CESUMAR CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ PRÓ-REITORIA ACADÊMICA DIRETORIA DE ENSINO NAP NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO - 1 - PROJETO INTÉRPRETES DE LIBRAS



Documentos relacionados
PROJETO DE LEI N O, DE 2004

Secretaria Municipal de Educação Claudia Costin Subsecretária Helena Bomeny Instituto Municipal Helena Antipoff Kátia Nunes

JANGADA IESC ATENA CURSOS

FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA PROJETO PARA INCLUSÃO SOCIAL DOS SURDOS DA FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador CRISTOVAM BUARQUE

CÂMARA MUNICIPAL DE ITABORAÍ ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

ACESSIBILIDADE E DIREITOS DOS CIDADÃOS: BREVE DISCUSSÃO

A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS VISUAIS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM DE ALUNOS SURDOS.

Educação Acessível para Todos

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA FENEIS SOBRE A EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS (EM RESPOSTA À NOTA TÉCNICA Nº 5/2011/MEC/SECADI/GAB)

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

RESOLUÇÃO N. 010 /CME/2011 (*) APROVADA EM O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MANAUS, no uso de suas atribuições legais e;

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

POLÍTICAS INSTITUCIONAIS DE ACESSIBILIDADE. - Não seja portador de Preconceito -

Decreto Lei de LIBRAS

Considerações sobre o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

PREFEITURA DE GOIÂNIA 1 GABINETE DO PREFEITO

REFLEXÕES INICIAIS DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA INCLUIR OS DEFICIENTES AUDITIVOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

LIBRAS: A INCLUSÃO DE SURDOS NA ESCOLA REGULAR

CURSO DE CAPACITAÇÃO EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS -LIBRAS. Categoria do projeto: I Projetos em andamento (projetos em execução atualmente)

Inclusão de Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais no Ensino Superior

Fundamentos e Práticas em Libras II

A língua brasileira de sinais. A língua brasileira de sinais - LIBRAS

REGULAMENTO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FACULDADE DE APUCARANA FAP

PROJETO DE LEI N.º 431, DE 2011 (Do Sr. Neilton Mulim)

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

CURSO: EDUCAR PARA TRANSFORMAR. Fundação Carmelitana Mário Palmério Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

Iniciando nossa conversa

Resolução nº 30/CONSUP/IFRO, de 03 de outubro de 2011.

DIREITOS DO TRABALHADOR COM DEFICIENCIA. PALAVRAS-CHAVES: Deficiência, Trabalho, Proteção Legal.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO CEPAE Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial

Art. 1º Definir o ensino de graduação na UNIVILLE e estabelecer diretrizes e normas para o seu funcionamento. DA NATUREZA

PEDAGOGO E A PROFISSÃO DO MOMENTO

RESOLVE: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

AIMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA COLABORATIVA ENTRE PROFESSORES QUE ATUAM COM PESSOAS COM AUTISMO.

Breve histórico da profissão de tradutor e intérprete de Libras-Português

PAINEL A MÚSICA NA LINGUAGEM DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: CONTRIBUIÇÕES DE LEV VIGOTSKI E A IMPLEMENTAÇÃO DO SUPORTE PEDAGÓGICO NO IM-UFRRJ

OS SENTIDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONTEMPORANEIDADE Amanda Sampaio França

Brasil. 5 O Direito à Convivência Familiar e Comunitária: Os abrigos para crianças e adolescentes no

Lei nº de 04/04/2013

EXPRESSÃO CORPORAL: UMA REFLEXÃO PEDAGÓGICA

Princípios da educação inclusiva. Profa Me Luciana Andrade Rodrigues

PROJETO DE LEI N o, DE 2008

Projeto de Lei n.º 1.291/2009 pág. 1 PROJETO DE LEI Nº 1.291/2009 SÚMULA: ESTABELECE NORMAS E CRITÉRIOS DE ADEQUAÇÃO PARA ACESSIBILIDADE ÀS PESSOAS

Prefeitura Municipal de Santos

MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS E RECURSOS DE ACESSIBILIDADE POR CANDIDATOS COM DEFICIÊNCIA E OUTRAS CONDIÇÕES ESPECIAIS COMPERVE

FACULDADE UNA DE SETE LAGOAS

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2009 (de autoria do Senador Pedro Simon)

PROJETO DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL N.º, DE 2011 (Da Sra. Rosinha da Adefal)

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Profª Drª Sonia Maria Rodrigues

ACESSIBILIDADE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: EXPERIÊNCIA COM UM ALUNO CEGO DO CURSO DE GEOGRAFIA, A DISTÂNCIA

A APAE E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Portadores de necessidades especiais: trabalhando com saúde. Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela

UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA NO CONTEXTO DE CRECHE

XLIII PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM DOS CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO - FNCE

DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

ANO LETIVO 2013/2014 CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO

O Sr. ÁTILA LIRA (PSB-OI) pronuncia o seguinte. discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores. Deputados, estamos no período em que se comemoram os

ESCOLA ESPECIAL RENASCER- APAE PROFESSORA: JULIANA ULIANA DA SILVA

11. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

REFLEXÕES ACERCA DA INCLUSÃO DOS SURDOS NO MERCADO DE TRABALHO

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

Documento Base do Plano Estadual de Educação do Ceará. Eixo Temático Inclusão, Diversidades e EJA

Universidade Federal de Roraima Centro de Educação CEDUC Curso de Pedagogia Laboratório de Informática

CAPÍTULO I DAS DIRETRIZES DO CURSO

TEXTO RETIRADO DO REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA APAE DE PASSOS:

PNE: análise crítica das metas

Dispõe sobre o atendimento educacional especializado aos alunos identificados com altas habilidades ou superdotados no âmbito do Município de Manaus.

Carta Aberta aos Estudantes e Trabalhadores dos Cursos de Graduação a Distância em Serviço Social no Brasil

Política de Formação da SEDUC. A escola como lócus da formação

EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA E AS NOVAS ORIENTAÇÕES PARA O ENSINO MÉDIO

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPROMISSOS E DESAFIOS

SÍNDROME DE DOWN E A INCLUSÃO SOCIAL NA ESCOLA

Constituição Federal - CF Título VIII Da Ordem Social Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto Seção I Da Educação

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

A importância da audição e da linguagem

Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO ESPECIAL: uma experiência de inclusão

A escola para todos: uma reflexão necessária

MELHORIA DA INFRAESTRUTURA FÍSICA ESCOLAR

A DANÇA E O DEFICIENTE INTELECTUAL (D.I): UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA À INCLUSÃO

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A

EMENTAS DAS DISCIPLINAS OFERECIDAS NO CURSO DE PEDAGOGIA Catálogo 2012

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Organização Curricular e o ensino do currículo: um processo consensuado

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL: ANÁLISES E PERSPECTIVAS

Projeto em Capacitação ao Atendimento de Educação Especial

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

Atendimento às pessoas com deficiência no serviço ao cidadão

Portaria 002/2012. O Secretário Municipal de Educação, no uso de suas atribuições, e considerando os preceitos legais que regem a Educação Especial:

III SEMINÁRIO EM PROL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Desafios Educacionais

A DISLEXIA E A ABORDAGEM INCLUSIVA EDUCACIONAL

Assunto: Orientações para a Organização de Centros de Atendimento Educacional Especializado

ENSINO DE BIOLOGIA E O CURRÍCULO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA REFLEXÃO INICIAL.

Transcrição:

- 1 - PROJETO INTÉRPRETES DE LIBRAS

- 2 - SUMÁRIO 1 JUSTIFICATIVA... 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 6 3 OBJETIVO GERAL... 11 4 METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE INTÉRPRETES NO CESUMAR... 11 5 CÓDIGO DE ÉTICA... 12 6 REFERÊNCIAS... 13

- 3-1 JUSTIFICATIVA Quando um bebê nasce surdo, ele desenvolve primeiramente as mesmas fases de linguagem que o bebê ouvinte, ou seja, grito de satisfação, choro de dor e fome, emite sons sem significados até mais ou menos 6 meses de idade e quando chega à fase de balbucio é que começa a ser diferenciado um do outro. Porque o bebê ouvinte, podendo ouvir os sons do ambiente ao redor de si tenta se comunicar emitindo sons, enquanto o bebê surdo, com a barreira causada pela surdez, não ouve sons do ambiente e por isto as primeiras palavras não surgem e conseqüentemente disso fica com a aquisição de linguagem atrasada e limitada por falta de continuidade e acesso aos conhecimentos e informações externas. Sabendo que a criança surda é inteligente e que o desenvolvimento da linguagem não depende da audição, o que faltou foi a oportunidade de comunicarse de forma adequada. É possível a aquisição de linguagem da criança surda seguir em trajetória a de criança ouvinte, contanto que a criança surda tenha acesso com a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS. Pelas pesquisas já feitas nos Estados Unidos e na Europa, comprovaram que as crianças surdas de pais surdos se saem melhor na oralização e na escrita que as outras crianças surdas de pais ouvintes, pois as mesmas não apresentam os problemas da defasagem de linguagem porque os pais surdos já estão se comunicando com os filhos esclarecendo todas as suas curiosidades naturais. Isto não quer dizer que estamos negando à criança surda o direito de se integrar a sociedade ouvinte, pelo contrário, usando LIBRAS como primeira língua desde cedo ela assimila o conteúdo desenvolvendo-se cognitivamente e emocionalmente, o que facilitará a aprendizagem da segunda língua, o português - que poderá ser através da escrita e leitura ou da fala e leitura labial. Mas antes de tudo, devemos aceitar a LIBRAS como a primeira língua dos surdos. Segundo a FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), o Brasil tem aproximadamente 5% da comunidade surda total estudando em Universidade sendo que os demais 95% são incapazes de lidar com o português escrito. Devido de ter sido negado à criança surda a aquisição da primeira língua: LIBRAS e com isto a segunda língua ficou pobre, fragmentada e limitada e ao

- 4 - ingressar na escola regular a criança surda enfrenta seu maior problema: a barreira de comunicação. Há muitos graus de perda auditiva, hoje dizemos que surdos são aqueles que usam a língua de sinais para se comunicar e deficientes auditivos aqueles que com uma prótese podem reconhecer pelo som as palavras. Os surdos são aquelas pessoas que utilizam a comunicação espaço-visual como principal meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala. A maioria das pessoas surdas no contato com outros surdos, desenvolvem a Língua de Sinais. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua oral (fala). A educação de uma pessoa surda se dará de forma diferente de acordo com a época em que a surdez acontecer. Ela precisará de um atendimento especializado para conseguir uma educação de qualidade e poder participar da sociedade como cidadã. A FENEIS sempre acompanha as pesquisas e direcionamentos dados á educação dos surdos em cumprimento de sua missão que visa a educação e a integração dos surdos. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE) é que o Brasil atingiu o século XXI com uma população de aproximadamente 169,8 milhões de habitantes. Segundo dados oficiais, projetados pela CORDE (Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), 14,5% da população brasileira apresente algum tipo de deficiência, o que equivale a 24,5 milhões de pessoas, das quais, 16,7% ou cerca de 4.100.000 são surdos. Esses dados foram calculados com base no índice da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que o número de pessoas com algum tipo de deficiência oscila entre 10 e 15% da população total dos países em desenvolvimento. O senso 2000 (BRASIL, 2003), por exemplo, já indicou que Maringá, no Paraná, tem em torno de 288,7 mil habitantes. Dessa população, 16,7% apresenta pelo menos algum tipo de deficiência (mental, física, auditiva ou visual), o que corresponde a 48,3 mil pessoas, das quais, segundo os critérios da OMS, cerca de 3300 são deficiente auditivos.

- 5 - O CESUMAR tem a sua atuação em uma vasta área geográfica que compreende 119 municípios e tem se caracterizado como uma instituição verdadeiramente regional, refletida principalmente nas suas atividades de pesquisa, extensão e cultura voltada ao atendimento das necessidades regionais e tem por finalidade promover a cultura através da pesquisa e do desenvolvimento das ciências, letras e artes; formar pessoas habilitadas para a investigação filosófica, cientifica e literária, os exercícios das profissões liberais, técnico-científicas e do magistério; prestar serviço á comunidade. Dentre os serviços prestados á comunidade, destacam-se os na área da saúde, com a clínica odontológica, farmácia ensino, clínica fonoaudiológica, clínica de fisioterapia, clínica de psicologia, Hospital Veterinário entre outros. Os da área jurídica, com o Serviço de Assistência Judiciária, além dos diversos programas em outras áreas, destinados á comunidade externa. Maringá é uma referencia importante na área de atendimento às pessoas com necessidade especial; ela conta com escolas especializadas na área de deficiência mental, auditiva, visual, física, autismo e condutas típicas, além de uma entidade que oferece orientações á família e apoio escolar para fissurados lábios-palatais. Um ponto que merece destaque é a intensa participação das pessoas com necessidades especiais na sociedade mediante a atuação das entidades de pessoas com deficientes, com o CVI Centro de Vida Independente, cuja representação em Maringá foi a primeira a ser criada em uma cidade do interior do país; a ASUMAR Associação de Surdos de Maringá, a ADEVIMAR Associação dos Deficientes Visuais de Maringá; a APADEFI Associação Paranaense de Deficientes Físicos, entidades combativas no que se refere á defesa dos direitos de seus membros, quanto no atendimento de suas necessidades básicas, como profissionalização e trabalho, assistência social, esporte, culta e lazer. A cidade de Maringá também conta com o Conselho de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência CMPPD em plena atividade, de Promotoria Especial de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiências atuante, além dos trabalhos de entidades confessionais.

- 6 - Nesse sentido, o CESUMAR tem se destacado no atendimento a alunos com necessidades educativas especiais e realiza contratação de intérpretes pra melhor atender os acadêmicos portadores de deficiência auditiva. Além da contratação de intérpretes também está sendo viabilizado a oferta de disciplina de LIBRAS língua brasileira de sinais, para os cursos de Fonoaudiólogia, de Psicologia, de Fisioterapia, de Odontologia, Licenciatura em geral, de Direito, de Turismo, ou outros, com intuito de atender a legislação vigente, mas também, de eliminar as barreiras na comunicação para os surdos, transformando o CESUMAR em local de referência para outras Instituições de Ensino Superior. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As conquistas relativas aos direitos dos portadores de deficiências são bastantes recentes se consideradas sob um prisma histórico, visto que o avanço se deu praticamente no século XX. Até meados dos anos 70, a questão da deficiência no Brasil sempre foi encaminhada pelos técnicos ou responsáveis considerados especialistas na área. A meta principal do grupo era o atendimento assistencialista dos portadores de deficiência dentro de instituição para PPDs. O principio que norteava essas ações era o da normalização, isto é, as ações educativas eram focalizadas em tornar o sujeito especial, o mais próximo possível do sujeito normal, tornando a participação na sociedade responsabilidade do individuo com necessidades especiais, ou do grau de normalização alcançado. As primeiras entidades a se organizar em nível nacional foram: o Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos, fundado em 1954; a Federação Nacional das APAES, criadas em 1962, a Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi, em 1970 e a Federação Brasileira de Instituições de Excepcionais, a FEBIEX, fundada em 1974. Em 1979, acompanhando um movimento em nível mundial detonado pela ONU ao instituir para 1981, o Ano Internacional das Pessoas Deficientes AIPD, alguns grupos organizados dirigidos por portadores de deficiência das várias áreas começaram a se reunir para preparar o segmento. Como conseqüência, em 1980,

- 7 - em Brasília, aconteceu o I Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes que contou com a presença de cerca de mil participantes, representantes de cegos,surdos, deficientes físicos e hansenianos, vindos de todo o Brasil. As entidades de e não para deficientes começam a se fortalecer. Neste encontro aprovou-se a primeira pauta de lutas do grupo,crio-se a primeira entidade representativa Coalisão Nacional englobando todas as áreas e definiu-se a política a ser adotada no ano seguinte, o AIPD. A principal característica do movimento que surgia era a representação pelos próprios portadores de deficiência e não mais pelos especialistas. O ano de 1984 foi decisivo para o movimento, pois foram fundadas a FEBEC Federação Brasileira de Entidades de Cegos; a ONEDEF Organização Nacional de Entidades de Deficientes Físicos, a FENEIS Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos e o MORHAN Movimento de Reintegração dos Hansenianos. Alem disso, em dezembro de 1984, criou-se o Conselho Brasileiro de Entidades de Pessoas Deficientes, para reunir as quatro entidades e substituir a Coalisão Nacional, sendo toda esta estrutura, organizada e gerida pelos próprios deficientes, sob o lema o AIPD Plena Participação e Igualdade, lançando no Brasil o Movimento de auto-ajuda em torno de um grupo até então tutelado pelo estado e pelas instituições assistências. Atualmente, existe o CONADE Conselho dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência. Em 1985 fundou-se a Sociedade Brasileira dos Ostomizados e em 1987, os paralisados cerebrais, antes representados pelas entidades de deficientes físicos ou mentais, fundaram a APCB Associação de Paralisia Cerebral do Brasil. Como conseqüência das reivindicações desses movimentos de auto-ajuda, o Governo começou a se estruturar estabelecendo uma política favorecendo as PPDs e em 1987 é criada a CORDE Coordenadoria Nacional para a Integração das Pessoas Portadoras de deficiência, recriada pelo congresso em 1989 pela Lei 7.853. A primeira pessoa a dirigir a CORDE, foi a paranaense Maria de Lourdes Canziani, que por vinte anos havia dirigido o DEE Departamento de Educação Especial da SEED Paraná.

- 8 - No nível dos governos estaduais e municipais, surgem órgãos de apoio ás pessoas com deficiência, com a participação ativa dos representantes do movimento. Dentro dos partidos políticos surgem candidaturas de portadores de deficiências, muitos ocupando cargos atualmente, nos três níveis do Legislativo. Durante a década de 1980, o discurso referente ao atendimento as pessoas com necessidades especiais, enfatizava a INTEGRAÇÃO, que no campo educacional significava atendimento especial em escolas comuns; atividades extra classe em comum; currículos adaptados.dito de outra forma, as pessoas com deficiência partilhavam do mesmo espaço físico, porem continuavam separadas ate que possuíssem habilidades e competências suficientes para serem integradas á comunidade. Durante os anos 80, o movimento se expandiu em nível internacional, com a ONEDEF passando a representar o Brasil junto ao Disable People s Internacional, através de seu Conselho Latino Americano.Os cegos passam a acompanhar os avanços mundiais da área, mediante a filiação á UMC União Mundial dos cegos e á ULAC União Latino Americana de cegos e a FENEIS, liga os surdos ao World Federation of Deaf Federação Mundial de Suros, ampliando a sua atuação policia e amadurecendo suas lideranças. O trabalho dessas lideranças foi decisivo para uma das principais etapas da luta travada nos anos 80: uma mudança de postura em relação ás pessoas com necessidades especiais. O paternalismo daria lugar á equiparação de oportunidades. A tutela teria de ser substituída pela cidadania. Com intensa participação de todos os segmentos das pessoas com necessidades especiais, essa postura transparece na nova Constituição Brasileira, promulgada em outubro de 1988. Das reivindicações apresentadas pelo movimento, praticamente apenas a não adoção da LIBRAS como língua oficial do Brasil, não aconteceu naquele momento, embora hoje isso já tenha sido aprovado pelo Congrego Nacional, significando que LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais é uma língua oficial do Brasil, que consta hoje, com duas línguas oficiais: português e a LIBRAS. Toda essa mobilização em torno da deficiência reflete o inicio de um processo de conscientização social, não apenas da comunidade em geral mas,

- 9 - particularmente, das próprias PPDs exemplos simples, como a garantia do direito de ir e vir, com a construção de rampas de acesso, a oferta de transporte coletivo adaptado, a remoção de barreiras arquitetônicas, o direito ao intérprete, estacionamento especial, sistema Braille em bancos e restaurantes, enfim,são varias as conquistas concretas que podem ser notadas e partir da participação dos próprios deficientes, não mais como objetos das políticas traçadas para a área, mas, sim.como sujeito desta transformação social. No campo de mercado de trabalho várias empresas têm aberto suas portas para pessoas deficientes físicas ou sensorial e leis garantem a reserva de vagas nas empresas públicas e privadas. A educação conseguiu avançar e hoje já é possível encontrar PPD s cursando universidade e a ter acesso (concurso vestibular), regulamentado mediante portaria do MEC. Embora ainda discutível, a inclusão do PPDs no ensino regular, tem alterado o comportamento de criança e jovens frente às pessoas PPDs. Porém, todas essas conquistas não chegam a significar, de fato, uma melhoria para as condições de vida dos portadores de deficiência e seus familiares, pois a maioria desses recursos nem chega ao conhecimento da população diretamente interessada. A informação é instrumento valiosíssimo para a melhoria das qualidades de vida e para a luta dos deficientes pelos seus direitos e cidadania. Atualmente, o principio que sustenta as ações direcionadas às pessoas com deficiência é o da INCLUSÃO. De acordo com este princípio, a responsabilidade de participação na vida comunitária e social não depende mais apenas da pessoa com deficiência e de seu grau de competência, mas, sim, da preparação desta sociedade em recebê-lo. Tornando mais claro, exemplificamos com o caso especifico dos surdos. Anteriormente ao movimento da inclusão, a responsabilidade da integração era do deficiente auditivo este era obrigado a falar e a oralização era o único método de educação de surdos permitido pelos órgãos governamentais. Hoje, a LIBRAS é reconhecida, respeitada e, após decreto governamental que regulamenta a Lei 10.436 de 24 de abril de 2002 dispõe que:

- 10 - Art. 1º A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS será um componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas, do sistema federal de ensino. 1º Todos os cursos de licenciatura, o curso normal superior, o curso de pedagogia e o curso de educação especial serão considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. 2º A LIBRAS poderá constituir componente curricular optativo nos demais cursos superiores. Art. 8º As instituições de ensino da educação básica e superior, públicas e privadas, deverão garantir às pessoas surdas acessibilidade à comunicação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação. 1º Para garantir a acessibilidade prevista no caput, as instituições de ensino deverão: I - capacitar os professores para o ensino e uso da LIBRAS e para o ensino da Língua Portuguesa para surdos; II - viabilizar o ensino da LIBRAS e também da Língua Portuguesa para os alunos surdos; III - prover as escolas com o profissional Tradutor e Intérprete de LIBRAS e Língua Portuguesa, como requisito de acessibilidade à comunicação e à educação de alunos surdos em todas as atividades didático-pedagógicas; IV - viabilizar o atendimento educacional especializado para alunos surdos; V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de LIBRAS entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares. Apesar de se ter entrado no terceiro milênio, as dificuldades para colocar em prática os direitos assegurados na legislação às pessoas portadoras de deficiência são imensas, pois implica uma mudança muito mais de ordem cultural do que legislativa. O Ministério da Educação, com o intuito de assegurar a acessibilidade aos portadores de deficiência física e sensorial condições básicas de acesso ao ensino superior, de mobilidade e de utilização de equipamentos e instalações das instituições de ensino, publicou a Portaria n.3.284/03, que em seu art.2º, parágrafo 1º, determinou a eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo o acesso aos espaços de uso coletivo, reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviços, construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de

- 11 - cadeira de rodas, adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de cadeira de rodas, colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros, instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de todas. O CESUMAR tem atendido as determinações no que se refere à eliminação de barreiras arquitetônicas, podendo, inclusive, ser considerado exemplo nesse sentido. Para ser considerado um Centro Superior modelo no que se refere à acessibilidade, tão discutida nos dias atuais, resta também eliminar as barreiras de comunicação. 3 OBJETIVO GERAL Contratação de intérpretes para atendimento aos acadêmicos portadores de deficiência auditiva com o intuito de proporcionar-lhes uma aprendizagem significativa e conseqüentemente uma atuação competente e cidadã na sociedade. 4 METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE INTÉRPRETES NO CESUMAR Contratação inicial de 8 intérpretes para atender a demanda de acadêmicos portadores de necessidades especiais matriculados nos seguintes cursos: Artes Visuais; Pedagogia; Publicidade e Propaganda; Sistema de Informação e Web DESIGN; Capacitação pedagógica dos intérpretes pelo NAP, subsidando-os no seu trabalho em sala de aula; Reunião pedagógica com os alunos portadores de necessidades especiais e seus familiares; Orientação aos docentes dos cursos acima citados quanto ao encaminhamento metodológico com os alunos portadores de necessidades especiais; Orientação aos docentes quanto a função do intérprete em sala de aula.

- 12-5 CÓDIGO DE ÉTICA 1. O intérprete será uma pessoa de alto caráter moral, honesto, confiável, consciente e de maturidade emocional. Ele guardará informações confidenciais e não trairá confidências as quais foram reveladas a ele. 2. O intérprete manterá imparcialidade ou atitudes neutras, durante o decorrer da sua interpretação, evitando impor seus próprios pontos de vista, a menos que lhe pergunte que dê sua opinião. 3. O intérprete interpretará fielmente e da melhor maneira possível sempre transmitindo o pensamento, intento e o espírito do falante. Ele deverá lembrar os limites de sua particular função e não ir além da sua responsabilidade. 4. O intérprete deverá reconhecer seu próprio nível de competência e usar discrição em aceitar tarefas, procurando a assistência de outro intérprete quando necessário. 5. O intérprete devera adotar um modo conservador de se vestir, mantendo a dignidade da sua profissão e não chamar atenção sobre si mesmo. 6. O intérprete devera usar discrição no caso de aceitar remuneração de serviços, e ser voluntário onde fundos não estão disponíveis. 7. O intérprete jamais deverá encorajar pessoas surdas a buscarem decisões legais ou outras que lhe favoreçam, simplesmente pelo fato do intérprete ser simpático ao surdo. 8. Em caso legal de interpretação, o intérprete deverá informar a corte quando o nível de compreensão da pessoa surda envolvida é tal, que interpretação literal não é possível e o intérprete terá de parafrasear grosseiramente e reafirmar ambos: o que é dito ao surdo e o que o surdo está dizendo á corte. 9. O intérprete deverá se esforçar para reconhecer os vários tipos de recursos necessários a uma compreensão adequada por parte do surdo. Aqueles que não conhecem a língua de sinais poderão ser assistidos pela tradução (interpretação oral da palestra original), ou interpretação (parafraseando, definindo, explicando ou fazendo conhecer a vontade do palestrante, sem considerar a linguagem original usada). 10. Reconhecendo a necessidade do seu desenvolvimento profissional, o intérprete irá se agrupar a colegas da área, com o propósito de compartilhar novos conhecimentos. Procurar compreender as implicações da surdez e as necessidades particulares da pessoa surda. Desenvolver suas capacidades expressivas e receptivas em interpretação e tradução. 11. O intérprete deverá procurar manter a dignidade e a pureza da língua de sinais. Ele também deverá estar pronto para aprender e aceitar sinais novos, se isto for necessário para entendimento.

- 13-12. O intérprete deverá se responsabilizar, sempre que possível, pela manutenção do respeito do público ao surdo. Reconhecendo que muitos equívocos (má informação), tem surgido pela falta de conhecimento na área das surdez e do tipo de comunicação utilizada pêlos surdos 6 REFERÊNCIAS BRASIL. MEC/SEESP. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Brasileira.. Brasília. 2001. MIRANDA, Wilson de Oliveira. Comunidade Surda: olhares sobre os contatos culturais. Porto Alegre. Dissertação de mestrado, UFRGS, 2001. SKLIAR, Carlos. A Surdez: um olhar sobre a diferença. Porto Alegre: Mediação,1998. SURDOS. Direitos Humanos e Surdez: a acessibilidade promovendo a cidadania dos surdos FADERS www.fapiso.com.br www.feneis.com.br www.fapiso.com.br