INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM - COLHER SANGUE/ADMINISTRAR MEDICAMENTO/ OPTIMIZAR CATETER VENOSO CENTRAL (CVC)
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- Cláudia Neto Fragoso
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1 INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM - COLHER SANGUE/ADMINISTRAR MEDICAMENTO/ OPTIMIZAR CATETER VENOSO CENTRAL (CVC) PROCEDIMENTO Objectivo: Colher amostra de sangue/administrar medicamento, mantendo o cateter venoso central (parcialmente implantado e totalmente implantado) funcionante. Considerações Prévias/Avaliação Inicial: Vigiar local de inserção do cateter parcialmente implantado (CPI) Vigiar a pele sobre a câmara de injecção do cateter totalmente implantado (CTI) Utilizar sempre máquina perfusora (rigor no ritmo de perfusão) Cumprir protocolo do serviço (manipulação/heparinização do cateter e tratamento do local de inserção) Material: Tabuleiro Luvas esterilizadas Máscara cirúrgica Campo com material esterilizado (compressas, cápsula, campo, ) Seringas Agulha(s): calibre e comprimento em função das características do medicamento Agulha de Huber (CTI) Sistema fechado com válvula de acesso bidireccional, preferencialmente de pressão positiva (ex: Posiflow, CLC2000 ) Penso esterilizado transparente Compressas esterilizadas Soro fisiológico Iodopovidona solução dérmica/álcool 70º ou solução alcoolizada (conforme protocolo) Heparina sódica/fibrilin (conforme protocolo) Contentor para corto perfurantes Saco de sujos Notas: Seleccionar o material de acordo com o procedimento a realizar. Adicionar material necessário à preparação do medicamento, colheita de sangue, heparinização e tratamento do local de inserção do cateter. Ano lectivo Página 1 de 5
2 Lavar as mãos ACTIVIDADES Identificar a pessoa, lendo a pulseira de identificação - dirigir-se à pessoa pelo nome Verificar os outros quatro certos Medicamento certo, dose certa, hora certa e via certa Explicar procedimento, objectivo e obter consentimento Abrir campo com material esterilizado Calçar luvas esterilizadas Desinfectar a parte externa do cateter (CPI), torneira de três vias e/ou conexões, com álcool a 70º Colocar campo sob a(s) extremidade(s) do cateter (CPI), torneira de três vias e/ou conexões Desinfectar a membrana do sistema fechado com válvula de acesso, durante 15 CONSIDERAÇÕES Precaução padrão Repetir actividade sempre que necessário Evita o erro Diminui a ansiedade e promove a colaboração da pessoa Mantém assepsia na manipulação do cateter Previne infecção Nota: Em algumas instituições e na manipulação do cateter venoso central (CPI) com válvula bidireccional, na administração de medicamentos é utilizada a técnica No touch que consiste em: Higienizar as mãos com SABA (solução antiséptica de base alcoólica) Desinfectar cada via do cateter (da extremidade proximal à distal) e conexões, com a solução antiséptica adoptada pela CCI Desinfectar a membrana do sistema fechado com válvula de acesso, durante 15 Colocar compressa esterilizada sob a(s) extremidade(s) do cateter, torneira de três vias e/ou conexões Realizar antissépsia da pele sobre a câmara de injecção Puncionar septo de injecção com agulha de Huber Mantém assepsia na manipulação do cateter Previne infecção Cateter Totalmente Implantado (CTI) Previne a infecção A antissépsia deve ser realizada antes de qualquer injecção/punção, com o antisséptico indicado no protocolo Evita a deterioração do septo de injecção Palpar e fixar a câmara entre dois dedos da mão não dominante Inserir a agulha, previamente preenchida com soro fisiológico, perpendicularmente à pele (ângulo de 90º) e até que a sua extremidade toque na base metálica da câmara Vigiar sinais de infecção/infiltração (rubor, tumefacção ) Ano lectivo Página 2 de 5
3 Colocar penso de microfilme Permite fixar a agulha de Huber, protege o local de punção e permite observar o mesmo Administrar Medicamento e/ou Colher Sangue por (CPI) na Ausência de Perfusão Adaptar seringa Desclampar cateter Aspirar 5 a 10ml de sangue e rejeitar Administrar o medicamento ou colher sangue Lavar cateter (flush) com soro fisiológico -10 ml Conforme protocolo do serviço Preencher cateter com solução heparinizada Confirma o correcto posicionamento do cateter, a sua permeabilidade, assim como permite remover a solução heparinizada O flush com soro fisiológico deve ser efectuado após a administração do medicamento, colheita de sangue e antes da heparinização (evita a precipitação do medicamento e a redução do efeito terapêutico da heparina) Na ausência de sistema fechado com válvula de acesso de pressão positiva Exemplos: Aspirar 0,5ml de heparina (2500 UI) para seringa de 10ml Favorecer o contacto da heparina com as paredes da seringa Rejeitar totalmente a heparina, com movimentos rápidos do êmbolo da seringa Aspirar 10ml de soro fisiológico Preencher o lúmen do cateter com 1 a 2ml da solução Heparina 1ml (5000UI) + Soro Fisiológico 9ml Desinfectar válvula de acesso bidireccional com álcool a 70º Clampar cateter Previne obstrução do cateter A heparinização (quantidade, concentração de heparina e periodicidade) deverá ser efectuada de acordo com o protocolo do serviço e/ou indicações do laboratório A quantidade de solução a administrar em cada via do cateter, varia de acordo com o seu comprimento e lúmen No cateter que não seja utilizado por longos períodos, a lavagem e heparinização pode ser efectuada mensalmente ou de acordo com protocolo do serviço Previne contaminação A via do cateter tem de se manter clampado para prevenir a embolia gasosa Ano lectivo Página 3 de 5
4 Administrar Medicamento e/ou Colher Sangue por (CPI) na Presença de Perfusão Administrar medicamento: - Fechar sistema(s) de perfusão/interromper máquina(s) perfusora(s) - Clampar cateter - Desadaptar sistema se não tem via de torneira disponível - Adaptar seringa - Administrar medicamento - Lavar cateter (flush) com soro fisiológico - Reiniciar perfusão(ões) Colher sangue: - Fechar sistema(s) de perfusão e interromper máquina(s) perfusora(s) - Desinfectar válvula de acesso bidireccional durante 15 - Adaptar seringa na via do cateter própria para colheita - Aspirar 5 a 10ml de sangue e rejeitar - Colher sangue - Lavar, heparinizar e desinfectar a válvula de acesso bidireccional - Clampar a via do cateter - Reiniciar perfusão(ões) Rejeitar o material e retirar luvas Lavar as mãos Efectuar registos Na presença de torneira de três vias fechá-la antes de desadaptar sistema A incompatibilidade de medicamento/solução implica a lavagem do cateter antes e após a sua administração A administração simultânea de vários medicamentos implica sempre a lavagem do cateter entre eles, mesmo na ausência de incompatibilidade A colheita de sangue por CPI, deve ser através da via que não a da perfusão Se excepcionalmente for utilizada a via de perfusão, aspirar 10ml de sangue e rejeitar; colher o sangue Se perfusão lenta, fazer (flush) antes de a reiniciar Rejeitar materiais de acordo com a Circular Informativa n.º 13/DA de 12/05/2009, da DGS, Divisão de Saúde Ambiental Conforme protocolo e procedimento efectuado Exemplo: Data; Hora - Soro Glicosado 5%, 1000ml, 125ml/h, através de máquina perfusora e por CVC, inserido na veia subclávia direita Notas: - Via do cateter exclusiva para NPT não utilizar para administrar medicamentos - Na presença de Nutrição Parentérica Total - substituir sistema de perfusão cada 24 h - Na presença de soluções lipídicas - substituir sistema perfusão cada 12 h - Preferencialmente, a via do cateter para administração de medicamentos e colheitas de sangue não deve ser a da perfusão - Se colheita de sangue por CVC comunicar ao laboratório através da sua identificação na respectiva requisição A perfusão prévia de soluções ou a heparinização da via do cateter pode alterar o significado dos resultados Ano lectivo Página 4 de 5
5 BIBLIOGRAFIA BOLANDER, V. - Enfermagem Fundamental abordagem psicofisiológica. Lisboa: Lusodidacta, CDC (Centers for Disease Control and Prevention). Guidelines for the Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections. Morbidity and Mortality Weekly Report. (August 9, 2002). Vol. 51/No. RR- 10. Ministério da Saúde - IGIF (2001). Manual de Normas e Procedimentos Técnicos de Enfermagem. Lisboa. Ministério da Saúde - Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge - Programa Nacional de Controlo da Infecção (2006). Recomendações para a prevenção da infecção associada aos dispositivos intravasculares. PHIPPS, W. J. - Enfermagem Médico-Cirúgica: Conceitos e Prática Clínica. 2ª ed. Lisboa: Lusodidacta, POTTER, P. & Perry, A. - Fundamentos de enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Vol. II. p WENZEL, R. (1997) - Prevention and control of nosocomial infections. 3 th &nwilkins. Baltimore. WILSON, J. (1995) - Infection control in clinical practice. Bailliére Tindall. Edition. Williams Ano lectivo Página 5 de 5
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