluição. Os resultados dos índices de Nitrogênio Total aparecem somente o ponto Três encontram dentro do estabelecido pelo CONAMA, os outros pontos apresentaram elevados índices de concentração de Nitrogênio Total. O Oxigênio Dissolvido na água somente no ponto três encontra-se dentro dos padrões estabelecidos. Quadro 01 - Análise da qualidade da água do córrego André
5 COR ENSAIOS UNIDADE CONAMA Turbidez NTU até ,5 37,3 4,23 75,5 23,9 75,0 UTP 50,3 45,0 5,8 224,0 95,0 Dureza total 218,7 225,0 24,9 117,7 94,1 Alcalinidade Total 221,0 227,0 76,3 106,1 125,6 Fósforo Total MG /L 0,050 0,67 0,40 0,80 0,55 0,88 DBO-20º C MG/L < 5 16,0 12,0 3,5 15,0 14,0 DQO MG/L > 5 31,0 19,0 5,0 24,0 21,0 Nitrogênio Total MG /L > 1,0 7,8 6,2 0,9 4,4 9,0 Oxigênio Dissolvido MG/L 5mg/L 3,2 2,9 5,6 4,9 3,7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O córrego André encontra-se com suas margens totalmente descaracterizadas devido à canalização e degradação ambiental no entorno da drenagem, uso inadequado do solo, nas áreas de nascentes, assim como no percurso do canal urbano. Foi possível observar os impactos ocasionados, devido à urbanização, retirada da vegetação, ausência de mata ciliar e aterramento do leito do canal e da área de inundação. Registrou-se esgoto correndo a céu aberto nas ruas próximo a cabeceira do córrego André, assim como várias nascentes assoreadas e com um grau de degradação elevado. O esgoto vem sendo lançado sem tratamento no canal, contatou-se vários animais mortos inclusive peixes, lixo e restos de construção, inseridos na drenagem. De acordo com os resultados com a análise de qualidade de água, é possível mencionar que o córrego André não possui o padrão de qualidade para classe 2 considerando os valores permitidos pela resolução CONAMA, 357/05. REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS CONAMA (2005) Resolução n 357. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Ministério do Meio Ambiente. Brasil CROSTA, Álvaro. Os Recursos Hídricos da Terra. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2000.
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