RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 796.253 BAHIA RELATOR RECTE.(S) ADV.(A/S) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. LUIZ FUX :TELEMAR NORTE LESTE S.A : FELIPE ALMEIDA DE FREITAS E OUTRO(A/S) :JOSELINA DOS SANTOS LIMA : ALAN DIAS E OUTRO(A/S) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO DO CONSUMIDOR. SERVIÇO DE TELEFONIA. PULSOS ALÉM DA FRANQUIA E ASSINATURA RESIDENCIAL. OFENSA REFLEXA. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA. RE 567.454-QO. REL. MIN. AYRES BRITTO. INTERESSE DA ANATEL NO FEITO. NÃO CONFIGURADO. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO ARE Nº 748.371. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. A competência da Justiça Federal não se configura com a simples alegação de interesse da ANATEL. Precedente: ARE 757.952-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe de 28/10/2013. 2. A assinatura básica de telefonia, quando sub judice a controvérsia sobre sua cobrança, não revela repercussão geral apta a dar seguimento ao apelo extremo, consoante decidido pelo Plenário do STF na análise do RE nº 567.454-QO, Rel. Min. Ayres Britto, DJe de 27/8/2009.
3. Os princípios da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e dos limites da coisa julgada, quando debatidos sob a ótica infraconstitucional, não revelam repercussão geral apta a tornar o apelo extremo admissível, consoante decidido pelo Plenário virtual do STF, na análise do ARE nº 748.371, da Relatoria do Min. Gilmar Mendes. 4. In casu, o acórdão recorrido assentou: A TARIFA REFERENTE A ASSINATURA RESIDENCIAL NÃO DEVE SER COBRADA, PELO FATO DA PRESTAÇÃO CONTÍNUA DO SERVIÇO DE TELEFONIA, UMA VEZ QUE, TAL CONTINUIDADE REVESTE-SE DE DEVER PARA A CONCESSIONÁRIA E DIREITO PARA O USUÁRIO, NOS TERMOS DOS ARTS. 5º, E 79, DA LEI SUPRA MENCIONADA, INDEPENDENTE DE COBRANÇA. ASSIM TAMBÉM, O CÓDIGO DO CONSUMIDOR, ESTABELECE COMO NORMA, A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS, E O DE TELEFONIA ESTÁ INCLUÍDO NELES, NÃO HAVENDO MENÇÃO DE NECESSIDADE DE PAGAMENTO DE TARIFA PELA CONTITNUIDADE DO SERVIÇO, DA MESMA MANEIRA QUE O ART. 10, VII DA LEI 7.783/89 E ITEM 3 DA PORTARIA Nº 3/99 DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO EM RAZÃO DA MATÉRIA SENTENÇA 2
CONFIRMADA IMPROVIMENTO DO RECURSO. 5. Agravo DESPROVIDO. DECISÃO: Trata-se de agravo nos próprios autos interposto pela TELEMAR NORTE LESTE S.A., com fundamento no art. 544 do Código de Processo Civil, objetivando a reforma da decisão que inadmitiu seu recurso extraordinário manejado com arrimo na alínea a do permissivo Constitucional, contra acórdão assim ementado: A TARIFA REFERENTE A ASSINATURA RESIDENCIAL NÃO DEVE SER COBRADA, PELO FATO DA PRESTAÇÃO CONTÍNUA DO SERVIÇO DE TELEFONIA, UMA VEZ QUE, TAL CONTINUIDADE REVESTE-SE DE DEVER PARA A CONCESSIONÁRIA E DIREITO PARA O USUÁRIO, NOS TERMOS DOS ARTS. 5º, E 79, DA LEI SUPRA MENCIONADA, INDEPENDENTE DE COBRANÇA. ASSIM TAMBÉM, O CÓDIGO DO CONSUMIDOR, ESTABELECE COMO NORMA, A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS, E O DE TELEFONIA ESTÁ INCLUÍDO NELES, NÃO HAVENDO MENÇÃO DE NECESSIDADE DE PAGAMENTO DE TARIFA PELA CONTITNUIDADE DO SERVIÇO, DA MESMA MANEIRA QUE O ART. 10, VII DA LEI 7.783/89 E ITEM 3 DA PORTARIA Nº 3/99 DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO EM RAZÃO DA MATÉRIA SENTENÇA CONFIRMADA IMPROVIMENTO DO RECURSO. Os embargos de declaração opostos foram rejeitados. Nas razões do apelo extremo, sustenta a preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5º, LIV e LV, e 9, I, da Constituição Federal. O Tribunal a quo negou seguimento ao recurso extraordinário por não vislumbrar ofensa direta à Constituição Federal. 3
É o relatório. DECIDO. Não merece prosperar o presente agravo. A simples alegação de interesse da ANATEL no feito não é suficiente para deslocar a competência para a Justiça Federal. Nesse sentido, ARE 757.952-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe de 28/10/2013, que possui a seguinte ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA FEDERAL. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DA UNIÃO, DE AUTARQUIA OU DE EMPRESA PÚBLICA PARA INTEGRAR A LIDE. MERA ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE INTERESSE DE UM DESSES ENTES. INSUFICIÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO FUNDAMENTADO NOS ELEMENTOS FÁTICO- PROBATÓRIOS DOS AUTOS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO Ademais, a assinatura básica de telefonia, quando sub judice a controvérsia sobre sua cobrança, não revela repercussão geral apta a dar seguimento ao apelo extremo, consoante decidido pelo Plenário virtual do STF, na análise do RE nº 567.454-QO, Rel. Min. Ayres Britto, DJe de 27/8/2009, com a seguinte ementa: TELEFONIA. COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA. DECISÃO RECORRIDA QUE SE LIMITOU A EXAMINAR O CONTRATO ENTRE A CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO E O CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE DA ANATEL. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE DE DIREITO. CAUSA DECIDIDA, TÃO-SOMENTE, COM BASE NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL PERTINENTE. 1. Caso em que não se está a discutir o contrato de concessão entre a agência reguladora e a concessionária de serviço público. A controvérsia não vincula senão o 4
consumidor e a concessionária de serviço de telefonia. De mais a mais, a agência reguladora a ANATEL não manifestou, expressamente, interesse na solução da controvérsia. Pelo que não há falar de interesse, jurídico ou econômico, da ANATEL. 2. A questão alusiva à cobrança da assinatura básica é unicamente de direito e não apresenta complexidade apta a afastar o seu processamento pelo Juizado Especial. 3. O mérito da causa está circunscrito à legislação infraconstitucional, notadamente o Código de Defesa do Consumidor. 4. Recurso conhecido em parte e, nesta parte, desprovido. Fica mantido o acórdão impugnado, que deu pela ilegalidade da cobrança da assinatura básica. Por fim, os princípios da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e dos limites da coisa julgada, quando debatidos sob a ótica infraconstitucional, não revelam repercussão geral apta a tornar o apelo extremo admissível, consoante decidido pelo Plenário virtual do STF, na análise do ARE nº 748.371, da Relatoria do Min. Gilmar Mendes, conforme se pode destacar do seguinte trecho da manifestação do referido julgado: Ante o exposto, manifesto-me pela rejeição da repercussão geral do tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Ex positis, DESPROVEJO o agravo, com fundamento no disposto no artigo 21, 1º, do RISTF. Publique-se. Brasília, 14 de março de 2014. Ministro LUIZ FUX Relator Documento assinado digitalmente 5