1. Causas de extinção da punibilidade:

Documentos relacionados
Direito Penal. Causas de Extinc a o da Punibilidade. Professor Adriano Kot.

DELEGADO DIREITO PENAL

Direito Penal Da Extinção da Punibilidade Prof. Joerberth Nunes

Extinção da Punibilidade

PONTO 1: Extinção da Punibilidade PONTO 2: Prescrição Penal 1. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

PRINCIPAIS PRAZOS NO CÓDIGO PENAL (Decreto-Lei nº 2.848, de )

Direito Penal. Extinção da Punibilidade. Professor Fidel Ribeiro.

Direito Penal. Dr. Pietro Chidichimo CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Professor Sandro Caldeira Concurso de Crimes

DIREITO PENAL MILITAR MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA. Aulas 19 a 21

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS DEPARTAMENTO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL I

Extinção da Punibilidade. (continuação)

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PRESCRIÇÃO

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Professor Wisley Aula 07

DIREITO PENAL. Prescrição Penal arts. 109 a 119 do CP

CEM. Magistratura Federal. Direito Penal

PONTO 1: PRESCRIÇÃO 1. PRESCRIÇÃO PRESTAÇÃO JURISDICIONAL IUS PUNIENDI IUS EXECUTIONIS

Profª. Ms Simone Schroeder

Processo Penal. Ação Penal Pública. Ação Penal Privada. conveniência / oportunidade. obrigatoriedade. disponibilidade mitigada.


PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

Extinção da punibilidade. Art. 107 do CP... IV - Prescrição, Decadência e Perempção

AÇÃO PENAL. Noções preliminares e conceito. Características:

DIREITO PENAL MILITAR

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados

Direito Penal. Extinção da Punibilidade. Professora Mariana Inácio.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Razões de política criminal o legislador determina causas que fazem desaparecer o direito de punir do Estado!

INICIO DA AÇÃO PENAL

Direito Processual Penal

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Em várias situações a legislação consagra da junção das jurisdições civil e criminal.

Extinção da punibilidade

Direito Penal. Extinção da Punibilidade

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

DIREITO PENAL Introdução A punibilidade e sua extinção A Extinção da Punibilidade Noções iniciais: Praticada a ação delituosa, surge o direito

Direito Penal CERT Regular 4ª fase

Extinção da Punibilidade

DIREITO ELEITORAL. Processo Penal Eleitoral. Prof. Rodrigo Cavalheiro Rodrigues

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP

Extinção da punibilidade. Art. 107 do CP... IV - Prescrição, Decadência e Perempção

Direito Processual Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase

AÇÃO PENAL. PROF. VILAÇA

Leis Penais CERT Mag. Federal 7ª fase Crimes contra a Ordem Tributária

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. Prof. Ms. Newton Cruz. Punibilidade

DIREITO PROCESSUAL PENAL

1. Prescrição da Pretensão Executória art. 110, caput 1, CP: - Sentença Penal condenatória transitada em julgado IRRECORÍVEL

Professor Wisley Aula 06

SÚMULAS DE DIREITO PENAL

PONTO 1: REVISÃO. PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME FORMAL PRÓPRIO + C. CONTINUADO REQUISITO SUBJETIVO.

Olá, amigos! Valeu! 1. Apresentação e estrutura textual (0,40). 2. Endereçamento à Vara Criminal da Comarca de São Paulo (0,20),

CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Juizados Especiais Criminais Elisa Pittaro

IUS RESUMOS. Da Ação Civil Ex Delicto. Organizado por: Max Danizio Santos Cavalcante

DIREITO PENAL MILITAR

Aula 02 PRESCRIÇÃO PENAL.

PONTO 1: Prescrição em abstrato PONTO 2: Prescrição Retroativa PONTO 3: Prescrição Intercorrente. 1. Prescrição em abstrato:

QUESTÕES D. PENAL EXAME DE ORDEM TEMA: PRESCRIÇÃO PENAL Prof. Geibson Rezende

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Aula 01 PRESCRIÇÃO PENAL: INTRODUÇÃO.

Direito Processual Penal

VIOLÊNCIA SEXUAL E TIPOS PENAIS QUADRO-RESUMO ABUSO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL - CP

SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA CCJC AOS PROJETOS DE LEI N os 215, E 1.589, DE 2015

Das partes. O juiz. Outros atos processuais (auxiliares da Justiça e terceiros)

Direito Penal CERT Regular 4ª fase

ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL

PRESCRIÇÃO (ART. 107, IV DO CP) Professor Jorge Luis Fayad Nazário

Prof. Luis Fernando Alves

UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPI RIBEIRÃO PRETO - SP FACULDADE DE CIÊNCIAS DO DIREITO GERALDO DOMINGOS COSSALTER QUESTIONÁRIO DIREITO PENAL

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

Prof. Magda Hofstaetter SENTENÇA

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Correlação entre acusação e sentença. Gustavo Badaró aula de

Direito Processual Penal

30/09/2012 PROCESSO PENAL I. Processo penal I

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Aula 3: Ação Penal. Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis,

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Procedimento Sumaríssimo. Gustavo Badaró aulas de 5 e 19 de abril de 2017

DIREITO PENAL PARTE GERAL Marcelo Uzeda

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

AÇÃO PENAL. PÚBLICA Ministério Público denúncia PRIVADA

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação)

Aula 03. O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição é o abatimento na pena privativa de liberdade pelo trabalho ou pelo estudo.

Direito Penal Dr. Pietro Chidichimo

Direito Penal. Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) Professor Joerberth Nunes.

TJ-BA. Noções de Direito Processual Penal. Prof. Guilherme Rittel

TEMA: Aumento das Penas e Crime Hediondo para Corrupção de Altos Valores (arts. 5º, 3º e 7º do PL) MEDIDA 3 (Versão 05/11/16 às 10:40)

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Sentença Penal. Gustavo Badaró aula de

Execução provisória da pena e a prescrição. César Dario Mariano da Silva. Promotor de Justiça/SP

Súmula vinculante 35-STF

AULA 08. Critérios utilizados pelo legislador para escolher que ação penal de um delito será privada.

Professor Wisley Aula 10

Provas Juiz não pode proferir uma sentença condenatória somente com base nas provas coletadas na fase investigatória (art.

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Atos de Ofício Processo Penal. Professor Luiz Lima CONCURSO TJMG - BANCA CONSULPLAN

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Transcrição:

1 PONTO 1: Causas de extinção da punibilidade PONTO 2: Natureza Jurídica da Prescrição Penal PONTO 3: Prescrição e reparação do dano PONTO 4: Prescrição e institutos afins PONTO 5: Espécies de Prescrição Penal PONTO 6: Contagem do prazo 1. Causas de extinção da punibilidade: Prescrição penal Introdução: Crime: ATIC = PENA Art. 386, VI 1, CPP Art. 67 2, CPP. Conceito: Prescrição penal é a perda do poder/dever de punir do Estado pelo não exercício da pretensão punitiva ou da pretensão executória durante certo tempo. TEMPO + INÉRCIA 2. Natureza Jurídica da Prescrição Penal: Há três correntes que explicam a natureza jurídica da prescrição penal: 1ª corrente: processual. A prescrição penal possui natureza jurídica processual, pois uma vez consumada impede o prosseguimento da ação penal. Ou seja, esta corrente acaba vinculando o instituto a ação penal. 1 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: VI existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência. 2 Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

2 As duas conseqüências fundamentais são: 1ª) aplicabilidade das normas prescricionais: ainda que sejam mais graves, entrarão em vigor imediatamente, respeitando-se, tão somente, o ato já iniciado. 2ª) Contagem do prazo: aplica-se a regra do art. 798 3, CPP. Brasil. Essa corrente vincula a prescrição com o término da ação penal. Não adotada no 2ª corrente: mista. A prescrição penal tem natureza mista, ou seja, ela seria parte material (de direito penal) e parte formal (direito processual). Não adotada também. 3ª corrente: material/penal. A prescrição penal tem natureza material/penal. Art. 107 4, CP. FATO Of. D RD DPSPC Ao contrário do que sustenta boa parte da doutrina ao salientar que a prescrição penal tem natureza material porque está prevista no art. 107 do CP e porque impede o estado de impor ou de fazer com que o réu cumpra uma pena, já que todas as causas de extinção da punibilidade fazem isso, deve-se perquirir o real fundamento para a sua natureza penal. Para 3Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 4 Extinção da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite.

3 tanto, deve-se observar que a prescrição penal se inicia a partir da data do fato e pode se consumar antes mesmo do oferecimento da denúncia ou da queixa, que é o momento em que se inicia a ação penal. Logo, não depende ela da existência de uma ação penal. Assim, a sua natureza jurídica somente pode ser material. Disso decorrem duas conseqüências importantes: 1) Aplicabilidade das normas prescricionais Lei 12.234/10 (lei penal relativa a matéria da prescrição que tornou mais grave a situação do réu em relação a prescrição penal, acabou, em parte, com a prescrição retroativa e aumentou o prazo mínimo de prescrição penal de 2 para 3 anos). 2) Contagem do prazo: art. 10 5 do CP. Conta-se o dia do início e não se conta o dia do fim. Ex: 09/06/11 4 anos 08/06/15. 31/01/08 1 mês 28/02/08, às 24horas (ano bissexto). Para fins de contagem do prazo prescricional, não importa se o ano tem 365 ou 366 dias. Ou se o mês tem 28, 29, 30 ou 31 dias. O que importa é o espaço entre duas datas idênticas, retirando-se o dia do fim. 3. Prescrição e reparação do dano: art. 67, II 6 do CPP: A prescrição penal apenas extingue a possibilidade do estado impor uma pena. Art. 387, IV 7, CPP art. 63, parágrafo único 8, CPP. Princípio da correlação (D----S). 5 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 6 Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; 7 Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido. 8 Art. 63, Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.

4 Mesmo havendo causa de extinção da punibilidade, persisti o dever de reparar o dano causado pela infração penal, pois o que se apaga é o poder de punir do estado, mas não a infração penal. Em assim sendo, se a causa de extinção da punibilidade ocorrer antes da sentença penal condenatória transitada em julgado, deverá a vítima ou seu representante legal ingressar com ação ordinária de reparação do dano, pois não formado o Titulo executivo judicial. Se, no entanto, a causa de extinção da punibilidade for posterior a sentença penal condenatória transitada em julgado, bastará a vítima ou seu representante legal a sua execução na esfera cível, em razão da conjugação dos artigos 387, IV, e 63, parágrafo único, ambos do CPP. A vitima ou seu representante legal poderá liquidar o valor que entender cabível a mais daquele fixado em sentença penal condenatória. 4. Prescrição e institutos afins: - Prescrição e decadência: Ambas são causas de extinção da punibilidade geradas em virtude do tempo. Diferenças: A prescrição penal incide em quaisquer espécies de ação penal e em qualquer momento delas. Já a decadência somente tem cabimento na ação penal privada e na ação penal pública condicionada a representação. A decadência apenas se opera antes do início destas ações penais. O prazo decadencial nem se suspende, nem se interrompe e nem se prorroga. - Prescrição e Perempção: A prescrição é uma causa de extinção da punibilidade gerada em virtude do tempo. A perempção é gerada em virtude da inércia do acusador privado (querelante). A perempção somente incide em ação penal privada exclusiva. decadência). A perempção se opera depois do início da ação penal privada (diferença com a

5 Art. 60 9, CPP. Caso mais comum art. 60, III, CPP. - Prescrição e mérito: Se uma vez verificado que se consumou a prescrição ou uma causa de extinção da punibilidade se o Tribunal é obrigado a analisa ro mérito da ação. Ex: réu condenado recorre ao STJ, durante a subida do RESP ele morre. Deverá o STJ enfrentar o mérito do recurso? Não, porque se extinguiu a punibilidade. Súmula 241, TFR (extinto Tribunal Federal de Recursos) - a prescrição impede a análise do mérito do recurso. Há decisões minoritárias que dizem ao contrário, primeiro tenta-se absolvê-lo, caso não possível, se declará-la a extinção da punibilidade. Portanto, enfrentam o mérito e só depois a extinção da punibilidade. Analogia com o Código Militar. 5. Espécies de Prescrição Penal: Antes da lei 12.234: PI PA F RD DPSPC TJ/AC TJ/DEF I. Ex. PR 9 Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

6 Depois da lei 12.234: P. Ex. PI PA F RD DPSPC TJ/AC TJ/DEF I. Ex. PR - Prescrição da Pretensão punitiva: - abstrata art. 109 10, CP; - retroativa art. 110, 1º 11, CP; - intercorrente art. 110, 1º, CP. - Prescrição da Pretensão Executória - art. 110 12, caput, CP. Há uma ordem de relevância as prescrições. - Prescrição da pretensão punitiva abstrata PA: - Base legal: art. 109, CP. - Princípio que vigora na PA: pior pena possível de ser aplicada ao réu. 10 Prescrição antes de transitar em julgado a sentença Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 11 Art. 110, 1º. A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. 12 Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.

7 É a única espécie de prescrição penal que prescinde, que independe de uma sentença penal condenatória. 6. Contagem do prazo: 1º) Adota-se a pena máxima cominada em ABSTRATO. Ex: Furto: 4 anos 1/3 (tentativa) = 2a8m. Crimes em situação de continuidade delitiva (art. 71 13, CP): não se leva em conta o acréscimo. Prescrição penal e concurso de crimes: extinção da punibilidade que se verifica crime a crime. Art. 119 14, CP e Súmula 497 15 STF. 2º) Levar a pena encontrada ao art. 109 do CP: Ex: Furto: 2a8m prescrição 8 anos. 3º) Verificar a existência de causa modificadora do prazo prescricional: art. 115 16, CP. Ex: Réu menor de 21 anos prazo prescricional reduzido para 4 anos. Termo Inicial art. 111 17 CP: I - do dia em que o crime se consumou. 13 Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-selhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 14 Rehabilitação Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. 15 Súmula 497 STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. 16 Redução dos prazos de prescrição Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. 17 Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

8 Em regra é o dia que o crime se consumou pois o Estado desde esse dia reúne condições para punir o acusado. Há a pretensão punitiva do estado e o direito constitucional do réu de exercer sua defesa por meio do devido processo legal. Crimes materiais: no dia da produção do resultado naturalístico. Crimes formais: art. 4º 18 CP, se consuma com a mera ação, ainda que outro tenha sido o resultado. Crimes habituais: como não existe um momento certo para consumação, uma vez que se exige a reiteração dos fatos, a prescrição começa a correr da data da prática do último fato criminoso. Ex: curandeirismo. Crimes complexos: são formados por mais de um crime. Por exemplo, estupro com resultado morte. Art. 108 19, CP: eles não são divididos e, como tal, a prescrição penal começa a correr quando praticado na sua totalidade. Crimes qualificados pelo resultado: quando se consuma o resultado mais grave. Ex: crimes preterdolosos. Crimes que exigem uma condição objetiva de punibilidade: sem essa condição não haverá crime. Ex: esgotar-se a via administrativa com relação aos tributos. ECA, art. 241-A, 1º, I e II, 2º 20 (primeiro são notificados, prazo, para desabilitem o serviço. Serão punidos após o prazo transcorrido sem a retirada). 18 Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 19 Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 20 Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

9 Tem-se a contagem da prescrição postergada até que o estado implemente a condição objetiva de punibilidade. II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa. vontade. No caso de tentativa quando o agente esgota os atos por circunstancias alheias a sua Ex: caso a vítima morre em razão da inicial tentativa. Há um deslocamento do inicio do prazo da prescrição, passa-se para o inciso I (data do homicídio consumado). III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência. O ônus é do réu: enquanto ele prosseguir coma prática da infração penal, não se inicia a contagem do prazo prescricional. (adotada a posição literal do inciso III). Obs: posições contrárias: - se o estado já está exercendo os atos de persecução penal que o réu tenha a seu favor a prescrição penal correndo. - se nesse mesmo contexto, crime permanente ainda se consumando, não apenas o IP foi instaurado, mas remetido ao MP, oferecida uma denúncia e tendo sido ela recebida: a prescrição teria início no recebimento da denúncia. Obs 2: Não confundir crime permanente com crime pseudo-permanente, ex.: art. Art. 171, 3º 21 do CP: Estelionato Previdenciário (crime instantâneo de efeito permanente ex.: aquele Pena reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 1º. Nas mesmas penas incorre quem: I assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; II assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. 2º. As condutas tipificadas nos incisos I e II do 1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. 21 Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

10 que faz documento previdenciário falso é utilizado o inciso I, pois crime instantâneo; Aquele se vale do documento falso para saque previdenciário mês a mês, incidirá o inciso III, vez que crime permanente; Porém, se a mesma pessoa que falsifica e utiliza o documento mês a mês será aplicada regra do artigo 111, III). IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. Deverá ser o conhecimento eficaz, ou seja, o conhecimento feito pela autoridade policial, Juiz (art. 40 22, CPP) ou o MP. 22 Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.