AS DROGAS COMO TEMA GERADOR PARA CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA Rafaela Alves de Andrade (1) ; Anderson Savio de Medeiros Simões (1); Kelvin Costa de Araújo (2); José Vieira da Silva (3); Oziel Oliveira da Silva (4) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba. rafaelaandradequimica@gmail.com 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se de um relato de sala de aula, onde foi investigado a contextualização no ensino de química através de um tema social as drogas, observando a participação e o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos através dos questionamentos sobre o conceito de drogas, os riscos associados ao uso, os efeitos tóxicos provocados por essas substâncias e a identificação das principais classes funcionais de compostos orgânicos presentes nas fórmulas estruturais das drogas. Partindo da observação da realidade, ficou evidenciando que o conhecimento químico contribui diretamente para a formação do aluno, que busca entender e compreender o meio em que vive, se tornando um cidadão crítico e participativo. Conforme o estabelecido nos PCN+(BRASIL,2002,p.87), o aprendizado de Química no ensino médio [...] deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da construção de um conhecimento cientifico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, politicas e econômicas Através de assuntos da atualidade o aluno pode desenvolver atitudes e valores que são essenciais para a sua formação. Conforme Paulo Freire (1967 e 1987), os temas sociais e as situações reais propiciam a práxis educativa, que, enriquecida pela nova linguagem e pelos novos significados transforma o mundo, em vez de reproduzi-lo. O tema drogas na química focaliza o envolvimento e a participação do aluno com discussões em sala de aula e problematização sobre esse assunto, por exemplo: o conceito de drogas é bastante abrangente para a sociedade. Portanto, a partir disso, busca-se criar uma abordagem preventiva acerca do uso dessas substâncias, relacionando-as com o assunto teórico de forma contextualizada, fazendo uma ligação entre as drogas e a química, para que o aluno possa compreender melhor o conteúdo, e assim construir o seu conhecimento através da
qualidade do ensino. De acordo com Oliveira, 2010: Em busca de nova perspectiva, entende-se que a melhoria da qualidade do ensino de Química passa pela definição de uma metodologia de ensino que privilegie a contextualização como uma das formas de aquisição de dados da realidade, oportunizando ao aprendiz uma reflexão crítica do mundo e um desenvolvimento cognitivo, através de seu de forma ativa, criadora e construtiva de com os conteúdos abordados em sala de aula. (Oliveira, 2010). Portanto, o tema trabalhado é um assunto fundamental para a formação de um aluno, principalmente do ensino médio, pois desenvolve competências e habilidades através dos conteúdos químicos e do cotidiano, com uma perspectiva em que eles possam construir e desenvolver a capacidade de avaliar as diferentes opiniões que surgem no debate e saber negociar a solução de interesse comum (SANTOS; MORTIMER, 2001, p.101). Dessa forma procuramos compreender como ocorre a integração do conhecimento com relação ao assunto trabalhado as principais classes funcionais de compostos orgânicos com um assunto polêmico as drogas para uma aprendizagem espontânea e científica no ensino de química. 2. METODOLOGIA Este trabalho, realizado em 2014, destinou-se à investigação de uma turma de 3ª série do ensino médio, na Escola Estadual do Ensino Médio Maria Moreira Pinto na cidade de Vieirópolis Paraíba. Na primeira etapa, iniciou-se a aula com uma pergunta de partida para os alunos o que eles consideram drogas?, surgindo várias respostas e questionamentos sobre o tema. Então, foi proposto para que os alunos buscassem esta resposta em diferentes fontes (revistas, jornais, internet, livros, etc.), além de pesquisarem sobre os efeitos, os riscos e as causas que levam o ser humano e a sociedade a utilizarem. Após a pesquisa foram feitas discussões sobre o assunto. Em seguida, foram ministrados os conteúdos programáticos: o átomo de carbono e seus compostos, funções orgânicas e ligações intermoleculares na química orgânica. A turma foi dividida em grupos, nos quais cada grupo apresentou um tipo de droga tratando com o conteúdo de química estudado, com a construção de modelos das fórmulas estruturais e
geométricas feitos com materiais alternativos. Na última etapa, foi feita a apresentação do projeto na VIII FEICICULT (Feira de Ciências e Cultura). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A aprendizagem, na turma trabalhada, teve um ótimo rendimento, pois os mesmos entenderam com mais facilidade e de forma dinâmica, pois o projeto despertou nos alunos as consequências do uso indevido de diversos tipos de drogas para o nosso organismo, como também, foi possível realizar a aprendizagem dos conteúdos programáticos lecionados. A investigação e as discussões permitiram a verificação dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre conceito, tipos, efeitos e os motivos que levam as pessoas a utilizarem as drogas. Assim, o professor passou a ser um orientador no processo de ensino/aprendizagem, tornando o aluno um sujeito ativo nesse processo (Figura 1). Figura 1. Discussão e apresentação sobre as drogas
A construção das fórmulas estruturais e geométricas de compostos orgânicos e os cartazes das substâncias trabalhadas feito com materiais alternativos serviram como propulsores para o processo de ensino aprendizagem, pois são materiais lúdicos que despertam a curiosidade ajuda os alunos a solucionarem situações e a terem um posicionamento relacionado ao assunto no mundo em que vivem (Figura 2). Figura 2. Construção e exposição das fórmulas estruturais A exposição na VIII FEICICULT (Feira de Ciências e Cultura) foi essencial nesse processo porque teve o intuito de informar a toda à comunidade escolar sobre os efeitos e consequências das drogas no organismo humano e a ver o ensino de química de forma dinâmica, ativa e participativa. 4. CONCLUSÃO Com esse projeto, foi possível observado maior interesse e participação dos alunos acerca dos conteúdos trabalhados na química orgânica, alcançando os objetivos desejados de maneira
dinâmica, sendo possível, observar a aprendizagem dos mesmos. As atividades interdisciplinares dos conteúdos de químicas com as drogas proporcionaram, aos alunos, uma participação ativa, na qual puderam fazer perguntas, dar opiniões e relacionar os assuntos estudados em química ao seu cotidiano. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FREIRE,P.Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. 2. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/Semtec,1999. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.(Orientações curriculares para o ensino médio; volume 2). 3. OLIVEIRA, Henrique Rolim Soares. A Abordagem da I n t e r d i s c i p l i n a r i d a d e, C o n t e x t u a l i z a ç ã o e Experimentação nos livros didáticos de Química do Ensino Médio. Monografia (Curso de Licenciatura em Química). Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza-CE, 2010. 4. Santos, W. L. P. dos, & Mortimer, E. F. (2001). Tomada de decisão para ação social responsável no ensino de ciências. Ciência & Educação, 7(1), 95-111.