Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO C



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JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº200870500047791/PR RELATORA : Juíza Márcia Vogel Vidal de Oliveira RECORRENTE : MARIA JOSE FERREIRA FANTATO RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL VOTO Pretendendo a parte autora a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, mediante o reconhecimento de atividade rural e especial, julgou a sentença parcialmente procedente o pedido, para determinar ao INSS a averbação do período rurícola compreendido entre 02.05.1977 e 31.12.1992, bem como o tempo de serviço trabalhado em condições especiais de 25.10.1993 a 05.03.1997, com a respectiva conversão pelo fator 1,2, e conceder-lhe o benefício. Inconformada, recorreu a autora, pedindo a reforma da sentença, para que seja reconhecida a especialidade do período de 01.05.1999 a 31.10.2007, com a respectiva conversão pelo fator 1,4. Anoto que o período posterior a 28.05.1998 não foi reconhecido como especial, porque o juízo a quo entende aplicável a Súmula nº 16 da TNU. Quanto à possibilidade de conversão de tempo especial após 28.05.1998, esta Turma vinha admitindo, em face da nova redação dada ao artigo 70 do Decreto nº 3.048/99 e, principalmente em face da edição da Instrução Normativa INSS/DC nº 118/2005 (DOU de 18.04.2005) e da Instrução Normativa INSS/PR nº 11/06 (DOU de 21.09.2006). E, recentemente, em 20.10.2009, a Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, no Incidente de Uniformização nº 2007.72.95.009899-2/SC, pacificou esse entendimento: DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/ CONTRIBUIÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI. NEUTRALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. NÃO CONHECIMENTO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM APÓS 28/05/1998. POSSIBILIDADE. 1. Não havendo similitude fática entre a situação dos autos e os paradigmas invocados, não deve ser conhecido o pedido de uniformização no que respeita à descaracterização ou não da especialidade de tempo de serviço em razão do uso de equipamento de proteção individual - EPI. 2. Considerando que a Constituição Federal assegura, desde sua redação original, e mesmo após alterações posteriores pelas Emendas Constitucionais nºs 20 e 47, a adoção de critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria a segurado sujeito a condições especiais de trabalho, e, ainda, que continua em vigor o 5º, do 200870500047791 [MLR /MLR] 1/6

artigo 57, da Lei nº 8.213/91, é possível a conversão de tempo de serviço especial para comum, mesmo após 28/05/1998. 3. Precedente da Turma Nacional de Uniformização (PEDILEF 200461840057125, Relatora Juíza Federal Joana Carolina Lins Pereira, Data da decisão: 27/03/2009, DJ 22/05/2009; PEDILEF 200461842523437, Relator Juiz Federal Manoel Rolim Campbell Penna, Data da decisão: 18/12/2008, DJ 09/02/2009) e do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1010028/RN, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2008, DJe 07/04/2008; REsp 956110/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 29/08/2007, DJ 22/10/2007 p. 367). No tocante ao agente nocivo ruído, ressalto que sempre houve a necessidade de laudo pericial para atestar a exposição acima do limite de tolerância, para o qual adoto o entendimento consolidado por meio da Súmula nº 32 da TNU: "O tempo laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto nº 53831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto nº 2172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto nº 4882, de 18 de novembro de 2003." No período de 01.05.1999 a 31.10.2007, a autora laborou na empresa Procópio Comércio e Indústria de Sacarias Ltda., exercendo funções diferentes, conforme abaixo especificado. No formulário juntado no evento 1 (documento 14) constam os seguintes dados a respeito do intervalo de 01.05.1999 a 30.09.1999: 200870500047791 [MLR /MLR] 2/6

Entre 01.10.1999 e 30.04.2000, o formulário apresentado (documento 15 do evento 1) indica: Por fim, de 01.05.2000 a 30.09.2007 infere-se do Perfil Profissiográfico Previdenciário (documentos 21/22 do evento 1) que: O laudo técnico apresentado (fls. 15/16 do PROCADM1 evento 17) corrobora as informações constante nos formulários, indicando que na função de líder de corte (01.05.1999 a 30.09.1999) havia exposição a ruído de 90Db, e na função de contra mestre de acabamento (01.10.1999 a 30.09.2007) a exposição era de 89Db. Nesse contexto, entendo que deve ser reconhecida a especialidade do período de 18.11.2003 a 30.09.2007, porque ultrapassado o limite de 85dB, estabelecido pela Súmula nº 32 da TNU. 200870500047791 [MLR /MLR] 3/6

O intervalo de 01.05.1999 a 17.11.2003 não pode ser reconhecido como especial, porque a referida súmula exige exposição superior a 90Db, não verificada nesses autos. Sobre o fator de conversão, ressalto que na vigência da Lei 6.887/80, os Decretos 83.080/79 e 87.374/82 não faziam distinção entre o índice adotado para segurados do sexo masculino e feminino, o fator era de 1,2. Por sua vez, a Lei 8.213/91 trouxe nova disciplina para a aposentadoria por tempo de serviço, prevendo tempo diferenciado para homens e mulheres: 35 anos para homens e 30 para mulheres. Igualmente, o Decreto 357/91, em seu art. 64, manteve o índice de 1,2 para o tempo de serviço especial de 25 anos para a concessão de aposentadoria especial e o tempo de serviço comum de 30 anos para mulher, só alterando o multiplicador do homem para 1,4. Nesse sentido, transcrevo o julgado do STJ: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA COMUM. FATOR DE CONVERSÃO. ART. 70, 2o. DO DECRETO 4.827/2003. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS DESPROVIDO. 1. Tanto no sistema anterior quanto na vigência da Lei 8.213/91, foi delegado ao Poder Executivo a fixação dos critérios para a conversão do tempo de serviço especial em tempo de serviço comum. 2. Na vigência da Lei 6.887/80, os Decretos 83.080/79 e 87.374/82 não faziam distinção entre o índice adotado para segurados do sexo masculino e feminino. 3. Por sua vez, a Lei 8.213/91 trouxe nova disciplina para a aposentadoria por tempo de serviço, prevendo tempo diferenciado para homens e mulheres: 35 anos para homens e 30 para mulheres. Além disso, facultou aos segurados a opção pela aposentadoria com proventos proporcionais ao completar-se, no mínimo, 30 anos de serviço para os homens e 25 para as mulheres. 4. Diante desse novo regramento e considerando que os fatores de conversão são proporcionalmente fixados conforme o tempo de serviço exigido para a aposentadoria, o Decreto 357/91, em seu art. 64, manteve o índice de 1,2 para o tempo de serviço especial de 25 anos para a concessão de aposentadoria especial e o tempo de serviço comum de 30 anos para mulher. Já para o tempo de serviço comum de 35 anos para o homem, estabeleceu o multiplicador em 1,4. 5. Essa disposição quanto ao fator de conversão para o tempo de serviço especial de 25 anos foi mantida pelos Decretos 611/92, 2.172/97, 3.048/99 e 4.827/2003, tendo esse último normativo determinado que o tempo de serviço especial laborado em qualquer período será regido pelas regras de conversão nele previstas. 6. No presente caso, a atividade profissional desenvolvida pelo segurado (operador de máquina injetora, com exposição a ruído elevado) garante a concessão de aposentadoria especial com tempo de serviço de 25 anos, motivo pelo qual para a conversão desse período, para fins de concessão de aposentadoria ao segurado do sexo masculino (tempo comum máximo de 35 anos), deverá ser aplicado o fator de conversão 1,4. 7. Agravo Regimental do INSS desprovido. 200870500047791 [MLR /MLR] 4/6

(AGRESP 200802598600 AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 1105770, REL. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ QUINTA TURMA, DJE DATA:12/04/2010) Portanto, em relação à mulher, nunca houve alteração do multiplicador de conversão de período especial para tempo comum, sempre foi estabelecido o fator 1,2. Desse modo, dou parcial provimento ao recurso da autora, para determinar ao INSS o reconhecimento do período especial compreendido entre 18.11.2003 a 30.09.2007, com a respectiva conversão pelo fator 1,2. A verificação do direito do segurado ao recebimento de aposentadoria por tempo de serviço ou de contribuição deve partir das seguintes balizas: a) A aposentadoria por tempo de serviço (integral ou proporcional) somente é devida se o segurado não necessitar de período de atividade posterior a 16/12/98, sendo aplicável o art. 52 da Lei 8.213/91. b) Em havendo contagem de tempo posterior a 16/12/98, somente será possível a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Nesse aspecto, ressalvo entendimento pessoal no sentido de que é possível a concessão da aposentadoria por tempo de serviço com a contagem do tempo até a entrada em vigor da Lei nº 9.876/99. c) Cumprido o requisito específico de 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos, se mulher, o segurado faz jus à aposentadoria por tempo de serviço (se não contar tempo posterior a 16/12/98) ou à aposentadoria por tempo de contribuição (caso necessite de tempo posterior a 16/12/98). Se poderia se aposentar por tempo de serviço em 16/12/98, deve-se conceder a aposentadoria mais vantajosa, nos termos do art. 122 da Lei 8.213/91. d) Cumprido o tempo de contribuição de 35 anos, se homem, e 30 anos, se mulher, não se exige do segurado a idade mínima ou período adicional de contribuição (EC 20/98, art. 9º, caput, e CF/88, art. 201, 7º, I). e) O segurado filiado ao RGPS antes da publicação da Emenda 20/98 faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição proporcional. Seus requisitos cumulativos: I) idade mínima de 53 (homem) e 48 (mulher); II) Soma de 30 anos (homem) e 25 (mulher) com o período adicional de contribuição de 40% do tempo que faltava, na data de publicação da Emenda, para alcançar o tempo mínimo acima referido (EC 20/98, art. 9º, 1º, I). 200870500047791 [MLR /MLR] 5/6

Em todos os casos, deve ser observado o cumprimento da carência, nos termos do art. 142 e art. 55, 2º, ambos da Lei nº 8.213/91. Nos termos do art. 49, II, c/c art. 54 da Lei 8.213/91, a aposentadoria é devida desde a data do requerimento administrativo (DER). A consequência da concessão de aposentadoria impõe à Administração Previdenciária que pague ao segurado as parcelas devidas desde a data de início do benefício, corrigidas monetariamente pelo IGP-DI (de 05/1996 a 03/2006 art. 10 da lei n.º 9.711/1998) e pelo INPC (de 04/2006 a 06/2009 art. 31 da Lei n.º 10.741/2003), as quais devem ser acrescidas de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, contados da citação, até 30/06/2009. Após 07/2009, para fins de atualização monetária e juros de mora, haverá incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009), observada a prescrição quinquenal e valor de alçada dos Juizados Especiais Federais de 60 (sessenta) salários mínimos na data do ajuizamento da ação (incluindo as doze parcelas vincendas). Uma vez reconhecido o direito do segurado ao acréscimo na contagem de tempo de contribuição, impõe-se ao INSS: a) a averbação de tal período de tempo de contribuição; b) desde que alcançado o requisito específico (v. balizas supra), a concessão de aposentadoria com estrita observância à norma contida no art. 122 da Lei 8.213/91, no prazo de 30 dias a contar da intimação do trânsito em julgado. Sem honorários. Ante o exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA AUTORA. Márcia Vogel Vidal de Oliveira Juíza Federal Relatora 200870500047791 [MLR /MLR] 6/6