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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 105/94 - Segunda Câmara - Ata 15/94 Processo nº TC 001.084/92-5 Responsáveis:Ney Fontes de Melo Tavora - Presidente de 01.01.90 a 14.03.90; e Eduardo Marco Modiano - Presidente de 04.04.90 a 31.12.90 Entidade: BNDES Participações S/A - BNDESPAR Vinculação: Ministério da Fazenda Relator: MINISTRO HOMERO SANTOS Representante do Ministério Público: Dr. Jatir Batista da Cunha Unidade Técnica: 8ª Secretaria de Controle Externo Especificação do quorum: Ministros presentes: Adhemar Paladini Ghisi (na Presidência), Homero dos Santos (Relator) e Paulo Affonso Martins de Oliveira. Assunto: Recurso de Reconsideração em processo de Prestação de Contas da BNDESPAR, exercício de 1990, quanto à concessão de adiantamentos salariais aos seus empregados, com direito adquirido à vantagem percebida desde 1985. Ementa: Prestação de Contas. BNDESPAR. Recurso de Reconsideração contra decisão que fora pela suspensão de adiantamento salarial. Alegações de direito adquirido e habitualidade. Provimento parcial. Análise detalhada da matéria. Data DOU: 08/06/1994 Página DOU: 8243 Data da Sessão: 12/05/1994 Relatório do Ministro Relator: GRUPO II - CLASSE I - 2ª Câmara TC 001.084/92-5

Natureza: Recurso de Reconsideração em processo de Prestação de Contas - Exercício de 1990. Entidade: BNDES Participações S/A - BNDESPAR Ementa: Recurso de Reconsideração do BNDESPAR, no que tange a concessão de adiantamentos salariais aos seus empregados. Provimento parcial, ante a superveniência de nova interpretação dos Tribunal, reconhecendo a tese do direito adquirido em favor do empregados amparados pela habitualidade do recebimento, quando da vigência do Decreto-lei nº 2.355/87, de conformidade com a Decisão nº 493/93-TCU (TC 200.496/91-3, Sessão Plenária de 10.11.93, "in" Ata nº 55/93). Esta Egrégia 2ª Câmara, na Sessão de 17.06.93, sob a relatoria do Min. OLAVO DRUMMOND, quando o mesmo integrava este Colegiado, proferiu deliberação (cf. Relação nº 25/93, inserida na Ata nº 20/93), nos presentes autos, que versa sobre as Contas do BNDESPAR, exercício de 1990, julgando regulares, com ressalva, e dando quitação aos responsáveis, sem prejuízo de adotar-se as medidas então sugeridas nos pareceres da 8ª IGCE e do Ministério Público, quais sejam: a) adoção, para cálculo do limite de remuneração, da Decião nº 117-Plenário do TCU, de 25.03.92, e da Resolução nº 23, de 20.05.92 do CCE; e b) não mais conceder "adiantamentos salariais", tendo em vista a proibição contida no Decreto-lei nº 2.355, de 27.08.87, art. 6º, inciso IV. Inconformada, em parte, a Entidade interpõe Recurso de Reconsideração, cingindo-se especificamente à recomendação concernente aos adiantamentos salariais. Alega, de início, que, quando da edição do referido Decreto-lei, a BNDESPAR já tinha, em sua estrutura, o adiantamento salarial, constituindo-se, portanto, em direito adquirido dos funcionários, e, como tal, ressalvado expressamente no "caput" do art. 6º do mencionado diploma legal. De fato, desde 1985, a BNDESPAR já praticava a concessão de adiantamento salarial (Anexo I), conforme o exposto à CISET no Ofício nº 04/92, de 27 de janeiro de 1992. Observa, ademais, que as três empresas integrantes do Sistema BNDES (BNDES, FINAME e BNDESPAR) adotam os mesmos critérios na concessão de direitos e vantagens a seus empregados, em face da instituição de um Plano Uniforme de Cargos e Salários, cuja

implantação foi devidamente aprovada pelo Conselho Interministerial de Salários de Empresas Estatais-CISE, órgão que, à época, detinha competência regulamentar para deliberar sobre a matéria, na conformidade da Resolução CISE nº 132/89, de 10.07.89 (Anexo III), visando precisamente eliminar as disparidades até então existentes na gestão de recursos humanos das aludidas empresas. ^página Por último, postula que esta Corte reconsidere a r. decisão "para o fim de reconhecer a legitimidade do procedimento da recorrente na concessão de adiantamento salarial aos seus empregados, por representar medida de direito e de inteira JUSTIÇA". No âmbito da competente Unidade Técnica, depois de serem citados inúmeros precedentes sobre ADIANTAMENTO DE FÉRIAS (empréstimos) contrários a pretensão recursal (TC 250.093/86, Ata nº 36/86 - Anexo III, DOU de 02.07.86, TC 009.466/86 e TC 009.351/86, Ata nº 78/86 - Anexo II, DOU de 21.11.86, e TC 250.161/86, Ata nº 32/86 - Anexo VI, DOU de 26.07.88, TC 200.496/91-3, Ata nº 48/92 - Decisão nº 505/92-Plenário), acrescenta: "A legislação trabalhista não prevê, nem permite ressarcimento de adiantamento de férias. Houve desobediência aos arts. 145 e 623 da CLT, porque ali não se prevê, nem se permite ressarcimento de adiantamento de remuneração de férias e não foi respeitada a vedação da concessão de empréstimo ou adiantamento, sob qualquer modalidade ou de qualquer tipo, contida no art. 6º, inciso IV, do Decreto-lei nº 2.355 de 27.08.87." Em conclusão, a 8ª SECEX propõe, no mérito, conhecer do recurso de reconsideração, para negar-lhe provimento, mantendo-se, a decisão anterior, salvo a pequena reformulação proposta pelo Ilustre Titular, Dr. JOSÉ RÉGIS MARQUES. Com efeito, esse último encaminhamento decorreria da distinção feita entre: a) adiantamento de, no máximo, 40% do salário bruto do empregado, respeitado o teto estabelecido, a ser creditado na respectiva conta bancária, no primeiro dia útil de cada mês, e descontado na folha de pagamento correspondente; e b) adiantamento de férias, fixado em 60% da remuneração bruta mensal, descontado em 6 (seis) parcelas iguais e mensais, a contar do mês seguinte ao retorno do empregado ao serviço. Porquanto cada uma das modalidades tem merecido interpretações

específicas, prossegue o ilustre Secretário da 8ª SECEX, "verbis": "Com relação ao adiantamento de salário, o Plenário, em Sessão de 12.05.93, ao apreciar recurso interposto pela TELEGOIÁS (Decisão nº 180/93 - Ata nº 17/93), decidiu dar-lhe provimento para caracterizar o pagamento adiantado de parcela do salário como contraprestação de trabalho realizado, e não como adiantamento, deixando, assim, de constituir infringência ao contido no art. 6º, inciso IV, do Decreto-lei nº 2.355/87. No que se refere ao adiantamento de férias, envolve matéria já amplamente discutida nesta Casa, com entendimento firmado no sentido de que sua concessão é ilegal por violar o disposto no citado instrumento legal, como nos seguintes casos: TC 250.093/86, Ata nº 36/86 - TC 009.466/86 e TC 009.351/86, Ata nº 78/86, TC 250.161/86, Ata nº 32/86, TC 200.496/91-3, Ata nº 48/92-Plenário). Considerando, portanto, como ilegal, o referido adiantamento de férias, determinou o Plenário, ao proferir as Decisões nºs 505/92 e 579/92, nos dois últimos processos logo acima mencionados, a exclusão dos permissivos do gênero das normas internas pertinentes e dos acordos coletivos de trabalho." Ouvida a Douta Procuradoria, sobreveio o parecer de fl. 132, do Eminente Procurador-Geral, em substituição, Dr. JATIR BATISTA DA CUNHA, segundo o qual, a matéria em foco deve ser reapreciada à luz da nova interpretação dada pelo TCU, sendo essa a fundamentação para o provimento do recurso, com as vênias de praxe, pelas conclusões oferecidas pelo digno titular da 8ª IGCE, "verbis": (...) "levando em conta a orientação firmada por esta Corte nas Decisões ali trazidas à colação, a que nos permitimos adicionar o mais recente julgado sobre a matéria em questão, qual seja o TC 200.496/91-3 (TELASA - pedido de Reexame de Decisão sobre concessão de adiantamento de férias, Ata nº 55/93 - Plenário, Sessão de 10.11.93, Decisão nº 493/93). Assim, que seja o pedido acolhido, na forma em que foi interposto como Recurso de Reconsideração, consoante os termos dos arts. 32, 33 e 48 da Lei nº 8.443/92, devendo prevalecer a reforma do "Decisum", nos moldes que acima acatamos." É o Relatório. Voto do Ministro Relator: Efetivamente, em processo versando hipótese análoga, de interesse da TELASA, este Tribunal, ao apreciar, na Sessão de 10.11.93,

"Pedido de Reexame", relativamente à concessão de ADIANTAMENTO DE FÉRIAS ao pessoal da TELEBRÁS (TC 200.496/91-3, Decisão nº 493/93, "in" Ata nº 55/93), acolheu a tese do direito adquirido, em decorrência da habitualidade do pagamento da dita vantagem, alegada pela Estatal recorrente e brilhantemente sustentada pelo douto Representante do Ministério Público. A mais nova orientação foi fixada com base no parecer do Eminente Procurador-Geral em substituição, Dr. JATIR BATISTA DA CUNHA, que, fazendo uma minuciosa análise do comando jurídico extraído do Decreto-lei nº 2.355/87, assim se manifestou: "A edição do Decreto-lei nº 2.355, de 27.08.87, deveria interferir diretamente na pactuação dos novos Acordos Coletivos, a partir de 1988, uma vez que a letra de seu inciso IV, art. 6º, veda às entidade estatais empréstimos sob qualquer modalidade e adiantamentos de qualquer tipo, ressalvando-se o direito adquirido e a coisa julgada. Não merece prosperar, por absoluta carência de fundamentação jurídica, a alegada repristinação do Decreto-lei nº 2.355/87, em 12.12.89, data da promulgação da Lei nº 7.923, partindo-se do pressuposto de que a Constituição de 05.10.88 não teria recepcionado.... Chega-se, por conseguinte, ao cerne da questão: diante da vedação expressa à concessão de empréstimos ou adiantamentos de qualquer natureza, prevista no Decreto-lei nº 2.355/87, ressalvando-se o direito adquirido e a coisa julgada, discute-se a validade da Cláusula (...) do Acordo Coletivo, firmado em 24.02.88 (cf. fls. 133), que amplia, de 5 para 8 meses, em relação ao Acordo Coletivo de 1987 (cf. fls. 124), o prazo de ressarcimento do adiantamento de férias previsto no art. 145 da CLT.... No entanto, o indigitado dispositivo comporta temperamento, ao afastar do seu alcance o direito adquirido e a coisa julgada, reproduzindo princípio constitucionalmente estatuído (cf. inciso XXXVI, art. 5º).... Não se discute, porém, que a jurisprudência das Cortes Trabalhistas tem caráter objetivista, sustentando que a repetição da gratificação, ao largo de certo período de tempo, converte-a em elemento complementar da remuneração.

... Há que se reconhecer que esta visão objetivista, referente à habitualidade da gratificação, estende-se, também, à concessão de vantagens de natureza pecuniária, tais como o adiantamento de férias em apreço. Pode-se constatar a habitualidade da concessão do adiantamento de férias aos empregados da TELEBRÁS, nos anos de 1986 e 1987. Dessa forma, no Acordo Coletivo de 1988, cabia à Empresa a manutenção do referido pagamento. "Claro está, circunscrito aos empregados que já vinham recebendo habitualmente tal benefício, e dentro dos patamares anteriormente fixados", ou seja, com restituição em 5 parcelas mensais, e não em 8 parcelas, como efetivamente acordado.... "Os acordos coletivos seguintes deveriam, sob a égide do Decreto-lei nº 2.355/87, respeitar os direitos adquiridos daqueles mesmos empregados supramencionados, e não, consoante se infere de seus termos (cf. fls. 142, 149 e 157), estender o adiantamento de férias à totalidade de seus empregados". Cumpre destacar a argumentação da empresa, realçando os prováveis problemas decorrentes da falta de homogeneidade na concessão da mencionada vantagem, no bojo de seu corpo funcional, incluindo-se o surgimento de demandas judiciais pautadas no princípio da isonomia salarial. Salientamos, entretanto, que tais pleitos são condicionados ao preenchimento dos requisitos elencados no art. 461 da CLT, como, por exemplo: diferença de tempo de serviço, entre os empregados, inferior a dois anos. Convimos que, devido às circunstâncias do caso presente, que possibilita o afastamento da tese de direito adquirido, a partir de 1988, tão-somente, dos empregados que não vinham recebendo habitualmente tal concessão, desde 1986, o número de funcionários atingidos deva ser consideravelmente reduzido, desprestigiando, portanto, o receio da TELEBRÁS." Nessas condições, pode-se afirmar que o TCU, na mencionada assentada, consumou e incorporou a tese esposada pela Douta Procuradoria, consubstanciada na citada DECISÃO nº 493/93, que ficou redigida da seguinte forma: "8.1. acolher o expediente encaminhado pela TELEBRÁS como Pedido de Reexame da Decisão nº 505/92 - Plenário, nos termos do art. 48, da Lei nº 8.443/92, para dar-lhe provimento parcial;

8.2. excepcionar, no subitem 8.1, da Decisão nº 505/92 - Plenário, a legalidade da concessão do Adiantamento de Férias aos empregados do Sistema TELEBRÁS que vinham percebendo habitualmente tal vantagem desde 1986, nos moldes constantes dos Acordos Coletivos de 1986 e 1987, ou seja, com prazo de restituição de cinco meses; 8.3. manter integralmente os termos dos itens 8.2 e seguintes da Decisão nº 505/92 - Plenário; 8.4. dar conhecimento dos presentes Relatório, Voto e Decisão à interessada, bem como aos Srs. Ministros das Comunicações e do Trabalho." Acrescento, na oportunidade, que mais recentemente, na Sessão Plenária de 27 de abril p.p., esta Corte manteve o referido entendimento quanto a aplicabilidade do princípio do direito adquirido, tal como é entendido nas cortes trabalhistas, embora tão somente em relação aos empregados de sociedade de economia mista e empresa pública que vinham recebendo, "habitualmente", o aludido "adiantamento de férias" (cf. Decisão nº 234/94 - TC 012.825/88-3 - Rel. Min. Marcos Vilaça). Na mesma assentada, por meio do jurídico pronunciamento da D. Procuradoria, que funciona junto ao TCU, acolhido pelo Eminente Relator, ficou explícito que esse tratamento só era possível quando se tratasse de pessoas jurídicas de direito privado, porquanto a Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no î 1º do art. 173, sujeição de tais entidades ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. Assim sendo, acolho, por inteiro, o pronunciamento da Douta Procuradoria, por considerar demonstrado, que, desde 1985, a BNDESPAR, já praticava a concessão de adiantamento salarial, e VOTO por que a Segunda Câmara adote a Decisão que ora submeto à sua deliberação. Decisão: A Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 1. acolher o pedido da BNDESPAR, na forma em que foi interposto como Recurso de Reconsideração, consoante os termos dos arts. 32, inc. I, 33 e 48 da Lei nº 8.443/92, para dar-lhe provimento parcial; 2. reconhecer a legitimidade do procedimento adotado na concessão de adiantamento salarial aos empregados que vinham

percebendo habitualmente tal vantagem desde 1985, e dentro dos patamares anteriormente fixados, ou seja, com restituição em 6(seis) parcelas mensais; e 3. manter integralmente os termos da Decisão recorrida para as situações não alcançadas pelo direito adquirido, na hipótese de extensão à totalidade de seus empregados. Indexação: Prestação de Contas; BNDESPAR; Sociedade de Economia Mista; Recurso de Reconsideração; Adiantamento Salarial; Direito Adquirido;