Tribunal de Contas da União

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1 Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Acórdão 79/94 - Plenário - Ata 35/94 Processo nº TC /92-8 Responsáveis: Telmo Marques Weber, Paulo Schuller Maciel, Alexandre Tesheiner Bessil, Luiz Romero Cavalcante Farias, Alceu Alves da Silva, Odete Maria Ambros, Sérgio Paulo da Cunha, Antonio Gilberto da Costa, Marion Porto, Oswaldo Cevoli Filho, Hélio Volkmer Dourado, Augusto Carlos Garcia de Viveiros, Conrado Alves e Sebastião Carlos Alves Grilo. Entidade: Hospital Cristo Redentor S.A. Vinculação:Ministério da Saúde Relator: Ministro Olavo Drummond Representante do Ministério Público: Dr. Jatir Batista da Cunha Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo, no Rio Grande do Sul (SECEX/RS) Especificação do quorum: Ministros presentes: Élvia Lordello Castello Branco (Presidente), Adhemar Paladini Ghisi, Carlos Átila Álvares da Silva, Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, Homero dos Santos, Olavo Drummond (Relator); e os Ministros-Substitutos Bento José Bugarin e Lincoln Magalhães da Rocha. Assunto: Prestação de Contas Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Prestação de Contas do Hospital Cristo Redentor S.A. relativas ao exercício de 1991; Considerando que os responsáveis foram ouvidos em audiência prévia acerca das impropriedades/irregularidades apontadas pelo Controle Interno; Considerando que, posteriormente, a CISET/MS aceitou a maioria das justificativas apresentadas; Considerando que a matéria "contratações sem concurso público" deverá ser acompanhada nas contas do exercício de 1992, ano da comunicação à Entidade sobre o posicionamento desta Corte; Considerando, ainda, que os acréscimos legais incidentes sobre o recolhimento de taxas e impostos decorreram de fatores independentes da vontade dos administradores, originados no âmbito

2 do Ministério da Saúde, órgão responsável pelo repasse de verbas ao Hospital; e Considerando, por último, que o Plano de Cargos e Salários encontra-se em adiantada fase de elaboração; ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em: 1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II da Lei 8.443/92, julgar as presentes contas regulares, com ressalva, e dar quitação aos responsáveis indicados no item 3 supra; 2. dar conhecimento à Secretaria de Controle Interno do Ministério da Saúde, para as providências que julgar cabíveis, do conteúdo dos itens "e", "f", "g", "h", "i", e "j" do Parecer de fls. 168/169 do Conselho Fiscal do Hospital. Ementa: Prestação de Contas. Hospital Cristo Redentor S.A. Admissão de pessoal sem concurso público. Pagamento de taxas e impostos com acréscimos legais. Contas regulares com ressalva. Data DOU: 08/08/1994 Página DOU: Data da Sessão: 27/07/1994 Relatório do Ministro Relator: GRUPO II - CLASSE IV - Plenário TC /92-8 Natureza: Prestação de Contas - Exercício de 1991 Entidade: Hospital Cristo Redentor S.A. Responsáveis: Telmo Marques Weber e outros às fls. 02/03. Ementa: - Prestação de Contas, exercício de Regularidade com ressalva, quitação e determinações. Em exame a Prestação de Contas do Hospital Cristo Redentor, referente ao exercício de 1991.

3 A Secretaria de Controle Interno do Ministério da Saúde emitiu Certificado de Auditoria pela irregularidade das contas (fls. 186/187) e, posteriormente, acatando as justificativas apresentadas, restringiu suas ressalvas à reclassificação de despesas constante do item 13c do Relatório da CISET (fls. 196). O Conselho Fiscal da Entidade, manifestando-se acerca das contas do exercício, tece, dentre outras, as seguintes considerações: a) a inconformidade com relação aos fatos que ocasionaram a utilização de recursos em atividade diversa daquela inicialmente destinada (pagamento de juros, multas, correção monetária e outros encargos decorrentes de atraso no recolhimento de impostos e contribuições sociais e o não cumprimento, por parte do ex-inamps, do cronograma de repasse de verbas orçamentárias); b) a difícil situação econômico-financeira e deficiências estruturais e administrativas do Hospital que estão determinando o permanente aporte de recursos para a manutenção das atividades operacionais; c) a evasão de recursos e a necessidade de reequipar a empresa em seu ativo operacional, já absoleto e quase totalmente depreciado; d) a natureza jurídica da empresa que está inviabilizando sua auto-sustentação, na medida em que sofre a incidência de toda tributação de empresa privada normal e atua como hospital próprio da previdência, dependendo, assim, de recursos públicos para pagar tributos; e) a baixa produtividade do corpo médico que vem proporcionando um elevado custo por paciente. Recomenda cortes no número de médicos ou maior carga de prestação de serviços e a implantação do Plano de Cargos e Salários; e f) a preocupação com relação aos indicadores econômico-financeiros calculados pela auditoria externa, principalmente com relação à baixa liquidez decorrente do endividamento, falta de aporte dos recursos orçamentários, incidência tributária e produtividade insuficiente. Após instrução preliminar destes autos (fls. 208 a 219) promoveu-se audiência do responsável, Telmo Marques Weber (fls. 220/221), cuja resposta está consubstanciada no expediente de fls. 228 a 233 e documentos de fls. 234 a 344 bem como na diligência "in loco", cujo relatório encontra-se às fls. 348 a 349. Analisada as alegações do responsável pela zelosa SECEX/RS, o

4 informante, ressaltando a inconformidade do Conselho Fiscal diante dos fatos que ocasionaram a utilização recursos em atividade diversa da inicialmente destinada (parecer de fls. 168 a 171), registra que as falhas apontadas pela CISET/MS e objeto da audiência formulada ao Dirigente do Hospital, já foram em parte resolvidas, restando como irregular a inexistência de Plano de Cargos e Salários e a contratação de 188 empregados sem concurso. Da diligência "in loco" concluiu-se que: "...as falhas apontadas pelo Controle Interno decorreram, principalmente do desconhecimento da boa técnica e das normas para elaboração das prestações de contas do convênio INAMPS/GHC, pelo responsável à época, assim como da mudança da sistemática de transferência de dotações, a partir do exercício de 1991, que passou a atender apenas pessoal e encargos, não se vislumbrando, no entanto, prejuízos à Entidade, já que os recursos foram destinados aos objetivos previstos originalmente." Assim, sugere o analista, em nova informação, o julgamento pela irregularidade destas contas e a aplicação de multa aos Srs. Telmo Marques Weber, Paulo Schuller Maciel e Alexandre Tesheiner Bessil, face aos termos do Parecer do Conselho Fiscal da Entidade, à inexistência do Plano de Cargos e Salários e à contratação de 188 empregados sem concurso público. A Diretora da 2ª Divisão Técnica, com o endosso do Titular da Secretaria, acompanha a proposta de irregularidade com multa, considerando, no entanto, a utilização de recursos em atividade diversa daquela inicialmente destinada (pagamento de juros, multas, correção monetária e outros encargos decorrentes do atraso no pagamento de impostos e contribuições sociais) como irregularidade de responsabilidade do ex-inamps. Por último, sugere que se dê conhecimento à autoridade ministerial acerca do teor do Parecer do Conselho Fiscal (fls. 168 a 171) A D. Procuradoria manifestou-se de acordo com a proposição supra. É o Relatório Voto do Ministro Relator: Cumpre salientar que posteriormente à certificação de irregularidade das contas, o Controle Interno, ao analisar as justificativas apresentadas pela Direção do Hospital, aceitou a maioria delas, restando, apenas, a ressalva relativa à

5 reclassificação de despesas constantes do item 13c do Relatório da CISET/MS (fls. 196). Acerca das contratações efetuadas, destaco que a Decisão nº 200/92 - Plenário, de 29/04/1992, pôs fim à discussão, determinando fosse cientificada a Diretoria da Entidade sobre o entendimento firmado. Releva notar que a comunicação então determinada, apenas se efetivou no ano de 1992, sendo, portanto, passível das penalidades, pelo seu descumprimento, somente a partir daquele exercício. Igual posicionamento foi também adotado pelo Insigne Ministro Fernando Gonçalves ao relatar as contas do exercício anterior, da mesma Empresa (TC /91-7). Já naquela oportunidade meu Ilustre Par destacava que a matéria deveria ser objeto de acompanhamento nas contas de Sobre a questão dos pagamentos de taxas e impostos com acréscimos legais, os Administradores atribuem ao Ministério da Saúde a causa dos recolhimentos satisfeitos com atraso. Queixam-se eles que o montante recebido foi praticamente absorvido pelos valores líquidos das folhas de pagamento e, por diversas vezes, o Ministério Supervisor descumpriu o cronograma financeiro estabelecido, repassando, depois, os recursos em valores originais. Assim, automaticamente, a Entidade incorreu em multas, juros e correção monetária (fls. 232). Inusitada a situação do Hospital, por ele mesmo considerada "sui generis". Por ser uma sociedade anônima sofre toda a tributação de empresa privada e atua como hospital da Previdência, dependendo, assim, de recursos públicos para cumprir obrigações fiscais impostas pela própria União. Talvez devesse tomar a forma de autarquia. Por último, com relação à implantação do Plano de Cargos e Salários, saliento que o dirigente máximo da empresa, às fls. 232, informa sua adiantada fase de elaboração. Assim, dissentindo dos pareceres, VOTO por que seja adotada a Decisão que ora submeto ao E. Plenário, consubstanciada no Acórdão anexo. Indexação: Prestação de Contas; Hospital; Admissão de Pessoal; Concurso Público; Pagamento com Atraso; Taxa; Imposto;

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