Transcrição de Teleconferência Resultados do 2T12 EcoRodovias 10 de agosto de 2012 1
Operadora: Bom dia. Sejam bem vindos à teleconferência da EcoRodovias referente aos resultados do 2T12. Conosco hoje presentes estão os senhores Marcelino Seras, Diretor Presidente, e Marcello Guidotti, Diretor de Finanças e de Relações com Investidores. Informamos que a apresentação está sendo gravada e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas exclusivamente para analistas e investidores da indústria, quando maiores instruções serão fornecidas. Caso alguém necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor, solicite a ajuda de um operador, digitando *0. O áudio e os slides desta teleconferência estão sendo apresentados simultaneamente na Internet, no endereço www.ecorodovias.com.br/ri. Neste endereço pode ser encontrada a respectiva apresentação para download na plataforma do webcast, seção Relações com Investidores. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da EcoRodovias, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da EcoRodovias e conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Marcello Guidotti, Diretor de Finanças e de Relações com Investidores, que fará os comentários sobre os resultados do 2T12. Por favor, Sr. Guidotti, o senhor pode prosseguir. Marcello Guidotti: Bom dia a todos, e sejam bem vindos a mais uma teleconferência de resultados da EcoRodovias, referentes ao 2T12. Iniciaremos a nossa teleconferência atualizando-os sobre a situação do leilão da rodovia BR-101, no Estado do Espírito Santo. Como já é do conhecimento de todos, a assinatura do contrato de construção, prevista para o dia 02 de agosto, encontra-se suspensa em razão das liminares em trâmite na 13ª Vara Federal da Seção Judicial do Distrito Federal. O Consórcio Rodovia da Vitória, composto pela EcoRodovias e SBS Engenharia, vencedor da licitação, vem tomando todas as medidas necessárias para assegurar sua vitória. Em relação ao complexo Tecondi, adquirido pela EcoRodovias em maio deste ano, continuamos focados na integração da administração dos ativos e obtenção das melhorias operacionais. Aproveitamos para esclarecer que as duas ações populares e o processo em curso perante o TCU sobre a regularidade da transferência das áreas adicionais ao Tecondi já eram de conhecimento da EcoRodovias, que, durante o processo de aquisição do terminal, analisou relatórios de due diligence e pareceres jurídicos especializados. que demonstram riscos remotos no longo prazo. Passando para os resultados obtidos no 2T12, podemos observar no slide dois o crescimento de 3% no tráfego das concessões rodoviárias no acumulado do 1S, e, conforme divulgado no último dia 7, o tráfego acumulado até o mês de julho de 2012 está com crescimento de 2,7%, atingindo 119 milhões de veículos equivalentes pagantes, conforme o slide três. Apesar do menor crescimento consolidado do tráfego ao longo do ano, continuamos com nossa perspectiva de um crescimento de tráfego próximo a 1,5x o PIB para de 2012. O desempenho operacional da logística foi dentro do previsto. Considerando a sazonalidade do setor e a otimização do mix de serviços prestados no período, com movimentação 20.000 de contêineres na zona primária, inferior aos 21.500 contêineres do ano anterior, porém, atingindo tarifa média superior em 57,4%, conforme slide quatro, devido, principalmente, ao aumento de 13,9% na movimentações de contêineres de importação. 2
Em relação ao desempenho financeiro, a receita líquida consolidada do trimestre, desconsiderando os efeitos da receita de construção, foi de R$457,7 milhões, crescimento de 18,4% em relação ao 2T11, como pode ser observado no slide cinco, que também mostra a receita bruta por negócio, com 71,8% correspondente à receita de pedágio, 15,2% de receita de logística e 9,9% de receita do complexo Tecondi. No slide seguinte, o EBITDA IFRS consolidado no 2T12 foi de R$245,8 milhões, com margem de 47,2%. Ajustando o cálculo sem os efeitos do IFRS, atingimos uma margem de 56,8% no consolidado, inferior ao apresentado no 2T11, devido, principalmente, à consolidação do complexo Tecondi. No slide sete, a margem EBITDA de concessões rodoviárias, sem os efeitos do IFRS, atingiu 73,3% no 2T12, superior ao ano anterior. Na logística, a margem EBITDA atingiu 12,9% no 2T12. O EBTIDA de logística foi impactado pela revisão do plano de negócios e processos no setor de transportes, da reorganização do portfólio de produtos nos centros de distribuição, ambos visando melhoria de margens destes serviços, e também pelas despesas em desenvolvimento e aquisição de novos negócios. Em relação à dívida líquida, slide oito, elevamos o nível de dívida líquida/ebitda para o patamar de 2,3x devido à emissão de notas promissórias e debêntures para a aquisição do complexo Tecondi. Estamos confortáveis com este novo nível de alavancagem para o setor. Os investimentos realizados no trimestre foram de R$115,5 milhões, com destaque para as obras de duplicação de 14,4 km na rodovia BR-277 Ecocataratas, cuja duplicação foi objeto do termo de ajuste de contrato de concessão com o Departamento de Estradas e Rodagem do Estado Paraná, no valor total de R$50,6 milhões, além de investimentos em pavimentação e conservação das rodovias. O lucro líquido do trimestre foi de R$85,9 milhões, queda de 1,4% quando comparado ao lucro líquido do 2T11. Para finalizar, gostaria de salientar que também estamos acompanhando atentos a novas oportunidades no setor rodoviário, aguardando as novas licitações anunciadas pelo Governo Federal, bem como avaliando os projetos de parcerias público privadas, PPP, junto aos governos estaduais. Agora que concluímos a nossa breve apresentação, gostaríamos de passar para a sessão de perguntas e respostas. Operadora, estamos prontos para iniciar a sessão de perguntas e respostas para analistas e investidores. Daniel Spilberg, Barclays: Obrigado. Bom dia a todos. As nossas perguntas estão todas relacionadas ao setor de logística, onde vemos uma compressão de margem para 13%, vindo de 17%, 18%. Eu queria entender um pouco melhor os principais motivos dessa redução e se houve algum tipo de gasto extraordinário e não recorrente nesse trimestre. Obrigado. Bom dia. O setor de logística da Elog está agora em uma fase de limpeza de clientes, da obtenção de melhores margens e de um mix de produtos que seja mais qualificado para as atividades. Nós esperamos, e temos absoluta certeza que agora, no 3T, você verá mudanças substanciais, que foram feitas durante esse período inicial, desses seis meses do início deste ano, com a própria mudança de gestão dentro da Companhia e a rentabilização máxima dos seus produtos que existem hoje. Daniel Spilberg: OK. Obrigado, Marcelino. Também, se você puder nos dar um update em relação à transferência do CLIA, e explicar o racional dessa redução de CAPEX de R$180 milhões para R$70 milhões, acho que é importante. Obrigado pela pergunta. Estamos com uma expectativa de que as solicitações que foram feitas de transferência sejam finalmente formalizadas e aceitas por parte dos órgãos reguladores. Nossa expectativa está agora nesse 3T. E esse ajuste de CAPEX na parte de logística vem justamente para adiar alguns investimentos até a obtenção plena dessas transferências. Daniel Spilberg: OK. Obrigado. 3
Felipe Nuessli, BTG Pactual: Bom dia. Eu gostaria de fazer duas perguntas, abordando questões do setor de concessão de rodovias. Só entender um pouco melhor essa parte de CAPEX, teve um corte de CAPEX expressivo, na casa de 22,5%. Vocês poderiam quantificar quanto disso é relacionado basicamente a postergar obras para 2013 e o que poderia ser relacionado à economia nas próprias obras? Obrigado. Boa parte delas é uma postergação de investimentos; na verdade, elas estão em execução, mas como requerem alguns ajustes de projetos, requerem algumas licenças, elas estão em ritmo normal, porém uma parte delas está entrando agora para o ano de 2014. É importante destacar que em uma obra muito importante, que é a obra da Ecopistas, finalmente foram obtidas todas as suas licenças, e ela inicia já na semana que vem esses investimentos, de tal maneira que o que foi planejado e o que foi contratado está sendo executado. Felipe Nuessli: Está ótimo, Marcelino. Obrigado. A segunda e última pergunta, acho que o Marcello comentou sobre novas concessões potencialmente sendo anunciadas pelo Governo no curto prazo. Existe algum projeto específico, tanto em âmbito federal ou talvez no Estado de São Paulo, que faça mais sentido para a EcoRodovias? Felipe, as notícias que vieram via mídia que temos conhecimento são ainda do lançamento de um programa que necessitará de alguns meses de estudo por parte de Governo, alguns meses de aprovação por parte de órgãos técnicos, como o TCU. Eu vejo esses programas vindo a mercado de fato, após o anúncio, no horizonte de oito meses a um ano, tanto em aspectos estaduais como em aspectos federais. Felipe Nuessli: Está ótimo, Marcelino. Muito obrigado. Bruno Amorim, Santander: Bom dia. Eu tenho uma pergunta com relação à operação do Tecondi. Eu queria saber, em primeiro lugar, no base case de vocês, quando entra em operação a Embraport? E queria saber também se, na conversa com clientes, vocês já perceberam a intenção de alguém migrar do Tecondi para algum dos concorrentes de vocês. Queria saber como estão essas negociações agora, dado que a capacidade no porto deve aumentar ao longo dos próximos anos. Muito obrigado. Obrigado, Bruno. Sobre a entrada em operação dos novos terminais, trabalhamos sempre com a possibilidade de um terminal para o final do 1S13 e outro no final de 2013, ambos estando parcialmente em operação de fato em 2014. Sobre o mix de produtos da Tecondi, ela não trabalha hoje com os grandes armadores. Ela trabalha com linhas simplificadas, linhas que trazem contêineres que são necessários à decomposição, porque são compostos de vários clientes. Então, ela tem uma expertise, uma capacidade e uma competência muito próprias, diferentemente dos outros terminais atualmente em atuação ou dos futuros. Bruno Amorim: OK. Muito obrigado. Augusto Henrique, Morgan Stanley: Bom dia. Peço desculpas se já foi perguntado, mas eu queria saber um pouco mais sobre custos de terceiros. Estava escrito no release que era relacionado a advisory services etc., mas isso será one-time ou isso já diminuiu para os níveis mais comuns indo para frente? Obrigado. 4
São despesas não recorrentes, fruto não só dos estudos em que participamos dos aeroportos, como também da BR-101, como também da compra do ativo do Tecondi. Augusto Henrique: Então, considerando para o resto do ano, seria mais razoável um nível perto do 1T12, ou do 4T11? Dentro do histórico, sim. Augusto Henrique: Muito obrigado. Victor Mizusaki, UBS: Bom dia. Um follow-up com relação ao business de logística. A melhora de margem no 3T12, não sei se seria possível quantificar e se podemos considerar essa nova margem como um nível recorrente daqui para frente. E a segunda pergunta, com relação a novos negócios, dado que a EcoRodovias terminou o 2T12 com uma dívida líquida/ebitda de mais ou menos 2,3x, qual seria a estratégia de financiamento dos novos projetos? Obrigado. Nós trabalhamos com a possibilidade de chegar ao limite de até 3x, mas, como sempre, vocês nos conhecem bem, somos muito focados. Quando se solta às vezes um pacote de cinco, seis concessões, participamos de uma, de outro negócio, de maneira muito qualificada. Então, estamos observando as oportunidades. Estamos sendo chamados também para parcerias com outros players do setor. Tudo isso nos leva a ter, ainda, uma boa possibilidade de estarmos, de maneira muito focada e qualificada, participando de alguns empreendimentos que façam parte da nossa estratégia e da nossa lógica. Marcello Guidotti: Existem as debêntures de infraestrutura que estão sendo reguladas, que vão sair, o BNDES; enfim, são todos os tipos de financiamento que mais se encaixam nos projetos que estão sendo agora estudados e lançados, as PPPs. Como falou o Marcelino, não é uma preocupação nossa no curto prazo a condição de alavancagem, a dívida equalizada. Obviamente, teve esse crescimento devido à aquisição do Tecondi, mas foi de acordo com nossas previsões. Então, temos ainda espaço para continuarmos, como o Marcelino falou, focados nesses projetos. Victor Mizusaki: OK. E vocês mencionaram a participação em PPP: podemos considerar que a EcoRodovias poderia, por exemplo, participar de projetos de mobilidade urbana, ou estaria fora da estratégia do Grupo? Estaria fora, a parte da mobilidade urbana. Não faz parte do nosso core e da nossa estratégia. Marcello Guidotti: Você comentou no começo a questão da margem, da logística para o 3T12. Nós estamos ainda com uma expectativa de fechar o ano com uma margem que possa chegar perto de 20%. No 3T12, podemos trabalhar com uma expectativa entre 16% e 17%, subindo a margem. Com certeza, será um 3T12 melhor que o 2T12 e o 1T12, e esse é um dado, de toda forma, já esperado. É uma atividade cíclica, e esse 2T não foi um trimestre em que a indústria, a importação e a exportação puxaram, mas o 3T12 já começa a dar sinais positivos, então esperamos a margem no 3T12 em 16%. 5
Victor Mizusaki: OK. Obrigado. Geraldo Melone, Bresser: Bom dia. Minha questão é referente à Tecondi. Eu queria que vocês detalhassem um pouco mais qual é a via legal que a EcoRodovias está usando para resolver essa questão, e também queria saber se o valor pago pela Tecondi, esse R$1,4 bilhão, se isso considera a renovação por mais 25 anos ou o final da concessão daqui a 11 anos. Obrigado. Obrigado, Geraldo. Vou fazer aqui uma declaração de seis itens. Primeiro, ao assumir a operação do Tecondi, o Grupo EcoRodovias tinha ciência de que há anos já tramitavam na Justiça Federal ações populares em que se debatiam as transferências de áreas, bem como um processo administrativo no Tribunal de Contas da União. Dois: pareceres do órgão técnico TCU concluem que as questões sobre a execução do contrato de aditamento originalmente previstas não podem ser atribuídas ao Tecondi. A decisão do Tribunal de Contas da União é, portanto, favorável à Companhia, uma vez que reconhece a validade e mantêm as operações do terminal até o fim do contrato em 2023. Três: vale ressaltar ainda que as decisões publicadas até o momento são todas em primeira instância, e cabem recursos em instâncias superiores. Sendo assim, o Tecondi tomará as medidas judiciais e administrativas cabíveis para reverter e ver assegurados seus direitos previstos sem contrato. Quatro: o Tecondi tem também a seu favor uma decisão do Superior Tribunal da Justiça, que garante a operação do terminal até que se obtenha uma decisão final e irrecorrível nos processos. Cinco: a decisão do Tribunal de Contas da União recomenda a não incorporação de 33.000 m² referentes à área do empreendimento aos 130.000 m² sob administração do Tecondi. No entanto, não faz qualquer tipo de restrição à incorporação de novas áreas, o que acaba não resultando em prejuízo à Companhia. Seis: para finalizar, a recomendação de não prorrogar automaticamente o contrato de construção do terminal portuário já é uma norma praticada pela ANTAQ. Atualmente, os contratos só podem ser renovados mediante aprovação por parte da Agência de um plano de investimentos, o que já fazia parte do plano de negócios da EcoRodovias quando adquiriu o Tecondi. Espero, com isso, estar deixando-os absolutamente informados de que a renovação do contrato do Tecondi já é hoje baseada sob uma norma da ANTAQ, que já foi praticada em outros terminais no Brasil, e essa renovação se dá sempre através de um plano de investimento. Então, nunca foi prevista uma renovação automática, ou seja, sem qualquer investimento do contrato de concessão. Geraldo Melone Obrigado. E em relação ao valor pago, na conta do fluxo de caixa de vocês, foi considerada a renovação ou não? Sim, consideramos que haveria a possibilidade da renovação, e obviamente, todo o fluxo de caixa está baseado principalmente até o ano de 2023, porque a partir daí tem que ser feitos investimentos para aprovação. Geraldo Melone: OK. Muito obrigado. Operadora: Obrigada. A sessão de perguntas e respostas está encerrada. Passo agora a palavra aos senhores palestrantes para suas últimas considerações. 6
Marcello Guidotti: Muito obrigado por terem participado. Se ainda tiverem dúvidas, por favor, sintam-se à vontade para contatar o nosso departamento de Relações com Investidores ou visitar o nosso website de RI. Muito obrigado de novo, e tenham todos um bom dia. Operadora: Obrigada. A teleconferência da EcoRodovias está encerrada. Agradecemos a participação de todos e tenham um bom dia. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de Relações com Investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição. 7