XADREZ NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO DO 1º AO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.



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Transcrição:

XADREZ NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONSTRUÇÃO DE UMA PROPOSTA DE ENSINO DO 1º AO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. Henrique dos Reis Oliveira¹ Giuliano Gomes de Assis Pimentel² Resumo O presente estudo teve por objetivo discutir a necessidade de proposta para o ensino do xadrez na educação física escolar de modo que o aluno usufrua dos benefícios desse jogo em seu desenvolvimento cognitivo. Este texto trata de estudo em andamento, a ser desenvolvido em 4 etapas: coleta bibliográfica; a categorização dos materiais encontrados; uma análise crítica do valor interno do conteúdo; uma proposta do xadrez na educação física escolar embasada em todos materiais estudados considerando as abordagens pedagógicas da Educação Física. Temos como necessário este estudo porque há uma carência de estudos sobre propostas para o ensino do xadrez na educação física escolar. Os dados preliminares informam que os benefícios de tal atividade são de longo prazo (2 anos), sendo essencial ao professor além de saber a quem ensinar, ter domínio sobre o que e como ensinar para manter a motivação e o aprendizado dos alunos em níveis significativos. Palavras-chave: Xadrez, educação física, escola. ¹Acadêmico do 4 ano do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ² Docente do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

INTRODUÇÃO A escola é um lugar onde o aluno tem suas idéias confrontadas pelo saber escolar, pois (...) o conhecimento científico ou saber escolar é o saber construído enquanto respostas às exigências do seu meio cultural informado pelo senso comum. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.19). O saber escolar não pode ser substituído pelo senso comum. O aluno não pode ter contato apenas com o que lhe interessa e com o que ele quer. O professor tem a função, melhor dizendo, a obrigação de transmitir um conhecimento que leve o aluno a construir formas mais elaboradas de pensamento (idem). Saviani (2009) traz em Escola e Democracia que o ensino é como um processo de pesquisa, uma atividade, onde a problematização está no processo, quando a atividade não consegue progredir devido algum obstáculo é preciso resolver esse problema e o professor não pode se acomodar com a sua falta de interesse e conhecimento e nem com a falta de interesse do aluno. O professor deve compreender que a educação física é constituída pela cultura corporal, formada por conhecimentos socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.29). Onde estão incluídos os jogos de tabuleiro que acompanham a humanidade desde os meados do século I d. C (SILVA, p. 27, 2011). De acordo com Goulart e Frei (2005) os jogos são essenciais porque eles colaboram para a integração social e a organização de pensamento, fundamentais na formação do caráter. Isso porque eles oferecem a possibilidade do conhecimento de si mesmo, do conhecimento dos objetos/materiais de jogos, das relações espaço-temporais e, especialmente, das relações com as outras pessoas. (COLETIVO DE AUTORES, Metodologia do Ensino da Educação Física, 1992, p. 46)

Mais especificamente, dentre do conteúdo jogo, estudamos a relevância do xadrez na educação física escolar. Este que tem sido ignorado nas aulas de educação física. Conforme afirma Piassi (2005 apud FADEL e MATA, s/d), o jogo de xadrez não é utilizado no processo de ensino e aprendizagem porque os professores consideram difícil de ensiná-lo. O xadrez no âmbito escolar é importante porque ele desafia a criatividade do aluno para elaborar jogadas harmoniosas entre as suas 16 peças num tabuleiro de 64 quadrados. Por meio dele encontra-se a possibilidade de levar àquela criança impaciente a conhecer a paciência, porque no jogo há a necessidade dela pensar antes de fazer uma jogada e esperar o adversário jogar. Em exemplo do benefício desta modalidade, Redígolo e Cretuchi (2009) afirmam que ela colabora para o autocontrole e fluidez do pensamento dos portadores do TDAH (transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), e isso é relevante porque 3 a 6% com idade entre sete e 14 anos possuem o transtorno (ROHDE E BENCZIK 1999, apud REDÍGOLO E CRETUCHI, 2009). O xadrez é um fator relevante no processo de ensino-aprendizagem. Conforme afirma o estudo de Bapstitone (2000, apud RODRIGUES, 2008) que constatou o xadrez como instrumento facilitador no desenvolvimento de estruturas mentais. o xadrez a partir da análise de sua complexidade pode ser interpretado pelos mais diferentes pontos de vista: como um desafio a ser conquistado, o qual requer uma certa dose de raciocínio e esforço pessoal; a maneira que a partida se desenrola com todos detalhes e lances planejados com uma certa dose de imaginação criando uma atmosfera de beleza ímpar semelhante a uma obra de arte. (GOULART, Edson; FREI, Fernando. O ensino de xadrez para crianças das 3ª e 4ª séries do ensino fundametal. 2005) O xadrez pode estar nos clubes, nas praças, nas escolas e nas casas. Para ser vivenciado não importa o que o sujeito faz, o que ele tem ou o que ele é. O indivíduo é importante e único na partida. Porque este jogo requisita

a criatividade, a autonomia e a ousadia. Delors (2001 apud RODRIGUES, 2008) afirma também que O xadrez apresenta-se como importante instrumento de tomada de consciência, pois ele é interativo e pode ser executado por qualquer pessoa, independente de quaisquer divergências. E ainda Rodrigues (2008) ressalta que o xadrez não distingue sexo, idade ou condição social. No entanto este jogo de tabuleiro será enjoativo, cansativo e chato se não houver ninguém que o ensine. O sujeito não buscará conhecer aquilo que despreza. É necessário alguém entre o sujeito e o objeto. Esse mediador é o professor tem a função de interagir o sujeito com o objeto a ser conhecido, promovendo a aprendizagem e o desenvolvimento, simultaneamente. Christofoletti (2007) menciona a experiência de Sunyé (1981) de atribuir as aulas de xadrez nas escolas aos jogadores profissionais de xadrez. Porém, com o passar do tempo, que este não estava apto para ensinar esse jogo, visto a falta de estratégicas didáticas. Ainda ressaltamos que há outras dificuldades no ensino do Xadrez, pois a criança estará apropriando-se de algo novo. Logo, é necessária a formação dos professores, mas também atentar aos problemas de aprendizagem mencionados nos materiais e como solucioná-los. Entre os aspectos que interferem na aprendizagem do Xadrez e sua efetividade para a vida do aluno, teríamos o baixo repertório de materiais didáticos na perspectiva educacional. Dadas essas considerações, por meio de uma pesquisa bibliográfica e/ou documental, temos o objetivo de levantar e analisar as fontes disponíveis para o ensino do xadrez nas escolas. E aliado a todas essas informações, iremos construir uma proposta para o ensino de xadrez na educação física escolar do 1º ano ao 9º ano do ensino fundamental. OBJETIVO GERAL

Discutir o ensino do xadrez no ensino fundamental como conteúdo da cultura corporal e como ferramenta para aprendizagem no campo da Educação Física. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Agrupar e analisar as fontes que abordam o xadrez na escola. Verificar os problemas de ensino-aprendizagem que os materiais encontrados tentam solucionar. Construir uma proposta para o ensino de xadrez na educação física escolar do 1º ano ao 9º ano do ensino fundamental. ASPECTOS METODOLÓGICOS Esse estudo sobre a proposta do xadrez na educação física escolar ainda não é caracterizado como uma pesquisa bibliográfica e/ou documental por meio de revisão sistemática tendo a categoria ensino do xadrez na escola como norte da coleta. Considerando que de acordo com Lakatos e Marconi (1991) a primeira é constituída por fontes secundárias e a segunda por fontes primárias. Nessa fase de estudo não é pertinente uma definição do tipo de pesquisa, devido as coletas de dados que ainda serão realizadas, onde nesta poderemos encontrar materiais teóricos das duas espécies. Para o levantamento dos materiais teóricos sobre o tema, utilizamos diferentes fontes de busca. Utilizando as palavras-chaves xadrez, ensino, escola buscamos apenas páginas em português nos seguintes sites: http://scholar.google.com.br (google acadêmico) e http://www.scielo.br. Esses

termos no google acadêmico, permitiu 6.810 resultados e nenhum no scielo (se inserido apenas xadrez, há 8 artigos, sendo apenas um relativo à categoria de coleta). Ainda com os autores já mencionados, consideraremos como materiais teóricos os escritos primários compilados na ocasião pelo autor e secundários transcritos de fontes primárias contemporâneas. Também outros feitos pelo autor e feitos por outros, em ambos filtraremos os retrospectivos e os contemporâneos. A partir desse material, compreendendo a materialidade dos recursos coletados, será realizada uma crítica do valor interno do conteúdo (LAKATOS e MARCONI, 1991) dos materiais encontrados. Por fim, será realizada uma redação com base em todos os materiais analisados e interpretados, apresentando uma proposta do xadrez na educação física escolar. CONSIDERAÇÕES O professor tem a desafiadora tarefa de ampliar o universo cultural do aluno. O pesquisador como futuro docente realizou um estudo sobre o método do ensino do xadrez na educação física escolar desde o 1º ano até o 9º ano do ensino fundamental. Antes do estudo propriamente dito, são viáveis as explicações que justificam a abordagem desse tema. Abaixo então, os argumentos pessoais e científicos para problematizar o xadrez na escola: a) A busca por materiais correspondentes à temática e a percepção de poucos estudos sobre o método do ensino do xadrez para alunos do ensino fundamental, considerando que de acordo com Freire (1996) o professor deve conhecer o que e como ensinar. b) A criança está inserida em um meio social e é influenciada por ele. E através de poucas aulas não é possível notar a influência do xadrez no

desenvolvimento da criança. Em confirmação temos o estudo de Mendonça (1999) que depois de aplicar um ano de aulas de xadrez no colégio 1 e nenhuma para o colégio 2, deparou-se com resultados altamente significativos no desenvolvimento mental dos alunos das duas escolas. Ainda no mesmo estudo, ministrou 25 aulas no colégio 3, onde os alunos não obtiveram uma melhora significativa no desenvolvimento cognitivo. Em contrapartida temos o trabalho de Fadel e Mata (s/d) e de Christofoletti (2007), que mencionam o estudo de Dr. Christiaen e Verhofsdadt que comprovaram após dois anos de experiências com dois grupos de 20 alunos houve melhoria da concentração, do raciocínio e da criatividade. d) A abordagem desse conteúdo nas aulas de educação física do pesquisador em sua formação escolar no ensino médio e a apresentação do mesmo em aulas de educação física da 6ª e 7ª séries do ensino fundamental, acompanhadas pelo pesquisador num colégio estadual do município de Maringá. Em contrapartida há a ausência desse conhecimento no curso de graduação de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá, despertando no pesquisador um estímulo pelo jogo e uma curiosidade pelos seus benefícios. e) O xadrez como um elemento da cultura corporal é um patrimônio da humanidade que precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos na escola, para que eles compreendam a realidade dentro de uma visão de totalidade. É necessário, frente a tais constatações, a sedimentação de propostas para aulas de xadrez que possibilitem os benefícios mentais às crianças. Pois em nenhum desses estudos mencionados é explicitado uma proposta que possibilite isso. REFERÊNCIAS

CHRISTOFOLETTI, D. F. A. O xadrez nos Contextos do lazer, da escola e profissional: Aspectos psicológicos e didáticos. (Mestrado). Curso em Ciências da Motricidade, Departamento de Educação Física, UNESP, Rio Claro, 2007. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. FADEL, J. MATA, V. A. D. O Xadrez como atividade complementar na escola: Uma possibilidade de utilização do jogo como instrumento pedagógico. s/d - Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/503-4.pdf> Acesso em 20 de ago. de 2012. GOULAR, E. FREI, F. O ensino de xadrez para crianças das 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental. 2005 - Disponível em: <<www.unesp.br/prograd/pdfne2004/artigos/eixo10/oensinodexadrex.pdf >> Acesso em 20 de ago. de 2012. LAKATOS, E. M. MARCONI, M. d. A. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 3. ed., 1991. MENDONÇA, M. C. O xadrez na educação Física: Uma exploração do domínio cognitivo. (Monografia) Curso de especialização em Educação Física, UEM, Maringá, 1999. REDÍGOLO, A. CRETUCHI, V. O jogo xadrez como recurso Pedagógico e apoio no tratamento de educandos com Hiperatividade, na Educação Básica. (Monografia) Curso de Educação Especial, ESAP, Apucarana, 2009. SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 41. ed., 2009. SILVA, W. Xadrez para todos: A ginástica da mente. Curitiba, PR: Bolsa do livro, 2011. Henrique dos Reis Oliveira, Endereço: Rua José Clemente, 1000, Zona 07 CEP: 87020-070 - Maringá - PR Instituição: Universidade Estadual de Maringá (UEM) Prof. Dr. Giuliano Gomes de Assim Pimentel, Endereço: Av. Colombo, 5790 Bloco M06 Câmpus Universitário CEP: 87020-900 Maringá PR. Instituição: Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Linha de estudo: Fundamentos teórico-metodológicos do processo ensinoaprendizagem e avaliação em Educação Física - Saberes e práticas escolares.