Patologias da coluna vertebral



Documentos relacionados
Anatomia da Medula Vertebral

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA. Nome do Candidato Caderno de Prova 30, PROVA DISSERTATIVA

12º Imagem da Semana: Ressonância Magnética de Coluna

COLUNA LOMBAR TODOS OS PERIÓDICOS ESTÃO NO ACERVO DA BIBLIOTECA DA FACULDADE.

INVOLUÇÃO X CONCLUSÃO

COLUNA VERTEBRAL RAUL KRAEMER

DOENÇAS DA COLUNA CERVICAL

ESCOLIOSE. Prof. Ms. Marcelo Lima

Avaliação Fisioterapêutica da Coluna Lombar

Médico Neurocirurgia da Coluna

LOMBALGIA. Prof. Jefferson Soares Leal Turma: Fisioterapia e Terapia Ocupacional Faculdade de Medicina da UFMG

Data: 23/12/2013. NTRR 261/2013 Solicitante: Drª. Juliana Mendes Pedrosa Juiza de Direito - Itambacuri Numeração:

Artropatias inflamatórias crônicas

Proteger a medula espinal e os nervos espinais. Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça

PREVINA AS DEFORMIDADES DA COLUNA VERTEBRAL DO SEU FILHO!

É responsável pelo movimento do corpo

ÓRTESES PARA ESCOLIOSE E CIFOSE PROF : ALAN DE SOUZA ARAUJO

Imagem da Semana: Radiografia, Tomografia Computadorizada

COLUNA VERTEBRAL II TORRE DE PISA (ITÁLIA)

s.com.br Prof. Ms. José Góes Página 1

Anatomia da Medula Vertebral

3.2 A coluna vertebral

3.4 Deformações da coluna vertebral

LOMBALGIA. Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG Departamento do Aparelho Locomotor. Prof. Jefferson Soares Leal

Reumatismos de Partes Moles Diagnóstico e Tratamento

2. ANATOMIA. Fig.2.1 Coluna Vertebral (SOBOTTA, 1999, p.2).

Deformidades da Coluna Vertebral

DIAGNÓSTICO DAS LOMBALGIAS. Luiza Helena Ribeiro Disciplina de Reumatologia UNIFESP- EPM

ANATOMIA e SEMIOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL. Prof. Dr. GABRIEL PAULO SKROCH

Reabilitação em Dores Crônicas da Coluna Lombar. Michel Caron Instituto Dr. Ayrton Caron Porto Alegre - RS

Semiologia Ortopédica Pericial

Incidência das alterações posturais em escolares do ensino fundamental

Prof. Ms. José Góes Página 1

Conceitos fundamentais Escoliose Idiopática Desvio lateral da coluna com rotação sem causa conhecida > 10º

O que é ERGONOMIA? TERMOS GREGOS: ERGO = TRABALHO NOMIA (NOMOS)= REGRAS, LEIS NATURAIS

ESTUDO DO MOVIMENTO OSTEOLOGIA COLUNA VERTEBRAL E TÓRAX 1 TERMOS DIRECCIONAIS ORIENTAÇÃO DO TIPOS DE OSSOS MOVIMENTOS ARTICULARES

ESCOLIOSE Lombar: Sintomas e dores nas costas

s.com.br Prof. Ms. José Góes Página 1

Diretrizes. Mielopatia Espondilótica. Mario Augusto Taricco. Agradecimentos ao Dr. Mario Pena Dias. Neurocirurgia do HCFMUSP

LOMBALGIAS: MECANISMO ANÁTOMO-FUNCIONAL E TRATAMENTO

Análise de experiências em nucleoplastia

área acadêmica. Anatomia radiológica da coluna. estudo por imagem da coluna vertebral

Lombociatalgia.

OSTEOPOROSE VS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS USANDO A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUANTITATIVA

Uma Definição: "Estudo entre o homem e o seu trabalho, equipamentos e meio ambiente".

Escola de Massagem Estética e Terapêutica. Espondiolaterapia : Programa: Programa Curso Profissionalizante 2011 vr.2

PORQUÊ EU TENHO DORES NAS COSTAS?

Odirlei J. Titon e André Luis David

O exercício no tratamento dos distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral

ANEXO III DIRETRIZES CLÍNICAS

Avaliação Integrada. Profº Silvio Pecoraro. Specialist Cooper Fitness Center Dallas Texas/USA Cref G/SP

ANULOPLASTIA INTRADISCAL ELECTROTHERMAL THERAPY IDET

EXERCÍCIOS SISTEMA ESQUELÉTICO

área acadêmica. estudo por imagem da coluna vertebral

Constituição do Esqueleto

Por esse motivo é tão comum problemas na coluna na sua grande maioria posturais.

EXPERIÊNCIA COM O EFEITO DINÂMICO DA COMPRESSÃO AXIAL NO CANAL ESPINHAL LOMBAR

LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL NOS ESPORTES.

A causa exata é determinada em apenas 12-15% dos pacientes extensamente investigados

DISTÚRBIOS DA COLUNA VERTEBRAL *

ROGéRIO PEREIRA Rogério Pereira é Fisioterapeuta e docente universitário.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO E EDUCAÇÃO CONTINUADA DA SBOT-RJ ORTOCURSO SBOT-RJ/COLUNA CURSO PREPARATÓRIO PARA O TEOT 22 de Agosto de 2015 NOME:

Foram estabelecidos critérios de inclusão, exclusão e eliminação. Critérios de inclusão: todos os dançarinos com síndrome da dor femoropatelar.

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO E EDUCAÇÃO CONTINUADA DA SBOT-RJ ORTOCURSO SBOT-RJ/COLUNA CURSO PREPARATÓRIO PARA O TEOT 22 de Agosto de 2015 NOME: HOSPITAL:

UM ESTUDO DA COLUNA VERTEBRAL: POSICIONAMENTO E ANATOMIA

Alterações. Músculo- esqueléticas

Reabilitação fisioterapêutica do idoso com osteoporose

A Escoliose e suas Formas de Tratamento

04/11/2012. rígida: usar durante a noite (para dormir) e no início da marcha digitígrada, para manter a ADM do tornozelo.

Coluna Vertebral. Coluna Vertebral Cinesiologia. Renato Almeida

SÍNDROMES DOLOROSAS 1 de 5 FATORES PREDISPONENTES QUADRO CLÍNICO EXAMES PARA DIAGNÓSTICO ESTRUTURA COMPROMETIDA PATOLOGIA

Imagem da Semana: Ressonância Magnética

ABORDAGEM E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PROBLEMAS NA COLUNA VERTEBRAL E MEDULA ESPINHAL

Postura corporal hábitos causas e consequências

UM ANO DE PROGRESSO EM LOMBALGIA COMUM. Fernando Saraiva. Hospital de Santa Maria

POSTURA CORPORAL/DOENÇAS OCUPACIONAIS: UM OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE AS DOENÇAS OSTEOARTICULARES

Exames Radiográficos de Coluna: Abordagem, Incidências e Posicionamentos do Usuário

Instabilidade Femuropatelar

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO E EDUCAÇÃO CONTINUADA DA SBOT-RJ ORTOCURSO SBOT-RJ/COLUNA CURSO PREPARATÓRIO PARA O TEOT 22 de Agosto de 2015 NOME:

Patologia da Coluna Vertebral Não Traumática. Cadeira de Ortopedia FML

PROVA ESPECÍFICA DE FISIOTERAPIA. Conforme a Síndrome de De Quervain, estão corretas as afirmações, EXCETO:

Reunião de casos clínicos

Cuidando da Coluna e da Postura. Texto elaborado por Luciene Maria Bueno. Coluna e Postura

19/10/2010. Breve revisão anatômica. Síndromes medulares. Breve revisão anatômica. Breve revisão anatômica. Profa. Patrícia da Silva Sousa Carvalho

Escoliose: uso de órteses

LESÕES DA COLUNA TORÁCICA

CINESIOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

Prevalência dos dez Distúrbios Ortopédicos mais Freqüentes na Clínica Escola de. Fisioterapia da UNISUL 1. Resumo

Uso do Método do RPG no Tratamento de Paciente de Escoliose Estrutural

Dor no Ombro. Especialista em Cirurgia do Ombro e Cotovelo. Dr. Marcello Castiglia

- As Alterações dos Desvios do Eixo da Coluna Vertebral (ADEC);

Educação em Saúde como Princípio Básico para Prevenção de Alterações da Coluna Vertebral em Escolares

CURSO DIAGNÓSTICO MECÂNICO e TRATAMENTO TÉCNICA de McKENZIE. Parte A Coluna Lombar

ESTUDO DA INCIDÊNCIA DE DOR LOMBAR EM ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS DE FISIOTERAPIA

Avaliação Postural e Flexibilidade. Priscila Zanon Candido

DE VOLTA ÀS AULAS... CUIDADOS COM A POSTURA E O PESO DA MOCHILA!

Médico Cirurgia de Coluna

FACULDADES INTEGRADAS DO TAPAJÓS FIT

Capsulite Adesiva ou Ombro Congelado Congelado

Comitê de Desenvolvimento

Transcrição:

Disciplina de Traumato-Ortopedia e Reumatologia Patologias da coluna vertebral Prof. Marcelo Bragança dos Reis

Introdução Escoliose idiopática Dorso curvo Cervicobraquialgia Lombalgia e lombociatalgia Estenose do canal vertebral Espondilolistese

Escoliose Definição Deformidade tridimensional da coluna vertebral Desvio no plano frontal >10º Alterações no plano sagital e axial

Escoliose Definição Desvia a coluna da linha média no plano frontal Maior rotação está no ápice da curva Rotação ocorre em direção à convexidade da curva

Escoliose Definição Desvios normais da coluna vertebral - plano frontal: <10º - lordose cervical: 20º - 40º - cifose torácica: 20º - 40º - lordose lombar: 40º - 60º

Classificação Escoliose

Exame físico Escoliose

Exame físico Escoliose

Radiografias Escoliose

Radiografias Escoliose

Escoliose Radiografias Risser

Escoliose Radiografias Risser - potencial de crescimento

Escoliose Escoliose idiopática do adolescente Forma mais comum de escoliose Mais frequente em meninas - > 20º - 4 : 1 - > 40º - 8 : 1

Escoliose Escoliose idiopática do adolescente Fatores de risco de progressão - sexo feminino - estirão do crescimento - magnitude da curva - torácica > lombar

Escoliose Tratamento conservador Expectante - < 20º Colete - 20º a 40º Risser < 3

Escoliose Tratamento conservador Coletes - Milwaukee - Boston - OTLS

Escoliose Tratamento conservador Coletes - Milwaukee

Escoliose Tratamento conservador Coletes - Milwaukee

Escoliose Tratamento conservador Coletes - Boston

Escoliose Tratamento conservador Coletes - OTLS

Escoliose Tratamento conservador Coletes - OTLS

Escoliose Tratamento cirúrgico Artrodeses

Escoliose Tratamento cirúrgico Artrodeses

Dorso Curvo Definição Doença de Scheuermann Aumento da cifose torácica Cifose torácica ou tóraco-lombar rígida que acomete adolescentes

Quadro clínico Dorso Curvo

Dorso Curvo Critérios de Sorenson Cifose torácica > 45º Encunhamento > 5º em 3 corpos vertebrais consecutivos

Critérios de Sorenson Dorso Curvo

Dorso Curvo Diagnóstico diferencial Scheuermann Postural

Dorso Curvo Tratamento conservador Fisioterapia - postural ou deformidade discreta <50º - alongamento muscular: isquiotibiais, flexores do quadril, peitorais e paravertebrais lombares - fortalecimento dos músculos abdominais, glúteos, paravertebrais torácicos - conscientização postural

Dorso Curvo Tratamento conservador Colete - Milwaukee: curvas <70º em pacientes com potencial de crescimento - gessado: curvas < 80º

Dorso Curvo Tratamento cirúrgico Artrodese - abordagem anterior e posterior - indicação: curvas rígidas >80º

Cervicobraquialgia Causas Traumática Degenerativa Inflamatória Infeciosa Tumoral

Cervicobraquialgia Síndromes Dor cervical Radiculopatia Mielopatia

Cervicobraquialgia Dor cervical Principais causas - músculos - ligamentos - disco intervertebral - artrose das facetas

Cervicobraquialgia Radiculopatia Principais causas - compressão da raiz nervosa por hérnia de disco e osteófitos

Radiculopatia Cervicobraquialgia

Radiculopatia Cervicobraquialgia

Radiculopatia Cervicobraquialgia

Cervicobraquialgia Tratamento Conservador Cirúrgico

Lombalgia Relevância Causa mais frequente de limitação das atividades da vida diária nos adultos jovens 2ª maior causa de consultas médicas e afastamento do trabalho ( 1ª ap. respiratório) 70% das pessoas apresentam dor lombar em algum momento da vida

Lombalgia Etiologia Inespecíficas: 80% - muito mais comuns - não é possível definir a etiologia Específicas: 20% - hérnias discais, espondilolistese, espondiloartrose, estenose do canal...

Lombalgia Fatores de risco Idade > 55 anos Obesidade Hábito de dirigir por longos períodos Trabalho braçal Jornada de trabalho na posição em pé ou sentada

Lombalgia Fisiopatologia Disco intervertebral - uma das principais fontes de dor Degeneração discal - início de diversas alterações na coluna que vão levar à compensação e dor

Lombalgia Fisiopatologia Hérnia discal - ruptura do ânulo fibroso mais frequentemente próximo à sua inserção no corpo vertebral

Lombalgia Fisiopatologia Hérnia discal

Lombalgia Classificação Normal Protrusão Extrusão Sequestro

Lombalgia Classificação Normal Protrusão Extrusão Sequestro

Lombalgia Classificação Central Centro-lateral Foraminal Extraforaminal

Lombalgia Quadro clínico Hérnia discal - exame físico

Lombalgia Quadro clínico Hérnia discal - exame físico

Lombalgia Exames complementares Hérnia discal - RM

Lombalgia Exames complementares Hérnia discal - RM

Lombalgia Tratamento conservador Repouso - absoluto: contra-indicado - reltivo: 2 a 4 dias nos casos leves 10 dias na compressão radicular

Lombalgia Tratamento conservador Medicamentos - analgésicos - AINH - corticoides

Lombalgia - fortalecimento e alongamento da musculatura Tratamento conservador FST - estabilização do tronco paravertebral, isquiotibiais, glúteos e reto abdominal

Lombalgia Tratamento cirúrgico Indicação - falha do tratamento conservador - défict neurológico progressivo - síndrome da cauda equina

Lombalgia Tratamento cirúrgico Discectomia associada à laminotomia ou discectomia parcial Artrodese deve ser associada em casos que ocorre instabilidade

Estenose do canal Estenose do canal vertebral Estreitamento de seu diâmetro que pode causar compressão medular, no centro do canal vertebral, ou das raízes nervosas, nos forames intervertebrais

Estenose do canal Estenose do canal vertebral

Estenose do canal Etiologia Congênita - idiopática - acondroplasia Adquirida - degeneração discal e óssea espondilolistese - pós-traumática, iatrogênica, metabólica

Estenose do canal Etiologia Principal causa - degenerativa desidratação do disco redução da altura do disco hipermobilidade espondiloartrose

Estenose do canal Exames complementares Radiografias TC RM ENMG

Estenose do canal Tratamento conservador Redução das atividades Redução do peso Repouso durante fase aguda

Estenose do canal Tratamento conservador FST - fase aguda: métodos analgésicos - exercícios para equilíbrio muscular após a fase aguda - não há comprovação científica do efeito benéfico de técnicas manipuladoras

Estenose do canal Tratamento conservador Medicamentos - analgésicos - AINH - corticoides

Estenose do canal Tratamento cirúrgico Indicação - falha do tratamento conservador - piora progressiva dos sintomas e qualidade de vida - défict neurológico progressivo - síndrome da cauda equina

Estenose do canal Tratamento cirúrgico Urgência - síndrome da cauda equina aguda

Estenose do canal Tratamento cirúrgico Princípios - descompressão completa da medula espinhal e das raízes nervosas - estabilização da coluna vertebral no local da descompressão quando necessário

Tratamento cirúrgico Estenose do canal

Espondilolistese Definição Escorregamento de um segmento da coluna vertebral

Espondilolistese Classificação I - Displásica

Espondilolistese Classificação I - Displásica

Espondilolistese Classificação II - Ístimica

Espondilolistese Classificação III - Degenerativa

Espondilolistese Classificação IV - Traumática

Espondilolistese Classificação V Patológica

Grau de escorregamento Espondilolistese

Espondilolistese Grau de escorregamento Meyerding I - < 25% II 25 a 50% III 50 a 75% IV 75 a 100% V ptose vertebral

Espondilolistese Tratamento Conservador Cirúrgico

Tratamento cirúrgico Espondilolistese