ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO



Documentos relacionados
Superior Tribunal de Justiça

ANO V EDIÇÃO nº 1209 SEÇÃO II

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Décima Sexta Câmara Cível

Processo no /001

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

RELATÓRIO. Informações do MM. Juízo a quo, às fls. 55/56, comunicando a manutenção da decisão agravada.

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

IV - APELACAO CIVEL

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ISRAEL GÓES DOS ANJOS (Presidente sem voto), CARLOS ABRÃO E SERGIO GOMES.

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE KELLY BORCHARDT GREGORIS CLARO DIGITAL S/A A CÓRDÃO

LUIZ ANTONIO SOARES DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR

DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), BONILHA FILHO E RENATO SARTORELLI.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes da 05ª VARA DO TRABALHO DE MARINGÁ, sendo recorrente

agravante SINDICATO DOS PROFESSORES DE ENSINO SUPERIOR DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

APELAÇÃO CÍVEL N ( ) COMARCA DE AURILÂNDIA APELANTE

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ar, Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Desembargador Jorge Ribeiro Nábrega

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO * *

ACÓRDÃO. (Presidente sem voto), FRANCISCO BIANCO E NOGUEIRA DIEFENTHALER. São Paulo, 17 de setembro de 2015.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº , DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARINGÁ. AGRAVANTE:

ESTADO DA PARAÍBA. Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraiba, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

PROCESSO Nº ORIGEM: SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO REQUERENTE: INSS REQUERIDO:

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

Vistos, relatados e discutidos, DECIDE-SE RELATÓRIO

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL ACÓRDÃO

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

<CABBCBBCCADACABACBBCAADDADAABCABBCCAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO OITAVA CÂMARA CÍVEL

QUINTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 22290/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL WANIA APARECIDA OLIVEIRA BRAGA - ME APELADO: BANCO ITAÚ S. A.

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO. Gabinete do Desembargador Federal do Trabalho Davi Furtado Meirelles

A C Ó R D Ã O Nº (Nº CNJ: ) COMARCA DE PORTO ALEGRE AGRAVANTE LUIS FERNANDO MARTINS OLIVEIRA

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 10985/ CLASSE CNJ COMARCA DE POXORÉO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

RECORRIDA DÉCIMA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

(ft.." 4 Án 41. sks, 4, Pus JUSTIT11 Pijj z ESTADO DA PARAIBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DO DES. MÁRCIO MURILO DA CUNHA RAMOS

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

APELO DESPROVIDO. A C Ó R D Ã O. Vistos, relatados e discutidos os autos.

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Primeira Câmara Cível

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de

Base de cálculo= R$ 4.879,50

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

243 Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Terceira Câmara Criminal

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL

Supremo Tribunal Federal

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. Rio de Janeiro, 05 de outubro de Desembargador ROBERTO FELINTO Relator

357 VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR APELAÇÃO CÍVEL PROCESSO Nº ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

ACÓRDÃO. VISTOS, relatados e discutidos estes autos acima. referenciados.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. 1. O instrumento particular de assunção de dívida, assinado pelo devedor e por duas testemunhas,

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RELATÓRIO O SR. DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA (RELATOR):

Ação # ORDINÁRIA. Waldir Rodrigues Bio CONTRA Bradesco Administradora de cartões de Crédito Ltda. controle 2061

Registro: ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

P O D E R J U D I C I Á R I O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL

2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

RESOLUÇÃO Nº 143/2012 TCE/TO Pleno

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ALVARO PASSOS (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

Des. Federal Élio Siqueira Relator (convocado)

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ª

EMENTA: PENHORA BEM DE FAMÍLIA EXCEÇÕES LEGAIS À IMPENHORABILIDADE INTERPRETAÇÃO RESTRITA.

devolutivo. Ao apelado. Transcorrido o prazo, com ou sem contrarrazões, subam ao Eg. Tribunal de Justiça..

PODER JUDICIÁRIO SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DÉCIMA CÂMARA

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) COMARCA DE GOIÂNIA AGRAVANTE : ANNA CRISTINA TORRES FIUZA DE ALENCAR RELATOR : DES

Des. Silvio Dias mj 2ª Câmara Cível AC

APELAÇÃO CÍVEL Nº

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Fundo de Investimento Imobiliário Memorial Office

IV - APELACAO CIVEL

Nº COMARCA DE CACHOEIRINHA A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRÁTICA go REGISTRADO(A) SOB N

INSTRUMENTO. EXECUÇÃO

: Município de Cascavel, Prosegur Brasil S.A. Transportadora de Valores e Segurança.

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

PROCESSO: RTOrd

Transcrição:

SEXTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº: 0043422-69.2013.8.19.0000 AGRAVANTE: INDÚSTRIAS VEROLME ISHIBRAS S A IVI AGRAVADO: FUJITSU DO BRASIL LTDA RELATORA: DES. TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO MONITÓRIA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. CÁLCULOS DO CONTADOR. HOMOLOGAÇÃO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE DEPÓSITOS JUDICIAIS. 1. Insurge-se o agravante contra a decisão que homologou os cálculos do Contador Judicial. Entende o agravante que o Contador deixou de considerar os juros e a correção monetária incidente sobre os valores depositados pela agravante desde a data de cada depósito, o que acarreta enriquecimento ilícito. 2. Os valores depositados junto ao Banco do Brasil, à disposição do juízo, são corrigidos monetariamente e acrescidos de juros remuneratórios. O saldo em conta é mensalmente acrescido de juros remuneratórios e correção monetária. 3. Cálculo elaborado pelo Contador Judicial abateu a importância levantada com os acréscimos; logo, considerou os juros e a correção monetária incidentes sobre os depósitos judiciais efetuados pelo Agravante. 4. Eventual saldo residual na conta de depósito judicial deverá ser considerado para fins de abatimento do débito apurado. Expedição de ofício ao Banco do Brasil para que informe o saldo à disposição do juízo. 5. Anatocismo não configurado. Desprovimento do recurso. fag 1

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n 0043422-69.2013.8.19.0000 em que figura como agravante INDÚSTRIAS VEROLME ISHIBRAS S A IVI e como agravado FUJITSU DO BRASIL LTDA. ACORDAM os Desembargadores da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade, em conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma do voto da relatora. RELATÓRIO Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida pelo Juízo da 40ª Vara Cível da Comarca da Capital que, nos autos da ação monitória em fase de cumprimento de sentença, homologou os cálculos de fls. 1200/1202 e determinou a remessa dos autos à Central de Cálculos para atualização. Inconformado o Agravante interpôs o presente recurso, alegando que foi penhorado 5% de sua renda bruta mensal; assim, efetuou regularmente os depósitos durante 24 meses, totalizando R$1.388.649,10. Afirma que o agravado apresentou nova planilha na qual fez incidir juros sobre juros e correção monetária sobre o valor do débito principal, deixando de calcular os juros e a correção monetária sobre os valores depositados pela agravante desde a data de cada depósito, o que acarreta enriquecimento ilícito, razão pela qual se insurge contra a decisão que homologou os cálculos de fls. 1200/1201 e determinou a remessa dos autos ao Contador Judicial para atualização. Requer a suspensão da penhora da renda até o julgamento final do recurso e, ao final, o seu provimento determinando-se nova remessa dos autos ao contador para que atualize os valores depositados pela agravante (juros e correção monetária desde a data de cada depósito) para o fim de abatimento do saldo devedor da execução. Pugna, ainda, que seja fag 2

determinado que o contador atualize o valor do débito com base na planilha de fl. 04, que serviu de base para a fixação do valor da condenação, sem a incidência dos juros apontados, afastando, assim, o anatocismo contido nos cálculos de fls. 1200/1201. Em seu ofício (fls. 19) o juízo a quo informa que o agravante cumpriu o disposto no art. 526, do CPC e que manteve a decisão agravada. Em suas contrarrazões (fls. 20/33) o agravado afirma que a pretensão do agravante é rediscutir matéria que já está preclusa e eternizar a execução. Afirma que o agravante alega excesso de execução, mas não se desincumbiu do ônus de demonstrá-lo, apresentando impugnação genérica. Defende a aplicação da penalidade prevista no art. 17, inciso VII, do CPC e, ao final, pugna pelo desprovimento do recurso. É o relatório. Passo ao voto. O recurso é tempestivo e guarda os demais requisitos de admissibilidade de forma a trazer o seu conhecimento. Versa a presente controvérsia em perquirir se nos cálculos de fls. 1200/1201 foram considerados os juros e correção monetária, desde a data de cada depósito, devidos sobre os valores depositados pela agravante. Ora, é cediço que os valores depositados junto ao Banco do Brasil, à disposição do juízo, são corrigidos monetariamente e acrescidos de juros remuneratórios. Tudo é calculado pela própria Instituição financeira depositária, que credita mensalmente tanto os juros remuneratórios como a correção monetária devidos. Extreme de dúvidas de que a discussão levantada pelo Agravante se refere exatamente ao cálculo dos juros e da correção monetária incidentes fag 3

sobre os depósitos judiciais, que compõem o saldo da conta de depósito judicial. Na planilha de fls. 1200 verifica-se que o Contador Judicial abateu o valor de R$1.438.544,14, já recebido pelo exequente. Essa importância foi corretamente corrigida desde a data do saque em 13/10/2009. Percebe-se que esse valor já estava acrescido de juros e correção monetária, pois como se vê do mandado de pagamento (fls. 1052) foi determinado o pagamento de R$1.251.683,12 mais os acréscimos legais (juros remuneratórios e correção monetária). Assim, sem sombra de dúvida o cálculo do contador (fls. 1200), ao abater a importância levantada com os acréscimos considerou sim os juros e correção monetária incidentes sobre os depósitos judiciais efetuados pelo Agravante. Por outro lado, entendo que pode haver ainda algum resíduo na conta judicial e este deve ser considerado para fins de abatimento do débito apurado. Tanto é assim que o Contador Judicial fez a seguinte observação em seus cálculos (fls. 1201): 5) FAZ-SE NECESSÁRIO CONSTAR NOS AUTOS SALDO BANCÁRIO EXISTENTE, FACE O LEVANTAMENTO DE FLS. 1052/1053. Como visto, o próprio Contador Judicial destacou a necessidade de que venha aos autos o demonstrativo bancário, considerando que já houve um levantamento efetuado pelo credor. Assim, determino a expedição de ofício ao Banco do Brasil para que informe o saldo à disposição do juízo. Vindo as informações da instituição, deverão os autos ir ao Contador Judicial para que atualize a planilha de fls. 1200/1201, devendo abater eventual saldo credor em favor do exequente. fag 4

No tocante à alegação de prática de anatocismo nos cálculos judiciais, esta também não prospera, pois como se depreende da planilha de fl. 1200 os juros foram calculados à base de 12% ao ano, não sendo incorporados e sobre estes incidentes novos juros, mas apenas calculados na forma simples de 1% ao mês. Ante o exposto voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso, determinado ex officio a expedição de ofício ao Banco do Brasil para que informe o saldo à disposição do juízo. Após tal informação é que os autos deverão ser encaminhados ao Contador Judicial para atualização do débito, abatendo-se eventual saldo credor da conta de depósito judicial. Rio de Janeiro, 19 de março de 2014. TERESA DE ANDRADE CASTRO NEVES Desembargadora Relatora fag 5