DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.



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Transcrição:

Fl. 1 Reclamante: Evandra Schau Marques Reclamado: Lojas Renner S.A. VISTOS, ETC. Evandra Schau Marques ajuíza ação trabalhista contra Lojas Renner S.A. em 11/11/2011. Após exposição fática e fundamentação jurídica, postula o pagamento das parcelas arroladas às fls. 08/09. Atribui à causa o valor de R$ 39.000,00. Recusada a conciliação, a reclamada apresenta defesa escrita (fls. 73/83), impugnando os pedidos arrolados na inicial e sustentando a improcedência da ação. É produzida prova documental. Colhe-se o depoimento do preposto da reclamada e ouve-se uma testemunha. Encerradas instrução e audiência, é determinado pelo Juiz que os autos venham conclusos para publicação de sentença. É o relatório. ISTO POSTO: DA PRESCRIÇÃO. No presente feito, a reclamante postula indenização por danos morais alegadamente decorrentes da utilização de sua imagem após a extinção do contrato de trabalho e da causa pela qual ocorreu a ruptura contratual alegado furto de sua senha. A ação foi ajuizada em 11/11/2011, tendo por objeto contrato de trabalho vigente de 08/08/2006 a 28/09/2011. Caso existente, as lesões ocorreram no ano de 2011, não havendo falar, assim, em prescrição. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

Fl. 2 A reclamante postula indenização por danos morais decorrentes da utilização indevida de sua imagem, após a extinção do contrato de trabalho e por ter sido despedida sem justa causa em decorrência do furto de sua senha pessoal. A reclamada contesta alegando que a reclamante autorizou o uso da imagem e que a despedida sem justa causa não decorreu do alegado furto. A chamada indenização por dano moral decorre da ofensa de algum dos direitos de personalidade, dentre os quais se inclui, sem dúvida, o direito à imagem, nos termos dos incisos V, X e XXVIII, a, do art. 5º da Constituição Federal e 20 do Código Civil. No presente caso, a autorização do uso de imagem, constante da fl. 89 dos autos, concedida pela trabalhadora para a empregadora, sem qualquer retribuição pecuniária específica, tem de ser entendida como uma decorrência do contrato de trabalho, ao qual se integra, durante o seu período de vigência. Trata-se, assim, de um direito acessório, que somente perdura enquanto perdurar a relação empregatício que lhe é principal. Assim, ainda que a imagem do trabalhador não possa ser divulgada sem a sua autorização, esta somente vigora enquanto estiver vigente o contrato de trabalho, especialmente quanto dita divulgação é autorizada sem qualquer retribuição específica. Entendimento contrário, levaria à conclusão de que, mesmo após a extinção do contrato de trabalho, o empregador continuaria gozando de direitos ajustados durante o vínculo de emprego e em função dele, sem que o trabalhador percebesse qualquer contraprestação, o que, por certo, contraria o caráter bilateral e sinalagmático da relação de emprego. Ademais, como bem destacou a autora, o conteúdo das imagens divulgadas dizem respeito a momento pretérito, quando a reclamante ainda trabalhava na empresa e tinha outro conceito sobre a mesma. A manutenção da divulgação das imagens após a extinção do contrato de trabalho não representa apenas uma exposição não autorizada mas, no caso, pode inclusive trazer prejuízos patrimoniais à reclamante como, por exemplo, o impedimento de conseguir um novo emprego pelo fato de sua imagem ainda estar vinculada à antiga empregadora.

Fl. 3 Irrelevante, no caso, os fins a que se destinaram a utilização da imagem, tendo em vista que o direito a sua proteção não está vinculado apenas à utilização comercial, tratando-se de respeito à preservação de um direito intrínseco à personalidade do trabalhador. Sendo assim, a utilização da imagem da reclamante após a extinção do vínculo de emprego, na hipótese de a autorização ter sido concedida durante a vigência do vínculo, sem prazo de validade e sem contraprestação específica estipulada pelas partes caracteriza lesão ao direito de imagem da reclamante ensejando reparação por dano moral. Considerando a intensidade do sofrimento provocado pela lesão, a repercussão da ofensa, a situação econômica da reclamada, o seu grau de culpa e o caráter pedagógico da indenização, arbitro-a em R$ 10.000,00. Neste valor, condeno a reclamada a pagar ao reclamante indenização por dano moral. Quanto à indenização por danos morais decorrentes do alegado furto da senha da reclamante e por esse furto ter sido o fundamento da sua despedida sem justa causa, não se evidenciam, dos autos, por um lado, a correlação entre os fatos e, por outro, sequer que a reclamante tenha sido efetivamente furtada, ou que o referido furto lhe tenha causado lesão a algum dos direitos de personalidade. Em face da ausência de regulamentação do inciso I do art. 7º da Constituição Federal, entende-se, ainda hoje, que a despedida sem justa causa é um direito potestativo do empregador que, por si só, não gera dano moral. fundamentos. Indefiro, pois, o pedido de indenização por dano moral por tais DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. Deverão incidir sobre os valores objeto da presente condenação juros e correção monetária, cujos critérios serão determinados em liquidação de sentença. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

Fl. 4 Em que pese não estar a parte autora assistida pelo seu sindicato de classe, a declaração de pobreza (fl. 11) autoriza o deferimento do benefício em epígrafe e a condenação da reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios, na esteira do quanto assegurado ao necessitado pelo art. 5º, LXXIV, da CF, e nos termos do disciplinado na Lei 1.060/50, valendo referir que, na realidade do processo do trabalho, a assistência judiciária regulada na Lei 5.584/70, longe de conformar monopólio sindical, disciplina dever do sindicato à assistência, sem, com isso, constranger a liberdade de escolha do trabalhador, absolutamente livre à eleição de profissional de sua estrita confiança. Nesse sentido, inclusive, já julgou o E. TRT da 4ª Região, conforme acórdão cuja ementa ora se transcreve: ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. A concessão da assistência judiciária aos necessitados, incluindo os honorários advocatícios, também nesta Justiça do Trabalho, é devida na forma do art. 4º da Lei nº 1.060/50. A credencial sindical não é imprescindível ao reconhecimento do benefício.proc. nº 00405-2005-004-04-00-4 (RO), Rel. Dr. Mario Chaves, 28/07/2006. Defiro, pois, o benefício da Assistência Judiciária Gratuita e imponho à reclamada o pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 2.000,00. Considerando que os honorários aqui deferidos não visam conceder remuneração extra ao patrono do autor, mas isentar o trabalhador de quaisquer despesas decorrentes do exercício do direito de ação, desde já esclareço que a cobrança de honorários contratuais será considerada ato ilícito, razão pela qual, desde já resta proibida. DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DOS DESCONTOS FISCAIS. Não incidem contribuições previdenciárias ou descontos fiscais sobre as parcelas aqui deferidas. DA COMPENSAÇÃO/DEDUÇÃO.

Fl. 5 Incabível a compensação, por não se verificar valores pagos ao mesmo título aqui deferido. Ante o exposto, julgo PROCEDENTE EM PARTE a ação para condenar Lojas Renner S.A. a pagar a Evandra Schau Marques, nos termos e critérios da fundamentação, com juros e correção monetária, indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00. Defiro ao reclamante o benefício da Assistência Judiciária Gratuita. Custas de R$ 200,00, calculadas sobre o valor de R$ 10.000,00, arbitrado à condenação, pela reclamada, que deverá pagar, ainda, os honorários advocatícios, no valor de 2.000,00, restando desde já proibida a cobrança de honorários advocatícios contratuais. Publicada em Secretaria. Intimem-se as partes, sendo a reclamada para que pague os valores da presente condenação no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10%, na forma do art. 475-J do CPC. Cumpra-se. Nada mais. Almiro Eduardo de Almeida Juiz do Trabalho