PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO



Documentos relacionados
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PAULO ALCIDES. São Paulo, 12 de julho de 2012.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Preparo comprovado às fls. 49/52.

SENTENÇA. Maxcasa Xii Empreendimentos Imobiliários Ltda

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ALEXANDRE LAZZARINI (Presidente) e COSTA NETTO.

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ISRAEL GÓES DOS ANJOS (Presidente sem voto), CARLOS ABRÃO E SERGIO GOMES.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), BONILHA FILHO E RENATO SARTORELLI.

357 VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR APELAÇÃO CÍVEL PROCESSO Nº ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

QUINTA CÂMARA CÍVEL Apelação Cível nº Relator: DES. HENRIQUE CARLOS DE ANDRADE FIGUEIRA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente sem voto), FRANCISCO LOUREIRO E EDUARDO SÁ PINTO SANDEVILLE.

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O 6ª Turma KA/cbb/tbc

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Relator: Desembargador CELSO LUIZ DE MATOS PERES

E M E N T A: RESPONSABILIDADE POR DANO MORAL. DÍVIDA PAGA. TÍTULO INDEVIDAMENTE PROTESTADO. ILEGALIDADE. PROVA. PRESUNÇÃO DO DANO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Nº COMARCA DE CACHOEIRINHA A C Ó R D Ã O

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR

DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Pará BELÉM SECRETARIA 1ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA ACÓRDÃO - DOC: Nº

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ALVARO PASSOS (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

RECURSOS IMPROVIDOS.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 6ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. apelante CAMARGO CORREA - RODOBENS EMPREENDIMENTOS. IMOBILIARIOS SPE LTDA., são apelados ISAAC (Omitido) e outra.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

SENTENÇA. Processo Digital nº: Classe - Assunto Procedimento Ordinário - Espécies de Contratos Requerente: Requerido:

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DESEMB - CARLOS SIMÕES FONSECA 11 de dezembro de 2012

Recurso Ordinário:

VIGÉSIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores RUBENS RIHL (Presidente) e JARBAS GOMES. São Paulo, 18 de setembro de 2013.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO RO Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA MADALENA TELESCA Órgão Julgador: 3ª Turma

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Décima Sexta Câmara Cível

2ª FASE OAB CIVIL Direito Processual Civil Prof. Renato Montans Aula online. EMBARGOS INFRINGENTES (Art do CPC)

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE KELLY BORCHARDT GREGORIS CLARO DIGITAL S/A A CÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL ACÓRDÃO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CARLOS MALHEIROS (Presidente) e CAMARGO PEREIRA.

ACÓRDÃO. (Presidente sem voto), FRANCISCO BIANCO E NOGUEIRA DIEFENTHALER. São Paulo, 17 de setembro de 2015.

A=C=Ó=R=D=Ã=O Vistos e etc.

2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SILVIA ROCHA (Presidente) e PEREIRA CALÇAS. São Paulo, 8 de agosto de 2012.

Registro: ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Dados básicos. Ementa: Íntegra

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO 106 ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. São Caetano do Sul, em que são apelantes GAFISA S/A (E. OUTROS(AS)) e ABYARA BROKERS INTERMEDIAÇÃO

EXMº SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DO 12º JUIZADO ESPECIAL CIVEL DO MEIER DA COMARCA DA CAPITAL.

Florianópolis, 29 de fevereiro de 2012.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível Av Lauro Sodré, 1728, São João Bosco,

PODER JUDICIÁRIO. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Superior Tribunal de Justiça

APELAÇÃO CÍVEL Nº

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL RELATOR: DES. MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO RO Fl.1

TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR

EMENTA CIVIL - DANOS MORAIS - NEGATIVA NA CONCESSÃO DE PASSE LIVRE EM VIAGEM INTERESTADUAL - TRANSPORTE IRREGULAR - INDENIZAÇÃO DEVIDA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa

APELAÇÃO. SEPARAÇÃO. PARTILHA. DERAM PARCIAL PROVIMENTO. Nº COMARCA DE ERECHIM A C Ó R D Ã O

Superior Tribunal de Justiça

2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº RELATORA: DES

P O D E R J U D I C I Á R I O

Nº COMARCA DE SANTO ÂNGELO CENILDO FERREIRA MARTINS R E L ATÓRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo. Apelação nº São Paulo - VOTO Nº 4/9. fls. 4

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Supremo Tribunal Federal

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

GJBB Nº /CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

140 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1ª CÂMARA CRIMINAL HABEAS CORPUS Nº

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

<CABBCABCCBBACADCBAADBDAACABCBCDCBAAAA DDADAAAD> A C Ó R D Ã O

APELAÇÃO CÍVEL N ( ) COMARCA DE AURILÂNDIA APELANTE

149 º

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS PODER JUDICIÁRIO BELO HORIZONTE 10ª TURMA RECURSAL DE BELO HORIZONTE

Transcrição:

fls. 1 Registro: 2016.0000032905 232 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0027207-72.2012.8.26.0577, da Comarca de São José dos Campos, em que é apelante/apelado RENAULT DO BRASIL S/A, é apelado/apelante LUCIENE BIANCA ALVES. ACORDAM, em 33ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso da ré e deram parcial provimento ao recurso da autora. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores EROS PICELI (Presidente) e SÁ DUARTE. Sá Moreira de Oliveira RELATOR Assinatura Eletrônica São Paulo, 1 de fevereiro de 2016

fls. 2 Comarca: São José dos Campos Apelante/Apelado: Renault do Brasil S/A Apelado/Apelante: Luciene Bianca Alves TJSP 33ª Câmara de Direito Privado (Voto nº SMO 22056) BEM MÓVEL Ação de reparação por dano moral Defeito de veículo e responsabilidade da ré, fabricante Não acionamento do dispositivo de segurança (air bag) Danos morais Valor majorado Honorários advocatícios adequadamente fixados. Apelação da ré não provida e apelação da autora parcialmente provida. Trata-se de recursos de apelação interpostos por RENAULT DO BRASIL S/A (fls. 206/219) e LUCIENE BIANCA ALVES (fls. 224/232) contra r. sentença de fls. 196/200 proferida pelo MM. Juiz da 8ª Vara Cível da Comarca de São José dos Campos, Dr. Luiz Antonio Carrer, que julgou procedente a ação de reparação de danos morais movida por LUCIENE BIANCA ALVES em face de RENAULT DO BRASIL S/A para condenar esta ao pagamento àquela do valor de R$ 5.000,00, condenando-a ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios arbitrados em 15% sobre o valor da condenação. A ré nega tenha havido vício ou defeito do produto. Afirma que o cinto de segurança bastou para preservar a vida de seus ocupantes durante o acidente. Destaca a impossibilidade de realização de perícia direta no bem. Ressalta que a autora não realizava os testes e manutenções preventivas no automóvel junto às redes credenciadas. Pontua a necessidade de afastamento de sua condenação ao pagamento de danos morais à autora. Entende tratar-se, no máximo, de meros dissabores, sem abalo à honra da autora. Requer a redução dos honorários advocatícios. Prequestiona a matéria arguida para o caso de eventual interposição de recurso às instâncias extraordinárias. Postula o provimento do recurso. Recorre a autora para ver majorado o valor da indenização e dos honorários advocatícios arbitrados. Pontua ter havido perigo iminente à sua vida. Relata a reiteração de casos análogos com o mesmo de veículo fabricado pela 2

fls. 3 ré, ressaltando que os valores das indenizações a título de danos morais destes precedentes variam de trinta a sessenta salários mínimos. Requer a majoração do valor arbitrado para R$ 47.280,00, ou outro que se reputar devido. Pleiteia a majoração dos honorários advocatícios para 20% do valor da condenação. Postula o provimento do recurso. Contrarrazões da ré às fls. 265/275. É o relatório. recurso da autora merece parcial provimento. O recurso da ré não merece provimento, enquanto o Trata-se de ação de reparação por danos morais em que pretende a autora que a ré seja condenar a reparar-lhe pelos prejuízos advindos do não acionamento do sistema de air bag de veículo fabricado pela ré no momento do acidente. A discussão cinge-se à necessidade, ou não, do acionamento do equipamento de segurança no momento do acidente e quanto à existência de eventual dano moral oriunda do fato do seu não funcionamento. De acordo com as informações contidas nos autos, para o acionamento das bolsas de segurança é necessária a confluência de diversos fatores: colisão frontal, ângulo de impacto de até no máximo 30º à esquerda ou à direita em relação à direção frontal, determinada velocidade, brusca desaceleração, dentre outros, de forma que o calculador localizado dentro do modulo de controle do veículo avalie a necessidade, ou não, de ativar o mecanismo para a proteção dos seus ocupantes. No laudo pericial de fls. 120/146 o Sr. Perito concluiu que as variáveis foram atingidas, de forma que houve falha do sistema ao não ser acionada a bolsa (fls. 126). Embora não analisado o veículo diretamente, o laudo pericial foi produzido com cautela por inspetor técnico automobilístico, devidamente inscrito no CREA/SP sob o nº 5061379676, com base em pesquisas, documentos dos autos e nos depoimentos colhidos, de forma que não há como se duvidar de sua credibilidade. 3

fls. 4 Assim, o produto é defeituoso, pois não ofereceu à autora a segurança que dele esperava, nos termos do artigo 12, do Código de Defesa do Consumidor. Presente o dano moral. Como constou da r. sentença,...a autora optou pela compra de um carro com esse dispositivo pensando em sua segurança. Por isso pagou o preço correspondente. Ao se constatar que o airbag falhou o consumidor se sente desprotegido e inseguro, pois não haveria o porquê de se adquirir um veículo com preço superior se o que lhe é prometido não lhe é entregue efetivamente. (fls. 198). Tratou-se de vício em componente ligado à segurança, com possibilidade de grave risco para a vida e integridade física da autora e de quem viesse a se utilizar do veículo dela. Evidente que a situação trouxe frustração à autora, insegurança, sensação de angústia e aflição, sentimentos que extrapolaram o mero aborrecimento e caracterizaram o abalo moral. Com relação ao montante fixado, entendo que o valor da indenização pelo dano moral deve compensar, já que nada restabelece pela natureza personalíssima do bem lesado, e também reprimir, mas com razoabilidade. Assevera Sergio Cavalieri Filho: O importante, destarte, para a configuração do dano moral não é o ilícito em si mesmo, mas sim a repercussão que ele possa ter 1. Yussef Said Cahali, por sua vez, na obra 'Dano Moral', observa que a quantificação do dano há de ser feito de modo prudente pelo julgador, resolvendo-se a questão em juízo valorativo de fatos e circunstâncias, a fim de atender a peculiaridade do caso concreto. Como regra de experiência, lista os seguintes fatos e as circunstâncias: 1º) A natureza da lesão e a extensão do dano: Considerase natureza da lesão, a extensão do dano físico, como causador do sofrimento, da tristeza, da dor moral vivenciados pelo infortúnio. 2º) Condições pessoais do ofendido: Consideram-se as condições pessoais do ofendido, antes e depois da ofensa à sua integridade corporal, tendo em vista as repercussões imediatas que a deformação lhe acarreta em suas novas condições de vida. (...) 1 Programa de Responsabilidade Civil. Atlas: São Paulo, 7ª Edição, 2007, pág. 81 4

fls. 5 3º) Condições pessoais do responsável: Devem ser consideradas as possibilidades econômicas do ofensor, no sentido de sua capacidade para o adimplemento da prestação a ser fixada (...). 4º) Equidade, cautela e prudência: A indenização deve ser arbitrada pelo juiz com precaução e cautela, de modo a não proporcionar enriquecimento sem justa causa da vítima; a indenização não deve ser tal que leve o ofensor à ruína nem tanto que leve o ofendido ao enriquecimento ilícito. (...) 5º) Gravidade da culpa (...) 2. E, assim, considerados todos os elementos da lide, as condições socioeconômicas das partes e, ainda, a gravidade da falha, em que pese o entendimento do MM. Juízo a quo, reputo ser a fixação insuficiente para compensar e principalmente reprimir. indenização para R$ 10.000,00. Assim, a autora tem razão para que se majore a Em relação à recomposição do valor da moeda, este Relator entende que deve ser corrigido a partir da r. sentença, conforme prescrição da Súmula nº 362 do Superior Tribunal de Justiça. Todavia, resta vencido quanto ao termo e a extensão da base de cálculo para essa correção, entendendo a maioria desta Câmara que a correção a partir da r. sentença restringe-se ao que fora determinado lá, ou seja, aos R$ 5.000,00, e, para a diferença, caberia a incidência de correção monetária a partir do presente v. acórdão. Quanto aos honorários advocatícios, adequada a sua fixação em 15% sobre o valor da condenação, considerados os critérios do 3º, do artigo 20, do Código de Processo Civil. Por tais fundamentos, por unanimidade, nega-se provimento ao recurso da ré e dá-se parcial provimento ao recurso interposto pela autora exclusivamente para majorar o valor da indenização por danos morais para R$ 10.000,00. E, em relação à correção monetária, em aplicação à Súmula 362 do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, entende-se que deverão os R$ 5.000,00 ser corrigidos a partir da r. sentença e os R$ 5.000,00 a partir do presente v. acórdão. 2 Cahali, Yussef Said. Dano moral. 4ª Ed rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 219/221. 5

fls. 6 SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA Relator 6