TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL: o turismo de negócios como possibilidade para o desenvolvimento econômico de Franca-SP



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Transcrição:

1061 TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL: o turismo de negócios como possibilidade para o desenvolvimento econômico de Franca-SP Sibele Castro Silva - Uni-FACEF Hélio Braga Filho - Uni-FACEF Introdução De acordo com as definições de turismo, a atividade compreende o deslocamento de pessoas que saem de duas residências habituais com destino a outras localidades, por um período superior a 24 horas e inferior a 6 meses por diferentes motivos e que para isso utilizam os serviços de transportes, hospedagem, alimentação, lazer e entretenimento para atender suas necessidades. No entanto, não são todos os autores que consideram as viagens motivadas por trabalho, também conhecidas como negócios como viagens turísticas, porém esse trabalho aborda as viagens a negócios como turísticas tendo em vista que esse tipo de viagem movimenta assim como qualquer outra a localidade receptora. A Organização Mundial de Turismo determina que este deslocamento faz-se para lugar não coincidente com a residência habitual, por um período de 24 horas ou mais, sem o objetivo de exercer atividade remunerada. Observase, porém, a existência de turistas que fogem ás regras como turistas de negócios, eventos ou excursionistas. Destaca-se que para uma localidade desenvolver a atividade turística é preciso que a mesma disponha de recursos com significativa atração para chamar a atenção do turista em visitá-la. Esses recursos são chamados de oferta turística, ou seja, o conjunto de bens e serviços que são oferecidos ao consumo do turista (BENI, 2000). A cidade de Franca, situada no Nordeste do Estado de São Paulo, muito embora não seja dotada de atrativos naturais capazes de fomentar o desenvolvimento do turismo voltado para a natureza, evidencia, em

1062 compensação, em razão da movimentação dos negócios em torno da atividade coureiro-calçadista, considerável possibilidade e potencial capacidade para impulsionar o turismo de negócios. O presente estudo procura analisar o que falta a cidade para desenvolver efetivamente a prática do turismo de negócios e como o desenvolvimento da atividade pode contribuir para o desenvolvimento econômico local do município. A metodologia utilizada se divide em duas fases: no primeiro momento foi utilizada a pesquisa bibliográfica como base teórica constituída por livros, artigos, monografias, dissertações de mestrado, teses de doutorado, relacionados a turismo, desenvolvimento local, turismo de negócios, desenvolvimento econômico, além de pesquisas em jornais, revistas especializadas e internet. No segundo momento está sendo utilizada a pesquisa qualitativa de caráter descritivo, envolvendo pesquisa de campo com aplicação de formulários e entrevistas com os gestores locais iniciativa privada (hotéis, agências de turismo, gestores do Franca Shopping, Shooping do Calçado, Representante do Convention & Visitors Bureau, Presidente do Sindicato dos Sapateiros) e poder público e pesquisa quantitativa com dados secundários analisando a infra-estrutura básica, de apoio e turística já existente no município Considera-se ainda que esse artigo é fruto de um projeto de pesquisa que terá como conseqüência a dissertação de mestrado e se encontra ainda em andamento, por esse motivo será apresentado os primeiros levantamentos do referencial teórico já pesquisado, ficando para um segundo artigo a conclusão da pesquisa. 1 Turismo e suas vertentes Para estudar e entender melhor sobre o turismo é preciso que se aborde os temas que são correlatos a atividade, como as definições de turismo, turista e o composto da oferta turística. A princípio destaca-se que não existe uma

1063 definição única sobre os termos turismo e turista, ao contrário, muitos autores divergem sobre esses conceitos. O Professor Luiz Fernando Jiménez G. (apud ACERENZA, 2002:31) descreve uma das primeiras definições de turismo que foi dada em sala de aula por Guyer em 1905: Turismo no sentido moderno da palavra, é um fenômeno dos tempos atuais, baseado na crescente necessidade de recuperação e mudança de ambiente, no conhecimento e na apreciação da beleza de cenários, no gozo do contato com a natureza e é, em particular, produto da crescente fusão das nações e países da sociedade humana, como resultado do desenvolvimento do comércio, da indústria e dos mercados e do aperfeiçoamento dos meios de transporte. Mais tarde e também considerada uma das definições mais antigas de turismo é atribuída ao economista Herman Von Schullern (apud Beni, 2001:34) em 1910 que Compreende turismo como: a soma das operações, principalmente de natureza econômica, que estão diretamente relacionadas com a entrada, permanência e deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora de um país, cidade ou região. Robert McIntosh (1993) analisa o turismo por um aspecto qualitativo: Turismo pode ser definido como a ciência, a arte e a atividade de atrair e transportar visitantes, aloja-los e cortesmente satisfazer suas necessidades e desejos. Pode-se perceber que independente das definições os autores abordam o turismo sob um mesmo prisma, o deslocamento de pessoas para outro lugar diferente do que residem por um determinado período de tempo a fim de atender suas necessidades por variados motivos. De acordo com Lickorish e Jenkins (2000) um aspecto do conceito econômico de turismo basea-se no fato de que o viajante gasta dinheiro no destino visitado, o qual é ganho fora de tal localidade ou de tal país, sendo assim, o turismo representa uma injeção externa de riqueza e receitas consideráveis para a área que recebe o turista. Essa ultima definição aborda o aspecto econômico do turismo como mobilizador e impulsionador da economia da localidade onde se desenvolve, tendo em vista que o turista quando viaja e independente do motivo gasta

1064 dinheiro e na maioria das vezes com itens que são considerados supérfluos e que o mesmo não compraria em seu local de origem. De acordo com Andrade (2000) o Turismo é o complexo de atividades e serviços relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamentos, alimentação, circulação de produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazer e entretenimento. Todas as definições abordam que para que haja turismo é necessário deslocamento de pessoas, por tempo superior a 24 horas, inferior a 6 meses, que utilizem os serviços de transporte, hospedagem, alimentação e que efetuem a viagem para atender as necessidades de um motivo aparente. Porém não são todos os autores que aceitam as viagens motivadas por trabalho, conhecidas como turismo de negócios como sendo um segmento da atividade turística. Oscar de La Torre (1992) é um dos autores que não aceita viagens a negócio como turísticas, afirmando que o turismo é: Um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada. No entanto, esse trabalho estuda o turismo de acordo com a definição da OMT Organização Mundial de Turismo dada em 1994 que o caracteriza de tal forma: O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas a lugares diferentes a seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com a finalidade de lazer, negócios ou outras (OMT, 2001:38). Assim como o termo turismo, quando se trata do conceito de turista também existem diferentes denominações para o mesmo. O turista pode ser chamado de turista, excursionista, visitante e viajante, para os leigos isso quer dizer a mesma coisa, porém existe diferença entre essas definições. OMT é: A definição de turista abordada pela Organização Mundial do Turismo Visitante temporário, proveniente de um país estrangeiro, que permanece no país por mais de 24 horas e menos de três meses, por qualquer razão, exceção feita de trabalho (BARRETO, 1995:25).

1065 Visitante é considerado qualquer pessoa que viaje para um lugar diferente de onde resida, por menos de 12 meses, e cujo objetivo principal da viagem não seja o exercício de uma atividade remunerada no local visitado. (LICKORISH; JENKINS, 2000) Porém a definição mais completa e que será usada nesse trabalho é conceituada pela Organização das Nações Unidas na Conferência sobre Facilidades Alfandegárias para o Turismo em 1954, quando turista foi definido como: Toda pessoa, sem distinção de raça, sexo, língua e religião, que ingresse no território de um Estado contratante diverso daquele em que tem residência habitual e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses, no transcorrer de um período de 12 meses, com finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mais sem propósito de imigração O excursionista diferente do turista e do visitante é aquele que permanece menos de 24 horas no receptivo que não seja o de sua residência fixa ou habitual, com as mesmas finalidades que caracterizam o turista, mas sem pernoitar no local visitado, usa-se o termo excursionista ou visitante de um dia. No entanto entende-se que o excursionista por ficar pouco tempo na localidade receptora e dificilmente usar os serviços de hospedagem, transporte, alimentação não gerando assim um gasto considerável quando comparado ao turista, gasto esse capaz de movimentar efetivamente e constantemente a economia da localidade. Para que a atividade turística aconteça é necessário que o turista se desloque para uma localidade diferente de sua residência habitual, permaneça mais de 24 horas e utilize os serviços de transporte, hospedagem, alimentação, lazer, serviços públicos, sendo assim, e independente do tipo de turismo que seja desenvolvido, é necessário que a localidade ofereça a esse turista o que chamamos de produto turístico. Para Andrade (2000:98) o produto turístico é um composto de bens e serviços diversificados e essencialmente relacionados entre si, tanto em razão de sua integração com vistas ao atendimento da demanda quanto pelo fator de unir setores primário, secundário e terciário de produção econômica.

1066 De acordo com Ignarra (1999:47) a oferta turística pode ser dividia em alguns grupos: atrativos turísticos, serviços turísticos, serviços públicos e infraestrutura básica. O autor classifica ainda os recursos ou atrativos naturais como: montanhas, planaltos e planíces, costas ou litoral, terras insulares, hidrografia, pântanos, fontes hidrominerais e/ou termais, parques e reservas de flora e fauna, grutas, cavernas, furnas e áreas de caça e pesca. Já os recursos ou atrativos culturais são identificados como: monumentos, sítios, instituições e estabelecimentos de pesquisa e lazer, manifestações, uso e tradições populares, realizações técnicas e cientificas contemporâneas e acontecimentos programados. A cidade de Franca não possui atrativos com grande potencial de atração de turistas motivados a lazer ou em busca de maior contato com a natureza, porém por causa de sua característica econômica, principalmente voltada para a produção e comercialização de calçado é possível identificar na cidade uma demanda motivada por negócios que permanece por um curto período de duração na cidade, dessa forma o produto turístico existente serve principalmente para atender as necessidades desse turista, por outro lado a localidade ainda sofre pela inexistência de recursos básicos para a atração do turista de lazer ou mesmo para propiciar uma maior permanência do turista de negócios. 1.1 Turismo de negócios Como visto anteriormente, não são todos os autores que aceitam as viagens a negócios como turísticas, porém o foco desse trabalho é justamente analisar o turismo de negócios na cidade de Franca como fator para o desenvolvimento econômico local, por esse motivo entende-se que aquele que viaja a negócios pratica turismo da mesma forma que qualquer outro turista, pois ele utiliza os serviços de hospedagem, transporte, alimentação e em seu

1067 tempo livre aproveita dos recursos de lazer e entretenimento que a cidade tem a lhe oferecer. ampla Lage e Milone (2000) caracterizam o turismo de uma maneira mais... qualquer que seja o motivo da viagem, sob o enfoque econômico, mesmo que o indivíduo que viaja para um país ou região venha exercer um trabalho remunerado, ainda assim será definido como turismo. Essa pesquisa adota a definição de Andrade (2000) que considera turismo de negócios como o conjunto de atividades de viagem, hospedagem, alimentação e lazer praticado por quem viaja a negócios referentes aos mais diversos setores da economia, como atividades comercial ou industrial, ou ainda para conhecer mercados, fazer contatos, firmar convênios, aprender e testar novas tecnologias, vender ou comprar bens e serviços. Para a maioria das empresas, a viagem de seus representantes é algo essencial e não é considerado um gasto de luxo, ou seja, a viagem é necessária para o bom andamento da empresa, trata-se de uma clientela importante, que viaja durante o ano todo, independente da estação do ano e se hospeda em hotéis de luxo que disponham de serviços especializados como guias bilíngües, tradutores intérpretes, salas de reuniões, secretarias, motoristas e veículos especiais. O gasto diário do turista de negócios é maior do que o do turista de lazer justamente pelo fato do primeiro utilizar serviços que são considerados mais caros devido suas facilidades, como se hospedar em hotéis próximos do local onde ele deve se apresentar, o mesmo utiliza ainda serviços específicos como locação de veículos, equipamentos para reuniões, entre outros. Considerando o gasto e as exigências do turista de negócios, a cidade onde esse tipo de turismo se desenvolve deve estar preparada para recebê-lo, oferecendo recursos e equipamentos que atenda suas necessidades. De acordo com Ansarah (1999) os equipamentos e serviços mais utilizados pelo turista de negócios são: Meios de transporte: esse tipo de turista prefere viagem aérea, por ser mais rápida, otimizando assim o uso do tempo. Hospedagem: a maioria das viagens exige permanência, o que representa a ocupação de quartos de hotéis. A oferta de recursos tecnológicos também aumentou, muitos hotéis e flats oferecem além do

1068 telefone, conexão para computador e serviços de apoio administrativo como, secretária, boy, xérox, etc. Locais para eventos: os congressos, seminários e outros tipos de eventos geralmente recebem um grande número de turistas de negócios e profissionais liberais. Para atender a essa necessidade, muitos hotéis dispõem de espaços capazes de satisfazer as mais variadas exigências, complementados pelos serviços de apoio como, som, imagem, tradução simultânea, etc. Entretenimento e lazer: em seu tempo livre, o turista de negócios se comporta como um turista convencional. Gosta de fazer compras e de se divertir, e a cidade onde se encontra tem que estar preparada para proporcionar um mínimo de condições para satisfazer essas necessidades. A existência de locais de entretenimento, adaptados à característica da cidade, é fundamental para atender aos desejos do visitante. A localidade receptora deve dispor de pré-condições para a realização da prática desse segmento de turismo, como: movimentação turística para realização dos negócios; áreas de concentração técnica, científica, industrial e outras, movimentação no setor de comércio e incentivo a realização de feiras, associações locais com forte representatividade e articuladas entre si, estrutura e serviços de qualidade para a realização de encontros, acesso e logística, rede e serviços de comunicação eficientes, condições de segurança e cooperação ou parceria do poder público com a iniciativa privada. O turismo de negócios proporciona relativa importância para as cidades que não possuem atrativos naturais e culturais, pois tem a capacidade de incentivar o crescimento econômico local, por meio de geração de renda, empregos e criação de infra-estrutura que não beneficia apenas o turista como também a população local. 2 Turismo e desenvolvimento econômico local A atividade turística vem crescendo consideravelmente em todo o mundo e é considerada uma alternativa de desenvolvimento econômico principalmente em cidades que não tem opções de renda, mas possuem recursos naturais e culturais em abundância.

1069 O turismo representa um conjunto de atividades produtivas que interessa a todos os setores econômicos de um país ou uma região, repercutindo em outros setores da economia, provocando uma reação em cadeia, causando um efeito multiplicador que pode influenciar no emprego, renda, nas indústrias, no comércio. Algumas localidades vêem no turismo uma grande possibilidade para se desenvolverem economicamente, considerando o mesmo como uma das alternativas capazes de propiciar melhoria na qualidade de vida das populações, principalmente em regiões que possuem paisagens exóticas e com recursos financeiros escassos. (LOPES, 1990) A atividade turística é considerada uma força econômica das mais importantes do mundo, pois através da mesma, ocorrem fenômenos de consumo, originam-se renda, potencializam mercados onde a oferta e a procura se encontram. Segundo Ignarra (2001), o turismo é uma atividade que tem grande importância no desenvolvimento sócio-econômico. É intensiva de mão-de-obra, podendo contribuir para o grande problema da sociedade moderna que é o desemprego. Apesar de o desenvolvimento ter diferentes significados, para a maioria dos países ele pode ser visto como uma medida para o progresso econômico. O turismo surge como uma alternativa para o desenvolvimento econômico local das localidades receptoras, porém antes é necessário discutir o que é desenvolvimento econômico local. Dawbor (1995) entende que o desenvolvimento econômico local pode ser definido como o conjunto de estratégias e ações para ativar ou acelerar a economia local provocando assim impactos no território. Em seu artigo, Braga Filho (2008) apresenta cinco questões importantes para a promoção do desenvolvimento econômico local. 1) da iniciativa do governo municipal para liberar, sensibilizar e aglutinar as forças representativas da sociedade; 2) do esforço mútuo de cooperação entre os diversos atores socais envolvidos no processo; 3) da capacidade dos atores elaborarem propostas exeqüíveis e ao mesmo formularem objetivos de atender as demandas e os diferentes interesses, de tal sorte que todos possam vislumbrar possibilidade de ganhos;

1070 4) do exercício e da difusão de práticas de convivência forjadas na liberdade de expressão e na participação construtiva cidadã e; 5) da disseminação de cultura baseada na confiança e dos benefícios passíveis de serem alcançados através da cooperação mútua. Swinburn, Goga e Murphy entendem desenvolvimento econômico local como uma possibilidade que está [...] sendo cada vez mais usada para fortalecer a capacidade local das comunidades de uma região, melhorar o ambiente para investimentos e aumentar a produtividade e a competitividade dos negócios locais, dos empreendedores e dos trabalhadores. A capacidade das comunidades para melhorar a qualidade de vida, criar novas oportunidades econômicas e lutar contra a pobreza, depende dessas serem capazes de compreender os processos de desenvolvimento econômico local e agirem estrategicamente no mercado que muda constantemente e que é cada vez mais competitivo. Cada comunidade possui características individuais como cultura, clima, tipo de terra, características econômicas, etc., que podem ser determinante para o processo de desenvolvimento econômico local. É através desse conjunto de características individuais pertencentes à localidade que esse trabalho busca estudar o que a cidade de Franca tem de diferente em relação a outras cidades para poder atrair um maior e ordenado fluxo de turistas motivados a negócios à cidade e entender o que falta para esse tipo de turismo se desenvolver de uma forma mais organizada, tendo em vista a indústria coureiro-calçadista que tem destaque na economia do município. O turismo de negócios pode ser uma segunda opção de desenvolvimento econômico na cidade gerando renda, empregos, divisas e um incentivo maior tanto para a iniciativa privada como para o poder público para investir no turismo na cidade. A atividade turística aliada ao desenvolvimento da cidade em estudo possibilitará analisar o turismo como uma fonte para a melhoria da qualidade de vida da população local, conservação do patrimônio turístico, geração de renda e de emprego, conscientização da população para a importância do turismo, intercâmbio cultural, etc. (IGNARRA, 2001). O turismo é um fenômeno em crescimento no Brasil e no mundo, a receita gerada tem se equiparado a setores tradicionais como petróleo, automóveis e equipamentos eletrônicos. A atividade é considerada ainda grande geradora de emprego, renda e divisas para diversas localidades onde se desenvolve, por esse motivo, o turismo tem sido apontando como estratégia

1071 para o desenvolvimento, sendo incentivado pelos governos, empresários e constantemente procurado pelos consumidores. (PORTUGUEZ, 2002) Com o desenvolvimento da atividade turística há geração de emprego, aumento e melhor distribuição de renda na localidade onde se desenvolve e os benefícios são aproveitados pela população local e contribui também para o desenvolvimento e equilíbrio econômico local. 2.1 Turismo e economia Atualmente o turismo é aceito como o setor mais significativo do mercado global. Goeldner et al (2002) destaca o turismo como sendo Uma força econômica poderosa que proporciona emprego, divisas, renda e receitas de impostos. Os geradores de impacto econômico para uma cidade, um estado, uma província, um país ou destino, são os visitantes, seus gastos e o efeito multiplicador. O autor destaca ainda que os destinos estão se tornando cada vez mais competitivos, tendo em vista que um grande número deles estão se voltando para as características do turismo gerador de benefícios econômicos, compensando a decadência das atividades agrícolas, mineradoras e industriais. A OMT (2001) destaca que o turismo tem maior influência nas economias que são pouco desenvolvidas. Os países em desenvolvimento têm como característica níveis de renda baixos, altos índices de desemprego, baixo desenvolvimento industrial pela escassa demanda nacional de bens de consumo, grande dependência da agricultura para as exportações e alta participação estrangeira na propriedade das empresas manufatureiras e de serviços. Tendo em vista a rápida injeção de divisas que supõem o gasto turístico e os investimentos estrangeiros tem efeitos mais significativos nesses países do que nos países desenvolvidos, estes possuem geralmente economias mais diversificadas que contribuem para a sustentação do desenvolvimento econômico.

1072 2.2 Turismo e balanço de pagamentos O balanço de pagamentos de um país apresenta o conjunto de contas que representam os negócios do país com relação ao resto de mundo. Lickorish e Jenkins (2000) afirmam que as contas do balanço de pagamentos são interpretadas pelo governo e por observadores internacionais como um reflexo da saúde econômica de um país. O balanço de pagamentos é considerado o registro contábil de todas as transações realizadas entre os moradores de um país e os dos outros países do mundo, em um determinado período (SIMONSEN; CYSNE, 1995). Essas transações podem ser tanto econômicas com bens e serviços como transações com capitais físicos e monetários. De acordo com Goeldner et al (2002) uma forma fácil de entender esse aspecto é perguntar: Quem ficou com o dinheiro? O turismo é também uma atividade geradora de emprego e em muitas localidades chega a ser a única opção de renda para a comunidade receptora. 2.3 Turismo e geração de emprego O turismo é considerado como a atividade que gera mais empregos do que qualquer outra atividade econômica em todo o mundo. O número de empregos gerado pelo turismo é considerado direto e indireto. Os empregos diretos são aqueles definidos pela quantidade de postos de trabalho criados especificamente pela necessidade de atender aos turistas. Já os empregos indiretos são aqueles provenientes do turismo, porém que não atuam diretamente com a satisfação das necessidades dos turistas, um exemplo claro são as vagas geradas na construção civil pela construção de hotéis, restaurantes, casas noturnas, entre outros.

1073 De acordo com Mathieson e Wall (apud OMT, 2001) os tipos de empregos gerados pelo turismo se classificam de três formas: Direto: resultado dos gastos dos visitantes em instalações turísticas; Indireto: ainda no setor turístico, mas não como resultado direto dos gastos turísticos; Induzido: resultado dos gastos dos moradores devido às entradas procedentes do turismo. Silva (apud OLIVEIRA, 2002) destaca a importância do turismo na questão do emprego: tão importante quanto considerar e tirar proveito do fato de que o turismo é a atividade econômica que mais cresce no mundo é perceber que o setor é uma extraordinária oportunidade para os micro e pequenos empreendedores. Na prática, isto representa geração de renda bem distribuída e a valorização do capital intelectual e da capacidade empreendedora. O turismo pode nos proporcionar um crescimento econômico horizontal, auto-sustentado e com qualidade de vida sem a disparidade comum no Terceiro Mundo. Com o desenvolvimento da atividade turística há geração de emprego, aumento e melhor distribuição de renda na localidade onde se desenvolve e os benefícios são aproveitados tanto pela população local e contribui também para o desenvolvimento e equilíbrio econômico local. 3 O município de Franca e suas características A cidade de Franca está localizada no Nordeste do Estado de São Paulo e possui uma área total de 607 Km². O município é sede da 14º Região Administrativa do Estado de São Paulo, composta por 23 municípios que são eles: Franca, Aramina, Batatais, Buritizal, Cristais Paulista, Guará,Igarapava, Ipuã, Itirapuã, Ituverava, Jeriquara, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Rifaina, Sales Oliveira, São Joaquim da Barra, São José da Bela Vista.

1074 A população estimada segundo o IBGE (2009) é de 330.938 habitantes, com aproximadamente 64% da população economicamente ativa. O PIB per capita do município R$ 11.205,22 (SEADE, 2009). Figura 1: Mapa de localização de Franca Fonte: Prefeitura Municipal de Franca A cidade de Franca possuiu características econômicas voltadas para a indústria coureiro-calçadista, o que incentiva o número de pessoas que visitam a cidade interessadas em comercializar ou comprar esses produtos. Porém não existe ainda uma preocupação por parte do poder público e da iniciativa privada em controlar e organizar essa visitação, a fim de desenvolver na localidade o turismo de negócios de forma planejada e organizada tendo como base multiplicar os efeitos financeiros positivos que esse tipo de segmento gera e pode gerar ainda mais para o município, incentivando o desenvolvimento da localidade em si.

1075 De acordo com o site da Fundação SEADE (SEADE, 2009) Franca possui: 2.636 estabelecimentos industriais, 3.747 estabelecimentos comerciais, 2.211 estabelecimentos prestadores de serviços. A cidade conta com 02 distritos industriais onde se localizam o maior número das empresas do pólo industrial de Franca. A economia da cidade gira em torno da produção coureiro-calçadista, incluindo as exportações de componentes para calçados, bolsas, carteiras de couro, material de borracha para calçados, salto e sola de borracha, chapa de borracha para solado de calçado, cola de borracha ou solução de borracha, forma para a fabricação de calçados, máquinas industriais e implementos, caixas ou cartuchos de papelão. Figura 2. Estrutura da cadeia produtiva da indústria coureiro-calçadista em Franca-SP. Fonte: Saturi, 2005. O estudo pretende analisar possibilidade de desenvolvimento econômico da cidade de Franca aliando as características econômicas do município ao desenvolvimento do turismo de negócios, tendo em vista o potencial já existente na cidade relacionado à suas características econômicas e a infraestrutura já existente no município. 4 Considerações Parciais

1076 A partir da análise superficial feita até o momento, tendo em vista que as entrevistas ainda não foram concluídas, porém de acordo com o levantamento teórico realizado até o momento entende-se que a cidade possui expressiva possibilidade para o desenvolvimento da atividade turística através do segmento de negócios considerando suas características econômicas conforme levantamento já realizado. De acordo com o que foi analisado até o momento percebe-se um fluxo de turismo de negócios já existente na cidade, porém não há controle por parte da iniciativa privada e do poder público sobre números de visitantes que a cidade recebe. No entanto, não é possível também, até o momento quantificar a existência de benefícios advindos do desenvolvimento do turismo de negócios no município por não se ter concluído a pesquisa. Espera-se analisar a infra-estrutura básica, de apoio e turística existente na cidade de Franca; pesquisar o setor público (prefeitura, secretária de turismo, departamento de cultura, COMTUR) e a iniciativa privada (hotéis, agências de turismo, sindicato da indústria calçadista, Shopping do Calçado e Franca Shopping) a fim de identificar o potencial de atração de turistas de negócios e a demanda já existente na cidade. Referências ACERENZA, Miguel Angel. Administração do turismo: conceituação e organização. Bauru: EDUSC, 2002. v.1 ANDRADE, José Vicente de. Turismo: fundamentos e dimensões. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2000. ANSARAH, Marília Gomes dos Reis (Org.). Turismo: segmentação de mercado. São Paulo: Futura, 1999. BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 9. ed. Campinas: Papirus, 1995. BENI, Mario Carlos. Analise estrutural do turismo. 5. ed. São Paulo: SENAC, 2001.. Analise estrutural do turismo. São Paulo:SENAC, 2000. BRAGA FILHO, Hélio. Desenvolvimento econômico local: problemas, desafios e possibilidades. Franca/SP. 2008.

1077 DOWBOR, Ladislau. O desenvolvimento local e racionalidade econômica. Disponível em HTTP://dowbor.org. 1995. FUNDAÇÃO SEADE. http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/perfil.php. Acesso em 21 de dezembro de 2009. GOELDNER, Charles R.; RITCHIE, J. R. Brent; McINTOSH, Robert W. Turismo: princípios, práticas e filosofias. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estátisticas. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 21 dezembro de 2009. IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira, 1999.. Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira, 2001. LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César. Turismo: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. LICKORISH, Leonard J.; JENKINS, Carson L. Introdução ao turismo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. LOPES, J. C. O turismo e o desenvolvimento regional do Norte e Nordeste. Informações FIPE, n. 120, p. 15-17, jul. 1990. McINTOSH, Robert; GUPTA, Shashikant. Turismo: planeación, administración y perspectivas. México: Limusa Noriega Editores, 1993. OLIVEIRA, Antônio Pereira. Turismo e desenvolvimento: planejamento e organização. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. OMT. Introdução ao turismo. São Paulo: Roca, 2001. PORTUGUEZ, Anderson P. Agroturismo e desenvolvimento regional. São Paulo: Hucitec, 2002. PREFEITURA MUNICIPAL DE FRANCA. Disponível em: http://200.170.150.33:8084/site2006/franca/localizacao.htm. Acesso em 01 de Maio de 2010. ROCHA NETO, Altino Teixeira da. Desenvolvimento econômico local: um estudo sobre o município de Batatais-SP entre 2002 e 2006. 2008.66 f. (monografia em Ciências Econômicas). Centro Universitário Uni-Facef, Franca, 2008. SATURI, Evandro Morales. O desenvolvimento do turismo através de tradições inventadas: um estudo acerca das possibilidades para Franca. 2005. 143 f. (Dissertação em Administração). Centro Universitário Uni-Facef. 2005. SIMONSEN, Mario H.; CYSNE, Rubens P. Macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1995. TORRE, Oscar de La. El turismo, fenômeno social. Cidade do México: Fondo de Cultura Econômico, 1992.