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V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes da 05ª VARA DO TRABALHO DE MARINGÁ, sendo recorrente

Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2012.0000334706 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0009544-94.2000.8.26.0007, da Comarca de São Paulo, em que são apelantes LEOBINO COSTA FIGUEREDO (E OUTROS(AS)) e MARCIA MARIA DOS SANTOS, são apelados HOSPITAL E MATERNIDADE ESPERANÇA LTDA e OSMARIO GENARIO DE SOUZA LIMA. ACORDAM, em 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PAULO ALCIDES. São Paulo, 12 de julho de 2012. Percival Nogueira RELATOR Assinatura Eletrônica

Voto nº 16.151 Apelação Cível nº 0009544-94.2000.8.26.0007 Comarca: SÃO PAULO Apelantes: LEOBINO COSTA FIGUEREDO e OUTRA Apelados: HOSPITAL E MATERNIDADE ESPERANÇA LTDA. e OUTRO RESPONSABILIDADE CIVIL INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS Ação julgada improcedente Gravidez após cirurgia de vasectomia Falha do atendimento pós-operatório não caracterizado Ausência de nexo de causalidade Autores foram informados da possibilidade de insucesso da cirurgia e seus riscos A atuação médica é de meio e não de resultado Ausente o nexo de causalidade entre a gravidez indesejada e a suposta falha na prestação do serviço médico Sentença de improcedência mantida Apelo desprovido. Trata- se de recurso de apelação (fls. 332/340) interposto por Leobino Costa Figueredo e Marcia Maria dos Santos contra a r. sentença de fls. 322/325, declarada às fls. 330, cujo relatório se adota, que julgou improcedente a ação de indenização por danos materiais e morais ajuizada contra Policlínica Iguatemi S/C e Osmário Genário de Souza Lima, condenando os requerentes ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor atualizado da ação, observado o disposto no art. 12 da L. A. J. Buscam os apelantes a reforma da r. sentença, com a procedência da ação, aduzindo que não há nos autos qualquer 2

comprovação de que o réu tenha tomado as diligências necessárias que alega às fls. 49, sendo que somente agora tomou ciência dos procedimentos que na defesa, agora são novos, visto que lançados na contestação como meio técnico jurídico de exceção. Alegam que o réu faltou com a verdade ao afirmar que agiu de maneira correta e que se os apelantes tivessem seguido sua orientação nenhuma lesão de direito teria ocorrido. Frisam que o apelado não juntou aos autos qualquer comprovante de que tivesse determinado ao autor proceder a qualquer exame, sendo que o segundo só foi realizado após a apresentação de queixa, pelo autor de ter engravidado sua mulher. Ressaltam que no conjunto dos fatos restou evidenciada que foi a precipitação do réu ao interpretar o documento de fls. 19, ou seja, o primeiro espermograma, que ensejou a flagrante lesão de direito. Assevera que a defesa com seu jogo de palavras, tenta ocultar a dor e pesar sofridos pelos autores em razão da negligência médica. Com relação ao valor da causa, em se tratando de danos morais, não pode previamente ser fixado através de parâmetros préestabelecidos. 3

Assim requerem seja declarado o erro médico e que os réus sejam condenados no pagamento de indenização por dano moral e material no importe de 800 salários mínimos constituídos por despesas decorrentes do parto e pensão mensal de dois salários mínimos até a maioridade do nascituro, sendo declarada a responsabilidade solidária de ambos os réus. Recebido o apelo em seus regulares efeitos (fls. 341), foram apresentadas contrarrazões, pelo desprovimento (fls. 343/346). É o relatório. Não merece agasalho o pleito recursal. Limitaram-se os apelantes, em suas razões recursais, a repetir as alegações anteriormente deduzidas ao longo do feito e que foram superiormente afastadas pela r. sentença. Trata-se de ação indenizatória em virtude do nascimento do filho do casal, ora apelante, após a realização da cirurgia de vasectomia, por julgarem-se lesados moralmente e patrimonialmente em virtude de ato culposo do médico. Aduzem que o médico comunicou o sucesso do procedimento cirúrgico e após a realização do primeiro espermograma (17.11.1999) teria o autor recebido liberação para seguir sua vida sexual 4

normalmente e assim os apelantes reiniciaram os relacionamentos íntimos sem a preocupação da concepção de outros filhos. Todavia, por volta de 21.11.1999 a autora engravidou. Verifica-se dos autos que os autores foram informados da possibilidade de insucesso da cirurgia e seus riscos, restando esclarecido que mesmo após dois anos da realização do ato cirúrgico há possibilidade de gravidez até mesmo por ligação espontânea do canal seccionado. Neste sentido: Por outras palavras, toda e qualquer cirurgia de vasectomia não confere ao paciente a certeza absoluta de que não mais poderá engravidar qualquer mulher, visto que há uma margem de casos em que após a realização do procedimento, ocorre a recanalização do duto, possibilitando então a fecundação, de modo que tal situação não chega a constituir erro médico. (ApCiv. 402.092-5/8-00 TJ/SP, Rel. Des. VERA ANGRISANI). não de resultado. Lembre-se ainda que a atuação médica no caso é de meio e Ademais, em que pese o aparente sucesso da operação, é necessário o acompanhamento com espermogramas de controle até comprovação da ausência de espermatozoides, pois há casos de ductos 5

deferentes duplos, além da possibilidade de ocorrência de recanalização do ducto deferente. De acordo com a manifestação do apelado nas contrarrazões recursais: O que fica evidenciado é que o autor, não atendeu as orientações médicas e manteve relação sexual sem as precauções recomendadas, antes mesmo do primeiro exame que ocorreu em 17.11.1999, como ele mesmo afirma quando questionado em entrevista no dia 13.02.2003, que 15 dias após a cirurgia, ou seja, a concepção já havia ocorrido. Outrossim, não ficou demonstrada a suposta negligência ou imprudência praticada pelo médico que acarretasse a gravidez indesejada. Verifica-se, também, a inexistência de prova sobre a suposta orientação médica que autorizou a prática de relações sexuais sem a utilização de métodos contraceptivos ou, ainda, a demonstração da falha no atendimento do pós-operatório. Ensina Sérgio Cavalieri Filho, ao analisar a exclusão da responsabilidade médica: (...) Lembre-se de que mesmo na responsabilidade objetiva é indispensável o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. Destarte, ainda que tenha havido insucesso na cirurgia ou outro tratamento, mas se não for possível apontar defeito no serviço prestado, não haverá que se falar em responsabilidade do 6

hospital (Programa de Responsabilidade Civil 8ª Edição Editora Jurídico/Atlas - pág. 385/386). Destarte, ausente o nexo de causalidade entre a gravidez indesejada e a suposta falha na prestação do serviço médico, não há que se falar em dever de indenização. Vejamos alguns julgados: Responsabilidade civil. Erro médico. Vasectomia. Procedimento cirúrgico adequado. Nexo de causalidade não estabelecido. Indenização indevida. Precedentes desta C. Corte e do C. STJ. Sentença de improcedência mantida. Recurso improvido (ApCiv. 0025793-51.2000.8.26.0224, Rel. Des. Caetano Lagrasta, j. 14.03.2012). Responsabilidade Civil. Gravidez após a cirurgia de vasectomia. Alegação de omissão pelos médicos que deixaram de orientar o autor acerca dos procedimentos pós-operatórios. Não comprovação. Autor ausentou-se das reuniões de planejamento familiar e não retornou ao hospital após a realização da cirurgia. Dano moral. Não caracterização. Negado provimento (ApCiv. nº 790.371-5/8-00, Rel. Des. Oliveira Santos, j. 17.11.2008). Logo, a improcedência foi bem decretada, devendo a r. sentença ser confirmada com a rejeição do reclamo processual. 7

recurso. Portanto, pelo exposto, voto pelo desprovimento do JOSÉ PERCIVAL ALBANO NOGUEIRA JÚNIOR Relator (assinatura eletrônica) 8