HOMILIA ORATÓRIA SAGRADA



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Transcrição:

HOMILIA ORATÓRIA SAGRADA

Seria aconselhável um curso de oratória durante a preparação sacerdotal nos seminários? E no exercício do próprio ministério: como lidar com a pregação diária, que é parte essencial do munus sacerdotal? ZENIT conversou com um dos professores de oratória mais conhecidos no Brasil e também no exterior, Reinaldo Polito, Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante e escritor. Polito ensina oratória na sua própria escola e nos cursos de pós-graduação na ECA- USP. Publicou 27 livros com um milhão e meio de exemplares em todo o mundo. Seu site é www.polito.com.br Acompanhe essa entrevista abaixo:

ZENIT: Você já ensinou oratória para sacerdotes católicos? Qual a diferença de um sacerdote para outros oradores? Reinaldo Polito Reinaldo Polito: Sim, é muito comum recebermos em nossa escola sacerdotes católicos que desejam aprimorar a arte de falar em público. O sacerdote inicia suas apresentações com a credibilidade que a igreja lhe confere. Portanto essa confiança que o orador precisa conquistar no início da apresentação, de alguma maneira estará presente já no primeiro contato com o público. Embora os sacerdotes possam se valer dos mais diferentes recursos para atingir seus objetivos, quase sempre sua argumentação se apoia na palavra da Bíblia. Em determinadas circunstâncias usam uma passagem das Escrituras Sagradas para exemplificar seus argumentos, em outros momentos, ao contrário, desenvolvem seus argumentos a partir dos ensinamentos da Bíblia.

Os oradores que não têm atividades religiosas podem ter credibilidade pelas pesquisas e trabalhos que realizaram, pelas obras que escreveram, mas diferentemente dos sacerdotes, em quase todas as situações devem dedicar boa parte de suas apresentações para que sua mensagem seja acreditada. ZENIT: Na sua opinião como um sacerdote poderia passar a mensagem com eficácia para o homem de hoje? Reinaldo Polito: Se analisarmos bem, os problemas e as aspirações da humanidade continuam praticamente os mesmos desde os primórdios. Os pecados, os medos, as esperanças são questões perenes. O que muda é o contexto em que elas estão inseridas. Para que o sacerdote transmita de forma eficiente uma mensagem precisa saber como esses problemas afetam a vida das pessoas nos dias de hoje.

O sacerdote não pode se mostrar desconectado do seu tempo. Deve sim mostrar que está consciente das aflições, das alegrias, dos desafios presentes na vida de todos que procuram a igreja. Só assim poderá fazer com que sua mensagem atinja o coração e a vontade das pessoas. ZENIT: Um sacerdote deve enfrentar-se com vários estilos de homilias (missa dominical, casamento, velório, batismo ), cada uma diametralmente diversa da outra. Como ser um pregador de tantos estilos tão diferentes? Reinaldo Polito: As situações são distintas, mas os aspectos relevantes da comunicação continuam praticamente os mesmos em todas as circunstâncias. A voz bem articulada, a pausa bem produzida, o ritmo envolvente, a expressão corporal elegante e harmoniosa, a concatenação lógica do raciocínio devem estar presentes em cada fala do sacerdote.

Com um pouco de observação e habilidade o sacerdote fará as adaptações necessárias a cada momento. Saberá assim que o tom de voz usado em um velório deve ser distinto daquele exigido para celebrar um casamento. Assim como o ritmo da missa dominical deve ser diverso do usado nos batismos. Se pensarmos bem, não é diferente do que as pessoas fazem no seu dia a dia. Um profissional, por exemplo, deve ter uma comunicação própria da vida corporativa para apresentar um projeto na empresa, diferente da forma como se apresenta para defender um trabalho acadêmico, e mais diferente ainda quando precisa se expressar de maneira solta e intimista no relacionamento com amigos e familiares. Assim como nas atividades do sacerdote, sempre será preciso fazer ajustes e adaptações a cada tipo de apresentação.

ZENIT: Do seu ponto de vista, como deveria ser a formação oratória em um seminário? Reinaldo Polito: A formação oratória em um seminário deveria ter como objetivo cultivar as características e potencial dos estudantes da Arte de Falar em Público. Se avaliarmos os grandes pregadores da história não encontraremos nenhum semelhante ao outro. Vieira foi tão grandioso quanto Manuel Bernardes. Mesmo sendo contemporâneos e atravessando os séculos seus estilos foram distintos. Enquanto Vieira empolgava com seus voos oratórios, Bernardes se recolhia em suas reflexões e cultivava a simplicidade. No passado só poderia aspirar ser um pregador aquele que tivesse voz forte. J. I. Roquete na sua obra Manual de eloquência sagrada, publicado em 1878 dizia:

Quando a natureza não nos deu uma voz, por assim dizer, pregadora, não pode adquirir-se com arte, porque nenhuma arte pode fazer clara e sonora uma voz naturalmente escura. Hoje, esse conceito pode ser contrariado. Um curso que oriente o pregador a usar de forma correta e eficiente os modernos microfones, independentemente da força da sua voz, poderá desenvolver boa qualidade de comunicação. Precisa o pregador também aprender a alternar o volume da voz e a velocidade da fala a fim de que o ritmo seja sempre agradável, envolvente e instigante para que os ouvintes se sintam sempre motivados a acompanhar sua mensagem. A postura e a gesticulação devem ser aspectos relevantes no curso de oratória nos seminários. O sacerdote que se posiciona de forma elegante e gesticula de maneira harmoniosa faz com que sua mensagem chegue com mais facilidade aos ouvintes.

A expressão corporal defeituosa é um sério empecilho para o bom desempenho do pregador. As aulas deveriam também privilegiar o estudo da retórica. Somente aquele que sabe como iniciar, preparar, desenvolver e concluir suas pregações será bem compreendido pelos ouvintes. Nenhum curso será eficiente se não promover a prática constante dos conceitos teóricos. De preferência que esses exercícios sejam gravados e avaliados. Assim o estudante terá consciência dos pontos positivos da sua comunicação e quais são os aspectos que precisam ser aperfeiçoados.

ZENIT: O Brasil conta com vários sacerdotes midiáticos, músicos e cantores. Nesse mar você consegue vislumbrar algum outro padre Antônio Vieira? Reinaldo Polito: Se Vieira vivesse hoje, talvez pudesse ser visto também como um pregador midiático. O que mudou foi o espetáculo tecnológico das pregações. Há aqueles que condenam esse tipo de comunicação. Dizem que o sacerdote deve se comunicar com a simplicidade e a pureza de Bernardes. Enquanto outros aplaudem e incentivam a comunicação espetacular. Tanto uma quanto outra, desde que atinjam seus objetivos e levem às pessoas a palavra de Deus, poderão receber o carimbo da eficiência. Assim, sem dúvida, outros Vieiras poderão estar entre nós.

ZENIT: O sacerdote deveria ter o feedback do seu auditório? Que conselho você daria nesse sentido? Reinaldo Polito: Quando ministro um curso ou profiro uma palestra fico aguardando o melhor de todos os feedbacks que poderia receber o convite para ministrar um novo curso ou nova palestra. Fico feliz também quando esses que me contrataram indicam meu trabalho para outras pessoas ou empresas. Assim deve ser com as pregações do sacerdote. Se as pessoas continuarem acorrendo para vê-lo novamente, significa que sua comunicação e sua mensagem cumprem bem sua finalidade. Se, ao contrário, a igreja começar a esvaziar, algum acerto de rumo deve ser realizado. Conversas informais com os fiéis, sem demonstrar que deseja receber feedbacks, talvez sejam mais produtivas. Nas entrelinhas, nas observações, nos comentários casuais o sacerdote poderá ter uma boa avaliação de como tem sido seu desempenho.

ZENIT: A linguagem muito teológica e acadêmica, a falta de preparação das homilias, a improvisação, o abuso do tempo (às vezes 1 hora), a utilização de outros recursos (oração em línguas, canto, etc, etc ), são alguns elementos que, alguns fieis gostam, mas outros não qual a sua visão sobre a pregação sacerdotal no Brasil hoje? Reinaldo Polito: A pregação deve ter a medida exata. Se o sacerdote falar menos do que deveria, deixará de aproveitar a oportunidade para que a mensagem seja comunicada na sua amplitude. Se, por outro lado, falar além do tempo razoável, cansará o público e perderá o interesse das pessoas. A linguagem deve ser entendida pelos ouvintes. Houve época em que o sacerdote usava linguagem tão rebuscada que somente o juiz de direito, o diretor da escola e algumas poucas autoridades compreendiam o que dizia.

Essa maneira de pregar sofreu alterações, foi simplificada para facilitar o entendimento do público. Mesmo assim, alguns continuam insistindo nas pregações mais complexas. O resultado é quase sempre negativo. O sacerdote deve dedicar tempo e reflexão para preparar suas homilias. É o momento em que ele mostra aos fiéis como os ensinamentos da Sagrada Escritura estão relacionados aos momentos que vivenciam no dia a dia. Aquele que improvisa ou não se prepara se torna repetitivo, cansativo, e até enfadonho. A homilia deve ser atraente pelo tema que desenvolve, pela relação das passagens da Bíblia com a realidade social, pela novidade que apresenta e pela motivação e competência oratória do sacerdote. Se faltar um ou mais desses ingredientes, poderá ocorrer o desinteresse dos fiéis. A pregação sacerdotal no Brasil hoje tem se adaptado aos tempos modernos.

Os sacerdotes procuram falar a linguagem dos nossos dias e envolver as pessoas a partir de orientações para que resolvam seus problemas, se aproximem da igreja e tenham esperança em dias melhores. Como estão próximos da sua comunidade, devem se preocupar sempre com a maneira como se comportam. E isso não é novo. Citando mais uma vez Vieira, dizia o grande pregador no Sermão da Sexagésima: Sabem, Padres Pregadores, por que fazem pouco abalo os nossos sermões? Porque não pregamos aos olhos, pregamos só aos ouvidos. Por que convertia o Batista tantos pecadores? Por que assim como suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos.

ZENIT: No seu ponto de vista, qual deveria ser a pregação ideal de um sacerdote em uma missa dominical? Reinaldo Polito: Falar tudo o que for preciso, no menor tempo possível. Ser sempre uma novidade interessante para os fiéis. Mostrar como a igreja e a palavra da Bíblia estão presentes nas questões do seu dia a dia. Ser uma conversa animada, natural, com envolvimento e disposição. Pelo menos é o que o Papa Francisco tem procurado fazer todas as vezes em que fala em público. Seria um bom exemplo a ser seguido. https://pt.zenit.org/articles/o-sacerdote-deve-dedicar-te mpo-e-reflexao-para-preparar-suas-homilias/