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Transcrição:

Grupo EB dia 05 de julho, 17 horas, sala vinho. Painel: Resultados de Pesquisas desenvolvidas no âmbito do Grupo Saúde na Educação Básica e abordagem Histórico-Cultural - SEBACH Bruna Domingos dos Santos. Encontros e desencontros na inclusão escolar de alunos deficientes físicos: uma visão a partir da promoção da saúde. 2015. Resumo A história que permeia a deficiência está imbuída de significações ligadas a preconceito e exclusão que se fazem presentes na atualidade e dificultam que as mudanças políticas sejam transpostas para as atitudes sociais. Assim, crianças deficientes vivenciam dependência a terceiros, inclusão escolar prejudicada, discriminação, sentimento de incapacidade, e vulnerabilidade frente a falta de disposição de serviços públicos efetivos. Esse estudo pretendeu articular saúde e educação como aspectos indissociáveis da vida humana, e o objetivo foi compreender os processos de significação relacionados à inserção de escolares deficientes físicos na educação básica, a partir dos princípios da política de promoção da saúde. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, fundamentado na abordagem histórico-cultural, no qual utilizamos entrevistas semiestruturadas, observação participante e diário de campo como recursos metodológicos. O trabalho de campo teve início após as devidas autorizações do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e durou aproximadamente um ano. Ao final, quatro crianças, suas quatro mães e oito professores aceitaram participar da pesquisa, totalizando 16 sujeitos entrevistados e quatro contextos escolares observados. A análise temática indutiva proposta por Braun e Clarke (2007) foi empregada, sendo respeitado o percurso indicado por estas autoras. A construção dos dados acarretou na caracterização detalhada dos participantes e seus contextos socioculturais, bem como na produção de três temas, a saber: 1) Significações do conceito de deficiência e de deficiência física no processo de inclusão escolar; 2) Cadeira de rodas, dois lados da mesma moeda e 3) Escola inclusiva e promoção de saúde: uma perspectiva do modelo social da deficiência. Em suma, este estudo foi eficaz em alcançar seus objetivos propostos, apresentando importantes significações envolvidas no processo de inclusão do aluno deficiente físico. Esperamos que este trabalho contribua para a prática junto a estes escolares e inspire pesquisadores a investigarem a articulação da Educação Inclusiva com a Promoção da Saúde em seus diferentes estados, países e contextos, auxiliando profissionais que atuam na prática escolar e de saúde a lidarem com a temática.

Lívia Neves Masson. Educação em saúde e o processo de empoderamento de adolescentes escolares. 2018. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto USP A educação em saúde tem sido foco de muitas discussões e pesquisas no campo científico, pois se trata de uma estratégia imprescindível à promoção da saúde implicando no processo de educação crítica, a fim de estabelecer a possibilidade de transformação de fatores vulnerabilizantes individuais e sociais que incidem sobre a saúde da população. O espaço da escola possui importante papel político no processo de formação do ser humano, pois proporciona a construção e desconstrução de valores, o desenvolvimento humano e a cidadania. Diante disso, estratégias de educação em saúde têm sido implementadas no contexto escolar, com objetivo de gerar impacto positivo na qualidade de vida dos sujeitos, principalmente daqueles que de alguma forma se apresentam vulneráveis, capacitando-os para que se tornem protagonistas da sua própria história e sejam capazes para tomada de decisão consciente e assertiva, por meio do seu empoderamento. Como questões de pesquisa estabeleceu-se: De que forma o trabalho da educação em saúde contribui para o empoderamento de adolescentes escolares? Na perspectiva dos adolescentes escolares, como o empoderamento pode gerar autonomia e cidadania em suas vidas?. Para tanto, o objetivo deste estudo foi verificar como o trabalho de educação em saúde pode contribuir para o empoderamento de adolescentes escolares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo sob o protocolo CAAE nº 56799616.6.0000.539. Os sujeitos foram adolescentes, educandos do ensino médio de uma escola estadual da cidade de Ribeirão Preto, que participam ou já participaram de atividades de promoção de saúde na escola. A pesquisa fundamenta-se na abordagem qualitativa. Trata-se de um estudo de caso, cujos dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e observação participante. Para análise dos dados, utilizou-se o método de análise de conteúdo, modalidade temática, obedecendo uma trajetória analíticointerpretativa cujos os resultados apontaram três núcleos temáticos: "A saúde para os adolescentes e o papel dos agentes externos", "As atividades de promoção da saúde, os instrumentais e estratégias utilizadas", e "O empoderamento". Por fim, a análise dos resultados confirma nosso pressuposto de que atividades de educação em saúde quando realizadas sob a concepção crítica de uma educação libertadora, que promovam a formação de sujeitos reflexivos, quando bem implementadas no espaço escolar, considerando as características e fase de vida dos sujeitos, e que utilizem estratégias ativas, contribuem para o desenvolvimento da autonomia e posteriormente do empoderamento, fatores estes propulsores de escolhas assertivas para uma melhor qualidade de vida e transformação social.

RESUMO LIMA, C. H. F. A prática de promoção da saúde em escolas estaduais de Minas Gerais: avanços e desafios. 2019. 216f. Tese (Doutorado) Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2019. A escola é reconhecida como um espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde dada sua abrangência e função social ligada ao conhecimento de forma sistematizada e reflexiva. Objetivou-se, neste estudo, analisar ações e percepções sobre Promoção da Saúde, no âmbito escolar, em uma Superintendência Regional de Ensino do Estado de Minas Gerais, por meio do mapeamento das escolas que apresentavam ações de promoção da saúde, para identificar quais eram desenvolvidas e analisar a percepção dos gestores de escolas sobre tais ações. Para tanto, caracterizouse um estudo qualitativo fundamentado na abordagem histórico-cultural estruturado em duas etapas. Na primeira, participaram quarenta e uma escolas que responderam a um questionário do tipo survey via e-mail institucional. Isso permitiu analisar aspectos relacionados à saúde na escola, bem como a aproximação ou o distanciamento das instituições participantes em relação à perspectiva das Escolas Promotoras da Saúde (EPS). A partir das respostas obtidas, foram selecionadas seis escolas, para a segunda etapa, cujas ações eram condizentes com as propostas da EPS e outras três escolas que se distanciaram de tal perspectiva. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas de forma individual, com os seis gestores das escolas selecionadas. Na análise dos dados, foram constituídos seis temas: o conceito de saúde e promoção na percepção dos educadores; a intencionalidade nas práticas educativas de saúde na escola; a condicionalidade de boa saúde para êxito da função da escola; as aproximações e distanciamentos entre o setor saúde e a escola; o público-alvo das ações de saúde e a operacionalização das ações de saúde. Os resultados indicaram que uma parcela significativa dos gestores desconhecia iniciativas governamentais para a promoção da saúde na escola. A saúde é compreendida a partir da tríade corpo, mente e ambiente, pautada na concepção apresentada pela Organização Mundial de Saúde, que indica uma superação da percepção de saúde como ausência de doença. Porém, muitas unidades escolares ainda centram suas ações pautadas em uma visão higienista e com foco nas mudanças individuais. A pesquisa revelou fragilidades na operacionalização das ações de saúde no contexto escolar como dificuldades em lidar com o tema de forma transversal, maior protagonismo dos profissionais da saúde na execução das ações, reconhecimento da família como maior obstáculo para melhoria no desenvolvimento das ações de saúde junto à comunidade escolar. A importância do desenvolvimento da promoção da saúde, na escola, é reconhecida pela capacidade dessa instituição em multiplicar informações sobre saúde junto à comunidade, preparar os sujeitos para tomada de decisões favoráveis à saúde e pela facilidade da escola em dialogar com a comunidade. Diante de tais constatações, faz-se imprescindível a reflexão da escola sobre os diferentes significados, atribuídos em seu contexto, à saúde, bem como sua

construção histórica, para que práticas arraigadas de ensino sejam revistas e ressignificadas a fim de oferecer novos sentidos para alunos e comunidade e contribuir para a melhoria da condição de saúde dos sujeitos e de seu entorno. Palavras-chave: Promoção da Saúde. Saúde escolar. Educação Básica. Abordagem Histórico-Cultural.