PROCESSO PENAL 1. AÇÃO PENAL. 1.1 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL ART. 5º, XXXV da CF.

Documentos relacionados
DIREITO PENAL. Ação Penal. 1. Fundamento Constitucional: Fundamento constitucional artigo 5º, XXXV.

PROCEDIMENTOS PARTE I PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

IUS RESUMOS. Da Ação Penal Parte I. Organizado por: Max Danizio Santos Cavalcante

Capítulo 1 Notas Introdutórias Capítulo 2 Direito Processual Penal e Garantias Fundamentais... 3

1) AÇÃO PENAL CONTINUAÇÃO:

CONDIÇÕES E PRESSUPOSTOS DA AÇÃO PENAL

AÇÃO CIVIL EX DELICTO

AÇÃO PENAL. PROF. VILAÇA


Condições da Ação Penal -Possibilidade jurídica do pedido A pretensão do autor deve referir-se a providência admitida pelo direito objetivo. Para que

23/09/2012 PROCESSO PENAL I. Processo penal I

Tratado nos artigos a a do d o CP C. P

Professor Wisley Aula 06

AÇÃO PENAL. Noções preliminares e conceito. Características:

AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA

QUESTIONÁRIO SOBRE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Sumário. Capítulo 10 Sistemas processuais Capítulo 11 Aplicação da lei processual penal no espaço... 63

AÇÃO PENAL. PÚBLICA Ministério Público denúncia PRIVADA

Professor Wisley Aula 05

Ação Penal continuação

CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL V EXAME UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA PROVA DO DIA 4/12/2011 DIREITO PENAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS UFAM FACULDADE DE DIREITO FD DEPARTAMENTO DE DIREITO APLICADO. PLANO DE AULA i

Direito Penal. Da Ação Processual Penal

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Aula 3: Ação Penal. Prof. Ma. Luane Lemos. São Luis,

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Nº 17599/CS

16/09/2012 DIREITO PROCESSO PENAL I. Processo penal I

INQUERITO POLICIAL artigos 4º ao 23 do CPP.

OAB GABARITO COMENTADO SEGUNDA FASE EMPRESARIAL. Artigo 9º e 4º do artigo 10 Lei /2005, procuração, CPC e estatuto da OAB.

INICIO DA AÇÃO PENAL

ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL

PONTO 1: AÇÃO PENAL CONTINUAÇÃO... PONTO A) PRINCÍPIOS PONTO B) ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL

Direito Administrativo

Livramento condicional

Oficineira Ludimilla Barbosa Formada em Direito pela Univ. Católica Dom Bosco (MS). Atua de forma autônoma em Bonito e em Campo Grande.

Prof. Luis Fernando Alves

SUMÁRIO CAPÍTULO I CONSIDERAÇÕES INICIAIS...

Juizados Especiais. Aula 13 ( ) Vinicius Pedrosa Santos (magistrado e professor) vinipedrosa@uol.com.br.

NACIONALIDADE. Inicialmente, para compreender a matéria é precisa-se de alguns conceitos:

Professor Wisley Aula 04

CURSO Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará Nº 06

ÍNDICE GERAL. Regime Geral das Contra-Ordenações

]âü áw ûé x T ûé cxçtä MARQUE CERTO ( C ) OU ERRADO ( E ) PARA AS QUESTÕES DE JURISDIÇÃO E AÇÃO PENAL

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

A contestação na prova da 2ª fase da OAB (Direito do Trabalho)

Aula 15. Ação Penal Privada Subsidiária da Pública

INDICIAMENTO E FORMAL INDICIAMENTO. DISTINÇÃO.

Direito Processual Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase

Superior Tribunal de Justiça

LEI MARIA DA PENHA: HARMONIZAÇÃO ENTRE OS ARTS. 16 E 41 EM RELAÇÃO AO CRIME DE LESÃO CORPORAL LEVE

1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO 1) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 2) PRINCÍPIO DA IMPACIALIDADE DO JUIZ

CONCURSO PGE-SP: ANÁLISE COMPLETA DOS

DISPOSIÇÕES PENAIS. CRIMES ELEITORAIS São todas condutas que, durante o

Sumário. Título II Do crime... 32

Professor Wisley Aula 07

LEGISLAÇÃO APLICADA AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO PROF. GIL SANTOS AULA 1 EXERCÍCIOS DEFINIÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO

AULA 08. Critérios utilizados pelo legislador para escolher que ação penal de um delito será privada.

Professor Joerberth Nunes

Material Didático de Direito Penal n.5:

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

UNIC/SUL - CURSO DE DIREITO 3º SEMESTRE - 2º BIMESTRE DISCIPLINA: Direito Constitucional II Profª Maria das Graças Souto

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GEOVANI BORGES I RELATÓRIO

DENUNCIAÇÃO DA LIDE (Artigos 125 a 129 do Código de Processo Civil)

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE COMARCA DE

JURISPRUDÊNCIA - STJ

Atos de Ofício Processo Penal. Professor Luiz Lima CONCURSO TJMG - BANCA CONSULPLAN

Ação de Exigir Contas

7 - SUJEITOS DE DIREITO

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES JURÍDICAS Disciplina: Direito Econômico Prof. Luciano Sotero Aula nº 01 Data: 31/05/2010 MATERIAL DE APOIO PROFESSOR

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JATAÍ - CESUT A s s o c i a ç ã o J a t a i e n s e d e E d u c a ç ã o

Função Fiscalizadora

CURSO TJMG Nível Médio Oficial de Apoio Nº

Sistema Integrado de Normas Jurídicas do Distrito Federal SINJ-DF

REQUERIMENTO DE PENSÃO

NOTA TÉCNICA Nº 0011/2012

Conteúdo: Ação Penal nos Crimes contra a Honra: Pedido de explicações, audiência de conciliação, exceção da verdade. Jurisdição: Conceito, Princípios.

VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO PRIMEIRAS IMPRESSÕES

SUMÁRIO ASPECTOS CÍVEIS DA LINDB... 15

Hugo Nigro Mazzilli. Notas sobre as vedações constitucionais do MP. Procurador de Justiça aposentado Ex-Presidente da Associação Paulista do MP

PODER EXECUTIVO. No caso de morte do Presidente eleito após o 2º turno e antes da expedição do diploma, considera-se como eleito o Vice-presidente.

SEMINÁRIO O GESTOR LOCAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DECRETO Nº DE 1 DE JANEIRO DE 2009

REQUERIMENTO DE PENSÃO

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva

REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL

DOMICÍLIO = "É o local no qual a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo" RESIDÊNCIA = "Local no qual a pessoa habita.

PENSÃO POR MORTE. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Artigo 201, inciso V, da CF; Artigos 74 a 79 da Lei 8.213/91 (LB); Artigos 105 a 115 do Decreto 3.

Art Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:(redação dada pela Lei nº , de 2005) V -quando o juiz acolher a alegação de

Ele é instaurado com o requerimento da vítima, que não interrompe o prazo decadencial para o oferecimento da queixa.

RESOLUÇÃO Nº PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº CLASSE 26 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

PONTO 1: Competência. Novas 20 orientações jurisprudenciais da SDI, nº 353 a 373.

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROMERO JUCÁ I RELATÓRIO

QUESTÕES POLÍCIA FEDERAL RODOVIÁRIA DIREITO PROCESSUAL PENAL. 01). Sobre o inquérito policial, assinale a alternativa incorreta:

Sumário. Nota do autor para a terceira edição... 31

Transcrição:

1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Ação Penal PONTO 2: Medidas Assecuratórias em Espécie PONTO 3: Sequestro PONTO 4: Arresto 1. AÇÃO PENAL 1.1 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL ART. 5º, XXXV da CF. 1.2 CONCEITO é o direito público subjetivo abstrato e autônomo de postular ao Estado juiz a aplicação da lei penal ao caso concreto. 1.3 ENQUADRAMENTO LEGAL Art. 100 ao 107 do CP; art. 24 a 62 do CPP 1.4 NATUREZA JURÍDICA prevalece que a ação penal tem natureza processual. 1.5 CONDIÇÕES DA AÇÃO: Podem ser: 1.5.1 GENÉRICAS OU GERAIS: a) possibilidade jurídica do pedido (previsto em lei como crime ou contravenção). Exige-se que o fato narrado na peça acusatória seja típico, descrito em lei como crime ou contravenção. b) Interesse de agir Avena entende que o interesse de agir está fundado nos indícios de autoria e materialidade. Para Bom Fim, a condição se baseia no trinômio: necessidade, adequação e utilidade. Necessidade do devido processo legal para a solução do caso concreto, adequação do pedido a norma exigindo-se ainda, que este processo seja útil ao fim pretendido. c) Legitimidade para agir: c.1) legitimidade ativa : MP (Ação Pública) e ofendido (Ação Privada) Obs.: legitimidade ativa concorrente: Ação Penal Privada Subsidiária da Pública; Súmula 714 do STF. c.2) legitimidade passiva o menor de 18 anos Obs.: Pessoa Jurídica só se admite a responsabilização criminal nas condutas lesivas ao meio ambiente, art. 225, 3º da CF, regulamentado pela Lei 9005. d) Justa Causa parte da doutrina a configura com o lastro mínimo para o exercício da ação penal. Doutrina majoritária não a admite como condição autônoma. 1.5.2 ESPECÍFICAS OU ESPECIAIS: a) representação;

2 b) requisição do Ministro da Justiça; c) entrada do agente no território nacional por crime praticado fora dele; d) exaurimento da via administrativa nos crimes de sonegação fiscal. e) trânsito em julgado da sentença anulatória de casamento. f) autorização da Câmara de Deputados para processar o Presidente da República, entre outras. Art. 14 e 41 da Lei 1.079/50 2. AÇÃO POPULAR 2.1 Objeto: apurar crimes de responsabilidade. 2.2 Provocação: por denúncia de qualquer cidadão. 2.3 Natureza: Prevalece na doutrina que ela não tem natureza penal, porque a expressão crimes de responsabilidade não representa infração penal e a expressão denúncia não é mais do que mera notícia criminis. 3. AÇÃO PENAL PÚBLICA 3.1 Titular: MP, art. 129, I da CF c/c art. 257, I do CPP. Ação Penal ex officio ou Processo Penal Judicialiforme, art. 26 do CPP. O dispositivo não foi recepcionado pela CF. 3.2 Peça acusatória: denúncia. 3.3 Requisitos: a) essenciais: a.1) narração do fato a.2) qualificação b) acidentais b.1) classificação b.2) rol de testemunhas 3.4 Causas de rejeição da denúncia 345 do CPP: I - Denúncia e a queixa serão rejeitadas quando manifestamente ineptas;

3 II faltar pressuposto processual ou condição da ação; III faltar justa causa. Após a reforma do CPP, não mais se estabeleceu no código diferença entre não recebimento e rejeição. Parte da doutrina continua fazendo tal diferenciação, apontando a inépcia formal como causa de não recebimento e a inépcia material como causa de rejeição. 3.5 PRINCÍPIOS NORTEADORES: a) OBRIGATORIEDADE (NECESSIDADE OU LEGALIDADE PROCESSUAL). Estando diante de um crime, o MP é obrigado a oferecer a denúncia. Exceções: 1) transação penal (art. 98, I da CF e art. 76 da Lei 9.099/95). P.S.: Juiz só pode alterar o acordo de transação se a única pena aplicada for a de multa. 2) Acordo de Leniência art. 35-C, Lei n. 8.884/94. 3) Princípio da Insignificância posição não pacífica de Luis Flávio Gomes. Não admitida a aplicação do princípio da insignificância em: perigo abstrato (drogas, armas) e crimes contra administração pública. OBSERVAÇÃO - ENTENDIMENTO ESTADUAL: Avena adverte que há orientação do ementário da Corregedoria Geral do MP no sentido de que diante de uma excludente da ilicitude, de modo estreme de dúvidas, o promotor pode deixar de denunciar. b) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE Art. 42 e 576 do CPP. O promotor não pode desistir do curso e nem do recurso da ação. Não é obrigado a recorrer, mas se o fizer não pode desistir. Exceções: 1) Transação Penal art. 79 da Lei n. 9.099/95; 2) Suspensão Condicional do Processo Sursis Antecipado ou Sursis Processual art. 89 da Lei 9.099/95. Proposta na própria denúncia. Essa exceção recebeu o nome de PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE REGRADA OU TEMPERADA. c) (IN)DIVISIBILIDADE Invisibilidade é um princípio da Ação Penal Privada indiscutivelmente. Doutrina mais tradicional (Capez e Tourinho) defende a indivisibilidade como decorrência da obrigatoriedade. Doutrina mais atual (Mirabette, Bom fim e Avena) sustenta a divisibilidade. Com o último entendimento, o STF e o STJ (HC 35.084/06). A divisibilidade pode ser encontrada nas hipóteses em que um dos agentes é beneficiado pela transação penal ou acordo de leniência ou, pela prescrição pela metade.

d) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA (INTRANSMISSIBILIDADE OU INCONTAGIABILIDADE) Corolário do princípio constitucional da personalidade (pessoalidade ou impessoalidade), este postulado limita a acusação a aquele que agiu com dolo ou culpa e com sua morte, extingue-se a punibilidade. e) PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE Não se admite mais a ação penal pública por promotor a doc, ou é o promotor investido ou não há o ingresso. 4 3.6 AÇÃO PENAL INCONDICIONADA OU PLENA É a regra no processo penal e se identifica pelo silêncio da lei, ou seja, pela ausência das expressões: somente se procede mediante representação ou queixa 4. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: 4.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO a) Conceito e finalidade: é uma manifestação de vontade que funciona como autorização para a instauração do IP, e da Ação Penal. b) Forma: Não exige forma rígida, podendo ser oferecida verbalmente, por escrito, ou por procuração com poderes especiais. c) Extensão: Prevalece na doutrina que a representação em relação a um autor do crime autoriza o MP a denunciar a todos. d) Natureza jurídica: é uma condição de procedibilidade. Esta disposição pode estar agregada ao tipo, art. 147, único, nas disposições a ele atinentes (art. 182 do CP) ou em legislação especial (art. 88 da Lei 9.099/95). e) Prazo para oferecer a representação: f) Retratação: Regra: 6 meses do conhecimento da autoria, art. 38 do CPP e 103 do CP. Exceção: Lei de Imprensa, art. 41, 1º da Lei 5.250/67: 3 meses a contar da transmissão ou veiculação da matéria. Legislador escreveu prescrição, mas trata-se de prazo decadencial. Regra: art. 25 do CP e 102 do CP até o oferecimento da denúncia.

Exceção: violência doméstica art. 16 da Lei 11.340/06 até o recebimento da denúncia e somente em audiência. g) Retratação da Retratação - prevalece que é possível, no prazo decadencial. h) Renúncia à Representação: art. 74, único da Lei 9.099 (composição civil dos danos). Art. 16 da Lei 11.340/06 (violência doméstica). i) LEGITIMADOS A REPRESENTAR: i.1) Regra: ofendido maior de 18 anos e capaz mental; i.2) Menor ou enfermo mental i.3) Se menor ou enfermo mental não possui representante legal ou ocorre uma colidência entre o ofendido e o seu representante legal. Neste caso, o juiz nomeia um curador especial, que decide sobre a conveniência de representar ou não. Ao completar 18 anos ou recuperar a capacidade mental, o então menor pode representar, desde que não tenha ocorrido a prescrição. i.4) Ocorrendo a morte ou declaração judicial de ausência do ofendido podem representar: Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão, i.5) Pessoa Jurídica (art. 37 do CPP): representado por quem couber no estatuto, no silêncio os dirigentes. 5 4.2 AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA Cabimento: a) crime praticado por estrangeiros, contra brasileiros no exterior, art. 7º, 3º, b do CP. b) Crime contra a honra do presidente ou de chefe de governos estrangeiros, art. 41, I c/c art. 145, do CP. c) Crimes contra a honra dos presidentes da república, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, Ministros de Estado e do STF, chefes de governos estrangeiros e seus agentes diplomáticos pela imprensa, art. 23, I c/c art. 40, I, a da Lei 5.240/67. Prazo: Como não há previsão legal, prevalece na doutrina que é possível enquanto não operada a prescrição.

6 Retratação: A doutrina diverge, parte entende não ser possível por ausência de previsão legal e por se tratar de ato que deve se revestir de seriedade. Outra parte a admite, por analogia ao art. 25 do CPP e por se tratar de ato administrativo que pode ser revisto pela autoridade que o editou. Vinculação do MP: da mesma forma como na representação, o MP não fica vinculado à requisição do Ministro da Justiça, podendo dar ao fato capitulação diversa ou requerer o arquivamento das peças de informação. 5. AÇÃO PENAL SEMPRE PÚBLICA Art. 24, 1º do CPP quando houver patrimônio ou interesse da União, dos Estados e Municípios. 6. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA 6.1. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA Art. 2º, 2º Decreto-lei n. 201/67. 6.1.1 Titular: ofendido. O ius puniend continua do Estado que apenas transfere o ius acusaciones ao ofendido para evitar o strepitus judici / strepitus fori (desgaste do processo). 6.1.2 Peça acusatória: queixa-crime ou queixa 6.1.3 Requisitos: art. 41, CPP. 6.1.4 Rejeição: art. 395, I III do CPP. Exige procuração com poderes especiais; que pode ser suprida com a assinatura na queixa da vítima juntamente com o procurador. 6.1.5 Princípios: a) OPORTUNIDADE (conveniência) enquanto MP é obrigado a intentar com a ação, a vítima goza de mera faculdade. b) DISPONIBILIDADE ofendido pode desistir do curso da ação e do recurso, art. 48 do CPP. c) INDIVISIBILIDADE art. 48 do CP

Se o crime for praticado em concurso de agentes, todos deverão figurar na queixa, cabendo ao MP velar pela indivisibilidade. Constatando o MP, deliberada omissão, surgem três orientações: 1) adita a queixa para incluir o que fora excluído; 2) informa ao juiz que interpreta como renúncia tácita, acarretando a extinção da punibilidade de todos, STF, informativo 354. 3) informa ao juiz que notifica o ofendido e persistindo a omissão, declara extinta a punibilidade pela renúncia. d) INTRANSCENDÊNCIA 6.1.6 Forma de identificar: somente se procede mediante queixa. 6.1.7 Prazo para oferecer a queixa: mesmo prazo para representar. 6.1.8 Legitimados a oferecer a queixa: igual a representação. Obs.: O art. 34 do CPP que autorizava que a queixa fosse oferecida tanto pelo ofendido com idade entre 18 e 21 anos, quanto pelo seu representante legal, perdeu sua aplicação quando o CC equiparou a maioridade civil à penal. 7 6.2 AÇÃO PENAL EXCLUSIVA 6.3 AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA a) Cabimento: art. 236 do CP. Impedimentos ao casamento: art. 1521 do CC. Erro essencial: art. 1577 do CC. b) Condição: transito em julgado da sentença anulatória do casamento. c) Prazo: 6 meses do transito em julgado da sentença anulatória do casamento. d) Extinção da punibilidade: diferentemente do que preceitua o art. 107, I do CP, em que a morte do agente acarreta a extinção de sua punibilidade, neste dispositivo, a morte da vítima também gera a mesma conseqüência. Assim, falecendo o ofendido, não há a possibilidade de ser sucedido na ação penal, razão pela qual é chamada de personalíssima.