Dra. Danielle Borges Maciel Enfa. Flávia Ana Pacheco

Documentos relacionados
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Procedimento Operacional Padrão (POP) Serviço de Controle de Infecção Hospitalar Título POP 20 CUIDADOS PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES URINÁRIAS

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Centro de Saúde Procedimentos de Enfermagem Invasivos SONDAGEM VESICAL DE DEMORA

Prevenção de Infecções relacionadas ao Cateter Vesical

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR ASSOCIADA A CATETER VESICAL

MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)

UNIVERSIDADE FEDERAL. MATERNIDADE-ESCOLA DA UFRJ Divisão de Enfermagem PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DO RIO DE JANEIRO POP N 81

Procedimento Operacional Padrão

Cateterismo Vesical Intermitente

RESOLUÇÃO SESAU 125, DE 26 DE MARÇO DE

Necessidade de eliminação vesical. Instrutora: Enf a Adriana Feliciana Melo

Manual de Orientações para o. Paciente Lesado Medular. Reeducação vesical. Cateterismo Masculino

Cateterismo Vesical. APRIMORE- BH Professora: Enfª. Darlene Carvalho

nfecção do Trato Urinário

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PARACENTESE ABDOMINAL E/OU PUNÇÃO PERITONEAL ELABORAÇÃO: Enfª(S): Andreia Paz, Sandra Chaves e Cilene Bisagni

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Diagnóstico e Tratamento de ITU no CTIA

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CATETERISMO VESICAL INTERMITENTE

ROTINA DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ASSOCIADA A CATETERISMO VESICAL

ANEXO I - PLANILHA DE COMPOSIÇÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS DA DIÁRIA PADRÃO

ENFERMAGEM FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM. HIGIENE Aula 11. Profª. Tatiane da Silva Campos

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE INFLUENZA A(H1N1)

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Título PRODUTOS PARA ANTISSEPSIA DE PELE E MUCOSAS

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NOSOCOMIAL

MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS

FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ. N 0 Recomendação REC - 003

PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE ENFERMAGEM

SONDAGEM VESICAL DEMORA FEMININA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA

Higienização das mãos. Professora: Fernanda Pereira e Talita Silva Pereira

CONCEITO Consiste na coleta de uma amostra de urina com técnica asséptica em um coletor de plástico estéril.

PARECER COREN-SP 049/2013 CT PRCI n e Tickets n , ,

Hospital São Paulo SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Hospital Universitário da UNIFESP

PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO

SCIH PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO - ITU

Hospital São Paulo SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Hospital Universitário da UNIFESP

Manual de Boas Práticas

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DE ENFERMAGEM DATA: 19/03/2014 POP CDC Nº068. Revisão: 00 PÁG: 1

Cateterismo Vesical Intermitente. Manual de orientações

Prof. MS. Maurício A. Gomes Heleno

Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico

ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM PARA ALTA HOSPITALAR

COLETA DE ASPIRADO TRAQUEAL FISIOTERAPIA

Como estabelecer uma Diretriz Multiprofissional para guiar a Higiene do Ambiente Hospitalar?

INTRODUÇÃO RECOMENDAÇÕES

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO TÍTULO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RN COM GASTROSQUISE E ONFALOCELE

Procedimentos Técnicos. NOME FUNÇÃO ASSINATURA DATA Dr. Renato de Lacerda Barra Filho Dr. Ivo Fernandes. Gerente da Qualidade Biomédico

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO DIVISÃO DE ENFERMAGEM

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA HOSPITAL SÃO PAULO DIRETORIA DE ENFERMAGEM

ENFERMAGEM FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM. HIGIENE Aula 10. Profª. Tatiane da Silva Campos

COLETA DE URINA PARA ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS ( EAS) Enfª( s): Sandra Chaves e Andreia Paz, Cilene Bisagni, Elisabeth Novello

CÁLCULO DE INDICADORES DENSIDADE DE INCIDÊNCIA. Dra Rosana Rangel 2011

Cateter Central de Inserção Periférica (PICC)

1. Orientações gerais

RELATÓRIO DA AUDITORIA REALIZADA NO CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO DE ADULTOS DO HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO JULHO/2001

INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM - COLHER SANGUE/ADMINISTRAR MEDICAMENTO/ OPTIMIZAR CATETER VENOSO CENTRAL (CVC)

Cateterismo Vesical KAREN CRISTINA KADES ANDRIGUE 02/2014

ATUAÇÃO DA CCIH NO CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

Manual de Orientações para o. Paciente Lesado Medular. Reeducação vesical. Cateterismo Feminino

Consiste na introdução de um cateter estéril via uretral até a bexiga para esvaziamento e controle da diurese.

PROTOCOLO OPERACIONAL PADRÃO

TOLERÂNCIA ZERO À NÃO HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: TRABALHANDO COM MULTIPLICADORES. Vânia Montibeler Krause Coordenadora SCIH -HSC

AVALIAÇÃO CRÍTICA DAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS PARA CORREÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO. ELIZABETE ROMANO R3 Orientadora: REBECCA SOTELO

1. Conceitos. 2. Objetivos: 3. Abrangência:

Silvia Alice Ferreira Enfermeira - DVHOSP

1º Auxiliar Responsabilidades: pré-operatório imediato do paciente, como sondagens e dissecção de veias providenciar a chegada do prontuário e dos exa

ROTINA IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS DE ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS DAS UNIDADES DE INTERNAÇÃO DA GERÊNCIA DE UNIDADE DE INTERNAÇÃO

U R O L I T Í A S E UNESC - ENFERMAGEM 14/4/2015 CONCEITO. A urolitíase refere-se à presença de pedra (cálculo) no sistema urinário.

CATETERISMO VESICAL INTERMITENTE TÉCNICA LIMPA ORIENTAÇÃO PARA PACIENTES E FAMILIARES

ENFERMAGEM FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM. HIGIENE Aula 9. Profª. Tatiane da Silva Campos

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Precauções e isolamentos

INSTRUÇÃO DE TRABALHO

APLICAÇÃO DE CALOR OU FRIO. Enfª(s): Andreia Paz, Sandra Chaves e Elisabete Novello

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

RESOLUÇÃO-RE N - 515, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2006

Prevenção e Critério Diagnóstico de Infecção de Sítio Cirúrgico

LABORATÓRIO DE PRÁTICAS EM ENFERMAGEM SUGESTÕES DE MATERIAIS PARA AULAS PRÁTICAS

Lavagem Vesical: técnica limpa ou estéril? Roberta Tatiana Rodrigues R1 Enf. Transplante

Sondagem Nasogástrica e Orogástrica

LABORATÓRIOS B. BRAUN S.A. CIRÚRGICA FERNANDES COM. MAT. CIRÚRGICO HOSP. SOC. LTDA

COLETA DE MATERIAIS PARA EXAMES

1 AMOSTRA/HEMOCULTURA = 1 PUNÇÃO VENOSA DISTRIBUÍDA EM 2 FRASCOS DE HEMOCULTURA

Medidas de Prevenção da Transmissão Nosocomial do Vírus da Gripe Aviária (GA)

PREFEITURA MUNICIPAL DE PICADA CAFÉ SÚMULA DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 011/2014

Biossegurança - Influenza A (H1N1)

PREFEITURA MUNICIPAL DE PICADA CAFÉ SÚMULA DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 011/2014

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO HOSPITAL FÊMINA LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Higienização de Ambiente Aplicada ao Controle de Infecção Hospitalar Enf.ª Simone Moreira Esp. Controle de Infecção Hospitalar Me.

Procedimento Operacional Padrão (POP) Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Título Instalação e manutenção de dreno de tórax

PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E NEGOCIOS JURIDICOS DEPARTAMENTO DE COMPRAS

HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO

ROTINA DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO VASCULAR

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Educação. em Saúde VOL. 37. Cirurgia Hipospádia. Orientações para pacientes e familiares

Hospital São Paulo SPDM Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina Hospital Universitário da UNIFESP Sistema de Gestão da Qualidade

Transcrição:

CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO URUNÁRIO Dra. Danielle Borges Maciel Enfa. Flávia Ana Pacheco SCIH - Hospital Universitário

Magnitude do problema 35% a 45% das IRAS 80-90% das ITU são relacionadas a cateterização 5-10% das ITU são relacionadas a outras manipulações APECIH Prev Inf Trato Urinário, 2008. CDC. The National Healthcare Safety Network (NHSN) Manual, 2009

Magnitude do problema Aumento de hospitalização - 3,8 dias Custo adicional - U$ 3.803,00 17% a 69% das ITU/SVD: preveníveis Aquisição de ITU hospitalar relacionada ao cateter aumenta em 3 vezes o risco de óbito.

Fatores de Risco Cateterização Sistema aberto 2 a 4 dias - 100% de bacteriúria Sistema fechado cada 24 horas - taxa de bacteriúria de 5 a 10% após 15/30 dias - taxa de bacteriúria de 75 a 100% Uretral intermitente bacteriúria (maioria s/ complicação) risco de trauma

Fatores de Risco cateterização e manipulação de vias urinárias Duração prolongada da cateterização; Quebra de barreiras durante manipulação do cateter ou sistema de drenagem Ausência de válvula antirreflexo no sistema fechado; Colonização microbiana do meato uretral e da bolsa coletora de urina; Falhas nos cuidados do cateter vesical.

DEFESA TRATO GÊNITO URINÁRIO Urina estéril e bacteriostática Capacidade fagocitária da mucosa vesical Fluxo urinário (elimina até 99% das bactérias) Descamação

Papel das sondas na ocorrência de ITU Impede a ação de limpeza do fluxo urinário na uretra Distensão da uretra Bloqueio dos ductos das glândulas peri-uretrais Balão de retenção favorece urina residual na bexiga Canal aberto que permite fluxo retrógrado de urina Biomaterial que fornece substrato para formação de biofilmes

Agente Etiológico MICROBIOTA ENDÓGENA (flora intestinal) E. coli Klebsiella sp. E. faecalis S. epidermidis Candida sp. MICROBIOTA EXÓGENA (infecção cruzada) P. aeruginosa Serratia sp. Providencia stuartii M. morganii

Inserção do Cateter Somente médicos e enfermeiros; Executar o procedimento em dupla; Tamanho do Cateter: Menor calibre (12F a 16F) que permitam uma boa drenagem urinária. Cateteres calibrosos (20F a 24F) estão indicados em procedimentos urológicos passíveis de formação de coágulos. Cateteres de silicone serão utilizados em paciente com previsão de uso prolongado ou que apresente maior risco de obstrução.

Preparo do profissional: Higiene das mãos (antes e após qualquer manipulação do circuito); Uso de EPI s: gorro, máscara, óculos de proteção, luva de procedimento e luva estéril;

Técnica Asséptica Higiene perineal - Clorexidina Degermante. Realizar degermação das mãos com Clorexidina; Inserir cateteres urinários, utilizando técnica asséptica e material estéril; Homem: porção distal para proximal Mulher: sentido antero-posterior Se paciente masculino: injetar na uretra 10 ml de produto estéril (xylocaina geléia - utilizar agulha 40x12 para rompimento do lacre, não utilizar o verso da tampa) de uso único; Lubrificar a sonda com produto estéril (xylocaina geléia) de uso único;

Sempre passar a sonda já conectada ao sistema coletor; Insuflar o balonete com 10 ml de AD; Identificar o coletor:

Fixação Fixar de modo que não haja tração e consequente lesão do trato urinário do paciente: Sexo masculino: fixar no hipogástrio Sexo feminino: fixar na raiz da coxa

Manutenção do cateter urinário Manter um sistema de drenagem fechado. Em caso de quebra da técnica asséptica, desconexão ou vazamento, substitua o cateter Saco coletor: Manter o fluxo de urina desobstruído. Mantenha o cateter e o tubo de coleta livre de dobras Manter o coletor abaixo do nível da bexiga. O coletor não deve tocar o chão. Esvazie o saco de coleta regularmente (a cada plantão ou quando preencher 2/3 da capacidade) e individualmente Clampear o tubo coletor se risco de refluxo pela manipulação ou movimentação do paciente;

Pacientes admitidos sob Sondagem Vesical de Demora Avaliar a necessidade da SVD Necessário a permaneça: Trocar do sistema sempre que realizado em UPA s ou urgência (considerando a alta possibilidade de quebra da técnica asséptica). Controle Prescrição diária pelo médico Dx SVD: Evolucão Dia da SVD e motivo.

Coleta de urocultura em pacientes sondados Realizar a coleta na suspeita de infecção; Não colher de rotina; Concomitante com UI e UROC; Coleta de urina sempre deve ser feita através de punção do coletor em lugar próprio; Após a higienização das mãos e em uso de luvas de procedimento fazer a antissepsia do local algodão embebido com álcool 70%, Puncionar o local com uma agulha 25x7 e uma seringa de 10 ml, Coletar urina e colocá-la de forma asséptica em um frasco estéril. Utilizar técnica asséptica para coleta; NÃO DESCONECTAR O SISTEMA.

Urocultura em pacientes não sondados Realizar a coleta na suspeita de infecção; Não colher de rotina; Concomitante com UI e UROC; Higiene Íntima - Higiene local com água e sabão neutro; Coletar 2º jato da urina.

KIT FARMÁCIA SVD Solicitar Kit SVD, SVD nº, Luva nº - SVD (12F 16F) - Coletor - Etiqueta - Seringa 10ml - Xilocaína Gel - Esponja com degermante - AD 10 ml - Fixação - Luva estéril - Clorexidina aquosa KIT CME - Cuba rim - Campo fenestrado - Campo - Cuba - Pinça Pean - Gazes POSTO - Luvas de procedimento - Óculos - Máscara Cirúrgica - 2 Compressas - Capote manga cumprida

O B R I G A D A!