PME. Agrícolas Exportadoras



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Transcrição:

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5923 DE 15 DE MAIO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE PME Agrícolas Exportadoras Com a retracção do mercado interno, as empresas do sector agroalimentar procuraram formas de escoar a sua produção através das exportações. Paulo Alexandre Coelho Empresas querem mais união e menos burocracia Exportações agrícolas têm aumentado, e sector é hoje visto como um caso de sucesso nas vendas ao exterior. RAQUEL CARVALHO E IRINA MARCELINO raquel.carvalho@economico.pt É um dos temas mais queridos do governo português. Por várias vezes os governantes referem-se ao sector agroalimentar como um dos que mais tem contribuído para a recuperação da economia e aumento das exportações. Mas este aumento teve um contributo muito significativo da contracção do mercado interno, refere João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP). Uma contracção que levou os empresários a procurar alternativas para escoar a produção. Mas factos são factos e a os números apontam para uma taxa média de crescimento anual de 8,6% nos últimos 10 anos, destaca fonte oficial do ministério da Agricultura. O sector agroalimentar, dizem, tem acentuado a sua vocação exportadora, superando os 4,7% verificados no conjunto da economia nacional. Mais de 60% dos investimentos apoiados pelo Proder (Programa de Desenvolvimento Rural) Mais de 60% dos investimentos apoiados pelo Proder são feitos a alguns dos produtos que mais têm crescido nas exportações. Éocaso dos vinhos, das frutas e hortícolas edoazeite. que, no primeiro trimestre de 2014 atingiu uma taxa de execução de 81%, a que correspondem 3,4 mil milhões de euros pagos aos beneficiários, são feitos a alguns dos produtos que mais têm crescido nas exportações. É o caso dos vinhos, das frutas e hortícolas e do azeite. Esta dinâmica de investimento no sector está sobretudo concentrada nas PME, que representam 94% dos projectos contratados e 86% do investimento agroindustrial apoiado pelo programa, lembra a mesma fonte. Considerando que o Proder alavancou investimentos na agricultura e agroindústria superiores a 1,5 mil milhões de euros, verifica- -se assim uma fortíssima correlação entre os apoios Proder às PME e o crescimento das exportações do sector agroalimentar, conclui. As vendas para fora quer do sector agrícola quer do agroalimentar têm aumentado ao longo dos últimos anos, mas para chegar a um equilíbrio na balança comercial - no sector agricultura e pescas é negativa em mais de 800 milhões de euros - ainda há um grande caminho a percorrer. O que falta então para dinamizar as exportações? Para o presidente da CAP, uma maior capacidade de oferta e de concentração dos produtores nacionais, uma identificação exaustiva de mercados-alvo e acções diplomáticas para levantar barreiras técnicas e alfandegárias à entrada de produtos europeus, temas comuns à maioria dos empresários contactados pelo Diário Económico. Sofia Rosendo, directora de produção da Sudoberry, empresa do litoral alentejano que produz morangos, e que em 2013 exportou 1.500 toneladas - mais de 2,5 milhões de euros euros - defende que para haver mais vendas externas, o caminho passa por organizações de produtores que consigam massa crítica. Esse foi, também. um dos objectivos da»

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II Diário Económico Quinta-feira 15 Maio 2014 PME AGRÍCOLAS EXPORTADORAS» criação da Portugal Fresh, associação para a promoção das frutas, legumes e flores que, desde a sua criação, há três anos, contribuiu para o crescimento em 25% das exportações do sector. Manuel Évora, presidente, defende que pode ajudar à dinâmica a participação em eventos internacionais, missões empresariais e promoções de produtos, de preferência, sempre em grupo, já que se reforça a capacidade negocial dos mercados. Preocupações das exportadoras A apresentação aos mercados é fundamental e deve ser bem preparada. Gil Domingos, técnico de gestão da Uniovo, empresa que produz e comercializa ovos, exportando 45% da produção, aconselha as empresas que querem exportar a encontrar os parceiros de negócio mais adequados e cuja fiabilidade possa ser comprovada. Esta é uma das tarefas mais difíceis para as PME exportadoras. Gil Domingos defende que seria útil haver uma base de dados de importadores que possam ser potenciais clientes e parceiros nos vários países. E porque existem muitos produtos agrícolas que requerem condições de transporte especiais e específicos, a logística é outro factor que parece ser obstáculo para algumas empresas. O morango, produto altamente perecível que necessita de um grande controlo de frio, explica Sofia Rosendo, há dificuldade em encontrar o transporte adequado. Temos de ter grandes volumes para conseguirmos carros completos, afirma, garantindo que isso não acontece por exemplo, em Espanha, onde a grupagem é relativamente fácil e barata. No que concerne à burocracia no tratamento da documentação necessária para exportar por exemplo para países fora do espaço Schengen, Sofia garante que o sistema em Portugal é complicado e demorado e que os serviços responsáveis não trabalham ao fim de semana. A opção da Sudoberry foi passar a tratar de tudo na Holanda. Com um produto como o nosso não podemos esperar que os serviços estejam disponíveis. Gil Domingos lembra outros limites, mas não internos, como é o caso da legislação comunitária, que são incompatíveis com o tempo de viagem para os países em que o transporte é efectuado por via marítima. Para Carrie Jorgensen, proprietária da Cortes de Cima, empresa exportadora de vinhos, azeites e vinagres, que considera que o trabalho feito pelas entidades da área dos vinhos tem sido feito com uma estratégia acertada, o excesso de burocracia nos países fora da UniãoEuropeiaéomaior problema, a que se alia os elevados custos de transporte. O sector tem ainda de ter um grande número de certificações. A questão das certificações, bem como de outras barreiras não tarifárias, assume especial importância nas exportações para fora da União Europeia, o que onera significativamente a actividade exportadora, afirma João Machado. Infografia: Marta Carvalho marta.carvalho@economico.pt PME Exportadoras O top 10 das PME Líder do sector Agricultura e Pescas que mais exportaram em 1 De Prado Portugal A empresa que em Portugal se localiza no Baleizão, Beja, vendeu ao exterior mais de 14,2 milhões de euros. 2 Pintobar A exploração avícola de Braga exportou mais de 5,4 milhões de euros em 3 Uniovo A empresa de Ferreira do Zêzere exportou mais de 3,5 milhões de euros em 4 Viveiros do Floral A empresa de Silves, que se dedica à criação de árvores cítricas e tem uma empresa irmã na Holanda, vendeu mais de três milhões de euros em 5 AviáriodoResouro A produtora de ovos de Ourém exportou mais de 2,7 milhões de euros. 6 Sudoberry A empresa de produção de morangos do litoral alentejano vendeu ao exterior mais de 2,7 milhões de euros. 7 Cortes de Cima A empresa de vinhos do Alentejo vendeu mais de 2,3 milhões de euros para fora. 8 Viveiros Monterosa A empresa especializada em plantas ornamentais exportou mais de 1,9 milhões de euros em 9 Churchill Graham A empresa de vinho do Porto vendeu 1.4 milhões de euros para fora. 10 QuintadaRosa A produtora de vinhos e azeites do Douro vendeu mais de um milhão de euros ao exterior. Fonte: Ignios, com base na lista das PME Líder de 2013. Os dados analisados não são consolidados e dizem respeito ao ano de

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IV Diário Económico Quinta-feira 15 Maio 2014 PME AGRÍCOLAS EXPORTADORAS OPINIÃO FÁTIMA VILA MAIOR DIRECTORA DE ÁREAS DE FEIRAS DA AIP FEIRAS, CONGRESSOS E EVENTOS Neves António Há cada vez mais interesse de novos investidores na agricultura, vindos de todas as regiões esectores. Banca aposta na agricultura O sector agrícola é visto pelos bancos como estratégico nos apoios financeiros. Os principais bancos nacionais estão apostados em aumentar os apoios financeiros ao sector agrícola, acreditando nas suas potencialidades. É o caso do BPI, que tem como prioridade estratégica o apoio ao desenvolvimento, modernização e internacionalização das empresas do sector agrícola e agro-industrial, assegurando soluções financeiras completas e competitivas, frisa fonte do banco. Contactado pelo Diário Económico, também o Millenniumbcp destaca a crescente relevância do sector agrícola, acreditandono seu potencial e admitindo querer reforçar o seu envolvimento, criando condições para apoiar os agricultores em todas as vertentes do seu negócio, revela fonte do banco. O apoio assenta na gestão da actividade corrente, na implementação de novos projectos de investimento e no apoio à internacionalização e exportações. De olhar atento no sector agrícola está também o BES que, de acordo com fonte oficial, admite percepcionar o mercado com uma potencialidade cada vez maior e mais dinâmica, com o aparecer de novos players no mercado e no interesse cada vez maior de novos investidores, provenientes de todos os sectores e regiões, informando querer continuar a intensificar o apoio ao sector. O financiamento ao sector tem vindo a ser feito através das várias linhas protocolares que existem. 10% do montante global de dois mil milhões da PME Crescimento 2014 é para o sector primário. Depois há a linha IFAP PRODER / PROMAR, com um plafond de 150 milhões de euros e vários protocolos com a Agropante (Sociedade de Garantia Mútua), PAC ajudou a atenuar a crise As verbas canalizadas pela Política Agrícola Comum (PAC) permitiram atenuar os efeitos da crise no sector em Portugal, que representa 11% do emprego, segundo dados divulgados recentemente pela Comissão Europeia. Entre 2007 e 2013, a PAC investiu mais de 8,3 mil milhões de euros nos sectores agrícola e rural em Portugal, e de 2014 a 2020 as verbas destinadas ao país são de cerca de oito mil milhões. O sector primário português representa 2,4% da economia nacional e 11% do emprego, números que estão acima da média europeia (1,7% e 5,2%, respectivamente). As frutas são a principal produção agrícola em Portugal (21,3%), seguidas dos legumes (19,1%), leite (12,8%), porcos (9,9%) e aves de capoeira (8,2%). das quais Millenniumbcp, BPI e BES fazem parte, a par da CGD, do Santander e do Montepio. Há, contudo, também serviços específicos dos próprios bancos. A CGD, por exemplo, lançou a linha de Crédito de Curto Prazo para a Agricultura, Silvicultura e Pecuária, que visa financiar as necessidades de exploração das unidades produtivas. Podem aceder a este crédito agricultores, cooperativas agrícolas, usufrutuários de terras, empresários rendeiros, associação de compartes dos baldios e titulares dos direitos de exploração. Já o Santander criou a sua própria linha de apoio ao sector. A Super Conta Negócios Agricultura permite uma gestão automática e eficiente de tesouraria e adianta os pagamentos, através de um plafond de crédito automático adicional. Será de ter ainda em conta a importância da ferramenta BES Express Bill no apoio ao sector agrícola. Em 2013, o banco captou 455 clientes novos no sector agrícola, tendo aprovado, em linhas BES Express Bill, 60 milhões de euros a mais de 250 clientes, sendo de realçar o apoio dado também através do factoring. O Crédito Agrícola, por seu turno, financiou 3.785 clientes do sector, no valor total de perto de 270 milhões de euros. Até final de 2014, o banco perpectiva financiar um valor superior ao montante de 2013. Também o Montepio disponibiliza um alargado leque de produtos e serviços de suporte ao sector agrícola, desde soluções de gestão de tesouraria, passando pelo leasing para aquisição ou reposição de equipamento agrícola, e seguros de apoio ao investimento. R.C. Estimular a internacionalização da fileira agroalimentar A Fundação AIP, dando continuidade à sua política de apoio às empresas portuguesas, está a desenvolver, através da AIP Feiras, Congressos e Eventos, o plano de internacionalização para o ano de 2014 e primeiro semestre de 2015. Abrangendo vários sectores da economia do País, a fileira agroalimentar tem o seu merecido realce e pretende promover a competitividade das empresas destas áreas, aumentando o seu volume de negócios e estimulando a sua expansão, com uma presença activa num mercado cada vez mais global. Com efeito o sector agroalimentar representa cerca de 4,1% do PIB e tem uma quota de 8,4% nas exportações. Além disso tem apresentado um desempenho muito positivo, traduzido numa taxa de crescimento média anual das exportações entre 2007 e 2012 de 7,9%, superior à do total da economia 3,4%. Sendo um dos mais dinâmicos sectores da economia portuguesa, não podia deixar de estar no plano de internacionalização da Fundação AIP, marcando presença com empresas portuguesas na APAS Brasil, São Paulo e no Summer Fancy Food Show, Nova Iorque. A importância destes certames para o crescimento das empresas nacionais leva a Fundação AIP a incluí-las já no seu calendário de internacionalização de 2015. É através da ousadia e espírito de iniciativa que se ganha espaço e reconhecimento, para que a viabilidade do sucesso seja uma realidade, o que torna imprescindível a qualquer empresário estar presente, contactar frente-a-frente e conhecer a cultura, tradições, produtos e serviços do respectivo mercado onde se pretende apostar os melhores negócios fazem-se no terreno. Merece ainda particular realce o Portugal Agro, novo projecto da FIL, de 20 a 23 de Novembro, o que permite a divulgação da excelência e da inovação dos produtos e serviços das várias regiões de Portugal, contando com acções técnicas para profissionais nacionais e internacionais.