TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EAD. QUAL O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO NESTE CONTEXTO?



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Transcrição:

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EAD. QUAL O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO NESTE CONTEXTO? Autora: Lívia Lima Lessa livialessa_l3@hotmail.com Co-autor: Alexandre Meneses Chagas profamchagas@gmail.com

RESUMO O artigo apresentado tem como objetivo mostrar o papel do professor e dos alunos na Educação a Distância considerando as significativas influências da Tecnologia da Informação e da Comunicação no que se refere ao processo de construção do conhecimento. E com os avanços tecnológicos e as mudanças nas estruturas pedagógicas é de suma importância que os professores além de conhecerem as novas ferramentas percebam uma mudança do perfil dos estudantes que no ambiente virtual atua de maneira mais ativa não recebendo as informações transmitidas pelos docentes apenas de forma mecânica e passiva. E este estudo parte do pressuposto que a informação e o conhecimento estão diretamente associados ao poder, desta forma, todos envolvidos no processo de comunicação atuam de uma maneira muito mais participativa. PALAVRAS-CHAVE: Professor. EAD. TICs

ABSTRACT The present paper intends to show the role of the teacher and his students on the educations at distance, considering the significant influences of the Information Technology and communication on the process of knowlegment construction. With the technological advances and changes in the pedagogical structures, it is vital that teachers, not only know ne tools, but also, for them to notice the change in profiles of the students that acts in the virtual habitat in a much active way, and do not get the information sent by the teacher in a mechanical and passive way. This study has the premise that information and knowlegment are directly associated to power, thus, everyone involved in the process of communication act in a much more participative way. KEY-WORDS: Teacher; EAD; TICs

4 O advento das tecnologias causou significativas alterações nas relações sociais. Atualmente, vivemos no que muitos estudiosos denominam de Sociedade da Informação e, neste contexto que a Educação a Distância (EAD) cada vez mais ganha destaque no âmbito educacional. É neste cenário, que se percebe que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) atuam de maneira benéfica no processo de ensino/aprendizagem e possibilitam significativas alterações no que se refere as questões pedagógicas. Assim sendo, cada vez mais os ambientes educacionais detectam a importância das TICs no processo de obtenção do conhecimento. E justamente para atender as novas exigências e necessidades dos discentes, o professor deve estar preparado e, além disso, não só transmitir o conhecimento de forma mecânica e passiva, mas permitir uma maior interação com os alunos e perceber que a troca de informação e conhecimento não é realizada somente de maneira unilateral. Dessa forma, é imprescindível verificar-se que ideal é que o docente desenvolva novas habilidades e competências. Uma cultura tecnológica de base também é necessária para pensar as relações entre a evolução dos instrumentos (informática e hipermídia), as competências intelectuais e a relação com o saber que a escola pretende formar. Pelo menos sob esse ângulo, as tecnologias novas não poderiam ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem as maneiras de viver, de se divertir, de se informar, de trabalhar e pensar. Tal evolução afeta, portanto, as situações que os alunos enfrentam e enfrentarão, nas quais eles pretensamente mobilizam e mobilizarão o que aprenderam na escola. (PERRENOUD, p. 138-139, 2000) Nos ambientes virtuais de aprendizagem os estudantes utilizam fontes para pesquisa, participam de discussões no fórum o que permite a circulação do conhecimento e a troca de informações. E quando existe uma grande diferença no que refere a formação e culturas, este processo cada vez mais é enriquecedor. Por isso, que uma das diferenciações entre o modelo de educação presencial e a distância se encontra justamente no papel dos estudantes. Assim, o professor se encontra diante do desafio de cada vez mais desenvolver habilidades e competências, desta forma é de extremamente relevante não só conhecer as TICs mais utilizadas, mas também saber utilizar uma uma didática adequada e diferenciada das usadas nas aulas presenciais. Nessa perspectiva não resta apenas ao sujeito adquirir conhecimentos operacionais para poder desfrutar das possibilidades interativas com as novas tecnologias. O impacto das novas tecnologias reflete-se de maneira ampliada

5 sobre a própria natureza do que é ciência, do que é conhecimento. Exige uma reflexão profunda sobre as concepções do que é saber e sobre as formas de ensinar e aprender (KENSKI, 2003, p.75). Ao analisar o processo de comunicação é imprescindível verificar que este vai além dos limites da codificação e decodificação das mensagens. É relevante perceber que ele está presente na evolução social, política, econômica e nas mudanças dos paradigmas de todos os grupos. Realizando-se um estudo mais minucioso das ciências da comunicação e da informação é possível verificar que existe uma direta relação do desenvolvimento dessas ciências com as alterações presentes nas relações sociais. Neste cenário e consequentemente com o desenvolvimento da sociedade contemporânea surgem inúmeras linhas de pensamento. A era da pós-informação vai remover as barreiras da geografia. A vida digital exigirá cada vez menos que você esteja num determinado lugar e em determinada hora (NEGROPONTE, 1999, p.159). E as novas tecnologias surgem permitindo que as mensagens sejam transmitidas de maneira eletrônica e, consequentemente os meios de comunicação como a internet. E com o surgimento das interfaces é possível existir uma interligação entre a realidade e a virtualidade. O estudo mais aprofundado desse novo espaço leva a detectar que as sociedades mudam porque seu modo de produção também sofrem significativas alterações. Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. As relações entre os homens, o trabalho e a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagens são capturados por uma informática cada vez mais avançada. Não se pode mais conceber a pesquisa científica sem uma aparelhagem complexa que redistribui as antigas divisões entre experiência e teoria. Emerge, neste final do século XX, um conhecimento por simulação que os epistemologistas ainda não inventaram (LÉVY, p.7 1998). São grandes os benefícios da utilização das novas tecnologias, o ciberespaço além de proporcionar as trocas de informações, cria um novo modelo de relação entre máquina e homem. O que passa a predominar não é mais a criação dos objetos, mas a sua substituição por mensagens que circulam, poderosamente, pelas redes sociais (NEIVA 1996, p. 94). Por

6 meio dos computadores e dos outros modernos meios de comunicação o individuo realiza a transmissão de dados, sons, imagens, conhece as outras culturas e encontra mecanismos que facilitam a reorganização da forma produtiva de trabalho. Belloni (2000), defende que algumas capacidades são essenciais ao bom desempenho de um professor em EAD, como por exemplo motivar o aluno, conhecer as ferramentas tecnologias e orientar no processo de aprendizagem, entre outras habilidades que o corpo docente passa a desenvolver quando atua na modalidade de ensino a distância. Na educação a distância, de acordo com Prado (2006), em alguns cursos é claramente perceptível que ao analisar os elementos existentes no processo de ensino/aprendizagem a preocupação de muitos docentes está diretamente associada no que se refere as atividades, materiais e interação e em aglumas vezes são analisados e tratados isoladamente. Neste caso, há geralmente uma supremacia entre eles, por exemplo, quando o foco centra no ensino a mediação pedagógica tende a enfatizar a produção de materiais. Ao contrário deste foco, quando a ênfase é centrada na aprendizagem, a mediação pedagógica privilegia as interações. (PRADO, 2006, p.117) Ao analisar esta mudança no modelo de ensino, em especial na EAD, é significativamente importante detectar que a disseminação do conhecimento torna-se mais eficiente ao se utilizar de forma adequada o ciberespaço. Com o surgimento de uma rede hipertextual as pessoas encontram na Internet muito mais que um meio de comunicação. Lévy (1995) defende que com a rede mundial dos computadores, as pessoas se encontram diante de uma nova relação com o mundo e com a cultura, o que favorece o processo de construção do conhecimento. Habermas (1984) detecta que a sociedade tecnológica e a midiática extinguiram qualquer possibilidade de se criar um espaço público coletivo, onde as aspirações, desejos, necessidades e vontades privadas pudessem ser publicadas, coletivizadas e, portanto satisfeitas de forma consensual. O que leva a observar que a possibilidade de participação nesse novo mundo reflexivo está limitada a uma pequena parcela da população, favorecendo somente aqueles que participam do processo de produção, os segmentos da sociedade que são os detentores do poder econômico, político, ideológico e até cultural. Torna-se claramente perceptível que nessa estrutura social nem todos os segmentos encontram-se incluídos nesse mundo ciberespacial. Tem-se aí um paradoxo, pois alguns

7 países já se encontram na era da revolução tecnológica, usufruindo os benefícios da indústria do conhecimento, enquanto milhões de pessoas não conseguem ter acesso às informações básicas. E ao perceber esta realidade é visível que a modalidade EAD possibilita o acesso a uma formação superior de uma parcela da sociedade além das mudanças no que se refere as relações sociais existem também alterações na forma de transmissão do conhecimento - por isso, é de suma importância que os futuros professores procurem cada vez mais se familiarizarem com as ferramentas tecnológicas. Segundo Nóvoa (1997, p.25) a formação não se constrói por acumulação (de recurso, de conhecimento ou de técnica), mas sim através de um trabalho de refletividade crítica sobre as práticas de (re)conhecimento permanente de uma identidade pessoal. Na EAD é verificável tais mudanças, alterações no perfil do aluno e consequentemente do professor, esta modalidade além de promover para alguns grupos o acesso ao conhecimento, atribui ao aluno mais responsabilidade no que se refere ao compromisso com os estudos e leituras e por possuir a troca de informações com os colegas, tutores e professores por meio do ambiente virtual. Neste modelo o estudante passa a também adquirir novas habilidades, como por exemplo, uma maior facilidade para compreender e lidar com as tecnologias. E ao se analisar o cenário educacional é claramente perceptível que é de extrema necessidade o uso das TICs aliadas às novas metodologias de ensino. Assim, pesquisas apontam a necessidade de um estudo especialmente voltado para questão da informação e as tecnologias na modalidade de Ensino a Distância. Desta maneira, é interessante se verificar que o direito a informação deve obrigatoriamente ser inalienável todo ser humano. Ao se pensar na relação existente entre a Sociedade da Informação, a Educação a Distância e o papel do professor no processo de formação do aluno vale ser analisado que as práticas pedagógicas que priorizam o processo de ensino/aprendizagem além de terem sofrido significativas alterações é o seu domínio tornou-se um desafio para o professor. Pois, neste novo contexto os alunos também assumem outro papel e a relação de trocas de informações passa a ser dialógica. De acordo com Belloni (2003), tais questionamentos sobre a atuação do professor e dos alunos é de suma importância, pois partindo do pressuposto que este modelo possui significativas influências não somente no que diz respeito aos fundamentos teóricos, como também no que se refere as políticas públicas e a modalidade EAD existem contribuições

8 tanto no que está associado à organização do trabalho acadêmico, nas estratégias desenvolvidas e na elaboração do material pedagógico. Ao verificar as particularidades do processo de ensino/aprendizagem na modalidade EAD detecta-se que o aluno adota um perfil muito mais participativo. Segundo Moran (2000), ensinar com as novas Mídas será uma revolução, se existirem alterações que aconteçam simultaneamente com as mudanças dos paradigmas convencionais do ensino que mantém distantes professores e alunos. E no mundo globalizado onde o acesso a informação está diretamente associado ao poder, a Educação à Distância promove uma democratização no que se refere ao processo de obtenção do conhecimento. É importante perceber-se que o aluno passa a ter muito mais autonomia para busca e pesquisar sobre o que é apresentado no plano de aula e pelos professores. E por meio dos encontros virtuais que as distâncias e diferenciações temporais e espaciais são minimizadas.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS As novas tecnologias ao colaborarem na melhoria das práticas pedagógicas conseqüentemente realizam significativas alterações tanto no papel do professor quanto no do aluno. Assim, as TICs, muito mais que uma ferramenta de interação, tornam-se mais aliadas dos professores e alunos para promover uma maior troca de conhecimentos no cibespaço. E cabe tanto aos docentes quanto aos discentes perceberem que é importante não só conhecer os mecanismos utilizados mais atuar no espaço virtual priorizando a troca de informações que podem surgir de todas as partes. Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a imaginação e a capacidade de memorizar e classificar a leitura e a análise de textos, imagens, a representação de redes de procedimentos e de estratégias de comunicação (PERERNOUD, 2000, p.128). E ao se analisar a Educação a Distância percebe-se que as TICs além de alterarem de maneira considerável a maneira que os alunos aprendem, também promovem uma maior eficácia no processo de comunicação. Por isso, além de conhecer estas novas ferramentas é necessário que o professor procure também realizar uma maior adequação às realidades dos seus alunos e priorizar cada vez mais o processo de ensino/aprendizagem pautado na construção do conhecimento, não só dos alunos, mas também dos tutores e todos que estão envolvidos neste sistema. Quando se realiza estudos na área da Educação é possível verificar que o processo de construção do conhecimento acontece por meio do desejo de conhecer e também dominar a maior quantidade possível de informações. E neste contexto da EAD os ambientes de aprendizagem permitem que os alunos sejam atores sociais com senso crítico. Pois, no novo cenário os professores são obrigados a repensarem na sua prática e metodologias e principalmente não se colocarem como os detentores de uma verdade absoluta e ainda devem considerem a individualidade e singularidade dos alunos.

10 REFERÊNCIAS BELLONI, M.L. Educação a Distância, Campinas: Autores Associados, 2003. HABBERMAS, Jugen. Mudança Estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro - Tempo Brasileiro. KENSKI, Vani Moreira, Tecnologias e Ensino Presencial e à Distância. São Paulo: Papirus, 2003. LÉVY, Pierre. As árvores de conhecimento. São Paulo: Escuta, 1995. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: 34, 1993.. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999 MCLHUHAN, Marshall. Os meios de Comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1974. MORAN, José Manuel O que é educação à distância. Disponível em: <www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm> Acesso em: 21 out. 2010. MORAN, José Manuel, MASSETTO, Marcos T., BEHRENS Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas, SP. Papirus, 2000. NEIVA. Eduardo. O que aprender com as Antigas Catástrofes: comunicação, técnica e sociedade. Editora Ática. São Paulo, 1996. NEGROPONTE, Nicholas. A Vida Digital. Rio de Janeiro, Companhias das Letras, 1995 NÓVOA, António.. Dize-me como ensinas, dir-te-ei quem és e vice-versa. In: Fazenda, I. (Org.). A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento, 2.ed., Campinas, SP: Papirus, 1997, p.29-41. PRADO, Maria Elisabette. A Mediação Pedagógica: suas relações e interdependências. In: Anais do XVII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Brasília, 2006. PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artemed, 2000.