AGRAVO DE INSTRUMENTO N.0062139-32.2013.8.19.0000 SEXTA CÂMARA CÍVEL RELATORA: DES. INÊS DA TRINDADE CHAVES DE MELO



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AGRAVANTE: ESTADO DO RIO DE JANEIRO AGRAVADO: FABIANO FERREIRA ALVES RELATORA: DES. INÊS DA TRINDADE CHAVES DE MELO AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CONCURSO PARA A POLÍCIA MILITAR DECISÃO AGRAVADA QUE DEFERIU A TUTELA ANTECIPADA PARA DETERMINAR AO ESTADO RÉU QUE INCLUA O AUTOR NA CONVOCAÇÃO MAIS PRÓXIMA PARA REALIZAÇÃO DO EXAME ANTROPOMÉTRICO - CORRETA A DECISÃO DE FATO, O AUTOR COMPROVA QUE DEIXOU DE COMPARECER AO EXAME, EM VIRTUDE DE TER SIDO ACOMETIDO DE DOENÇA, CONFORME O ATESTADO MÉDICO JUNTADO AOS AUTOS DE ACORDO COM O EDITAL DO CERTAME TAL FATO CONFIGURA HIPÓTESE DE FORÇA MAIOR, QUE JUSTIFICA A DESIGNAÇÃO DE NOVA DATA PARA O EXAME - VERBETE 59 DA SÚMULA DO TJ/RJ - PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL - NEGATIVA DE PROVIMENTO AO RECURSO. DECISÃO MONOCRÁTICA Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por ESTADO DO RIO DE JANEIRO em Ação de Obrigação de Fazer com pedido liminar ajuizada por FABIANO FERREIRA ALVES, com vistas a reformar a decisão interlocutória de fls. 114/115. seguinte: A decisão interlocutória (fls. 114/115) decidiu o 1) Diante do documento de fls. 13 e 113, defiro justiça gratuita. 2) Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer, com pedido de tutela antecipada, proposta por FABIANO FERREIRA ALVES em face de COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO e ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Alega, em síntese, que logrou aprovação em diversas etapas do Concurso Público para Inclusão nas Fileiras da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e que não compareceu a um exame porque estava enfermo, motivo pelo qual, conforme previsto no item 7.7.1.12 do Edital, requereu fosse marcada nova data, o que - 1 -

restou indeferido sem motivação. Pede liminar com natureza de tutela antecipada para que os réus incluam o candidato na convocação mais próxima para a realização do exame antropométrico ou designem convocação especial para tal fim. Junta documentos as fls. 10/110 e 113. É o sucinto relatório. O Edital do Concurso Público de Admissão ao Curso de Formação de Soldado da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (fls. 14/57) prevê em seu item 7.7.1.12: Item 7.7. Exclusão do Concurso: (...) 7.7.1.12. Faltar ao Exame Antropométrico, Psicológico, Médico, Físico, Social e Documental, salvo se a ausência for proveniente de caso fortuito ou motivo de força maior, devidamente comprovada junto à Chefia do CRSP, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas úteis, quando então será marcada nova data para a realização do Exame. O autor demonstra que em 19 de dezembro de 2012, data marcada para a realização do exame (fls. 75/79), foi atendido no Hospital Vita, em Volta Redonda, conforme documentos de fls. 87 e 88, o que tornou impossível o seu comparecimento. Formulou requerimento sob o nº 3.540, que foi indeferido sem motivação, consoante documento de fls. 100. Entendo presentes os requisitos do art. 273 do CPC. A prova inequívoca de verossimilhança da alegação está no item 7.7.1.12 do Edital e nos documentos acostados pelo autor, que demonstram, ao menos em cognição sumária, sua impossibilitado de comparecer ao exame e o indeferimento do pedido para marcação de nova data. O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação é evidente porque o concurso público é composto por fases e tanto o candidato quanto a Administração Pública não podem aguardar sine die a solução definitiva da demanda. Diante do exposto, defiro a tutela antecipada para determinar que os réus incluam o autor na convocação mais próxima para a realização do exame antropométrico ou designem convocação especial para tal fim, no prazo de 10 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 200,00. 3) Citem-se e intimem-se. O Agravante/Réu, Estado do Rio de Janeiro, inconformado, recorre sob o argumento de que: (i) existe periculum in mora reverso para o ente público; (ii) que a falta da tutela antecipada não causará qualquer prejuízo ao demandante, nem qualquer lesão de natureza irreparável; (iii) que a participação do autor em curso de formação importa em liberação de recursos públicos, já que os candidatos são remunerados durante a sua realização; (iv) irreversibilidade do provimento antecipado, pois autora exercerá as atividades inerentes à carreira de soldado da Polícia Militar; (v) ausência de fumus boni iuris; - 2 -

(vi) que o documento que comprova a doença da parte autora é ilegível, não sendo possível determinar a doença que a acometeu. Indeferido o efeito suspensivo pela Relatoria à fl. 16. recorrida. 21. Informações do juízo a quo à fl. 20 mantendo a decisão Sem contra-razões do Agravado conforme certidão de fl. É o breve relatório. Passo a decidir. O recurso é tempestivo e estão presentes os seus requisitos de admissibilidade. A controvérsia trata de decisão que concedeu a antecipação dos efeitos da tutela determinando a inclusão do Agravado na convocação mais próxima para realização do exame antropométrico, fase do concurso de admissão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. A matéria aqui discutida já foi amplamente debatida nas Câmaras Cíveis, o que autoriza exame e decisão pela Relatoria, nos termos do art. 557, do CPC. Não assiste razão ao Agravante/ESTADO. Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer com pedido de tutela antecipada, proposta por FABIANO FERREIRA ALVES em face de COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO e do ESTADO DO RIO DE JANEIRO objetivando a declaração de nulidade do ato que excluiu o Autor concurso, já que foi manifestamente contrário as normas do edital. Em sede de tutela antecipada requereu que fosse concedida liminarmente a medida para que a parte Ré inclua o Autor, candidato, na convocação mais próxima para a realização do exame antropométrico, ou seja designada uma convocação especial para que o Autor realize o mencionado exame. Para tanto, o Autor alegou que não compareceu ao exame de aptidão física, para o concurso da Polícia Militar do Estado do Rio de - 3 -

Janeiro, por motivos alheios a sua vontade, pois estava enfermo, conforme atestado médico. Alega que munido do atestado, requereu à chefia da Polícia, no prazo de 48 horas (previsto no edital) da data do exame antropométrico, que fosse designada nova data para a realização do exame. Ocorre que a parte Ré indeferiu seu requerimento, desclassificando o candidato do concurso, sem justificar tal indeferimento, nem oportunizar a ampla defesa e o contraditório. Que o próprio Edital no item 7.7.1.12 assegura ao candidato direito a nova data, no caso em tela. Conforme documentação dos autos, verifico que o edital do concurso prestado pela parte autora dispõe, acerca da eliminação do certame, nos seguintes termos: 7.7 da exclusão do Concurso 7.7.1 Será excluído do Concurso o candidato que: (...) 7.7.1.12. Faltar aos exames Antropométrico, Psicológico, Médico, Físico, Social e Documental, salvo se a ausência for proveniente de caso fortuito ou motivo de força maior, devidamente comprovada junto à Chefia do CRSP, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas úteis, quando então será marcada nova data para a realização do Exame. O edital é claro ao prever a ressalva para o não comparecimento à prova, nas hipóteses de caso fortuito e força maior. Caso seja comprovado o caso fortuito ou a força maior, no prazo de 48 horas, deve ser designada nova data para realização do exame físico. Às fls. 87/88 constam os atestados médicos que demonstram que o Autor fora atendido no Hospital Vita de Volta Redonda em 19/12/2012, em que o médico recomenda dois dias de repouso. O Estado não impugna que o Autor tenha feito o requerimento fora do prazo, razão pela qual correto considerar, que o mesmo tenha sido feito no prazo de 48 horas do edital. - 4 -

estar ilegível. O Estado limita-se a dizer que o atestado não é válido por Contudo, na esteira do raciocínio do juízo de primeiro grau, entendo que o atestado é válido e deve ser considerado para fins de justificar a ausência de comparecimento do demandante à realização do exame antropométrico, estando, portanto, caracterizada a ocorrência de força maior que permite seja designada nova data para a prova. Quanto à alegação de gastos excessivos para a designação e nova prova, não se justifica, em razão da previsão clara a expressa no Edital do certame da presente ressalva. Como se sabe, a jurisprudência do TJ/RJ pacificou entendimento através do Enunciado da Súmula nº 59 que: Somente se reforma decisão concessiva ou não da antecipação da tutela, se teratológica, contrária à lei ou à evidente prova dos autos. Nesse passo, deve-se aferir se estão presentes os requisitos para concessão da tutela antecipada elencados no artigo 273 do CPC. A verossimilhança restou comprovada pela documentação juntada que demonstra que o candidato não compareceu ao exame antropométrico em razão de doença atestada por médico. O periculum in mora decorre da necessidade de provimento urgente para a manutenção do candidato no certame público, pois caso não lhe seja concedida gerará grave dano irreparável ou de difícil reparação. Nesse sentido: 0020891-86.2013.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento: 18/02/2014 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL Embargos de declaração recebidos como Agravo Interno. Agravo de instrumento. Direito Administrativo. Concurso público. Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar. Exame médico. Contestação do resultado. Antecipação da tutela jurisdicional. Manutenção do agravado nas fases ulteriores do certame. - 5 -

Presença dos requisitos legais. 1. A presunção de veracidade que se atribui aos atos administrativos é relativa, passível de prova em contrário, quer no próprio âmbito administrativo ou em sede judicial. 2. Desde que firmado por profissional de expertise e dotado das necessárias especificações metodológicas, pode um parecer médico privado, produzido a pedido do interessado, servir de elemento para, em sede de cognição sumária, firmar o convencimento do julgador quanto à plausibilidade do direito (art. 273 do Código de Processo Civil). 3. A sucessão de desencontradas decisões administrativas, e mesmo judiciais, no que reforça a obscuridade da situação fática e põe em dúvida o acerto do diagnóstico oficial, confere verossimilhança ao atestado meramente particular, ressalvada a vindoura perícia para fins de cognição exauriente. 4. Desprovimento do recurso. Por tais fundamentos, conheço do recurso para NEGAR-LHE PROVIMENTO, mantendo-se a r. decisão por seus próprios fundamentos, com base no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil. Rio de Janeiro, 19 de março de 2014. DES. INÊS DA TRINDADE CHAVES DE MELO Relatora - 6 -