A Leitura a Par
A Leitura a par Criar um relacionamento positivo - Apresente-se. Fale um pouco de si. Se quiser pode falar do seu gosto pelos livros e pela leitura. - Procure conhecer a criança fazendo perguntas fáceis de responder. - Converse um pouco em cada sessão, ouvindo as suas opiniões, valorizando o que ela disser. - Adapte-se ao seu ritmo, aceitando os seus interesses e não forçando. - Procure agir como amigo e treinador de leitura, mas evitando actuar como professor. - Tente informar-se sobre a vida da criança junto do seu professor.
A escolha dos livros - Procure averiguar alguns interesses da criança e escolha livros que lhe possam agradar e que lhe agradem igualmente a si. - Pode pedir à criança que escolha na biblioteca escolar livros que lhe interessem, para lerem em conjunto. - Para quem está a começar, os livros melhores são os que têm apenas legendas ou uma frase por página e que, de página para página, apresentam textos com palavras fáceis, repetições e rimas. - De uma maneira geral, é mais adequado escolher livros com poucas páginas, que possam ser lidos numa única sessão, ou em duas sessões. - Para ampliar e desenvolver a competência de quem já vai conseguindo ler, devem escolher-se livros com textos mais longos. - Procure saber quais são os livros lidos na aula, para reforçar o prazer de ler um livro que a criança já conhece e lhe agradou, ou, pelo contrário, evitar releituras fastidiosas. Adaptar o apoio à etapa de leitura - O apoio a prestar a crianças que ainda lêem poucas palavras, ou não sabem ler, deve ser diferente do apoio destinado a crianças que já conseguem ler frases ou pequenos textos. - Deve encontrar livros adequados à etapa de leitura e ajudar mais ou menos, conforme as necessidades da criança.
Materiais de apoio: - Listas de Livros recomendados Plano Nacional de Leitura em http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/escolas - Leitura para todas as idades - Plano Nacional de Leitura em http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/lermaisemfamilia A preparação da leitura - É indispensável que o voluntário leia o livro antes da sessão e escolha a modalidade mais adequada para o ler com a criança. - Deve identificar as palavras mais difíceis para ajudar a criança durante a leitura. - O local onde as sessões decorrem, na biblioteca ou em outro local, deve ser confortável para ambos. Apresentar o livro - Antes de começar a leitura é aconselhável apresentar o livro. - Deve começar-se por mostrar a capa, ler o título do livro, falar um pouco da ilustração, e apontar o nome dos autores e ilustradores, explicando o que fazem. - A criança pode folhear e tentar descobrir qual é o assunto da história, observando as ilustrações e eventualmente relacionando as imagens com experiências da criança ou assuntos que lhe interessem. - É bom despertar o interesse pelo livro, mas sem revelar tudo.
As sessões de leitura a par - Pode recorrer-se a várias modalidades de leitura na mesma sessão, ou em sessões sucessivas, para tornar a actividade mais fácil e divertida: - Leitura independente: a criança lê um livro que está ao seu alcance, com a ajuda do voluntário. - Leitura alternada: a criança lê palavras ou passagens ao seu alcance e o voluntário lê as mais difíceis. - Leitura a par: a criança e o voluntário lêem em coro. Geralmente, a criança espera que o voluntário leia as palavras mais difíceis para as repetir como se fosse um eco.
- Leitura em voz alta: Quando a criança ainda não consegue ler ou luta com dificuldades é útil e divertido lerlhe livros em voz alta. Esta prática dá prazer, desperta o interesse pelos livros e motiva para aprender a ler. - Seja qual for a modalidade, é importante dar ênfase à leitura, ir apontando as ilustrações e conversando sobre o significado das palavras e das frases. - À medida que a leitura avança deve-se ajudar e encorajar dizendo por exemplo: - Leste bem. - Está quase bem. - Gostei da forma como conseguiste ler essa frase. - Tenta lá outra vez. - Emendaste muito bem. Fico contente. - Consegues ler alguma parte dessa palavra? - Lê o princípio dessa palavra; agora continua a descobri -la. - Durante a leitura, se a criança quiser, pode conversar-se sobre as peripécias da história, verificando se correspondem às ideias que ela tinha quando tentou adivinhar pelas ilustrações. - No final da leitura é bom elogiar o esforço. - No final deve conversar-se um pouco sobre a história, deixando que a criança faça perguntas, pedindo-lhe, por exemplo que diga qual foi a parte de que mais gostou, que reconte a história, ou que dê a sua opinião sobre o que aconteceu. - Para ajudar a criança a pensar sobre a história, podem fazer-se perguntas.
- Se o voluntário achar útil e a criança aceitar, é bom reler partes que foram mal lidas ou que, por serem difíceis, se deixaram para depois. - Se a criança quiser, pode reler o livro todo. A repetição dá confiança, aumenta a possibilidade de reconhecimento de palavras difíceis e permite que a criança tenha consciência de que progrediu em pouco tempo. - Podem ler-se e reler-se várias vezes os livros de que a criança mais gosta. As palavras difíceis Com palavras difíceis ou desconhecidas podem usar-se várias estratégias: - Ler a palavra em partes, mostrando como as letras soam em conjunto. Com palavras pequenas a criança pode dizer as letras e qual é o som de cada letra. O voluntário pode apontar as letras e dizer os sons das sílabas. - As imagens podem ajudar, facilitando a descoberta de palavras ou frases que lhes estejam associadas. A correção de erros - Quando a criança hesita ou erra é melhor esperar um pouco, para a deixar pensar e dar a possibilidade de descobrir sozinha ou corrigir. - É importante ser carinhoso. Deve dar-se tempo para a criança pensar, mas quando fica perplexa o voluntário deve ajudá-la a descobrir a solução.
- Quando a criança fica bloqueada é bom encorajá-la, dizendo, por exemplo: Ainda bem que resolveste parar, realmente não se estava a perceber. - Não é bom interromper para corrigir todos os erros, pois a interrupção prejudica o ritmo da leitura e pode desanimar. - Se não consegue ler sozinha, pode sugerir-se duas palavras em alternativa para que escolha, ou dizer a palavra e deixá-la prosseguir. - Podem ignorar-se erros que não alteram muito o sentido, como por exemplo: Vi o leão, em vez de: Vi um leão - Se a criança altera o sentido, deve esperar-se para ver se corrige sozinha. Se não corrigir pode perguntar-se no final se acha que a frase faz sentido. Por exemplo: Vi o leão, em vez de Vai o leão - Se houver muitos erros ou muitas palavras difíceis a criança pode ir lendo o que consegue e o voluntário ajudar a ler o que ela não consegue. - É bom anotar palavras que foram mal lidas para pedir que volte a lê-las no fim, sem interromper a leitura. - No final da leitura, pode-se voltar às frase ou partes que foram mal lidas. Assegurar a compreensão - Para ajudar a criança a compreender que os livros têm sentido é bom fazer perguntas e encorajar a criança a fazer perguntas. Contatos: http://www.voluntariosdaleitura.org/ voluntariosdeleitura@gmail.com