Síncope Neuromediada FISIOPATOLOGIA. que. Aqueles. sofrem. de entes e severos morrem mais subitamente.



Documentos relacionados
Programa de Reabilitação Cardiovascular para Síncope Reflexa: Reabilitação Autonômica

1-1 Orientador do Projeto, 2 Acadêmicas, 3 Colaborador

Marco Aurélio Nerosky Hospital Cardiológico. Costantini

FACULDADES INTEGRADA PROMOVE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM SÍNCOPE: CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO

Curso Nacional de Reciclagem em Cardiologia Região Sul 20 a 24 de setembro de 2006 ACM - Florianópolis

2. HIPERTENSÃO ARTERIAL

A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS PARÂMETROS DE MÉDIA E DA VARIABILIDADE DA PRESSÃO ARTERIAL E NOS SINTOMAS DOS PACIENTES COM SÍNCOPE VASOVAGAL

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício

PRESSÃO ARTERIAL E MECANISMOS DE REGULAÇÃO. Profa. Dra. Monica Akemi Sato

O que é O que é. colesterol?

05/04/2017. Avaliação inicial (screening do estado de saúde) EFB Medidas e Avaliação da Atividade Motora. Objetivos da aula: Por onde começar?

Arritmias Cardíacas e Morte Súbita

AMBULATÓRIO DE DISTÚRBIOS VESTIBULARES. Cristiana B. Pereira

Dr. Ivan Paredes. Mal Súbito. 11º Congresso Paranaense de Clínica Médica

EXERCÍCIO FÍSICO: ESTRATÉGIA PRIORITÁRIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA QUALIDADE DE VIDA.

PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA EM RECÉM-NASCIDO

Vertigem na emergência. Dra. Cristiana Borges Pereira

INCOR REALIZA MUTIRÃO NESTE FINAL DE SEMANA PARA CORREÇÃO DE ARRITMIA

Efeitos do exercício cio na fisiologia cardiovascular. Helena Santa-Clara

CONCEITO: PRC. (Moraes RS, et al. Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arq Bras Cardiol 2005; 84: )

Palpitações Arritmias Síncope Fibrilação atrial Sintomas, causas, cuidados

CENTRO DE REFERÊNCIA EM SÍNCOPE

REABILITAÇÃO CARDÍACA

Hemodinâmica. Cardiovascular. Fisiologia. Fonte:

O TAMANHO DO PROBLEMA

Artigo. Diagnóstico diferencial de taquicardia de QRS estreito

Consulta de Enfermagem para Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica. Ms. Enf. Sandra R. S. Ferreira

Adaptações. Estruturais. Funcionais em Repouso Funcionais em Exercício EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR

PROTOCOLOS DE REABILITAÇÃO CARDÍACA FASE II

Exercício físico, hipertensão e controle barorreflexo da pressão arterial

Treinamento Personalizado para Idosos. Discentes: Dulcineia Cardoso Laís Aguiar

Maconha. Alessandro Alves. Conhecendo a planta

Programa de Condicionamento Cardiovascular

Journal of Applied Physiology Outubro 2009

IMPACTO EPIDEMIOLÓGICO DA ESTENOSE AÓRTICA, QUAIS OS DADOS NACIONAIS?

ANÁLISE FUNCIONAL DO FITNESS

Educação Física 1.ª etapa- 9. o ano

HIPERTENSÃO ARTERIAL Que conseqüências a pressão alta pode trazer? O que é hipertensão arterial ou pressão alta?

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Fisiologia Cardiovascular

Fisiologia Cardiovascular

FIBROMIALGIA EXERCÍCIO FÍSICO: ESSENCIAL AO TRATAMENTO. Maj. Carlos Eugenio Parolini médico do NAIS do 37 BPM

Modelo de Atenção às Condições Crônicas. Seminário II. Laboratório de Atenção às Condições Crônicas. O caso da depressão. Gustavo Pradi Adam

Hemoglobinopatias. Dra. Débora Silva Carmo

VALÊNCIAS FÍSICAS. 2. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Tempo que é requerido para ir de um ponto a outro o mais rapidamente possível.

Saúde Mental do Trabalhador. Grazieli Barbier Barros Terapeuta Ocupacional Especialista em Saúde Pública e da família.

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA REABILITAÇÃO CARDIACA RAQUEL BOLAS

APLICADO AO EXERCÍCIO

Rogério Blasbalg Tessler. Declaração de conflito de interesse

MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND CARDIOTOCOGRAFIA MEAC-UFC 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA DISCIPLINA: FISIOLOGIA HUMANA EXERCÍCIO FÍSICO PARA POPULAÇÕES ESPECIAIS

Indicações e Cuidados Transfusionais com o Paciente Idoso

azul NOVEMBRO azul Saúde também é coisa de homem. Doenças Cardiovasculares (DCV)

Colesterol O que é Isso? Trabalhamos pela vida

Síncope na emergência

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM URGÊNCIAS SANTA CATARINA

REDE D Or de Hospitais Instituto D Or de Pesquisa e Ensino

SÍNCOPE. Aula 6 Imersão em Arritmias Cardíacas. Dr. Bruno Andrea

EFEITO DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NO RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS HIPERTENSOS E/OU DIABÉTICOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO PERFIL LIPÍDICO.

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO PRÁTICAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO LAGO JABOTI

Prevenção Cardio vascular. Dra Patricia Rueda Cardiologista e Arritmologista

Hipertensão Arterial Pulmonar Protocolos Por que e para que? Ricardo Fonseca Martins

FUNÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR DURANTE O EXERCÍCIO

Tonturas e vertigens. Isabela M. Benseñor Hospital das Clínicas da FMUSP

DOR NA PERNA EM ATLETAS. Ricardo Yabumoto

O sistema nervoso autônomo (SNA) é responsável pelo controle da maior parte das

A prática de exercício físico pode ser utilizada como meio de tratamento da hipertensão arterial?

TÍTULO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Á CRIANÇA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE TRANSPLANTE CARDÍACO

Lidando com o paciente oncológico C A M I L A M A N O S S O F U N E S J É S S I C A D E O L I V E I R A S T O R R E R

Teste de inclinação no diagnóstico e tratamento da síncope [120]

Treinamento de Força e Diabetes. Ms. Sandro de Souza

VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS

PERIODIZAÇÃO APLICADA AO TREINAMENTO FUNCIONAL

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR NO PÓS- OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

Programa de Reabilitação Metabólica no DM2

CASO CLINICO. Sexo: Masculino - Peso : 90 KIlos Altura: 1,90m

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

TEMA: Uso de rivaroxabana (Xarelto ) em portadores de fibrilação atrial crônica

TREINAMENTO FUNCIONAL PARA PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004)

06/05/2014. Prof. Me. Alexandre Correia Rocha Prof. Me Alexandre Rocha

COMPORTAMENTO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM ATLETAS DE ALTA PERFORMANCE

Problematização. Processo

Força e Resistência Muscular

6/1/2014 DEFINIÇÃO CHOQUE CARDIOGÊNICO. Perfusão sanguínea

Papel da Estimulação Artificial na Administração da Síncope Neurocardiogênica

Exercício Físico & Doenças Reumatológicas

Fonte: Jornal Carreira & Sucesso - 151ª Edição

INTERVALO E VISITA À EXPOSIÇÃO PARALELA - TEMA LIVRE PÔSTER GRUPO I

Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ciências da Saúde Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Cardiologia

São Paulo, São José do Rio Preto, Rio de Janeiro, Porto Alegre

CARDIOLOGIA ORIENTAÇÃO P/ ENCAMINHAMENTO À ESPECIALIDADE

TREINAMENTO FUNCIONAL PARA GESTANTES

MÉTODO ADAPTATIVO. Nos métodos adaptativos, no entanto, juntamente com o exercício, associa-se um outro fator: a diminuição de oxigênio.

FISIOTERAPIA QUESTÕES DISCURSIVAS

Diminua seu tempo total de treino e queime mais gordura

Transcrição:

TRATAMENTO FÍSICO F NAS SÍNCOPES S NEUROMEDIADAS Aqueles que sofrem de desmaios freqüentes entes e severos morrem mais subitamente. Prof. Giulliano Gardenghi, Ph.D Aforisma de Hipócrates crates,, 1000 a.c. Síncope Neuromediada Perda súbita e momentânea da consciência e do tônus postural, seguida de recuperação espontânea, sem seqüelas neurológicas. Síncope Relevância da Recorrência 66% mudam estilo de vida 64% param de dirigir automóveis 39% mudam de emprego 73% desenvolvem desordens neuropsiquiátricas (depressão, ansiedade, somatização, pânico) 17 a 35% apresentam traumas físicos associados acidentes automobilísticos em 1 a 5% Síncope - Prevalência das Várias Etiologias Prevalência média % Variação % Neuromediada 18 8-37 Arrítmica 14 4-38 Neurológica 10 3-32 HO 8 4-10 Situacional 5 1-8 Doença Cardíaca aca 4 1-8 Medicamentosa 3 1-7 Psiquiátrica 2 1-7 HSC 1 0-4 Indeterminada 34 13-41 FISIOPATOLOGIA Queda súbita da oxigenação cerebral Fluxo sangüí üíneo cerebral Falta de nutrientes cerebrais (glicose) Fluxo sangüí üíneo cerebral Kapoor in: Grubb B; B; Olshansky B.. Syncope: Mechanisms and Management,1997. 1

Fisiopatologia Mecanismos de Hipofluxo Cerebral TRAÇADO DE DOPPLER TRANSCRANIANO Redução do débito cardíaco (DC=FCxVS) Redução da pressão arterial sistêmica Aumento da pressão intra-craniana TRAÇADO DE DOPPLER TRANSCRANIANO Fisiopatologia da Síncope Neuromediada e o Teste de Inclinação Retorno Venoso SNS (catecolaminas) Cavidade Vazia SNP Bezold-Jarisch Bradicardia / Vasodilatação TESTE DE INCLINAÇ INCLINAÇÃO RESPOSTA MISTA TESTE DE INCLINAÇ INCLINAÇÃO - RESPOSTA CARDIOINIBITÓ CARDIOINIBITÓRIA DDH= DECÚ DECÚBITO DORSAL HORIZONTAL DDH= DECÚ DECÚBITO DORSAL HORIZONTAL TILT= INCLINAÇ INCLINAÇÃO ORTOSTÁ ORTOSTÁTICA PA=PRESSÃO ARTERIAL FC= FREQÜ FREQÜÊNCIA CARDÍ CARDÍACA TILT= INCLINAÇ INCLINAÇÃO ORTOSTÁ ORTOSTÁ TICA 2

Barorreflexo Arterial na Síncope S Neuromediada SÍNCOPE NEUROMEDIADA Maiores volumes no leito venoso. Vasoconstrição diminuída da após estresse ortostático tico e durante exercício cio dinâmico. Redução no volume central de sangue, com redistribuição alterada. Béchir et al. Circulation 2003;107:1620-1625 1625 Morillo et al. Cardiology Clinics 1997;15(2):233-49 Síncope Neuromediada Tratamento Medidas gerais e dietéticas Evitar fatores desencadeantes Reconhecer os sintomas prodrômicos TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: (Betabloqueadores, fludrocortisona, inib. da recap. de serotonina) Treinamento Postural Passivo 3 sessões semanais; Ambiente tranqüilo, sem riscos de trauma físico, supervisionados por um familiar; Interrupção frente ao primeiro sintoma. Treinamento Postural Passivo Indivíduo em pé; Dorso encostado na parede; Pés afastados 15 cm da mesma; Posição fixa por 30-40 minutos. Negativação do Teste de Inclinação após Treinamento Postural Passivo no Tratamento da Síncope Neurocardiogênica Gardenghi G 1,2, Rondon MUPB 1, Bastos SC 2, Pezzin F 2, Negrão CE 1,3, Sosa E 2, Hachul DT 2. 1.Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício - Instituto do Coração (InCor) HC-FMUSP 2.Unidade Clínica de Arritmias - Instituto do Coração (InCor) HC- FMUSP 3.Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo Revista da Sociedade de Cardiologia do estado de São Paulo, 2002.. v. 12. p. 122 3

Metodologia 10 pacientes (8 femininos) foram selecionados junto ao Ambulatório de Síncope do InCor; Portadores de síncope neurocardiogênica; Idade: 23 ± 4 anos; Teste de inclinação positivo; Média de 2.8 episódios sincopais/mês Realizaram o treinamento postural passivo por um período de quatro meses; Submetidos a novo teste de inclinação. Resultados A resposta ao teste foi negativa em todos os casos, correlacionada com a reversão de episódios sincopais no grupo estudado. TILT TRAINING Treinamento Postural Passivo N-3 Dados derivados de análise cuidadosa de estudos nãorandomizados ou de registros observacionais. TILT TRAINING Tilt training: does it have a role in preventing vasovagal syncope? (Pacing Clin Electrophysiol;30(12):1499-505, 2007) Is home orthostatic self-training effective in preventing neurally mediated syncope? (Pacing Clin Electrophysiol; 30(5):638-43, 2007) Arq Bras Cardiol volume 79, (suplemento V), 2002 TILT TRAINING Limitações: DUAS SESSÕES POR DIA (01 HORA/SESSÃO); FATOR MELHORA/TEMPO ; BAIXA ADERÊNCIA. Definição vigente: Pacientes devem estar motivados! O TREINAMENTO FÍSICO NAS SÍNCOPES NEUROMEDIADAS Alternativa para tratamento? 4

Arterial Baroreflex Sensitivity 150 100 50-50 -40-30 -20-10 -50 (P<0,05) -100 bpm trained sedentary 10 20 30 40 50 mmhg -150 Rondon, E. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2006 Dec;291(6):H2801-6. Muscle Symphathetic Nerve Activity 150 100 50 % MSNA trained sedentary 10 20 30 40 50-50 -40-30 -20-10 -50 (P<0,05) -100-150 mmhg Rondon, E. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2006 Dec;291(6):H2801-6. Eur Heart J. 2007 Nov;28(22):2749-55. Eur Heart J. 2007 Nov;28(22):2749-55. 5

Conclusion In conclusion, physical training improved vagal and sympathetic arterial baroreflex gain, in neurally mediated syncope patients, whereas the other treatments did not achieve the same results. This fact can justify the current prescription of exercise in the management of neurally mediated syncope. Eur Heart J. 2007 Nov;28(22):2749-55. Eur Heart J. 2007 Nov;28(22):2749-55. LONGAS DISTÂNCIAS CALOR Treinamento Físico F Moderado 3 sessões semanais, com duração de 60 minutos: 5 MINUTOS DE ALONGAMENTO; 40 MINUTOS DE EXERCÍCIOS AERÓBIOS, (LA - 10% abaixo do PCR) - FC; 10 MINUTOS DE EXERCÍCIOS LOCALIZADOS; 5 MINUTOS DE RELAXAMENTO. LA LA PCR PCR 6

Pharmacological therapy, tilt training and physical training in neurocardiogenic syncope. IDATE - Scores Anxiety levels Untrained: High levels of anxiety Trained: Marked decrease in anxiety scores, returning to normal control levels. Ansiedade - IDATE (pontos) 65 60 55 50 45 40 35 30 Índices de Ansiedade CO TFM TPP TF Pré 4 Meses P<0,05 Gardenghi G et al. Heart Rhythm - NASPE, 2005, New Orleans, 2005. v. 2. p. S186-S186 Gardenghi G. Tese de Doutorado, 2006. Cardiologia (USP) 1 Tempo médio m até a 1 a síncope PROBABILIDADE 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 (teste log-rank) P= 0.014 Tempo até 1ª síncope (m) 40 35 30 25 20 15 10 0 0 6 12 18 24 30 36 42 TEMPO (meses) Tratamento = Controle Tratamento = Trat. Farmacológico Tratamento = Trein. Físico Tratamento = Tilt Training 5 0 Controle Tilt Training Trat. Farmacológico Trein. Físico Gardenghi G. Tese de Doutorado, 2006. Cardiologia (USP) Gardenghi G. Tese de Doutorado, 2006. Cardiologia (USP) 7

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS + = CONTRA - MANOBRAS Krediet P. et al - Circulation 2002, Vol 106: 1684-1689. Eur Heart J. 2007 Nov;28(22):2697-8. 8

MUITO OBRIGADO! fisiogiu@usp.br 9