Conhecimento de pacientes com insuficiência renal crônica sobre o tratamento dialítico



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Transcrição:

Conhecimento de paciente com inuficiência renal crônica obre o tratamento dialítico Everaldo da Silva Roberto 1 Ellen Dornela do Santo 2 Luzitano Brandão Ferreira 3 Evandro Rei da Silva Filho 4 Reumo A inuficiência renal crônica (IRC) interfere na vida do paciente. O conhecimento deta patologia pode melhorar o controle da doença. Dee modo, o objetivo do preente etudo foi verificar o conhecimento de paciente com IRC obre hemodiálie. Foram aplicado quetionário a 67 paciente ob tratamento hemodialítico. Obervou-e um bom entendimento da doença por parte do paciente. Além dio, verificou-e correlação poitiva entre conhecimento da doença e nível educacional e correlação negativa com relação à idade. Sugere-e maior atenção para paciente mai idoo e com menor nível educacional para que ele poam conhecer melhor ua doença. Palavra-chave: Inuficiência Renal Crônica. Hemodiálie. Qualidade de vida. 1 Introdução A inuficiência renal crônica (IRC) pode er definida como a perda lenta, gradual e irreverível da funçõe renai. Ela repreenta um importante problema médico no Brail, onde mai de eenta mil paciente ão mantido em programa de hemodiálie (Romão-Júnior, 2004). 1 Graduando em Enfermagem pela Faculdade LS Ditrito Federal, Brail. 2 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade LS Ditrito Federal, Brail. 3 Médico, Doutor em Genética e Profeor do UniCEUB e da Faculdade LS Ditrito Federal, Brail. E-mail para contato: luzitano-ferreira@uol.com.br. 4 Médico, Epecialita em Nefrologia Clínica de Doença Renai de Braília.

132 Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Everaldo S. Roberto, Ellen D. Santo, Luzitano B. Ferreira, Evandro R. S. Filho De um modo geral, a preença de uma doença crônica pode interferir diretamente na vida do paciente (Valderrábano et al., 2001). O paciente com inuficiência renal crônica por ua vez, epecialmente aquele ob tratamento hemodialítico, podem apreentar uma pronunciada redução de ua qualidade de vida (Catro et al., 2003). A detecção precoce da inuficiência renal e a adoção de conduta terapêutica apropriada podem retardar a progreão da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente e diminuir o cuto relacionado à inuficiência renal crônica (Romão-Junior, 2004). Dentre o fatore que podem afetar a qualidade de vida e ua adeão ao tratamento etá o grau de conhecimento do paciente obre ua patologia (Pierin et al., 2001). Ete tema ainda é um apecto do tratamento que tem ido negligenciado e pouco etudado. Há neceidade de uma abordagem multidiciplinar, na qual a vivência de cada paciente, eu valore, crença e prática culturai ejam reconhecido e abordado (Strelec et al., 2003). Nee entido, a educação em aúde é relevante para o êxito no tratamento de paciente e da prevenção de ua complicaçõe (Cupidi et al. 2001; PACE et al., 2003). Verificar o grau de conhecimento de paciente obre ua patologia pode proporcionar medida efetiva para melhorar o benefício da terapêutica (Teixeira; Lefèvre, 2001). Portanto, o objetivo do preente etudo foi avaliar o grau de conhecimento obre hemodiálie de paciente com inuficiência renal crônica, bem como averiguar poívei fatore interferente nete conhecimento. 2 Metodologia Foi realizado um etudo tranveral com paciente maiore de 18 ano, de ambo o exo, ob tratamento hemodialítico devido à inuficiência renal crônica. Entrevita com aplicação de quetionário epecífico, contendo 12 quetõe, coleta de dado demográfico e ocioeconômico e obtenção da principai caracterítica clínica por meio de revião de prontuário foram realizada com todo o paciente. O quetionário referente ao conhecimento do indivíduo verificou o conhecimento do paciente em relação ao que ignifica e quai a caua da inuficiência

Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Conhecimento de paciente com inuficiência renal crônica obre... 133 renal crônica, o papel da hemodiálie no tratamento, a ação do membro da equipe multidiciplinar, a utilidade de medicamento como heparina e eritropoetina, o valore e utilidade de exame laboratoriai como uréia e creatinina, além de cuidado nutricionai do paciente em hemodiálie. A repota correta foram coniderada como acerto, a repota incompleta ou com equívoco foram coniderada como erro. Para a análie final foi coniderado omente o número de acerto e de erro. A entrevita foram realizada em uma clínica epecializada em doença renai da rede particular de aúde, na cidade de Braília-DF que pouía equipe multidiciplinar compota por médico, enfermeiro, fiioterapeuta, nutricionita e picólogo. Ante da eõe de hemodiálie, o paciente reponderam o quetionário feito epecificamente para o preente etudo e aplicado por um único entrevitador com duração aproximada de vinte minuto. A caracterítica demográfica e ocioeconômica analiada foram: idade, exo, grau de ecolaridade (fundamental, médio e uperior) e clae ocioeconômica (A, B, C, D e E), de acordo com a claificação do Intituto Braileiro de Geografia e Etatítica (IBGE), egundo a renda familiar. Com relação ao nível educacional, o indivíduo foram claificado como: pouindo nível fundamental - aquele que apreentavam de 1 a 8 ano de etudo; nível médio - entre 9 a 11 ano; e nível uperior - aquele paciente que pouíam 11 ou mai ano de etudo. O Programa Prima 4.0 foi utilizado para a realização do gráfico e da análie etatítica. A comparaçõe entre o grupo foram realizada por meio da análie de variância (ANOVA), com o pó-tete de Tukey; e, na verificação da correlaçõe, foi utilizado o tete de correlação de Pearon. A ignificância etatítica foi etabelecida em 5% (p < 0,05). Todo o paciente ainaram o termo de conentimento livre e eclarecido, e ete etudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pequia do Centro Univeritário de Braília. 3 Reultado Do total de 67 paciente etudado, 47 (70%) eram do exo maculino e 20 (30%) do exo feminino. A média de idade foi de 40,1 ano (variação de 18 a 78) e o

134 Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Everaldo S. Roberto, Ellen D. Santo, Luzitano B. Ferreira, Evandro R. S. Filho tempo médio de hemodiálie foi de 4,1 ano (variação de trê mee a 12 ano). Do total de paciente, 39 (58%) tinham meno de 40 ano, 20 (30%) pouíam entre 40 e 60 ano e apena 8 (12%) apreentaram mai de 60 ano. A caua da inuficiência renal crônica foram: hipertenão arterial itêmica (68%), diabete (15%), glomerulonefrite (4%), rin policítico (3%), acidente ofídico (2%), além de outra caua (8%). Trinta e um paciente (46%) informaram receber apoentadoria ou algum benefício governamental em decorrência de ua doença, enquanto 36 (54%) declararam não receber qualquer tipo de auxílio. Com relação ao grau de intrução, nove (13%) apreentaram nível uperior, 50 (75%) nível médio e oito (12%) tinham nível fundamental. Um indivíduo pertencia à clae ocial A (1%), omente doi (3%) à clae B, ei (9%) à clae C, 18 (27%) à clae D e 40 (60%) pertenciam à clae ocial E. A média de repota correta do paciente com inuficiência renal crônica foi de 9,9 acerto. A média de repota do grupo de indivíduo menore que 40 Figura 1 Relação entre o número de repota correta e idade do paciente (A), grau de intrução (B), tempo de hemodiálie (C) e clae ocial (D). A B 12 R e 9 p 6 o t 3 a 0 < 40 ano 40-60 ano > 60 ano Fundamental Médio Superior 12 R P < 0,05 e 9 P < 0,01 p o 6 t 3 a 0 Idade Nível Educacional C 12 < 1 ano 1-5 ano > 5 ano D 12 B C D E R e p o t a 9 6 3 0 Tempo de Hemodiálie R e p o t a 9 6 3 0 Clae Social

Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Conhecimento de paciente com inuficiência renal crônica obre... 135 ano foi a maior (10,2), eguido do grupo de 40-60 ano (9,9) e do grupo acima de 60 ano (8,9). A análie de variância (ANOVA) demontrou não haver diferença ignificativa entre ee grupo (p = 0,23). O memo foi verificado quando e comparou o grupo formado de acordo com o tempo de hemodiálie e a clae ocial (Figura 1A, 1C e 1D). A análie de variância (ANOVA) entre o grupo de indivíduo de diferente nívei educacionai revelou diferença etatiticamente ignificativa entre o indivíduo com nível uperior em comparação com aquele com nível médio (p<0,05) e entre o de nível uperior em comparação com o indivíduo que pouíam nível fundamental (p < 0,01), como pode er obervado na Figura 1B. O tete para verificação do coeficiente de correlação de Pearon demontrou correlação poitiva ignificativa (r = 0,377) em relação ao nível educacional e o número de repota correta, e uma correlação negativa ignificativa (r = -0,248) com relação à idade do paciente e o número de repota correta. O tempo de Figura 2 Correlação entre o número de repota correta e idade do paciente (A), tempo de hemodiálie (B), nível educacional (C) e clae ocial (D).

136 Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Everaldo S. Roberto, Ellen D. Santo, Luzitano B. Ferreira, Evandro R. S. Filho hemodiálie e a clae ocial não apreentaram correlaçõe com o número de repota correta (Figura 2). 4 Dicuão A maioria do paciente com inuficiência renal crônica era do exo maculino, o que etá de acordo com outro etudo realizado com paciente com a mema patologia (SANTOS et al., 2005; LOPES et al., 2007). No preente etudo, a principai caua que levaram o paciente à hemodiálie foram, repectivamente, a hipertenão arterial itêmica e diabete, o que também etá de acordo com a literatura que motra erem eta a dua principai caua de inuficiência renal crônica (Romão-Junior, 2004). A grande maioria do paciente (87%) apreentou um número de repota correta acima de 80%, o que ugere que ele pouem bom conhecimento de ua patologia. Ea condição é imilar a de outra doença crônica, a hipertenão, em que foram coniderado atifatório o conhecimento expreo pelo paciente hiperteno, muito embora, nete último cao, o conhecimento não tenha ido relacionado com o controle da preão arterial (Strelec et al., 2003). Ee dado diferem do conhecimento de paciente que e ubmetem a um determinado procedimento como o tranplante de córnea, no qual foi obervado que a grande maioria deconhece do que e trata; qual a importância do uo correto da medicaçõe no pó-operatório e o inai de rejeição, embora tenham ido ubmetido ao procedimento (Moreno et al., 2003). Foram obervada diferença ignificativa com relação à repota de indivíduo que apreentam diferente grau de ecolaridade, endo maior no grupo de indivíduo com nível uperior. Uma correlação poitiva também foi obervada entre a ecolaridade e a repota adequada. Em diferente etudo, a ecolaridade é um fator importante para a qualidade de vida, endo apontado na melhoria do apecto emocionai de paciente com inuficiência renal crônica (Catro et al., 2003) e ignificativa melhora na identificação do problema relacionado ao tratamento de paciente com ama, bem como no índice de qualidade de vida para eta última doença (Bittencourt et al., 2002). Aim,

Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Conhecimento de paciente com inuficiência renal crônica obre... 137 a educação é coniderada como fator fundamental para um adequado controle da doença, poibilitando melhor convívio com ela e tornando o indivíduo capaz de prevenir e detectar complicaçõe (Takahahi et al., 1993). A idade do paciente correlacionou-e negativamente com o conhecimento do paciente obre ua patologia. Etudo têm motrado que idade mai elevada e menor ecolaridade apreentam correlação negativa com controle de doença crônica como a hipertenão arterial itêmica (Bunello et al., 2001) e com a qualidade de vida de paciente em hemodiálie (Bohlke et al., 2008). O preente etudo contatou que a maioria do paciente tem um bom entendimento obre o eu tratamento. Entretanto, verificou-e que há uma forte correlação negativa entre ete memo conhecimento e a idade do paciente, ao pao que exite uma correlação poitiva entre ecolaridade e entendimento obre hemodiálie. A abordagem interdiciplinar contribui para a melhora da qualidade de vida e para o controle clínico de portadore de doença renal crônica (SANTOS et al., 2008). Dee modo, ugere-e que a equipe multidiciplinare que acompanham o paciente em tratamento hemodialítico tenham maior atenção com paciente de mai idade e de menor nível educacional, para que ele poam vir a conhecer melhor ua doença, viando uma melhora na ua qualidade de tratamento e de vida. Abtract Chronic renal failure (CRF) interfere in the live of patient. Knowledge of thi condition can improve the control of the dieae. The purpoe of thi tudy wa to verify the knowledge of patient with CRF on hemodialyi. Quetionnaire were applied to 67 patient with CRF on hemodialyi treatment. There wa good undertanding of the dieae by patient. Moreover, there i poitive correlation between knowledge of dieae and education level and negative correlation with the age. It i uggeted that greater attention to older patient and lower educational level. Keyword: Chronic Renal Failure. Hemodialyi. Quality of life.

138 Univerita: Ciência da Saúde., Braília, v. 6, n. 2, p. 131-139, jul./dez. 2008 Everaldo S. Roberto, Ellen D. Santo, Luzitano B. Ferreira, Evandro R. S. Filho Referência Bittencourt A. R. C. et al. Educação de paciente com ama: atuação do enfermeiro. Jornal de Pneumologia, [S.l], v. 28, p.193-200, 2002. Bohlke M. et al. Predictor of quality of life among patient on dialyi in outhern Brazil. São Paulo Medical Journal, [S.l], v.126, p.252-6, 2008. Bunello R.G.; Melchior R.; Faccin C. Caracterítica aociada ao abandono do acompanhamento de paciente hiperteno atendido em um ambulatório de referência. Arquivo Braileiro de Cardiologia, [S.l], v.76, p.349-51, 2001. Catro M. et al. Qualidade de vida de paciente com inuficiência renal crônica em hemodiálie avaliada atravé do intrumento genérico SF-36. Revita da Aociação Médica Braileira, [S.l], v. 49, p. 245-249, 2003. Cupidi C.; Sampieri L.; Macca G. Improvement of patient knowledge by a ingle educational meeting on hypertenion. Journal of Human Hypertenion, [S.l], v. 15, p. 57-61, 2001. Lope G. B. et al. Comparaçõe de medida de qualidade de vida entre mulhere e homen em hemodiálie. Revita da Aociação Médica Braileira, [S.l], v.53, p. 506-509, 2007. Moreno G. L. et al. Tranplante de córnea e o conhecimento do procedimento pelo paciente. Arquivo Braileiro de Oftalmologia, [S.l], v.66, p. 797-801, 2003. Pace A. E.; Nune P. D.; Ochoa-Vigo K. O conhecimento do familiare acerca da problemática do portador de diabete mellitu. Revita Latino- Americana de Enfermagem, [S.l], v. 11, p. 312-319, 2003. Pierin A. M. G., Mion JR. D., Fukuhima J., Pinto A. R., Kaminaga M. O perfil de um grupo de peoa hipertena de acordo com conhecimento e gravidade da doença. Revita da Ecola de Enfermagem da USP, [S.l], v.35, p. 11-18, 2001. Romão-Junior J. E. Doença renal crônica: definição, epidemiologia e claificação. Jornal Braileiro de Nefrologia, [S.l], v.26, p.s1-5, 2004. Santo P. R. Correlação entre marcadore laboratoriai e nível de qualidade de vida em renai crônico hemodialiado. Jornal Braileiro de Nefrologia, [S.l], v.27, p. 70-75, 2005.

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