REUNIÃO CÂMARA SETORIAL DE FIBRAS NATURAIS CRISE NA COCONICULTURA BRASILEIRA DIAGNÓSTICO DE CAUSAS, IMPACTOS À CADEIA PRODUTIVA E SOLUÇÕES PROPOSTAS
Sumário Executivo Diagnóstico de Causas Impactos à Cadeia Produtiva Ações Recomendadas
Contextualização Segundo ABREU, O Brasil é o único país do mundo produtor onde o coco é tratado como uma fruta e não como uma oleaginosa, com uma vasta aplicação do fruto in natura e seus derivados tanto como insumo industrial, como na forma in natura. Tec. Especializado Engº Alimentos - Embrapa Agroindústria Tropical. Aproveitamento Industrial do Coco-da-Baía Maduro (Coco Seco). Referência: www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_1943.pdf
Contextualização Entre 1992 e 2012 vigorou uma ação de salvaguarda autorizada pela OMC Organização Mundial do Comercio impetrada pelo SINDCOCO que impunha cotas de importação para o coco ralado (5000 ton/ano). Motivado por hábitos de vida mais saudáveis, o consumidor brasileiro passou a consumir água de coco tanto in natura quanto industrializado. Neste período o setor da coconicultura se recuperou e grandes industrias foram instaladas no pais, além é claro de uma forte expansão na área plantada.
Contextualização Com o fim da salvaguarda em 2012, as importações irregulares dispararam tanto para o coco ralado como para a água de coco Importações de coco ralado Importações água de coco gel
Problemas Problema de Natureza Socioeconômico - abandono do cultivo por parte de pequenos e médios produtores devido à expressiva baixa do preço do fruto Problema de Defesa Agropecuária Risco de entrada de pragas Quarentenárias ausentes Problema de natureza de segurança alimentar Contaminação com fungos, bactérias e vírus causadores de doenças tais como botulismo e diarreias crônicas. Põe em risco o futuro de uma agroindústria de exportação de um produto diferenciado com impacto negativo ao PIB do estado da Bahia e do país.
Diagnóstico de Causas Falta de regulamentação do setor para produtos derivados do coco Importações irregulares em quantidades praticamente equivalentes ao consumo aparente nacional Falta de uma política de preço mínimo para coco verde e coco seco considerando os produtos de valor agregado: água + copra + fibra
Problema SÓCIO-ECONÔMICO O Estado da Bahia é o maior produtor nacional de coco, com área plantada de 75,8 mil ha e produção estimada de 554 milhões de frutos. O Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA) é estimado em R$ 273,5 milhões e responde por uma geração de cerca de 240 mil postos de trabalho (IBGE 2012). Devido à situação atual, estes números estão seriamente ameaçados se as autoridades brasileiras não tomarem nenhuma providência para regulamentar o setor.
Problema de natureza de segurança alimentar Água de Coco: INSTRUÇÃO NORMATIVA N O 27, DE 22 DE JULHO DE 2009 DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Vigente. Coco ralado: RESOLUÇÃO RDC n o 272, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005 (produtos vegetais). É a resolução vigente onde seria aplicado para o coco ralado. No entanto, com não há referência ao coco ralado, a Industria não está mais obrigada a seguir tal resolução. Não há, atualmente, PIQ (Padrão de Identidade e Qualidade) para o coco ralado, nem de origem nacional e nem importado. RESUMINDO: Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) muito pobre para a agua de coco porque não legisla sobre a IMPORTAÇÃO de matériasprimas concentradas ou já prontas para o consumo final de acordo às Boas Práticas de Fabricação exigidas no Brasil e inexistente para o coco-ralado, o que deixa muitas brechas para a elaboração e produção de produtos de baixíssima qualidade destinados ao consumidor brasileiro.
Problema de natureza de segurança alimentar Desde 2005, o coco ralado deixou de possuir o PADRÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE (PIQ) Resolução ANVISA - RDC Nº 84, de 15 de setembro de 2000. Isto expõe o consumidor brasileiro a adquirir um produto que não pode ter a qualidade desejada, seja ele fabricado no Brasil ou no exterior.???? coco
Problema de natureza de segurança alimentar Nota Técnica do MAPA n o 127/2014 CGVB/DIPOV/DAS, menciona que os controles de importação atualmente adotados se limitam a verificar as características do produto que podem ser evidenciados por meio de análises laboratoriais, mas são limitados ou ineficazes para evitar a importação de produtos obtidos por processo produtivo em desacordo com a legislação brasileira.
Problema de Defesa Agropecuária Risco de entrada de pragas Quarentenárias ausentes O coco ralado é um vetor potencial para a entrada de pragas quarentenárias ausentes, de acordo (MAPA) Portaria n o 70 de 05/03/1998, publicada no Diário Oficial da União do dia 06/03/1998, que assim se expressa em suas preliminares e, em seguida, no seu artigo 1 o :
Põe em risco o futuro de uma agroindústria de exportação de um produto diferenciado com impacto negativo ao PIB dos estados produtores. Farra das embalagens
Ações Que a Câmara Setorial de Fibras Naturais emita notas técnicas: Ao (MDIC MS/Anvisa MAPA), recomendando resolução de suspensão imediata das importações de coco ralado de países aonde há riscos de entrada de pragas quarentenárias que não estejam em conformidade com Portaria n o 70 de 05/03/1998 do MAPA (DOU do dia 06/03/1998). Ao (MDIC MS/Anvisa MAPA), recomendando resolução de suspensão imediata das importações de produtos derivados do coco até que sejam elaborados novos PIQs para coco ralado, leite de coco, óleo de coco e água de coco.
Ações Para que o MAPA e ANVISA elaborem novas PIQs para produtos derivados do coco, a saber: água de coco; coco ralado; leite de coco; óleo de coco. As comissões deverão contar com a presença de representantes de produtores e associações afins, ministérios afins, EMBRAPA Tabuleiros Costeiros e agroindústria. Os novos PIQs para estes produtos deverão considerar a inclusão de item especial sobre importações, contendo cláusula específica para liberação das mesmas, observando a obrigatoriedade da inspeção por técnicos brasileiros custeados pelas industrias dos países de origem, seguindo modelo similar à INSTRUÇÃO NORMATIVA N o 5, DE 25 DE OUTUBRO DE 1999 DO IBAMA que obriga a observância à RESOLUÇÃO RDC N o 18 de 19 de NOVEMBRO DE 1999 da ANVISA aplicada às importações do palmito. Para que o MDIC crie um código NCM específico para água de coco de forma que permita rastrear as importações deste produto no sistema ALICEWEB/SECEX. Que o MAPA desenvolva e publique uma política de preços mínimos para o fruto coco seco e coco verde, considerando o valor integral do fruto.