RELATÓRIO. Oferecidas as contrarrazões, subiram os autos, os quais me vieram por distribuição.

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Transcrição:

RELATÓRIO O Senhor DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO: MARIA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES PEREIRA apela de sentença que indeferiu a exordial e extinguiu execução autônoma de sentença proferida nos autos de ação ordinária movida pelo SINTSEF/CE, que reconheceu aos servidores aposentados da sua categoria profissional o direito à percepção da gratificação GDATA. Decidiu o MM. Juiz sentenciante, da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará, que a execução proposta somente poderia ser requerida perante o Juízo da 6ª Vara Federal da mesma Seção Judiciária, que processou e julgou a ação ordinária (processo nº 2007.81.00.018120-3), nos termos do art. 575, II, do CPC - afastando a incidência dos dispositivos do CDC invocados pela exequente -, cumprindo "tão-somente ao juízo da execução daquela ação ordinária conhecer e processar o pedido da parte autora, o qual deve ser formulado em simples petição e não através de ação própria." Aduz a apelante, em síntese, que a sentença recorrida merece reforma em razão de ser "cediço na doutrina e na jurisprudência que a execução individual de sentença coletiva condenatória genérica pode ser feita no juízo do domicílio do credor, por livre distribuição, ainda que a ação de conhecimento tenha sido proposta em juízo diverso." Cita precedentes e finda por requer o provimento do apelo para que se determine o seguimento da execução. Oferecidas as contrarrazões, subiram os autos, os quais me vieram por distribuição. Determinei a sua inclusão em pauta para julgamento. Éo relatório. VOTO O Senhor DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO: Egrégia Turma. Tenho por presentes as condições de admissibilidade e conheço do recurso. A questão trazida à apreciação consiste em saber se há prevenção do Juízo que julgou ação coletiva movida por sindicato representante de categoria profissional de servidores públicos para a execução da sentença.

A questão não comporta mais discussão, ante o firme entendimento jurisprudencial no sentido de que inexiste interesse apto a justificar a prevenção do Juízo que examinou o mérito da ação coletiva para o processamento e julgamento das execuções individuais desse título, não ocorrendo, assim, as hipóteses dos arts. 475-A e 575, II, do CPC. Firmou-se o entendimento de que esses casos incidem no que estabelecem as leis 8.078/90 e 7.347/85 acerca das sentenças genéricas e coletivas. Nesse sentido, a título de ilustração, cito no que aqui interessa os seguintes precedentes do c. STJ, do eg. Plenário desta Corte e desta Turma julgadora: "PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. AÇÃO COLETIVA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL NO DOMICÍLIO DO AUTOR. FORO DIVERSO DO FORO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DAS LEIS 8.078/90 E 7.347/85. CONFLITO CONHECIDO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DO ESTADO DO AMAZONAS. (...) 4. Não se pode determinar que os beneficiários de sentença coletiva sejam obrigados a liquidá-la e executá-la no foro em que a ação coletiva fora processada e julgada, sob pena de lhes inviabilizar a tutela dos direitos individuais, bem como congestionar o órgão jurisdicional. 5. Conflito de competência conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 2ª Vara da Seção Judiciária do Estado do Amazonas/AM, o suscitado." (STJ, CC 96.682/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/02/2010, DJe 23/03/2010). "PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. DOMICÍLIO DO EXEQUENTE. POSSIBILIDADE. INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. APLICAÇÃO DA LEI Nº 8.078/90 - CDC. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO. 1. Conflito Negativo de Competência suscitado pelo Juiz da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Paraíba (Campina Grande), em face do Juízo Federal da 8ª Vara da Subseção de Sousa/PB, nos autos da Execução individual de sentença coletiva, objetivando o cumprimento de decisão judicial transitada em julgado, cuja ação foi promovida pelo SINTEF-PB, em substituição a alguns dos sindicalizados. 2. São interesses ou direitos individuais homogêneos os decorrentes de origem comum tutelados por meio de Ação Coletiva - artigo 81, Parágrafo Único da Lei nº 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor - CDC. 3. A execução individual de sentença coletiva condenatória genérica, pode ser feita no juízo do domicílio do beneficiário, ainda que a ação de conhecimento tenha sido proposta em foro diverso, consoante o disposto nos artigos 98, 2º, inciso I, e artigo 101, inciso I, do CDC. 4. Conflito Negativo de Competência do qual se conhece para declarar competente o Juízo Suscitado -o Juízo Federal da 8ª Vara da Seção Judiciária da Paraíba, localizada no Município de Sousa." (TRF5, Pleno, CC 1672/PB, Relator: Desembargador Federal Geraldo Apoliano, Pleno, julg.

01/07/2009, publ. DJ 29/07/2009, Página 101). "PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. COMPETÊNCIA DE QUALQUER JUÍZO DO FORO DA COMARCA DO DOMICÍLIO DO BENEFICIÁRIO. PRECEDENTES. 1. Apelação em face da sentença que indeferiu o pedido de execução de sentença proferida em ação coletiva, que tramitou perante a 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará. Entendeu o magistrado da 4ª Vara Federal daquela Secional, não ser competente para julgar a presente ação, porque a sentença que se pretende executar fora proferida nos autos da ação coletiva ajuizada na 7ª Vara Federal, sendo o caso de ser o formulado pedido execução em simples petição e não através de ação própria. 2. A Corte Especial do eg. STJ, sob os auspícios do recurso repetitivo, firmou o entendimento de não haver obrigatoriedade de as execuções individuais serem propostas no mesmo Juízo ao qual fora distribuída a demanda coletiva, podendo o beneficiário fazer uso do foro da comarca de seu domicílio (STJ, REsp nº 1.243.887/PR, Corte Especial, julg. em 19-10-2011, DJe de 12-12-2011, Rel. Min. Luis Felipe Salomão). 3. "Não se pode determinar que os beneficiários de sentença coletiva sejam obrigados a liquidá-la e executá-la no foro em que a ação coletiva fora processada e julgada, sob pena de lhes inviabilizar a tutela dos direitos individuais, bem como' congestionar o órgão jurisdicional. 5. Conflito de competência conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 2ª Vara da Seção Judiciária do Estado do Amazonas/AM, o suscitado". (STJ, CC nº 96682/RJ, Terceira Seção, DJe de 23-3-2010, Rel. Des. Fed. Min. Arnaldo Esteves Lima). 4. Deve ser mantida a competência da 4ª Vara Federal do Ceará para o processamento da liquidação e execução da sentença proferida em ação coletiva. Apelação provida. Sentença anulada." (TRF5, Terceira Turma, PJE: 08025651820134058100, AC/CE, Relator: Desembargador Federal Geraldo Apoliano, julg. 12/12/2013). Por fim, valer frisar que, diferente do que alega a executa nas contrarrazões recursais, o art. 8º, III, da Constituição Federal dispõe que "ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas." O Supremo Tribunal Federal, ante as demandas surgidas acerca da amplitude do citado dispositivo constitucional, firmou entendimento no sentido de que os sindicatos possuem ampla legitimidade ativa para atuarem como substituto processual na defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam, e que tal legitimidade abrange tanto a fase de conhecimento quanto a liquidação e execução, sendo desnecessária autorização individual dos substituídos. O tema foi enfrentado pelo eg. Plenário da Suprema Corte nos julgamentos dos Recursos Extraordinários nºs 193.503-SP e 210.029-RS, cujos acórdãos estão ementados nos seguintes termos: "EMENTA: PROCESSO CIVIL. SINDICATO. ART. 8º, III DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEGITIMIDADE. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DEFESA DE DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS OU INDIVIDUAIS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. O artigo 8º, III da Constituição Federal estabelece a legitimidade extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que

representam. Essa legitimidade extraordinária é ampla, abrangendo a liquidação e a execução dos créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se tratar de típica hipótese de substituição processual, é desnecessária qualquer autorização dos substituídos. Recurso conhecido e provido." (DJe 82, divulg. 16/08/2007.) - grifei. Como se vê, a legitimação das organizações sindicais para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria é extraordinária, ocorrendo, nesses casos, verdadeira substituição processual, razão pela qual é desnecessária a autorização expressa dos substituídos. Assim, são legitimados ativos para a execução os servidores que, independentemente de filiação ao sindicato, provarem, na fase executiva, fazer parte da categoria representada e se enquadrarem na situação jurídica contemplada pelo título executivo. Ante o exposto, dou provimento à apelação para determinar o prosseguimento da execução perante o juízo que proferiu a sentença apelada. Écomo voto. EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. SINDICATO. AÇÃO COLETIVA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. GDATA. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. COMPETÊNCIA DE QUALQUER JUÍZO DA COMARCA DO DOMICÍLIO DO BENEFICIÁRIO. LISTA DE FAVORECIDOS. DESNECESSIDADE. 1. É firme O entendimento jurisprudencial no sentido de que inexiste interesse apto a justificar a prevenção do Juízo que examinou o mérito da ação coletiva para o processamento e julgamento das execuções individuais desse título, não ocorrendo, assim, as hipóteses dos arts. 475-A e 575, II, do CPC. Firmou-se o entendimento de que esses casos incidem no que estabelecem as leis 8.078/90 e 7.347/85 acerca das sentenças genéricas e coletivas (e.g.: STJ, CC 96.682/RJ; TRF5, Pleno, CC 1672/PB; e TRF5, Terceira Turma, PJE: 08025651820134058100, AC/CE). 2. As conquistas judiciais obtidas pelo sindicato, reconhecidas em sentença transitada em julgado, são extensivas a toda categoria funcional que ele representa, não se restringindo apenas aos seus filiados ou pessoas por ele elencadas em qualquer espécie de lista. É irrelevante o fato dos integrantes da categoria serem, ou não, filiados ao sindicato. 3. Sentença que extinguiu a execução individual sob o fundamento de ocorrer prevenção do Juízo que julgou a ação coletiva modificada. 3. Apelação provida.

A C Ó R D Ã O Decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, dar provimento à apelação, nos termos do voto do relator, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes nos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.