Fundamentos de Economia - Prof. Ms. Marco A. Arbex



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Transcrição:

Fundamentos de economia: introdução Prof. Ms. Marco marco.arbex@live.estacio.br Esse material foi elaborado para servir como apoio ao material didático básico da disciplina, disponibilizado pela instituição. A elaboração tomou como base o citado material e materiais complementares selecionados A atividade econômica é movida por tomadas de decisões sobre como alocar recursos econômicos. Nesse sentido, o objeto de estudo da economia é racionalizar a alocação desses recursos. Exemplos de recursos econômicos: Capital (dinheiro); Recursos naturais; Mão-de-obra (tempo das pessoas) e capital humano (conhecimentos e habilidades) Capital físico (máquinas, edificações ); Tecnologia 1

Os gestores precisam saber economia? Por que? Toda empresa é um sistema aberto (troca informações constantemente com seu ambiente externo), sendo que seu sucesso depende, em parte, do que ocorre nesse ambiente. As forças econômicas fazem parte desse ambiente externo, de forma que monitorar seu andamento é fundamental para uma boa gestão empresarial. A economia pode ser útil às empresas de várias maneiras. Por exemplo: -Auxiliando os gestores nas decisões de alocação de recursos econômicos; -Fornecendo aos gestores informações sobre a atividade econômica (que ocorre fora da empresa). 2

A economia é uma ciência exata ou social? Economia: definição A economia é uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços a fim de satisfazer as necessidades das pessoas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2009). Se todos os bens e serviços consumidos pelas pessoas caíssem do céu, ninguém precisaria estudar economia, pois não haveria escassez. OBS: a palavra escassez não refere-se somente a recursos em extinção, mas a recursos que são finitos. EXEMPLO: Seu salário, seu tempo e o espaço físico de sua casa são recursos econômicos escassos. 3

A dinâmica da atividade econômica pode ser explicada através de um modelo chamado fluxo circular de renda (VASCONCELLOS; GARCIA, 2009) Mercado de bens e serviços O que e quanto produzir? Famílias Como produzir? Empresas Para quem produzir? Mercado de fatores de produção Este fluxo é composto pelo fluxo real (que refere-se à atividade da produção dos bens e serviços) e pelo fluxo monetário (que representa a circulação do dinheiro usado na remuneração dos fatores de produção utilizados na produção dos bens). As famílias são proprietárias dos fatores de produção (Ex.: mão-de-obra), que são vendidos às empresas, e são remuneradas (por exemplo, em forma de salário); As empresas produzem bens com esses fatores e os vendem às famílias. Essa troca só é possível com a presença da moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços Nesse contexto, as forças da oferta e demanda atuam nos dois mercados (fatores de produção / bens e serviços), determinando o preço dos bens e serviços. 4

Na economia, consideramos que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Observe as seguintes situações: Jão é casado, tem um filho e um salário de R$ 1.500,00. Frequentemente, ele reclama que o salário não supre todas as suas necessidades. Mané é casado, tem um filho e um salário de R$ 4.000,00. Frequentemente, ele reclama que o salário não supre suas necessidades. ISSO ACONTECE PORQUE AS PESSOAS ESTÃO SEMPRE RENOVANDO E RE-HIERARQUIZANDO SUAS NECESSIDADES O economista Joseph Schumpeter cunhou, em 1942, o termo destruição criativa. Este conceito mostra que as inovações movem a economia. Segundo o economista, as inovações (e novas necessidades) são criadas a partir de aspectos como a introdução de um novo bem, novos métodos de produção, novos modelos de gestão e abertura de novos mercados. De um lado, há escassez dos recursos; de outro, há desenvolvimento constante das necessidades da sociedade. Isso faz com que cada vez mais se procure otimizar e racionalizar a utilização dos recursos econômicos. As situações observadas nos slides anteriores leva a um conceito fundamental da economia: CUSTO DE OPORTUNIDADE 5

Esse conceito mostra que todas as decisões de alocação de recursos possuem algum custo (financeiro ou não-financeiro). O conceito de custo de oportunidade também ilustra a idéia de que, ao fazer uma escolha, temos que renunciar a outras coisas. Como os recursos são escassos, existe um tradeoff (escolha conflitiva) em toda tomada de decisão. Exemplos: Para cada real de seu salário que você gasta com algo, existe um real a menos para gastar com qualquer outra coisa. O custo de acessar determinados conteúdos em websites é ter que preencher algum cadastro com suas informações; Exemplos: Se você aplicou R$ 1.000,00 na poupança, você deixou de aplicar esse mesmo valor em qualquer outra coisa (seja outro investimento ou consumo) Se você ocupou 5m² de sua sala com um sofá, você tem 5m² a menos para utilizar para qualquer outra coisa. 6

Qual o custo de oportunidade de você estar assistindo a esta aula agora? Um modelo econômico desenvolvido para compreender os conceitos fundamentais da economia é chamado de curva de possibilidades de produção (VASCONCELLOS; GARCIA, 2009) Essa curva expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, supondo pleno empregos dos fatores de produção. Esse modelo ilustra como a escassez de recursos impõe limite à capacidade produtiva da sociedade, que é obrigada a fazer escolhas. A curva de possibilidades de produção Adaptadode Vasconcellose Garcia (2009) Produção de soja 3.000 2.200 C 2.000 A 1.000 B 0 300 600 700 1.000 Produçãode milho 7

De acordo com a figura anterior, no ponto A e no ponto C, a economia está em sua capacidade máxima; No ponto A, por exemplo, é possível produzir 700 unidades de milho e 2000 unidades de soja; caso eu queira aumentar a quantidade produzida de soja para 2.200 unidade, tenho que reduzir a produção de milho para 600 unidades, pois não há capacidade produtiva (recursos) para produzir mais que isso. Ou seja, a escolha de aumentar a produção de soja implica em reduzir a produção de milho. Cabe lembrar que essa escolha só é necessária quando estamos no limite da capacidade (escassez de recursos). No ponto B, há capacidade ociosa: ou seja, é possível produzir mais milho, por exemplo, sem a necessidade de reduzir a produção de soja. Um dos ditados mais famosos entre economistas é o que diz: Não existe almoço grátis. Podemos interpretar essa afirmação, considerando os conceitos fundamentais da economia: Escassez Escolhas Custo de oportunidade 8

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO: 1) Qual o custo de uma graduação como esta? (lembre-se de considerar os custos financeiros e os custos de oportunidade) 2) Você tem R$ 50.000,00 disponível e pretende usar esse dinheiro para comprar uma casa. Olhando nos classificados, você encontra uma casa que te agradou no valor de R$ 50.000,00. Responda: Usando o conceito de custo de oportunidade, diga se é melhor comprar a casa à vista ou financiar o imóvel, considerando que você conseguiu uma linha especial de crédito imobiliário a uma taxa total de 0,3% ao mês). APLICAÇÃO DOS CONCEITOS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: O CASO DAS MULTAS NO RODÍZIO DE SUSHIS O download do livro analisando as multas nos rodízios de sushi está disponível no blog: http://shikida.net/sushi.pdf Aliando-se a escassez de recursos com as necessidades ilimitadas do homem, surgem os problemas econômicos fundamentais (VASCONCELLOS; GARCIA, 2009): O que e quanto produzir? Devido a escassez de recursos, a sociedade deve escolher quais produtos produzir e sua quantidade, respeitando os limites de produção; Como produzir? Escolha de quais recursos e métodos serão utilizados na produção dos bens; Para quem produzir? Decisão sobre como será a distribuição dos resultados da produção. 9

A forma como as sociedades resolvem tais problemas fundamentais depende do sistema econômico do país Em países considerados economia de mercado (sistema capitalista), essas questões são decididas de forma mais livre (principalmente as decisões de famílias e empresas) regidas pela lei da oferta e demanda; em países com economia centralizada (sistema socialista), as decisões são muito mais centralizadas no governo do país. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada sistema O que é o capitalismo? Sistema econômico e social baseado na separação entre trabalhadores juridicamente livres e capitalistas. Os capitalistas são proprietários dos meios de produção e contratam os trabalhadores em troca de salário para produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado), visando à obtenção de lucro. O que é o socialismo? Conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados para os interesses dos trabalhadores, tendo como objetivo uma sociedade onde não exista a propriedade privada dos meios de produção. O socialismo pretende eliminar as diferenças entre as classes sociais a fim de obter uma justa distribuição da riqueza em uma sociedade. 10

COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS SISTEMAS De forma simplificada, no livre mercado, as pessoas fariam tais escolhas de forma livre, sem intervenção governamental. Os empresários seriam livres para montar meu próprio negócio, aceitando os riscos, mas também podendo usufruir dos benefícios; Num regime com intervenção governamental, tais escolhas seriam limitadas pelas decisões governamentais, que tem controle sobre os negócios que são abertos e sobre os lucros que os empresários podem obter. Analisando os sistemas econômicos Você concorda com essa frase? A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias Winston Churchill Normalmente os países capitalistas são mais desenvolvidos economicamente; porém apresentam maior desigualdade de renda; Já os países socialistas são mais igualitários, porém menos desenvolvidos economicamente Imagens de satélite das duas Coréias à noite 11

O slide anterior ilustra trade-off que a sociedade enfrenta: eficiência x equidade Ou seja, cada indivíduo, ao alocar seus recursos, acaba priorizando um dos dois aspectos: Ou os recursos são alocados predominantemente de forma eficiente (otimizando sua utilização) Ou são alocados predominantemente de forma a privilegiar a equidade na sociedade (distribuição mais igualitária desses recursos) VEJA O EXEMPLO A SEGUIR Você possui uma empresa (uma panificadora, por exemplo). Na panificadora, você percebe que precisa de apenas dois funcionários para atender bem os clientes. Ao contratar apenas dois funcionários, você está sendo eficiente (pois está otimizando a utilização dos recursos disponíveis. Porém, se você empregasse mais um funcionário, estaria contribuindo para reduzir a desigualdade social na sua cidade (nesse caso, você estaria privilegiando a equidade ao invés da eficiência). Por um lado, isso seria mais justo para a sociedade; porém seria menos eficiente para o seu negócio! 12

Esse trade-off está presente em todos os países, especialmente nos países capitalistas,onde predomina a livre iniciativa. Como os agentes econômicos (sociedade) em países capitalistas buscam priorizar a eficiência (otimizar a alocação de recursos), cabe ao Estado auxiliar no desenvolvimento da equidade. Esse é um dos muitos papéis do Estado nos países capitalistas. O papel do Estado na tomada de decisões da sociedade Sabemos que o Brasil é um país capitalista (economia de mercado) e uma economia aberta (que troca informações e produtos com outros países) A partir do início da década de 1990 (fim da Guerra Fria), vários países no mundo abriram seus mercado, inclusive o Brasil. Essa abertura de fronteiras, associada ao desenvolvimento das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) possibilitaram a aceleração do processo de globalização em todo o mundo. Mesmo nas economias de mercado, o Estado (governo) não deixa de intervir na atividade econômica. Essa intervenção, no entanto, é mais moderada do que a observada nos países socialistas. 13

Níveis de interevenção do Estado na Economia em países capitalistas Maior intervenção estatal: keynesianismo Menor intervenção estatal: liberalismo Liberalismo: Pela ótica liberal, o princípio regulador da vida econômica é a livre concorrência e o único papel do Estado seria garantir essa liberdade competitiva. O mercado seria auto-ajustável, conforme o mecanismo da OFERTA e DEMANDA (que abordaremos posteriormente). Essa livre concorrência e ausência do Estado como regulador da economia recebeu o nome de mão invisível, por Adam Smith, o principal precursor do liberalismo. Keynesianismo: A teoria da mão invisível foi deixada de lado quando a Bolsa de Nova York entrou em crise, em 1929 um dos momentos mais difíceis da economia mundial. Depois desse fato, o liberalismo ficou ofuscado pelas idéias de um inglês chamado John Maynard Keynes, considerado um dos maiores economistas de todos os tempos. A teoria keynesiana previa que uma economia poderia permanecer abaixo da sua capacidade, com taxas de desemprego altas, se deixadas sob a condução do livre mercado. 14

Assim, Keynes propôs intervenções estatais na economia com o objetivo de estimular o crescimento e reduzir o desemprego Começou-se a perceber que o Estado tem outras funções, como garantir saúde pública e educação de qualidade, infra-estrutura e uma justa distribuição de renda, por exemplo. O Estado também teria o papel de pensar o desenvolvimento de um país e atuar como principal agente de reconstrução em caso de catástrofes ou em épocas pós-guerra. O trabalho de Keynes rompeu com a tradicional visão do Estado ausente e foi responsável por colocá-lo como o grande agente de desenvolvimento. O papel do Estado na economia Sabemos que em 2008 o mundo foi atingido por uma crise econômica originada no mercado imobiliário dos EUA. Alguns autores comparam a crise atual com a crise de 1929. Embora hajam diferenças, em ambas houve a necessidade de forte atuação do Estado para minimizar seus efeitos negativos. 15

A economia é também conhecida como a ciência dos incentivos (ou estímulos). Como as pessoas tomam decisões fazendo escolhas racionais sobre como alocar recursos escassos, seu comportamento pode mudar quando os custos ou os benefícios se alteram. Os agentes econômicos (governo, empresas e famílias) estão sempre gerando incentivos sobre a sociedade para influenciá-la na alocação de seus recursos. Exemplos: Se você tem a possibilidade de pagar uma conta à vista com 20% de desconto, seu incentivo para realizar tal pagamento aumenta. Se o governo aumenta a fiscalização e a penalidade sobre a sonegação do imposto de renda, seu incentivo para sonegar é reduzido. Se você vê um computador à venda com preço abaixo do normal, seu incentivo para comprá-lo aumenta Analisando o papel dos incentivos A)Texto de Adolfo Sachsida sobre o sucesso dos países socialistas nos esportes: http://bdadolfo.blogspot.com/ B)Trechos do livro Freakonomics A multa por atraso nas creches em Israel Professores trapaceiros em Chicago 16

Divisão do estudo econômico ECONOMIA Microeconomia Macroeconomia Nível individualizado Famílias e empresas Nível agregado Economia como um todo Exemplo: Jão ganha R$ 1.000,00 por mês. Ao estudar como Jão toma suas decisões de compra, estamos no âmbito da microeconomia. Porém, ao somar o salário de Jão com todas as outras pessoas do Brasil e analisar a renda média país, estamos no âmbito da macroeconomia Ou seja, ao analisar formação de preços em setores específicos, estamos em microeconomia. Ao estudar o comportamento da economia como um todo, estamos no âmbito da macroeconomia. Texto base: GARCIA, M. E; VASCONCELLOS, M. A. S. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2009. 17