Cirrose hepática Curso de semiologia em Clínica Médica Departamento de Clínica Médica Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP 2007
Cirrose hepática Definição: Processo de lesão difusa do fígado caracterizado por fibrose e regeneração nodular (OMS, 1970)
História natural da cirrose hepática
Estágios da cirrose hepática
Etiologia da cirrose hepática Alcoolismo 46% Hepatite C 35% Hepatite B 11% Outras causas 12% Metabólicas Esteatohepatite não alcoólica Ferro Doença de Wilson Deficiência α1 anti-tripsina Glicogênio tipo IV Galactosemia Tirosinemia Doença colestática Cirrose biliar primária Hepatite autoimune Obstrução fluxo venoso Sindrome de Budd-Chiari Insuficiência cardíaca congestiva Drogas e toxinas Paracetamol Parasitas Schistosomíase
Etiologia da cirrose hepática I. Fibrose presinusoidal A. Schistosomose B. Fibrose portal idiopática II. Fibrose sinusoidal (parenquima) A. Drogas e toxinas 1. Álcool 2. Metotrexate 3. Isoniazida 4. Vitamina A 5. Amiodarona 6. Maleato de perexilina 7. alfa -Methildopa B. Infecções 1. Hepatite crônica B ou C 2. Brucellose 3. Echinococcose 4. Sífilis congenita ou terciária C. Autoimune 1. Hepatite autoimune crônica tipos 1, 2 e 3 D. Anormalidade vasculares 1. Congestão passiva crônica 2. Telangectasia hemorragica hereditaria (Osler-Weber- Rendu) E. Doenças metabólica/genéticas 1. Doença de Wilson 2. Hemocromatose 3. Deficiência de alfa-1-antitripsina 4. Alteração do carboidratos (intolerância à frutose, galactosemia, doença de depósito de glicogênio) 5.Alteração de lípides (Doença de Wolman, abetalipoproteinemia) 6. Defeito no ciclo da uréia ( Ornitina transcarbarmilase) 7. Porfiria 8. Alteração de Amino ácido (Tirosinosis) 9. Alteração de ácido biliares (Doença de Byler) F. Obstrução biliar 1. Cirrose biliar primária 2. Secundária obstrução biliar a.colangite esclerosante primária b.neoplasia de ducto biliar ou pancreas c. Obstrução biliar inflamatória ou iatrogênica 3. Fibrose cística 4. Atresia biliar / hepatite neonatal 5.Cisto biliar congênito III. Fibrose pós sinusoidal A. Doença veno oclusiva
Evolução cirrose alcoólica
Lesão hepato-celular
Cirrose hepática
Classificação Child-Turcotte -Pugh Parâmetros 1 ponto 2 pontos 3 pontos Encefalopatia (grau) Ausente 1 ou 2 3 ou 4 Ascite Ausente Leve/moderada Tensa BI (mg/dl) <2 2,1-3,0 >3,0 Albumina (g/dl) >3,5 2,8-3,4 <2,7 TP (seg acima cont) 1,0-3,0 4,1-6,0 >6,0 Child A: 5-6 pontos; Child B:7-9 pontos; Child C:10-15 pontos
Diagnóstico da cirrose hepática Pacientes assintomáticos: 40% História da doença de base Alcoolismo Hepatite Doença auto imune Doença hereditária Esteatohepatite não alcoólica Doença biliar obstrutiva Drogas, toxinas e infecções
Sinais e sintomas da cirrose hepática Sintomas Sinais Lesão hepatocelular Hipertensão portal Cansaço Fadiga Perda de apetite Náuseas Fraqueza Perda de peso Dor abdominal Inchaço Equimose e sangramento Icterícia Prurido Ginecomastia/atrofia gonodal Anasarca e ascite Alteração do sensório Desnutrição Sensibilidade medicamentosa Câimbras Vasodilatação Circulação hiperdinâmica Infecções Febre Varizes Hemorragia digestiva Circulação colateral Hemorróidas Ascite Edema de membros Hiperesplenismo
Sinais e sintomas da cirrose hepática
Sinais associados à cirrose Eritema palmar
Icterícia cutâneo-mucosa
Circulação porto-cava
Hipertensão portal
Varizes esofágicas
Sinais associados à cirrose Ascite e circulação colateral
Sinais associados à cirrose Ginecomastia
Sinais associados à cirrose Aranhas vasculares (spiders)
Mortalidade por cirrose hepática Brasil (2001) 7,5/100.000 hab. Inglaterra (1998) 7/100.000 hab. Itália 20,5/100.000 hab
Causas de mortalidade no Brasil
Taxa de sobrevivência na cirrose Sobrevivência de acordo com a descompensação no diagnóstico (A) e na evolução (B)
Considerações finais A história está associada a sua etiologia No início, a lesão hepática é assintomática A evolução é lenta e progressiva Os sinais e sintomas são característicos na fase avançada O diagnóstico tardio tem implicações prognósticas sombrias