QUI 102 Metodologia Analítica



Documentos relacionados
Laboratório de Análise Instrumental

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS

Métodos Físicos de Análise - ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA / VISÍVEL MÉTODOS FÍSICOS DE ANÁLISE MÉTODOS FÍSICOS DE ANÁLISE

INSTRUÇÃO DE TRABALHO Determinação de cafeína por CLAE

15/05/2015 HISTÓRICO APLICAÇÕES CROMATOGRAFIA


Cromatografia e suas aplicações em purificação de proteínas e peptídeos. Alexandre Rosolia Assessor Técnico - HPLC

Separação e Cromatografia de Proteínas

Análise Instrumental Prática

Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência FUNDAÇÃO DE APOIO À TECNOLOGIA E CIÊNCIA FATEC COMISSÃO DE LICITAÇÕES

FOSFATO DISSÓDICO DE DEXAMETASONA

TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS

C O L O R I M E T R I A

S 2 O 5 (aq) + 2 H + (aq) " 2 SO 2(aq) + H 2 O (,) 2 (aq) + 2 OH (aq) " 2 SO 3 2 (aq) + H 2 O (,) QUESTÃO 2. Combustível.

3. Materiais, amostras, procedimentos analíticos:

2. NOME DO TESTE E SINONÍMIAS

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS

EFEITO DA RADIAÇÃO GAMA EM PROSTAGLANDINA

MF-1309.R-2 - MÉTODO DE LIXIVIAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS EM MEIO ÁCIDO - TESTE DE LABORATÓRIO

Aulas 13 e 14. Soluções

6/16/2014 INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS INSTRUMENTAIS DE ANÁLISE MÉTODOS DE SEPARAÇÃO CROMATOGRAFIA. Tipos de Métodos de Separação

Cromatografia Líquida

Determinação dos Ácidos Benzóico e Sórbico em vinhos, alcoólicos por mistura e bebidas não alcoólicas por HPLC/DAD

Eletroforese Capilar(EC) EC - Técnica instrumental. Eletroforese capilar e Cromatografia Líquida 30/05/2012. Analítica V: 1S2012.

Exame Prático 05 jul 2006 Gyeongsan, Korea

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS

QUÍMICA SEGUNDA ETAPA

FARMACOPEIA MERCOSUL: ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA E VISIVEL

Sugerencias para el uso de equipos de CLAE. Geison Modesti Costa Escola de Verão em Farmacognosia Fevereiro, 2010 Florianópolis

Maria João Mendes Mendonça Barreira Departamento de Promoção da Saúde e Doenças Crónicas Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear

Aula sobre Soluções Aula 01 (ENEM) Profº.: Wesley de Paula

Figura Ar sangrado do compressor da APU

Introdução à LC/MS. Introdução

FARMACOPEIA MERCOSUL: CROMATOGRAFIA

DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS ANALÍTICOS DE HPLC NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Água e Soluções Biológicas

Descritivo de produto. Fornecedor.

...uma vez que no espectro de emissão se observam duas riscas brilhantes, na zona do amarelo.

Fundamentos e Formalismos Teóricos da Cromatografia

Métodos Clássicos de Separação

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DO AR EM VOLTA REDONDA-RJ A PARTIR DAS ANÁLISES DO TEOR DE BTX

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

O CROMATÓGRAFO mod. U-13 Construmaq São Carlos é configurado para analise de CH 4, CO 2, O 2 e N 2.

Espectrofotometria Molecular UV-VIS

MÉTODOS ALTERNATIVOS DE COLETA DE AMOSTRAS DE ALDEÍDOS NAS EMISSÕES VEICULARES VISANDO REDUÇÃO DO CONSUMO E DO DESCARTE DE ACETONITRILA

Proposta de um método analítico para doseamento de levodopa e benserazida em comprimidos. Wellington César Alves 1 ; Iara Lúcia Tescarollo 2

CENTRAL ANALÍTICA ESPECTROSCOPIA ATÔMICA



PRODUÇÃO DE ZEÓLITAS A PARTIR DE CAULIM PARA ADSORÇÃO DE COBRE

BORRA DE ÓLEO. Qual o motivo da formação da borra?

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS

DETERMINAÇÃO DE GLICERINA LIVRE E TOTAL EM BIODIESEL B100 CONFORME MÉTODOS OFICIAIS

Transporte através da Membrana Plasmática. Biofísica

PROPOSTA EXPERIMENTAL PARA SEPARAÇÃO MECÂNICA E ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DE MATERIAIS PARTICULADOS

6.4 Condutividade Hidráulica Saturada com Temperatura Controlada

Quantificação Espectrofotométrica de Vitamina C em suco de Fruta da Lanchonete

4 Metodologia Experimental: Materiais e Métodos

Volume MANUAIS DO PROJETO. Monitoramento e modelagem do Reservatório. Manual de Laboratorio

Gerenciamento e Tratamento de Águas Residuárias - GTAR

Ensaio de Proficiência

GUIA DO USUÁRIO. Fotômetro Digital. Modelo LT300

4/8/2007. Análise de vitaminas

3 Metodologia de calibração proposta

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO Nº 02/2014

Aparelho de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), modelo Prominence, marca SHIMADZU:

Tipos de malha de Controle

Eng Civil Washington Peres Núñez Dr. em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Lipídios Proteínas Carboidratos (glicocálix)

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÓLEO DIESEL RODOVIÁRIO E MARÍTIMO POR TÉCNICAS CONVENCIONAIS E DESTILAÇÃO SIMULADA POR CROMATOGRAFIA GASOSA

INSTRUÇÃO DE TRABALHO Análise de Álcoois Superiores, Acetaldeído, Acetato de Etila, Furfural e Contaminantes Orgânicos por Cromatografia Gasosa

ANÁLISE QUÍMICA DE TECIDO VEGETAL E DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS. Objetivos: ANÁLISES QUÍMICAS DE TECIDO VEGETAL E DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

Classificação das áreas limpas. Preparo de estéreis (Resolução - RDC nº 17, de 16 de abril de 2010)

SEPARAÇÃO CROMATOGRÁFICA

QUÍMICA 9º ano 1º Trimestre / 2016 BATERIA DE EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO USO DE CALES DE CONSTRUÇÃO E INDUSTRIAL EM SISTEMAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES/ESTABILIZAÇÃO DE LODO

INSTRUÇÃO DE TRABALHO Determinação de Amido e Carboidratos Totais em Produtos de Origem Animal por Espectrofotometria UV/Vis

CARNEIRO HIDRÁULICO O QUE É - E COMO CONSTRUÍ-LO. Prof. Geraldo Lúcio Tiago Filho Revisão: Prof. Augusto Nelson Carvalho Viana

SOLUÇÕES PROPRIEDADES COLIGATIVAS TERMODINAMICA II PROF. JAQUELINE SCAPINELLO

Curso (s) : Engenharia Civil - Joinville Nome do projeto: Estudo Comparativo da Granulometria do Agregado Miúdo para Uso em Argamassas de Revestimento

Lista de exercícios sobre barras submetidas a força normal

Química Analítica IV TITULOMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS ALTERAÇÃO DE PROCESSO: GRANULAÇÃO SECA PARA COMPRESSÃO DIRETA DE VALPROATO DE SÓDIO E OS IMPACTOS ANALÍTICOS

Agilent 1260 Infinity Soluções analíticas SFC. Desempenho de SFC muito melhor

2.5 Sistema de recuperação de energia. Funcionamento em alívio

Exercícios. Colorimetria, fotometria de chama, AAS e ICP.

Granulometria. Marcio Varela

DETECTORES AUTOMÁTICOS DE FUMAÇA ENSAIO DE SENSIBILIDADE

ELABORADO: Luiz Artur

CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA ANÁLISE DA CAFEÍNA EM BEBIDAS POR HPLC

Parâmetros da Curva de luz/fotossíntese. IOB-127 Fitoplâncton e Produção Primária

Ensaios Sobre Uso de SPME na Análise de Amostras de Crack

CROMATOGRAFIA DE PERMEAÇÃO EM GEL

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Química C Extensivo V. 2

TUTORIAL PARA PREPARAÇÃO E IMPORTAÇÃO DE DADOS PARA. Os dados de suas coletas devem ser organizados em uma planilha eletrônica, de modo

Formas farmacêuticas líquidas - Soluções

Indicador Faixa de ph Mudança de coloração Metilorange 3,2 a 4,4 Vermelho p/ amarelo Vermelho de Metila 4,8 a 6,0 Vermelho p/ amarelo

Resolução da Prova de Química Vestibular Verão UERGS/2003 Prof. Emiliano Chemello

Transcrição:

QUI 102 Metodologia Analítica 1 semestre 2011 Profa. Maria Auxiliadora Costa Matos Prática: DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, ÁCIDO SALICÍLICO, PARACETAMOL E CAFEÍNA EM MEDICAMENTOS POR HPLC

DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, ÁCIDO SALICÍLICO, PARACETAMOL E CAFEÍNA EM MEDICAMENTOS POR HPLC Cromatografia Método físico-químico de separação, no qual os constituintes da amostra a serem separados são distribuídos entre duas fases. Uma estacionária e de grande área (fase estacionária) e a outra um fluído insolúvel que percola na primeira fase (fase móvel). Durante a passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, os componentes da mistura são distribuídos pelas duas fases de tal forma que cada um deles é seletivamente retido pela fase estacionária, resultando em migrações diferenciais dos componentes. Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) Emprega uma fase móvel (FM) líquida e uma fase estacionária (FE) muito finamente dividida 3 a 10 µm em colunas fechadas e com diâmetros internos normalmente de 4 a 6 mm. Para se obter vazões satisfatórias o líquido deve ser pressurizado a altas pressões. Os constituintes da amostra são separados por distribuição entre a fase móvel e a fase estacionária.

Cromatografia líquida com fase ligada à sílica A FE é retida na sílica por meio de ligação química. É o método mais utilizado, pois apresenta maior estabilidade da coluna. Reação de um organoclorosilano com grupos hidroxilas formados na superfície das partículas de sílica, formando um organosilano. Natureza dos grupos funcionais da fase estacionária (R) FASE NORMAL FE polar e FM relativamente não-polar FASE REVERSA FE não-polar e FM relativamente polar Ex. Coluna C-8 (grupos octil [-C 8 H 17 ]) Colunas de Fase Reversa (RPC): eficientes, estáveis reprodutitivel, detecção muitas vezes é mais fácil.

SEPARAÇÃO POR FASE REVERSA Coeficiente de partição entre a fase móvel líquida (polar) e a fase estacionária hidrofóbica (apolar). A retenção de compopstos hidrofóbico será maior. Na separação por fase reversa, o aumento na porcentagem de solvente orgânico na fase móvel diminui o tempo de retenção dos compostos, mas geralmente ocasiona coeluição, ou sobreposição de bandas SEPARAÇÃO DE AMOSTRAS IONICAS POR FASE REVERSA Amostras Ionicas Misturas contendo um ou mais compostos orgânicos ionizados ou ionizáveis Quando um ácido (HA) ou uma base (B), não carregados, sofre ionização forma-se uma espécie muito menos hidrofóbica - mais hidrofílica. HA H + + A - H + + B BH + Hidrofóbico (Maior Retenção) Hidrofílico (Menor Retenção)

Influencia do ph no Tempo de Retenção B (ph = pka ± 1,5) C Tempo de retenção A pka = 4 1 2 3 4 5 6 7 ph Evitar valores de ph no intervalo pka ± 1,5 (região B)

Valores pka dos Analitos ácido acetilsalicílico ácido salicílico paracetamol pka = 3,49 pka 1 = 2,972 pka 2 = 13,7 pka = 9,5 Proposta Fase Móvel: Mmistura de H 3 PO 4 e acetonitrila (ACN) Mistura de H 3 PO 4 e metanol ph? Parâmetro Otimizado: ph Limitação coluna RP (C8 Zorbax eclipse XDB) 2 < ph < 8 ácido acetilsalicílico ph < 2 ou ph > 5 ácido salicílico ph < 1,5 ou ph > 14 paracetamol ph < 8 ou ph > 11 Condição selecionada: ph = 2,5

Equipamento: HPLC Agilent 1100 serie com injetor manual com alça de amostragem de 20µL, sistema desgaseificador, bomba quaternária, detector UV-VIS de múltiplos comprimentos de onda, software Agilent Chemistation LC Systems. Coluna: C8 Zorbax eclipse XDB (150 mm x 4,6 mm de diâmetro interno, 5µm de diâmetro de partícula) Purga dos solventes: 30 ml (15 min no fluxo de 3 ml/min) Condicionamento da coluna: composição inicial da FM - Sol. H 3 PO 4 ph 2,5/ACN (82:18) Editar o método: Gradiente, 1 ml/min, sol. H 3 PO 4 ph 2,5/ACN (82:18) de 0 a 2,9 min, sol. H 3 PO 4 ph 2,5/ACN (60:40) de 4,0 a 12 min. Tempo para estabilizar condição inicial FM: 2 min. Gradiente: tempo H 3 PO 4 ph 2,5 (%) ACN (%) Fluxo (ml/min) P Max (Bar) 0 82 18 1 150 2,9 82 18 1 150 4,0 60 40 Tempo de análise: 9 min Tempo de espera: 2 min Detecção UV: A (_207_) B (_210_) C (_228_) D (_273_) E (_276_)

3. PROCEDIMENTO Soluçoes disponíveis: 3.1 Solução H 3 PO 4 ph 2,5 3.3 a) Soluções padrões de ácido acetilsalicílico 5,09 mg/l, ácido salicílico 5,03mg/L, paracetamol 5,06mg/L e cafeína 2,55 mg/l 3.2. Solução para diluição dos padrões e amostra - sol. H 3 PO 4 ph 2,5/ACN (80:20) Misture 160 ml da solução de H 3 PO 4 ph 2,5 com 40 ml de acetonitrila grau HPLC. Utilize esta solução para preparar as soluções padrões e amostras. Transfira uma alíquota desta solução para um microtubos previamente rotulados com CAL 1 (nível da curva analítica) 3.3. Preparo das soluções padrões individuais e mistura estoque: b) Soluções padrão individual (Tr) Transfira 50 µl de cada solução padrão (3.3 a) para um microtubo e acrescente cerca de 1400 µl da solução de diluição (item 3.2). Filtre cada uma das soluções preparadas em filtro de seringa com membrana de PTFE com 0,45 µm de porosidade. c) Solução padrão mistura estoque e curva analítica:

Sol. padrão AAS 5,09 mg/ml Sol. padrão AS 5,03 mg/ml Sol. padrão paracetamol 5,06 mg/ml Cafeína 2,55 mg/ml Alíquota 500 µl Alíquota 500 µl Alíquota 500 µl Alíquota 100 µl Balão 5,00 ml Solução padrão mistura estoque AAS ( mg/ml), AS ( mg/ml), paracetamol ( mg/ml) e Cafeína ( mg/ml) Filto de membrana PTFE 0,45 µm Curva analítica Líquido filtrado 200 µl 400 µl 600 µl 800 µl BV 5 ml BV 5 ml BV 5 ml BV 5 ml CAL 1 (0 mg/l) CAL 2 ( mg/l) CAL 3 ( mg/l) CAL 4 ( mg/l) CAL 5 ( mg/l) 3.4. Preparo da amostra:

Pese e triture um comprimido do medicamento (Melhoral ou Cibalena). Prepare a amostra em duplicata conforme o esquema: Massa da amostra Ultrassom -10 min 63,0 mg de melhoral ou 120,0 mg de Cibalena ACN/água ph 2,5 H 3 PO 4 (20:80) ACN/água ph 2,5 H 3 PO 4 (20:80) Balão volumétrico (25 ml) Filtro de membrana PTFE 0,45 µm resíduo filtrado Alíquota ( 130 µl) Balão volumétrico (5 ml) HPLC Injete as soluções padrões da curva analítica, as soluções padrões individuais para identificação dos picos no cromatograma e as amostras. Limpe o sistema com água (20 min com fluxo de 1 ml/min) e em seguida com ACN. Limpe a válvula de injeção, na posição load, com água e metanol.

TRATAMENTO DOS DADOS Construa a curva analítica no software do HPLC e imprima os relatórios da curva analítica (Concentração mg/l X área mua.s) e das análises das amostras de acordo com a diluição realizada, expressando a concentração em mg/g de comprimido. Elabore uma planilha do Excel para construção da curva analítica e tratamento dos dados das análises da amostra. Determine as concentrações dos analitos e o intervalo de confiança (α= 0,05) na amostra do medicamento e compare o resultado obtido com valor do fabricante.