Políticas de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Orientações das Nações Unidas -

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Transcrição:

Políticas de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Orientações das Nações Unidas - Objetivos de Desenvolvimento do Milénio A Declaração do Milénio, das Nações Unidas, aprovada em 2000 pelos líderes de 189 países, constitui um compromisso para trabalhar em conjunto para construir um mundo mais justo, próspero e seguro. A declaração foi traduzida num roteiro que estabelece metas concretas a atingir em 2015 - os objetivos do milénio (www.un.org/millenniumgoals ). Os 8 objetivos do milénio são os seguintes: 1) Erradicar a fome e a pobreza extrema a. Reduzir para metade a percentagem de pessoas com um rendimento inferior a $1por dia b. Atingir emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos, incluindo mulheres e jovens c. Reduzir para metade a percentagem de pessoas que sofrem de fome 2) Atingir educação primária universal a. Assegurar que todos os rapazes e raparigas completam o ensino primário 3) Promover a igualdade de género e a autonomia das mulheres a. Eliminar as disparidades de género na educação primária e secundária de preferência até 2005, e em todos os níveis de educação até 2015 4) Reduzir a mortalidade infantil a. Reduzir em dois terços a mortalidade das crianças com menos de 5 anos 5) Melhorar a saúde materna a. Reduzir a mortalidade materna em três quartos b. Atingir acesso universal à saúde reprodutiva 6) Combater a SIDA/VIH, a malaria e outras doenças a. Parar e reverter a difusão da SIDA/VIH b. Atingir, em 2010, acesso universal ao tratamento da SIDA/VIH para todos os que necessitam 1

c. Parar e reverter a incidência da malaria e de outras grandes doenças 7) Assegurar a sustentabilidade ambiental a. Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais; inverter a perda de recursos ambientais b. Reduzir a perda de biodiversidade, atingindo em 2010 uma redução significativa na taxa de perda c. Reduzir a metade a proporção de pessoas sem acesso a água potável segura e saneamento básico d. Melhorar a vida de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados até 2020 8) Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento a. Desenvolver mais um sistema financeiro e comercial aberto, regulamentado, previsível e não discriminatório b. Atender às necessidades especiais dos países menos desenvolvidos, países sem litoral e pequenos estados insulares em desenvolvimento c. Tratar de forma abrangente as dívidas dos países em desenvolvimento d. Em cooperação com as companhias farmacêuticas, facilitar o acesso aos medicamentos essenciais nos países em desenvolvimento e. Em cooperação com o setor privado, disponibilizar os benefícios das novas tecnologias, particularmente tecnologias de informação e comunicação A última avaliação de progresso relativa aos objetivos do milénio foi publicada em 2014 e mostra que apesar de muito ter sido conseguido, muito ficou também por cumprir (http://www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/mdg/the-millennium-developmentgoals-report-2014/). No que respeita ao objetivo 7 foi quase eliminado o consumo de substâncias que reduzem a camada de ozono, as áreas protegidas estão a aumentar e cresceu a percentagem de população com acesso a água potável e ao saneamento básico. Continuam todavia a verificar-se tendências negativas: milhões de hectares de floresta são perdidos anualmente e as emissões de gases com efeito de estufa continuam a aumentar. Está a ser preparada uma agenda universal para o desenvolvimento pós-2015. São agora 17 os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a acordar na Assembleia Geral das Nações Unidas agendada para Setembro. Estes novos objetivos têm cariz universal, aplicam-se a todos os países e interligam direitos humanos, crescimento económico e sustentabilidade ambiental. A UE está empenhada em contribuir para firmar uma parceria global para a erradicação da pobreza e para o Desenvolvimento Sustentável pós-2015 (http://europa.eu/rapid/pressrelease_memo-15-4143_en.htm). 2

Proposta de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pós-2015 1) Erradicar a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares 2) Erradicar a fome, alcançar segurança alimentar e nutrição melhorada e promover a agricultura sustentável 3) Assegurar vidas saudáveis e promover o bem-estar em todas as idades 4) Assegurar uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem para todos ao longo da vida 5) Alcançar a igualdade de género e fortalecer todas as mulheres e raparigas 6) Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos 7) Assegurar o acesso a energia viável, confiável, sustentável e moderna para todos 8) Promover o crescimento económico sustentável, inclusivo e sustentado, o emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos 9) Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização sustentável e inclusiva e fomentar a inovação 10) Reduzir a iniquidade entre e dentro dos países 11) Tornar as cidades e os estabelecimentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis 12) Assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis 13) Tomar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos 14) Conservar e usar de modo sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos 15) Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres e da gestão das florestas, combater a desertificação, parar e reverter a degradação das terras e parar a perda de biodiversidade 16) Promover sociedades inclusivas e pacíficas para o desenvolvimento sustentável, fornecer acesso à justiça para todos e criar instituições inclusivas, responsáveis e eficazes a todos os níveis 17) Reforçar os meios de implementar e revitalizar as parcerias globais para o desenvolvimento sustentável 3

Convenções no domínio do Ambiente (https://treaties.un.org/pages/treaties.aspx) CONVENÇÃO SOBRE A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA TRANSFRONTEIRIÇA A LONGA DISTÂNCIA (1979) A Convenção sobre a Poluição Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância, da Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas (UNECE), foi adotada em Genebra em 1979, e entrou em vigor em 1983 (http://www.unece.org/env/lrtap/lrtap_h1.html). Tem como objetivo o desenvolvimento de esforços, pelas Partes, para limitar e reduzir gradualmente a poluição do ar, incluindo a poluição atmosférica transfronteiriça de longo alcance. As Partes desenvolvem políticas e estratégias para combater as emissões de poluentes para o ar, através da troca de informação, investigação e monitorização. A Convenção foi complementada por oito protocolos que identificam medidas específicas a ser tomadas para reduzir as emissões de poluentes atmosféricos. CONVENÇÃO PARA A PROTEÇÃO DA CAMADA DE OZONO (1985) A Convenção para Proteção da Camada de Ozono (http://ozone.unep.org/new_site/en/vienna_convention.php), assinada em Viena em 1985, entrou em vigor em 1998 e, em 2009, tornou-se a primeira convenção a atingir ratificação universal. O objetivo é promover a cooperação, através de observações sistemáticas, investigação e troca de informação sobre os efeitos das atividades humanas na camada de ozono, e adotar medidas administrativas e legislativas contra as atividades suscetíveis de ter efeitos adversos na camada de ozono. De acordo com as provisões da convenção foram acordadas ações concretas para controlo das substâncias que deterioram a camada de ozono, no âmbito do Protocolo de Monreal. CONVENÇÃO SOBRE O MOVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO DE RESÍDUOS PERIGOSOS e SUA ELIMINAÇÃO (1989) A Convenção sobre o Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e sua Eliminação (http://www.basel.int/theconvention/overview/tabid/1271/default.aspx) foi adotada em Basileia em 1989 e entrou em vigor em 1992. Veio dar resposta aos protestos da opinião pública sobre a descoberta em países em desenvolvimento de depósitos de resíduos tóxicos provenientes de países desenvolvidos. 4

O objetivo da convenção é proteger a saúde e o ambiente dos efeitos adversos dos resíduos perigosos. O âmbito de aplicação cobre um leque alargado de resíduos cuja perigosidade é definida com base na composição e/ou caraterísticas. As provisões da convenção cobrem: - A redução da produção de resíduos perigosos e a promoção de uma boa gestão, qualquer que seja o local de eliminação; - As restrições de movimentos transfronteiriços, exceto se estiverem de acordo com os princípios de boa gestão, - Um sistema de regulação aplicável aos casos onde os movimentos transfronteiriços são permitidos. Em 1999 foi adotado, também em Basileia, o Protocolo sobre a Responsabilidade e Compensação pelos Danos Resultantes do Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e sua Eliminação. CONVENÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL NUM CONTEXTO TRANSFRONTEIRIÇO (1991) A Convenção sobre Avaliação dos Impactes Ambientais num Contexto Transfronteiriço foi aprovada em Espoo em 1991, no âmbito da UNECE, e entrou em vigor em 1997 (http://www.unece.org/env/eia/eia.html). Estabelece as obrigações das Partes na avaliação do impacto ambiental de determinadas atividades numa fase inicial de planeamento. Estabelece também a obrigação geral dos Estados de notificação e consulta relativamente a todos os projetos que são suscetíveis de ter um impacto ambiental transfronteiriço significativo. As provisões relativas à Avaliação Ambiental Estratégica foram aprovadas pelo Protocolo de Kiev, em 2003. CONVENÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS CURSOS DE ÁGUA TRANSFRONTEIRIÇOS E LAGOS INTERNACIONAIS (1992) A Convenção sobre a Proteção e Utilização dos Cursos de Água Transfronteiriços e Lagos Internacionais Convenção da Água (http://www.unece.org/env/water/text/text.html) - foi adotada em Helsínquia em 1992, no âmbito da UNECE, e entrou em vigor em 1996. As Partes devem prevenir, controlar e reduzir os impactos transfronteiriços, usar as águas transfronteiriças de modo razoável e equitativo e assegurar a sua gestão sustentável. As Partes que fazem fronteira com as mesmas massas de água devem cooperar estabelecendo acordos específicos e órgãos de gestão conjuntos. A convenção não substitui acordos bilaterais e multilaterais. O Protocolo Água e Saúde foi adotado em 1999 e constituiu o primeiro acordo internacional concebido com vista a alcançar o objetivo de disponibilizar água de 5

abastecimento segura e saneamento adequado para toda a gente, protegendo as fontes de água para abastecimento. CONVENÇÃO SOBRE OS EFEITOS TRANSFRONTEIRIÇOS DE ACIDENTES INDUSTRIAIS (1992) A Convenção sobre os Efeitos Transfronteiriços de Acidentes Industriais (ETAI) foi concebida para proteger as pessoas e o ambiente contra acidentes industriais graves (http://www.unece.org/env/teia.html). Foi aprovada em Helsínquia, em 1992, no âmbito da UNECE e entrou em vigor em abril de 2000. A Convenção tem como objetivo prevenir a ocorrência de acidentes, ou reduzir a sua frequência e gravidade e mitigar os seus efeitos, quando necessário. Promove também a cooperação ativa internacional entre os países, antes, durante e depois de um acidente industrial. O Protocolo sobre Responsabilidade Civil e Compensação pelos Danos Causados pelos Efeitos Transfronteiriços dos Acidentes Industriais nas Águas Transfronteiriças foi adotado em Kiev, em 2003, e está aberto para ratificação pelas Partes pela Convenção ETAI e/ou pela Convenção da Água. CONVENÇÃO QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS (1992) A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas foi adotada na Cimeira do Rio em 1992 e entrou em vigor em 1994 ( https://unfccc.int/2860.php). O objetivo é estabilizar as concentrações de gases com efeito estufa na atmosfera num nível que evite a interferência antropogénica perigosa no sistema climático. Para atingir esse objetivo, a temperatura global anual média da superfície terrestre não deverá ultrapassar 2 C em relação aos níveis pré-industriais. O Protocolo de Quioto, adotado em 1997 e em vigor desde 2005, vincula as Partes definindo metas de redução de emissões. As metas para os países desenvolvidos são mais exigentes atendendo ao princípio de responsabilidades comuns mas diferenciadas. CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA (1992) A Convenção sobre Diversidade Biológica (http://www.cbd.int/intro/default.shtml) foi adotada na Cimeira do Rio em 1992 e entrou em vigor em 1993. Veio reconhecer que os recursos biológicos são vitais para o desenvolvimento sustentável da humanidade. Tem três objetivos primordiais: - A conservação da diversidade biológica; - O uso sustentável dos componentes da diversidade biológica; 6

- A partilha justa e equitativa dos benefícios resultantes da utilização dos recursos genéticos. Tem dois Protocolos associados: - O Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, de 2000, que entrou em vigor em 2003. Visa assegurar a utilização e o transporte seguros de organismos geneticamente modificados. - O Protocolo de Nagoya sobre o Acesso a Recursos Genéticos e a Partilha Justa e Equitativa dos Benefícios Resultantes da sua Utilização, adotado em 2010 e em vigor desde 2014. CONVENÇÃO PARA COMBATER A DESERTIFICAÇÃO NOS PAÍSES COM SECAS SEVERAS E/OU DESERTIFICAÇÃO, PARTICULARMENTE EM ÁFRICA (1994) A Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação nos Países com Secas Severas e/ou Desertificação, Particularmente em África, (http://www.unccd.int/en/pages/default.aspx) foi adotada em Paris em 1994 e entrou em vigor em 1996. A convenção constitui o único acordo internacional vinculativo que relaciona o ambiente e o desenvolvimento com a gestão sustentável do recurso solo. Dirige-se particularmente às terras áridas, onde se situam alguns dos ecossistemas mais vulneráveis à escala do planeta. CONVENÇÃO SOBRE O DIREITO RELATIVO À UTILIZAÇÃO DOS CURSOS DE ÁGUA PARA FINS DIVERSOS DOS DE NAVEGAÇÃO (1997) A Convenção sobre o Direito Relativo à Utilização dos Cursos de Água Internacionais para Fins Diversos dos de Navegação (http://legal.un.org/avl/ha/clnuiw/clnuiw.html) foi adotada em Nova Iorque em 1997 e entrou em vigor em 2014. É o único tratado que governa os cursos de água partilhados, com aplicabilidade universal. A sua adoção resultou de um processo iniciado pela Assembleia das Nações Unidas nos anos 70. CONVENÇÃO SOBRE O ACESSO Á INFORMAÇÃO, PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO E ACESSO Á JUSTIÇA EM MATÉRIA DE AMBIENTE (1998) A Convenção da UNECE sobre o Acesso à Informação, Participação do Público no Processo de Tomada de Decisão e Acesso à Justiça em Matéria de Ambiente foi adotada em 1998 em Aarhus (http://www.unece.org/env/pp/welcome.html). 7

A convenção coloca o princípio 10 da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento na prática e: - Estabelece relações entre os direitos humanos e os direitos ambientais; - Reconhece obrigações com as gerações futuras; - Reconhece que o desenvolvimento sustentável só pode ser atingido com o envolvimento de todas as partes interessadas; - Estabelece relações entre a responsabilidade dos governos e a proteção do ambiente; - Focaliza-se nas interações entre o público e as autoridades num contexto democrático. O Protocolo sobre Registos de Emissão e Transferência de Poluentes Protocolo PRTR- foi adotado em Kiev em 2003 e entrou em vigor em 2008. Visa melhorar o acesso do público aos inventários de emissão. CONVENÇÃO RELATIVA AO PROCEDIMENTO DE PRÉVIA INFORMAÇÃO E CONSENTIMENTO PARA CERTOS PRODUTOS QUÍMICOS E PESTICIDAS PERIGOSOS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL (1998) A Convenção relativa ao Procedimento de Prévia Informação e Consentimento para Certos Produtos Químicos e Pesticidas Perigosos no Comércio Internacional foi adotada em 1998, em Roterdão (http://www.pic.int/theconvention/overview/tabid/1044/language/en- US/Default.aspx), e entrou em vigor em 2004. Abrange pesticidas e produtos industriais banidos ou severamente restringidos por motivos de saúde. Os objetivos são: - Promover a responsabilidade partilhada e os esforços de cooperação entre as Partes no comércio internacional de certos compostos químicos perigosos com vista à proteção da saúde e do ambiente; - Contribuir para a boa utilização dos compostos químicos perigosos, facilitando a troca de informação sobre as suas caraterísticas, providenciando um processo de decisão sobre a sua importação e exportação e divulgando estas decisões às Partes. A convenção cria obrigações legais vinculativas para a implementação do Procedimento de Licença Prévia (PIC). CONVENÇÃO DOS POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES (2001) A Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POP) foi adotada em Estocolmo em 2001 e entrou em vigor em 2004 (http://chm.pops.int/default.aspx). A convenção visa proteger a saúde humana e o ambiente dos produtos químicos que permanecem intactos no ambiente por períodos alargados, se distribuem em áreas geográficas alargadas e se acumulam nos tecidos gordos de pessoas e animais. Estabelece um enquadramento, baseado no princípio da precaução, para a eliminação da produção, utilização, importação e exportação de doze POP prioritários, o manuseamento em segurança e a deposição permanente e eliminação ou redução das libertações não intencionais de certos POP. 8

CONVENÇÃO DE MINAMATA SOBRE O MERCÚRIO (2013) O objetivo da Convenção de Minamata é proteger a saúde humana e o ambiente dos efeitos adversos do mercúrio (http://www.mercuryconvention.org/). O texto final foi adotado em outubro de 2013 em Kumamoto no Japão. Nos pontos com maior relevância desta convenção incluem-se: a proibição de exploração de novas minas de mercúrio, a desativação faseada das existentes, medidas de controlo para as emissões para o ar e a regulamentação internacional para o setor das minas de ouro artesanais e de pequena escala. DAI_BV/ 18 de fevereiro de 2015 9