O IMPACTO DA COVID-19 NO TRANSPORTE DE FRUTAS PERECÍVEIS: CARICA PAPAYA MAMÃO PAPAIA

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Transcrição:

O IMPACTO DA COVID-19 NO TRANSPORTE DE FRUTAS PERECÍVEIS: CARICA PAPAYA MAMÃO PAPAIA Gabriel Ferreira da Silva (Fatec Guarulhos) gabriel.silva284@fatec.sp.gov.br Carlos Alberto Diniz Grotta (Fatec Guarulhos) carlos.grotta@fatec.sp.gov.br RESUMO A alta incidência do transporte de produtos perecíveis ocorridos pela COVID-19 no Brasil, teve com foco o levantamento de informações e dados, relativos ao impacto no transporte do Mamão Papaia. O objetivo é identificar os impactos durante pandemia, focando no transporte e manuseio desta fruta altamente perecível, desde a sua plantação até a chegada em seu cliente final, contextualizando como essa fruta é importante para o Brasil e as exportações para os demais países, trazendo para o leitor os aspectos de sua importância e o cenário pós pandêmico com as frutas perecíveis através de hipóteses e deduções. Obtendo-se resultados concretos sobre o transporte da Carica Papaya, sendo realizados através de pesquisas exploratórias e descritivas, visando a ampla divulgação desse tema atual para a população e para as relações da logística e seu transporte. Conclui que o impacto da COVID-19 no transporte de frutas perecíveis, vem sendo altamente afetada pelo período pandêmico que atualmente estamos vivendo, trazendo como resultado principal a vacina para a população em um todo, realização de higienização das frutas e do meio de transporte no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: 1.COVID-19. 2. Mamão Papaia. 3. Transporte. 4. Logística 5. Impacto. A B S T R A C T The high incidence of transportation of perishable products occurred by COVID-19 in Brazil, focused on the survey of information and data, related to the impact on the transportation of Papaya. The objective is to identify the impacts during the pandemic, focusing on the transportation and handling of this highly perishable fruit, from its plantation to its arrival at its final customer, contextualizing how important this fruit is for Brazil and exports to other countries, bringing to the reader the aspects of its importance and the post-pandemic scenario with perishable fruit through hypotheses and deductions. Obtaining concrete results about the transportation of Carica Papaya, being carried out through exploratory and descriptive research, aiming at the wide dissemination of this current theme to the population and to the relations of logistics and its transportation. It concludes that the impact of the COVID-19 on the transport of perishable fruits, has been highly affected by the pandemic period that we are currently experiencing, bringing as main result the vaccine to the population as a whole, realization of hygienization of the fruits and the means of transport in Brazil Keywords: 1. COVID-19. 2. Papaya. 3. Transport. 4. Logistics 5. Impact. -

1. INTRODUÇÃO O Brasil é representado como um dos três maiores exportadores agrícolas do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da União Europeia, o agronegócio responde por 37% dos empregos brasileiros e constitui-se uma parcela considerável (42%) das exportações do País. Todavia, as frutas frescas brasileiras ainda representam menos de 0,5% da produção mundial destinada à exportação e uma parcela pouco significativa das exportações do país. Dada a particularidade deste produto, delicado e de fácil deterioração, a distância em relação aos grandes importadores, o transporte é fator crítico na composição do custo das frutas frescas produzidas no Brasil. Esta tendência de aumento de consumo traz consigo um mercado internacional cada vez mais exigente quanto a alimentos seguros e livres de qualquer categoria de agravante à saúde humana (CINTRA et.al, 2003), o que implica em adoção de programas específicos que assegurem o controle e a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva de frutas frescas. Os transportes das frutas perecíveis esta interligada a cadeia do frio, referindo-se a um processo de logística de baixa temperatura, a qual utiliza a tecnologia de refrigeração, garantindo as condições especificam de temperatura e umidade relativa no contêiner de transporte das frutas, tendo por si a finalidade de manter a qualidade dos alimentos. (CARULLO et al. 2009). As variações de temperatura podem ocorrer durante armazenamento, manuseio e transporte, estudar e analisar gradientes de temperatura em câmaras refrigeradas, contêineres de caminhões ou marítimos, devem ser um dos principais aspectos securitários da qualidade a serem implementadas pelas empresas (RUIZ, GARCIA; LUNADEI, 2011). Neste momento pandêmico do novo COVID-19, o trabalho e a condição dos produtores rurais tornaram-se mais desafiadores, no Brasil e em outros países da América Latina, trazendo diminuição na produção e no transporte dessas frutas, essa pesquisa irá retratar o transporte do Mamão Papaia, e os impactos que a fruta sofreu diante ao COVID-19, durante todo o seu manuseio, translado até o objetivo final, que é a mesa do cliente. 2. EMBASAMENTO TEÓRICO A presente pesquisa utilizou o método de pesquisa descritiva e exploratória, que segundo Gil (2002), visa a descrição das características de um determinado fenômeno e proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-los mais explícitos ou constituir hipóteses. Portanto, foram desenvolvidas as seguintes etapas: Revisão Bibliográfica, utilizando artigos científicos, notícias e livros que estão inseridos os relatos dos impactos ocasionados pela COVID-19 e o transporte desta fruta perecível. Consultamos a Cadeia de Frios, para os elos de suas produções e logística dos seus produtos. -

2.1 Definição de Produtos Perecíveis Alimentos perecíveis conforme (ABNT, T-B 352, item 3.5.5), é todo o produto que começa a se deteriorar em um curto prazo, sendo necessário mantê-los sob refrigeração e conter previamente a umidade do ambiente em que está armazenado, alimento esse que necessita de um controle. O produtor desse alimento deverá conhecer primordialmente as características do produto perecível, os requisitos para manuseio, armazenagem e transporte, sendo o mesmo que irá indicar os cuidados indispensáveis, sendo assim, uma vez produzido, colhido e higienizado deverá receber embalagens e rótulos necessários. Segundo Gomes (1996), as frutas dependendo de suas características, podem ser transportadas embaladas ou o granel, desde que sejam adéquas aos modais de transporte, escolha essa que dependerá da distância a ser percorrida. É necessário alguns procedimentos simples que podem ajudar na conservação desses produtos durante o transporte como, amarrar as caixas firmemente para evitar quedas e danos aos produtos, realizar o transporte nas horas mais frias do dia, ou então, transportá-los à noite, deixar espaços entre as caixas para ventilação internar e distribuir a carga em ordem inversa de descarga. Além de ser indispensável a recomendação de não transportar produtos incompatíveis, para que não prejudique a carga. 2.2 Transporte dos Produtos Perecíveis É de suma importância seguir todas as restrições da legislação para o transporte de cargas refrigeradas, as regras principais para essa categoria de transporte estão interligadas ao controle de temperatura, tempo de viagem e higiene, tudo isso para evitar a proliferação de microrganismos nos alimentos. A importância da carga refrigerada para a cadeia de distribuição é grande que, em 2018, com greve dos caminhoneiros, uma das maiores preocupações era que alimentos estragados poderiam chegar ao consumidor final. Proibido manter o contêiner ou transportar em um mesmo compartimento de um veículo, alimentos e substâncias estranhas que possam contaminá-los ou corrompê-los, executando-se a exigência de que os alimentos estejam embalados em recipientes hermeticamente fechados, impermeáveis e resistentes. Os veículos de transportes desses alimentos deverão possuir o Certificado de Vistoria, conforme o código sanitário vigente este que é concedido após a inspeção da autoridade sanitária competente. A figura 1 representa o processo do Mamão Papaia desde o seu plantio até a mesa do consumidor final. Figura 1: Processo de Transporte do Mamão Papaia -

Fonte: Autores (2020). Segundo o Centro de Vigilância Sanitária (1991), a Portaria CVS-15, de 7.11.91, à vista do que expressa o artigo 18, inciso I, alínea "F" do Decreto 26.048/86 e considerando: A necessidade da normatização do transporte por veículos de alimentos para consumo humano; A necessidade da uniformização das ações de fiscalização dos veículos que transportam alimentos; Finalmente a necessidade de uma proteção eficaz dos alimentos transportados por veículos para diminuir os riscos de contaminação. Normas para Carga e Descarga: A carga e/ou descarga não devem apresentar risco de contaminação, dano ou deterioração do produto transportado; Quando o alimento tem a necessidade de ser colocado sobre prateleiras e estrados, quando necessários removíveis, desta forma evitando danos e contaminação; Os materiais utilizados não devem constituir fonte de contaminação ou dano para os produtos, sendo assim, precisam passar por desinfetação com o veículo. Normas de refrigeração: Refrigeração de 4 C, com tolerância até 7 C; Resfriamento de 6 C, não ultrapassar 10 C ou conforme as especificações do fabricante expressa na rotulagem; Os veículos que necessitam o controle de temperatura devem ser providos permanentemente de termômetros calibrados e com fáceis leituras. Na tabela a seguir, verificamos características mínimas necessárias no meio de transporte, de acordo com o tipo de produto. Tabela 1 Características do Transporte Características do Transporte Tipo do Produto Exigências Transporte Aberto - Leite cru em vasilhames - Constituído de material metálicos fechados; bebidas atóxico, de fácil limpeza e engarrafadas; hortículas e desinfecção. similares - Não deve ocasionar danos ou deterioração dos produtos; Transporte aberto com proteção - Biscoitos; balas e chocolates; - Constituído de material de cereais e grãos a granel; cereais fácil limpeza e desinfecção; e grãos pré-embalados, seus - Protegidos com lona, derivados farináceos e alimentos plásticos e outros. processados à base de grãos e cereais; condimentos, temperos e especiarias; café; doces em pasta; água mineral pré- -

envasada; massas alimentícias secas; óleos; pós para preparo de alimentos e alimentos desidratados; sal; açúcar e adoçantes dietéticos; alimentos em geral acondicionados em embalagens hermeticamente fechadas (ex.: latas, vidros, filmes plásticos, tetrabick etc,.); similares Transporte fechado à - Pão e produtos de panificação; - Constituído de material temperatura ambiente (baú, produtos cárneos salgados, atóxico, resistente, de fácil containers e outros) curados ou defumados; pescado limpeza e desinfecção salgado ou defumado; produtos - Imobilidade dos recipientes de confeitaria; similares para garantia de integridade dos produtos. Transporte fechado, isotérmico - Carnes e produtos cárneos, - Constituído de material liso, ou refrigerado sucos e outras bebidas a granel, resistente, impermeável e creme vegetal e margarina, atóxico. alimentos congelados ou - Conservação: supergelados, sorvetes; gorduras - Quente: acima de 65ºC. em embalagens não metálicas, - Refrigerado: 4º a 6ºC. produtos de confeitaria que - Resfriado: 6º a 10ºC e/ou requeiram temperatura especial conforme especificações do de conservação; refeições fabricante. prontas para consumo; simliares - Congelado: (-18º) a (-15ºC) - Termômetros em perfeitas condições de funcionamento. - Estrados, prateleiras, caixas, ganchos removíveis para facilitar a limpeza e desinfecção. Fonte: Centro de Vigilância Sanitária (2019). 2.2.1 A utilização do Contêiner em Produtos Perecíveis Segundo Guedes (2021), o contêiner é um ambiente isolado utilizado para o pacote de mercadorias diversas. Contêineres visa separar e facilitar o transporte em diversos ambientes. Cada contêiner tem seu processo único que é executado a partir de um determinado produto, produto esse com suas particularidades necessárias, obtendo assim as configurações orientáveis para o seu transporte. Para o transporte de frutas perecíveis é recomendado o uso do contêiner refrigerado (reefer), no Brasil é utilizada a tecnologia que consiste no controle da atmosfera dentro do contêiner de cargas refrigeradas, de forma que a fruta entre no estado de hibernação e chegue ao destino exatamente com a mesma qualidade em que deixou o Brasil. Somente essa categoria de tecnologia proporciona um ambiente ideal para a preservação da qualidade durante ao transporte. -

Foi executado um trabalho, em 2005, pela empresa Brasfuit escolhendo a Hamburg Sud como parceira, utilizando os contêineres de carga refrigerada com controle de atmosfera no transporte de mamões papaia para a Europa. A Hamburg Sud instalou os equipamentos para teste e acompanhou os embarques. Segundo Neto (2012), o conceito de qualidade de frutas e hortaliças envolve vários atributos, como a aparência visual (frescor, cor, defeitos e deterioração), textura (firmeza, resistência e integridade do tecido), sabor e aroma, valor nutricional e segurança do alimento fazem parte do conjunto de atributos que definem a qualidade. Quando se trata de hortifrutícolas, a cadeia do frio costuma ser mais comum na comercialização para o mercado externo. As seguintes figuras 2 e 3 representam o modelo de contêiner utilizado para o transporte de alimentos perecíveis, mantendo assim sua qualidade. Figura 2: Contêiner Refrigerado (Reefer). Fonte: Ampla Contêineres (2017). Figura 3: Contêiner Refrigerado, com controle atmosférico. -

Fonte: Top Cooler (2020). 3. A LOGÍSTICA E A EXPORTAÇÃO DO MAMÃO PAPAIA, DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 O Brasil se encontra como o segundo produtor mundial do Mamão Papaia com uma produção estimada de 1.517.696t/ano, situando-se entres os principais países exportadores, principalmente para o mercado europeu, ocupando a posição de destaque como produtor, respondendo assim por 25% da produção mundial do Mamão Papaia. No Brasil, a Bahia é o maior produtor nacional da Carica Papaya, com a participação de 46% dessa produção. Segundo Dalmás (2008), com o crescimento demasiado da globalização, os negócios vêm adquirindo um ritmo muito mais acelerado e dinâmico. Com este cenário, as empresas competem não apenas no âmbito local, como também no global. Com isso, observou-se um crescimento expressivo na competição nacional e no comércio global. Com o início da pandemia, em 2020, as restrições ao transporte e comércio interferiu juntamente pela queda na demanda dos produtos, com a paralisação de navios ao redor do mundo, em meio ao caos pandêmico a demanda por bens teve um aumento inesperado, devido ao distanciamento social, pessoas no mundo inteiro começaram a gastar mais em produtos do que em serviços, ocorrendo assim uma procura demasiada pelos serviços de transporte. Obtendo um impacto na falta de contêineres e navios, desenvolvendo a lentidão nas operações devido às medidas contra a COVID-19. No Brasil, os contêineres mais utilizados são os refrigerados, no transporte de frutas, como o maior produtor e exportador desse produto, os produtores das frutas perecíveis exportaram um milhão de toneladas, obtendo assim uma receita de 876 milhões. De acordo com Neder (2021), a desordem dos fluxos com os comércios globais provados pela pandemia, fez aumentar os preços do frete, principalmente entre o Brasil e China, atualmente computado com um valor cinco vezes maior que há um ano, elevando assim o custo de importação dos insumos pela indústria, podendo ocorrer uma ameaça com a exportação de frutas, ocorrendo a falta de contêineres refrigerados, sendo esses essenciais para o transporte desses produtos perecíveis, atrapalhando o embarque dessas cargas. A alta dos preços do frete para a China, fez com que os insumos para fabricar eletrônicos ficassem mais caros, obrigando assim as indústrias aumentarem os preços dos produtos, já na exportação, os que obtiveram maiores prejuízos foram os produtores de carnes e frutas. Essa instabilidade se insere no momento mais agravante da desordem dos fluxos de transporte e impactando no valor do frete para a China, problema esse identificado em 2020, que até o momento sem solução. Quando se trata de frutas, legumes e verduras (FLV), o serviço de transporte ganha ainda mais importância, visto que os produtos são altamente perecíveis e suscetíveis a danos, Sanches (2004), apresentou que cerca de 40% das frutas são perdidas durante o transporte. Ainda no caso das cadeias voltadas à exportação, as vendas de frutas frescas brasileiras apresentaram bom desempenho ao longo da pandemia, com a demanda externa aquecida e pelo fato dos concorrentes do Brasil apresentarem menor disponibilidade de frutas, geralmente o produto mais prejudicado foi o Mamão Papaia, principalmente no início da quarentena, devido à diminuição do transporte aéreo. Em 2020, a média do volume das exportações de frutas frescas, obteve um recuo de 47% em relação ao ano interior, conforme -

os dados do Ministério da Economia. A queda ocorreu devido à falta de aviões para o transporte da mercadoria, já que as frutas fresca vão nos porões dos aviões de passageiros, que, devido à pandemia do coronavírus, pararam de circular. Ironicamente, a COVID-19, que inviabilizou as exportações das frutas frescas, consegue trazer um pequeno alívio ao setor, o transporte atual das frutas, que se restringiu a 20%, está saindo através de aviões cargueiros. O setor tem o aproveitamento dos aviões que trazem mercadorias ao Brasil, inclusive os materiais usados para combater a COVID-19, para estar enviando as frutas ao exterior. O problema é que, esses aviões não têm data e nem hora para chegar, apenas previsões, os exportadores são obrigados a enviar caminhões refrigerados para a porta dos aeroportos e aguardar, de qualquer forma, esses aviões não resolvem todo o problema logístico diante ao momento pandêmico, a carga é enviada para o destino de retorno das aeronaves e, na sequência, devem ser enviadas para os locais de compra, transformando assim essa operação custosa e demorada. Já as exportações de navio continuam normais e custam 70% menos, o problema maior está relacionado ao gosto da fruta quando chegar ao destino, porque se torna bem diferente da fruta fresca exportada por avião. Na figura 4, podemos observar o descarte de mamões, após a queda na exportação, sabendo-se, que antes do descarte os mamões passaram por averiguações e aqueles que estavam em boas condições foram doados. Figura 4:Mamões sendo descartados, após queda na exportação. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Fonte: Reprodução/ TV Gazeta (2020). Ao finalizar a pesquisa, foram visíveis os grandes impactos causados pela COVID-19, o novo cenário imposto pela pandemia fez com que muitos produtores e comerciantes reinventassem suas formas de comercialização, assim, a tele-entrega, a venda por aplicativos e -

outras plataformas de comércio digital fossem a válvula de escape para manterem seus negócios e minimizarem as consequências de demanda retraída. Em todas as regiões do país, o segmento varejista, que comercializa hortaliças e frutas, esteve funcionando na normalidade, já que se trata de serviço essencial, adotando uma série de medidas sanitárias para o controle da disseminação do vírus. O estudo aborda inúmeras variáveis que compõem o setor do abastecimento do mamão, resguardando suas especificidades. Assim, é latente a importância do trabalho no sentido de analisar todas as nuances que envolvem o abastecimento alimentar, notadamente do segmento hortifrutícola, e, com isso, desenvolver políticas públicas para atenuar os referidos impactos, garantindo assim o direito constitucional à alimentação. É importante considerar que, daqui para a frente, o país ainda passará por períodos de dificuldade econômica e de limitações, o novo normal só poderá ocorrer após todos estiverem vacinados, ou com a descoberta de um remédio totalmente eficaz para o combate contra a COVID-19. Será quando os novos padrões de consumo, provavelmente diferente dos já adotados anteriormente pelos consumidores, irás se estabelecer. De suma importância que os setores (reveja) seus investimentos e decisões baseados no fato que a normalidade econômica irá demorar um bom tempo que a própria pandemia, á diversas consultorias que apontam o alcance dessa estima de melhora apenas em 2022. Para esse ano de 2021, com os índices cada vez mais alto de mortes pela COVID-19, as hipótese e deduções é que com a medida em que a pandemia se avança, tudo indica que o segundo semestre deste ano deve ter indicadores econômicos ainda mais negativos do que os observados atualmente, como o aumento de desemprego e a queda no poder de compra dos consumidores. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS No início de 2020, o mundo foi impactado com a notificação da nova COVID-19, o que no início parecia uma epidemia logo tomou uma proporção mundial, tornando-se assim uma pandemia, impactando vários setores, inclusive o transporte seja ele de passageiros ou carga, fazendo com que o transporte de cargas obtivesse um impacto de 40% em sua diminuição, causando déficits financeiros em grande maioria das empresas. Para conter a disseminação da COVID-19, foi necessário a paralisação de grandes atividades comerciais, liberando apenas os serviços essenciais para a população, no Brasil, comércios, empresas, trabalhadores foram fortemente afetados, a pandemia atingiu fortemente os produtores de frutas e hortaliça através da queda na exportação e o fechamento de muitos comércios, ocorrendo assim os desperdícios dos alimentos, o mamão está entre a fruta mais afetada pela pandemia. Apesar da queda de algumas atividades econômicas, as operações de transporte obtiveram um crescimento significativo, destacando-se um salto em suas operações, pois com o decorrer da pandemia logo em seguida veio o lockdown, tornando assim a mobilidade das pessoas limitadas, para ocorrer uma menor disseminação desse vírus letal, assim fazendo com que o transporte tivesse um crescimento exponencial. Por um determinado período o Mamão Papaia teve um crescimento relativo durante a pandemia, com esse crescimento surgiu um problema em relação às exportações, pois a -

pandemia fez com que a moeda brasileira tivesse uma queda significativa, fazendo com que ocorresse um aumento nos pedidos de transporte da carne bovina, o que ocorreu o uso dos contêineres refrigerados, prejudicando assim a exportação das frutas, principalmente do mamão, pois o volume da carga de frutas e bem menor em relação à exportação de carne, com a desorganização logística do transporte, afetando de forma inevitável as exportações das frutas no Brasil, lembrando assim que o transporte aéreo se encontra em crise. Para que os produtores não tenham prejuízos extremamente altos, eles estão enviando frutas do transporte internacional para o mercado nacional. Dessa maneira, vemos que a covid-19 afetou o transporte de mamão, fazendo com que se tenham mais gastos em todo o seu processo desde o início até chegar no consumidor final, fazendo com que as empresas de transportes tivessem um gasto maior com higiene. Em contrapartida, os serviços de entrega de produtos de pequeno porte e valor agregado aumentou de modo significativo fazendo com que tivesse uma alta na demanda de produtos de mercearia, ou seja, agora mais voltado ao mercado interno, como é o caso do mamão, que também teve uma alta no uso do transporte terrestre para sua comercialização. 6. REFERÊNCIAS BORDIN, MAURICIO R. Embalagem para frutas e hortaliças. Disponível em :< https://ital.agricultura.sp.gov.br/arquivos/cetea/informativo/v10n2/v10n2_artigo4.pdf >. Acesso em 16 abr. 2021 CINTRA, R.F., VITTI, A.; BOTEON, M.(2003) Análise dos impactos da certificação das frutas brasileiras para o mercado externo. Disponível em :< https://www.cepea.esalq.usp.br/br/documentos/texto/analise-dos-impactos-da-certificacaodas-frutas-brasileiras-para-o-mercado-externo-ago-2003-xli-sober.aspx > Acesso em 16 abr. 2021. CNA debate ações para mitigar impactos do coronavírus na agricultura familiar. Disponível em :< https://www.cnabrasil.org.br/noticias/cna-debate-acoes-para-mitigarimpactos-do-coronavirus-na-agricultura-familiar >. Acesso em: 25 mar. 2021. DALMAS, S. R. S. P. A logística de transporte agrícola multimodal da região oeste paranaense. Disponível em : < file:///c:/users/lenovo/downloads/2379-12504-2-pb.pdf >. Acesso em 16 abr. 2021. Frutas Perdem Exportação Por Via Aérea, Mas Seguem de Navio. Disponível em :< https://www.portaldbo.com.br/frutas-perdem-exportacao-por-via-aerea-mas-seguem-de-navio/ >.Acesso em: 25 mar. 2021. FUZETO, EDUARDO. Container Refrigerado. Disponível em :< https://deltacontainers.com.br/qual-o-gasto-de-energia-container-refrigerado/ >. Acesso em 12 abr. 2021. -

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