Mortalidade de bezerros varia de 2 a 8% (EUA, Canadá, Europa) (Ortiz-Pelaez et al., 2008; Guliksen et al., 2009; Bleul, 2011, Raboisson et al., 2013) 5% taxas aceitáveis (Nussio, 2005) Bem-estar animal Ética Índices produtivos Zero de mortalidade (Paranhos da Costa & Cromberg, 1998) Mortalidade de bezerros varia de 10,3 a 34% (Matta, 1973; Leite e Lima, 1982, Frois et. al., 1994, Botteon et al., 2001) Ainda enfrentamos muitas dificuldades...
Desafios ambientais Falta de higiene Alta densidade de animais Piquete maternidade Vetores Instalações Clima Ambiente pobre em estímulos Agentes causadores de doenças Bactérias Vírus Protozoários Vermes Falhas de manejo Pré-parto Cura de umbigo Oferta de colostro Aleitamento Desmame Pouca interação humanos
Pessoas enfrentando dificuldades...
Aleitamento em baldes com bicos
Investigar de forma integrada como adequações de manejo podem beneficiar o bem-estar dos bezerros Objetivo: Efeitos da adoção de um conjunto de boas práticas de manejo no bem-estar de bezerros leiteiros, avaliado pelos indicadores de saúde e comportamento. Manejo Racional (BPM) Manejo Convencional (MC) Criação de bezerros em grupos Individualização Aleitamento em baldes com bicos versus Aleitamento em baldes Adoção de estimulação tátil Pouca interação Desmame gradual Desmame abrupto
Protocolo experimental Período: julho/2011 a dezembro/2012 Local: FAI do Brasil, Jaboticabal-SP 48 bezerros machos (Holandês x Gir x Jersey) Oriundos de 3 fazendas: Fazenda Germânia (Taiaçu-SP), Fazenda Bela Vista (Jaboticabal, SP) e Fazenda Toni Ângelo (Jaboticabal, SP)
Controle do nascimento dos bezerros Parto ao 3º dia de vida Bezerros acima de 30 kg de PV Partos eutócicos Cura de umbigo (iodo a 10%) Oferta do primeiro colostro em até 3 horas, duas vezes/dia nos 2º e 3º dia (total mínimo 4 litros/dia) Colostro de boa qualidade (colostrômetro) Interação positiva durante oferta de colostro para os bezerros BPM Bom manejo de transporte (bezerros com 72 horas de vida)
Do 4º dia de vida ao desmame - MC Bezerros individualizados, baldes convencionais, pouca interação tratador-bezerro e desmama abrupta (70 kg PV) Oferta leite = 4 l bezerros/dia Oferta ração = até 1 kg/ ração dia (em duas vezes) Oferta de feno = ad libitum
Do 4º dia de vida ao desmame - MR Bezerros em grupos, baldes com bicos, escovação diária e desmama progressiva (70 kg PV) Oferta leite = vide tabela Oferta ração = até 1 kg/ ração dia (em duas vezes) Oferta de feno = ad libitum
Do desmame aos 120 dias de idade MC e BPM Piquetes com suplementação de ração balanceada no cocho, Sal mineralizado Água De acordo com a exigência nutricional para ganho de peso diário de 700 gramas, no mínimo (NRC, 2001).
COLHEITA DE DADOS - SAÚDE Ocorrência de diarréias, desidratação e de mortes: durante todo período Hemograma e leucograma Quantificação de Glicose Quantificação de IgG Antes da primeira mamada do colostro, 24 h, 48h, 72 horas, 30, 60, 90 e 120 dias de idade.
COLHEITA DE DADOS - COMPORTAMENTO Testes comportamentais: 30, 60, 90 e 120 dias de vida. a) Distância de fuga: repetida 3 (três) vezes para cada animal, utilizando-se trena. b) Teste de docilidade: LM= latêcia para primeiro movimento TCONT = tempo para conter o bezerro em um canto do curral TTA = tempo total para afago, considerando o tempo máximo de 1 minuto de afago.
RESULTADOS Indicadores de saúde
Figura. Número de casos de diarréia e de animais desidratados, em função dos tratamentos (convencional= MC ou racional= MR) e das idades de avaliação dos bezerros. Diarréia (χ 2 = 53.16, P < 0.01) e Desidratação (χ 2 = 6.44, P < 0.01) Mortalidade: (χ2=27,22; P<0,001) com menor taxa (75% a menos) para o grupo de bezerros mantidos sob as condições de BPM (4,5%) em relação àqueles mantidos em MC (18,2%).
RESULTADOS Indicadores de comportamento
Tabela. Médias e respectivos erros padrão das variáveis distância de fuga (DF), latência para o primeiro movimento do bezerro (LM), tempo de contenção do bezerro (TCONT) e tempo total de afago permitido pelo bezerro (TTA) para cada uma das avaliações realizadas (aos 30, 60, 90 e 120 dias de idade) e em função dos grupos de manejos avaliados (BPM = Boas Práticas de Manejo e MC = Manejo Convencional). Indicadores comportamentais 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias DF, m MR 0,33 b ± 0,13 0,51 b ± 0,13 0,47 b ± 0,13 0,62 b ± 0,13 MC 0,90 a ± 0,12 1,27 a ± 0,12 1,05 a ± 0,13 0,79 a ± 0,13 LM, s MR 4,68 a ± 2,35 8,16 a ± 2,24 8,78ª ± 2,42 12,99 a ± 2,52 MC 6,25 a ± 2,18 11,22 a ± 2,17 15,04ª ± 2,34 9,87 a ± 2,80 TCONT, s MR 27,81 b ± 9,20 34,27 b ± 9,73 59,98 b ± 9,46 58,20 b ± 9,73 MC 48,57 a ± 8,75 44,02 a ± 9,20 86,87ª ± 10,03 88,97 a ± 10,35 TTA, s MR 55,74 a ± 4,28 59,95 a ± 4,56 52,56ª ± 4,38 46,11 a ± 4,51 MC 49,10 b ± 4,19 43,68 b ± 4,86 31,40 b ± 5,65 36,15 b ± 5,55 Médias de cada variável seguidas da mesma letra nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Tem pessoas trabalhando muito bem...
Considerações finais Mostramos pela primeira vez os efeitos positivos da adoção de BPM no bem-estar de bezerros leiteiros Sem implicar em prejuízo para produtividade Questina-se o paradgma de que a individualização dos seja necessário para a manutenção da boa saúde Profunda revelância para o setor leiteiro Não renegue seu bezerro ao plano secundário: seu bezerro de hoje será sua vaca de amanhã!
Obrigada! Lívia Carolina Magalhães Silva Zootecnista Pesquisadora do Grupo ETCO/Unesp,Jaboticabal-SP lmagalhaesilva@gmail.com WWW.GRUPOETCO.ORG.BR